2008-07-20

De: TAF - "Alguns dados sobre o Aleixo"

Submetido por taf em Sábado, 2008-07-26 21:25

Os terrenos no Aleixo têm no total 30.631m2. Ver planta abaixo.

O negócio proposto é uma permuta, em que os imóveis objecto dessa permuta são avaliados por um perito oficial registado na CMVM. Os vários concorrentes farão propostas de valor diferente. Ou seja, não é a Câmara que estabelece o preço, mas sim os requisitos mínimos. Depois, no fundo, é um leilão. Quem decide o valor final é o mercado, sendo que a Câmara aparentemente reserva para si o direito de negociar condições mais exigentes com os dois concorrentes melhor classificados no concurso (ou com o único, se for um só concorrente), antes de adjudicar definitivamente. Esta fase de negociação é muito estranha. Quer dizer que em teoria os concorrentes podem ter o trabalho (e os custos!) de elaborar as propostas, cumprir todos os requisitos do caderno de encargos, obter a melhor classificação, e ainda assim a autarquia chegar ao fim e colocar condições adicionais que inviabilizem o negócio...

A Câmara disponibiliza aos concorrentes imóveis seus que eles poderão (tanto quanto percebi opcionalmente) recuperar para inclusão na permuta. A esses imóveis corresponde uma área bruta de construção de 17.643m2, sendo que desses 4.228m2 são no Centro Histórico.

Os critérios de adjudicação têm em conta:

Agradecendo desde já a oportunidade de desenvolver esta discussão com quem, reconheço, sabe bastante mais do que eu do assunto, aproveito para adicionar algumas notas complementares ao meu (segundo) primeiro post. Chamo a atenção ao Francisco Rocha Antunes que a primeira versão do meu post tinha um erro de matemática que empolou os valores, pelo que, quando diz "os apartamentos teriam que ir para o mercado sempre acima de 5.000 euros[/m2]" (aplicando as contas da primeira versão do meu post) deveria estar "os apartamentos teriam que ir para o mercado sempre acima de 2723 euros[/m2]". Peço desculpa pelo meu erro e espero que não vicie a discussão daqui em diante.

Decidi calcular o preço médio por metro quadrado de área bruta de construção permitida porque entendi que em terrenos urbanos, como é o caso dos que estamos a discutir, numa perspectiva de "economia imobiliária" o valor dos terrenos estará indexado à capacidade construtiva que os instrumentos de gestão territorial (PDM, etc) permitirem. Pareceu-me mais indicado para a discussão. Para além disso não consegui confirmar em tempo útil a área do terreno que seria vendida, porque tenho ideia de ter lido 60.000 m2, mas aplicando a matemática aos 24.084 m2 de a.b.c. permitida, temos que o terreno deverá ter 30.105m2.

Alguns dos terrenos que coloquei na minha tabela são para construção em altura (não todos) pelo que julgo que as minhas estimativas não estarão assim tão longe da realidade média do mercado. Aproveitando a sua sugestão decidi procurar na CasaSapo os valores de revenda dos apartamentos do empreendimento D'Ouro Villa (porque me parece ter uma situação comparável ao do futuro empreendimento do Aleixo):

Aproximadamente o valor mais alto do intervalo que indicou (673 euros/m2), se considerarmos que o terreno representa 30% dos custos do apartamento e que já estamos a falar dos valores ajustados (o segundo intervalo que referiu). Se considerarmos que o terreno representa 33,3% dos custos do apartamento, como propõe o Tiago, o valor sobe para os 741 euros/m2. Isto são os valores actuais, com o mercado em crise (como disse) e num contexto em que o principal "ponto negativo" da zona é o Bairro do Aleixo. Quando o Bairro do Aleixo desaparecer dali, tudo o que o rodeia deverá sofrer uma valorização considerável, o que faz com que estes cálculos pequem por defeito.

Apenas uma nota quanto ao aumento da capacidade construtiva através do SIM-Porto: recordo que está previsto que pelo menos 20% das famílias terão que ser realojadas na Baixa do Porto em imóveis reabilitados pelo fundo imobiliário...

Claro que esta operação tem muitas condicionantes e problemas previsíveis (desde logo, caso o PS ganhe as próximas eleições, se seguir o exemplo que este Executivo deu com a IMOLOC e o Parque da Cidade, antevejo um bastante grave...) e imprevisíveis, o que contribui para baixar o valor do terreno. Apesar de tudo isso continuo a acreditar que, olhando apenas a valores, é mau negócio para a CMP (e, por arrasto, para todos os que fiquem de fora do fundo imobiliário) e tenho que concordar com o que disse recentemente o Dr. Paulo Morais: "a troco do realojamento de 300 famílias, que custaria à Câmara cerca de sete milhões de euros, está a entregar-se a um privado um terreno, em zona privilegiadíssima do Porto, que vale muito, mas muito mais".

Recordo que a CMP propõe 457 a 540 euros por m2 e se ajustássemos os valores usando o critério fornecido pelo Francisco Rocha Antunes (para melhor comparar com os valores supracitados) chegaríamos a 366 a 432 euros por m2, um claro contraste com os 673 euros por m2 ("sistema FRA") e com os 741 euros por m2 ("sistema TAF").

Os meus melhores cumprimentos
Manuel Moreira da Silva

De: TAF - "Publicidade"

Submetido por taf em Sábado, 2008-07-26 17:50

Edifício na Ribeira   Interior de um apartamento

O edifício e o interior de um dos apartamentos


Estou interessado em vender a curto prazo um dos apartamentos aqui descritos.
Para isso estou disposto a baixar significativamente o preço.

Provavelmente as melhores vistas no Porto. :-)
Contacto para taf@etc.pt ou 91-663.03.96.

De: Luís Gomes - "Festivais do Porto"

Submetido por taf em Sábado, 2008-07-26 16:13

Gostaria apenas de fazer uma reflexão sobre os eventos músicais decorridos no Grande Porto: Marés Vivas e Super Bock Super Rock.

Em primeiro lugar, tive a oportunidade de acompanhar os dois, e desde logo foi quase tudo diferente. O SBSR foi um fiasco no primeiro dia. Apesar do mau tempo, há que dizer que o cartaz não convencia. O cabeça de cartaz "James" foi desviado para outros Festivais e a organização não os substituiu. Resultado, seriam um Xutos a fechar o Festival. Ideia peregrina da organização. Os Xutos tocam quase mês sim, mês não na zona do Porto, vão a todas as queimas das fitas, onde se dá meia dúzia de euros para os ver. Queriam estes senhores que o público desse 35 euros para ver o cartaz de Sexta? Doidos..

Assim, não admira que o público nortenho não tenha aderido em massa. No Sábado, a música foi outra. O cartaz, a meu ver, fazia muito mais sentido; se houve dia em que o cartaz seria mais homogéneo foi este sem dúvida. Por isso teve 18.000 espectadores. Porém a organização teve várias falhas, principalmente ao nível do som com Jamiroquai, e como estrela que é nem se esforçou um pouquinho mais do que o "serviço mínimo". Outra das falhas foi o corre corre com que decorreram os concertos. Parecia que tocava a sineta e terminava um após o outro, cada concerto.

Mesmo com falhas julgo que o festival no Porto teve mais gente do que o de Lisboa, o que prova que aqui também há público que corresponde em cheio, mas é criterioso e não diz "presente" só pelo nome do festival. Deve continuar a realizar no Porto uma edição anual e deixar-se de fintas aos consumidores nortenhos que afinal dão-lhe tão elevada quota de mercado para depois irem fazer Festivais para Lisboa e o Algarve. Ora como a Sagres não anda a dormir, farta-se de realizar eventos no Porto e muito bem...

Quanto ao Marés Vivas, percebi logo que iria ser um sucesso, a julgar pelas filas enormes nas bilheteiras da FNAC e afins. Não admira, primeiro o cartaz foi pensado, os alinhamentos eram homogéneos e para públicos específicos em cada um dos dias. Depois o preço: 15 euros. Não me recordo de se pagar tão pouco para ver Prodigy, James ou Peter Murphy. A organização também teve problemas em termos de acessos e filas de espera. Mas para um primeiro ano (num local magnífico com vista para a marginal do Porto) é um ensinamento para futuras edições certamente.

PS: O som foi bem audível para os moradores do Porto quase tanto como quando existem concertos no Parque da Cidade, os acessos tiveram bastante condicionados, mas como é em Gaia a brigada do reumático não têm opinião. :) Provocaçãozinha claro está.

De: F. Rocha Antunes - "Valores para o Aleixo"

Submetido por taf em Sábado, 2008-07-26 16:00

Caro Manuel Moreira da Silva

Não sei onde foi buscar essa ideia de que sou ilustre mas se prometer não reincidir na mesma tenho muito gosto em partilhar algumas das minhas opiniões, já que apelei a uma discussão sobre o assunto do Aleixo. Antes de mais, e por uma questão de regra, deixe-me dizer que não sou avaliador profissional, portanto a opinião que vou dar baseia-se apenas em raciocínios simples de quem está habituado a fazer este tipo de contas.

Primeiro, não se pode comparar os valores de terreno que utiliza com valores de capacidade de construção acima do solo. Os valores de terreno quando são referenciados em bases de dados de oferta de imóveis para venda são valores de terrenos para construção de moradias, e não para terrenos de edifícios de construção em altura. Para estes últimos, os mais correntes no mercado de habitação, os valores de incidência de terreno depende essencialmente do valor esperado de venda dos apartamentos. Os valores que refere quanto a áreas brutas de construção acima do solo só podem ser de prédios feitos, não do valor da capacidade construtiva. Repare que está a falar do valor médio de venda da freguesia, se fosse o valor dos terrenos os apartamentos teriam que ir para o mercado sempre acima de 5.000 euros, o que nunca se verificou no Porto, pelo menos em empreendimentos desta dimensão.

Cada promotor imobiliário tem uma ideia própria do que poderá valer um apartamento num empreendimento naquele local mas não me parece que se possam utilizar valores muito diferentes do que se está a praticar no local. As informações de que disponho dizem-me que os valores praticados naquela zona, com vista de rio ou junto ao rio, variam entre 2.300 euros e 2.900 euros por metro quadrado de área bruta privativa. Se considerarmos que o valor máximo que o peso do terreno deverá ter no valor de venda final é de 30 %, teremos um intervalo de 690 a 870 euros por metro quadrado de área de construção. Como a área vendável de cada prédio é, na melhor das hipóteses, 80% da área bruta acima do solo, o intervalo final de valor do terreno é de 550 a 700 euros. Estes valores são os que eu considero praticáveis sabendo-se que o mercado imobiliário não está neste momento, tal como o resto da economia, com perspectivas muito risonhas para os próximos anos. Outros promotores imobiliários terão valores diferentes, dependendo do que acreditam que vai acontecer ao mercado daqui a 5 anos.

Para além deste valor do terreno, neste caso é preciso calcular qual é o risco de esta operação específica demorar o dobro do tempo de uma operação normal, e basta ver qual é a facilidade com que se utilizam hoje em dia as providências cautelares e por outro lado o tempo que demora qualquer decisão judicial para se perceber que não é um risco a ignorar. Os mais optimistas dirão que esse risco não é diferente do que existe em qualquer outro terreno, e por isso, e porque ganha o concurso quem mais valorizar esses terrenos, não farão qualquer desconto na estimativa de valor que fizeram para o terreno. Os mais prudentes dirão que existe um risco de que demore mais do que o normal, por exemplo mais metade do tempo que é habitual, e nesse caso vão reduzir a sua oferta de valor para acomodar essa demora, oferecendo menos pelo terreno. Aqui está um claro incentivo a uma via negociada com os moradores, já que se não existir litígio todos ganham mais.

Gostaria ainda de fazer uma correcção a uma afirmação que fez e que não está tecnicamente correcta: a passagem do índice de 0,8 para 1,0 que aqui foi referida, e bem, pela Arq.ª Paula Morais só se poderá fazer à custa da aquisição de direitos de construção transferíveis definidos no âmbito do SIM-Porto e portanto terão que ser comprados a alguém que os tenha obtido ou fazer parte da equação de valor de imóveis a recuperar, não são gratuitos.

Espero ter sido claro, mas se por acaso não o tiver sido farei um esforço adicional com muito gosto.

Francisco Rocha Antunes

Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao Tiago a atenção que deu à primeira versão desta mensagem, que continha um erro primário de matemática que me levou a algum excesso nas conclusões. Peço desculpa aos leitores a confusão que poderei ter causado. Em segundo lugar queria deixar claro que para este post é irrelevante a minha posição a respeito da solução encontrada para o Aleixo.

Decidi fazer um pequeno cálculo dos valores que têm sido referidos na Imprensa a propósito da reconversão do Bairro do Aleixo, para aferir se estão próximos dos valores de mercado. A tabela em que me apoiei foi exclusivamente obtida através dos anúncios presentes no dia de hoje no portal CasaSapo para venda de terrenos na cidade do Porto. Os primeiros seis exemplos foram os primeiros que apareceram e os vinte e dois seguintes utilizando o filtro para que aparecessem os terrenos por ordem descendente de preço (os mais caros primeiro). Foram copiados sem outro critério que não o sequencial e correspondem a várias freguesias da cidade, incluindo seis exemplos de Lordelo do Ouro.

Os valores a que cheguei foram:

  • Preço médio por m2 de terreno na cidade do Porto: 1021 euros
  • Preço médio por m2 de área bruta de construção acima do solo na cidade do Porto: 814 euros
  • Preço médio por m2 de terreno na freguesia de Lordelo do Ouro: 890 euros
  • Preço médio por m2 de área bruta de construção acima do solo na freguesia de Lordelo do Ouro: 817 euros

Os valores para o terreno com os seus 24084 m2 de área bruta de construção (presumo que acima do solo) referidos na comunicação social são de "11 a 13 milhões de euros" o que perfaz entre 457 e 540 euros por m2. A diferença entre as estimativas da CMP e os valores de mercado ainda se agravam se, mantendo o preço do pacote, a capacidade de construção do terreno aumentar de 0,8 para 1 em virtude do SIM Porto, como referiu a arquitecta Paula Morais. Na melhor das hipóteses, dois terços do preço médio de mercado. E isto é se considerarmos que o terreno onde está o Bairro do Aleixo é uma localização "média" dentro da freguesia de Lordelo do Ouro, o que me parece manifestamente incorrecto.

Atrevo-me a pedir ao ilustre participante no Fórum, Francisco Rocha Antunes, que desenvolva este meu raciocínio, já que com a sua experiência na área, seguramente chegaríamos ao valor daquele terreno com maior facilidade, e seria uma oportunidade de ver a CMP (e todos nós por arrasto) sair-se melhor no negócio.

Atrevo-me ainda a pedir ao Sr. Presidente da CMP e ao Sr. Vereador do Urbanismo que apresentem os estudos que levaram a estas conclusões e, caso seja possível, indiquem também os estudos que levaram aos negócios do Palácio do Freixo, do Pavilhão Rosa Mota, do Mercado Ferreira Borges, do Mercado do Bolhão, do Rivoli, do terreno do Aquário SeaLife e de todos os outros bens do Município que têm vindo a privatizar. Não me importa que me digam que estão na Internet, basta que me digam onde. Ficaria muito agradecido e mostraria alguma coerência com a posição da direcção nacional e do grupo parlamentar do vosso partido.

Os meus cumprimentos
Manuel Moreira da Silva

De: TAF - "Exemplos para referência de valores"

Submetido por taf em Sábado, 2008-07-26 00:44

Já que se mencionam números, para me ajudar a pensar nos valores que poderiam ser justos / viáveis / racionais no preço de imóveis, eu uso normalmente estes exemplos em comparações, só para ter uma referência quanto à ordem de grandeza:

Por cada 100m2 de área bruta de habitação:

  • custo da área de construção (o "terreno") - 500 €/m2 - 50.000 €
  • custos restantes (construção, licenças, comercialização, ...) + margem do promotor - 1000 €/m2 - 100.000 euros
  • total - 150.000 €

Ou seja, em números redondos, um T2 de 100m2 ficaria por 150.000 euros (30.000 contos), um T3 de 150m2 por 225.000 euros (45.000 contos). Isto pode ser caro num caso concreto e muito barato noutro, são mesmo só números para guiarem o raciocínio.

O que eu quero com isto dizer é que 500 €/m2 de área bruta de construção correspondente ao terreno no Aleixo, usados como base para um concurso público, não me parecem completamente disparatados. Como base, repito. Depois, o mercado dirá.

(Substituido por este)

De: Alexandre Ferreira - "Limpeza urbana"

Submetido por taf em Sexta, 2008-07-25 21:52

Em tempos de cidades criativas, SRU e reconversões do Aleixo, gostaria de apontar um dos mais graves problemas que enfrenta o centro histórico do Porto. Em toda a área, de Cedofeita às margens do rio, o lixo, a incúria, a sujidade de proporções napolitanas acumula-se de forma asquerosa.

Numa cidade com cada vez mais turistas, é impressionante ver como nestes últimos meses se tem visto dias, semanas sem que alguém limpe o lixo que se espalha por passeios e praças. Como habitante no centro da cidade, esta degradação verificada nos últimos tempos faz-me questionar qual a real intenção de fixar população, sobretudo se comparar com a melhor manutenção que se verifica em zonas como a Boavista, Foz e Marechal. Acredito que os milhares que nos visitem são capazes de compreender as razões que levaram à degradação do edificado, mas duvido que se sintam bem e compreendam o estado vergonhoso do espaço público a que esta Câmara deixa chegar.

P.S.- O mesmo município tão pouco activo na limpeza urbana, é estranhamente veloz em ir visitar as pessoas que denunciam para os seus serviços estas situações.

De: Hélder Sousa - "As corridas II"

Submetido por taf em Sexta, 2008-07-25 21:35

Caro Jorge Nuno,

Pinto da Costa?

Só porque é sexta-feira e isso é sempre bom sinal é que vale a pena responder-lhe. Não percebi o que quis dizer com eu e a Sra. Rosa fazermos uma lista à Junta… Uma lista de quê? De compras? De problemas com o Bairro? De vizinhos indesejáveis? Creio que a Junta já lá deve ter pessoas para fazer estas listas, não acha? Apesar de vizinhos não conheço a Sra. Rosa e creio que, apesar da popularidade que diz que temos e que eu ignorava, ela também não me conhece de lado nenhum.

Convém porém lembrar que me parece óbvia e boa a solução de demolir o Bairro do Aleixo. Também me parece óbvio que o que fica, por agora, é que a CMP recuou (e bem) numa posição assumida e dominada pela convicção, determinação e honestidade com que o senhor presidente da CMP nos tem habituado! (Estou a ser irónico, caso não perceba.) Fica-nos também (e muita atenção à utilização dos tempos verbais) a intenção manifestada, e já votada, de demolir o Bairro do Aleixo, alojando os seus habitantes em melhores condições e noutros locais. Eu já aplaudi essa decisão.

Para terminar e para responder directamente à sua pergunta: não, não acho bem que um grupo de pessoas queira agredir duas pessoas. Dependendo de quem sejam essas duas pessoas, posso é achar menos mal. Mas também não acho bem que meia dúzia de pessoas agridam, e as agressões podem ser tão variadas!, um Bairro inteiro ou uma cidade. Como tem vindo a acontecer regularmente. Só isso. Tudo o resto passa com a chuva.

PS: Peço desculpa ao Tiago e a todos os leitores que querem discutir assuntos sérios, ter trazido para este fórum um caricato episódio paroquial.

De: Jorge Nuno - "Aleixo"

Submetido por taf em Sexta, 2008-07-25 16:44

Acho simplesmente lamentável o comentário do Sr. Hélder Sousa. Sinceramente penso que tudo tem limites.

Se acha bem um grupo de pessoas a quererem agredir 2 pessoas, é simplesmente lamentável. Já agora quantas pessoas que estavam lá moram no Aleixo? Ou será que foram lá por outras razões? Vai acabar o negócio? Já agora porque não faz uma lista com a Sra. Rosa (não do Aleixo porque já não mora lá) à Junta de Freguesia? Já que os dois são muito populares gostava de ver o resultado. E já que está muito bem informado pode informar há quantos anos a Associação do Aleixo não tem eleições?

O que fica é que esta Câmara e esta Junta foram os únicos que tiveram coragem para DEMOLIR O ALEIXO!

PS: Herbie Hancock dá concerto gratuito no Porto - Excelente evento da PortoLazer.

De: Hélder Sousa - "As corridas"

Submetido por taf em Sexta, 2008-07-25 15:32

Mesmo concordando com o projecto de demolição do Aleixo (que, nunca é demais referir, não é nenhuma invenção do Rui Rio) confesso que não deixo de sentir um certo agrado por ver o Presidente da Câmara fugir da fúria dos habitantes do Bairro do Aleixo. Um Presidente da Câmara democraticamente eleito também com os votos daqueles que agora querem ajustar umas contas. (Pode ser que o Circuito da Boavista sirva para uns treinos do motorista do senhor presidente.)

Gosto também de ver o Presidente da Junta de Lordelo metido em tais sarilhos. Aposto que no desenvolvimento da sua pacata missão nunca pensou ver os seus eleitores e vizinhos a correr atrás dele.

É a vida! Adaptando livremente um provérbio popular (já que falámos de Rui Rio) cuja versão original me escapa, eu diria: “nos bairros sociais conquistaste votos, nos bairros sociais os vais perder!" Agora só falta mesmo pedir protecção aos super-dragões!

De: Pedro Aroso - "Limpeza étnica"

Submetido por taf em Sexta, 2008-07-25 14:26

Na sequência de um post aqui publicado, em que o Pedro Lessa conta que muitos beneficiários do rendimento social garantido vão levantar a mesada de táxi, não resisto a transcrever um artigo do Mário Crespo, a propósito dos recentes acontecimentos na Quinta da Fonte, com o título “Limpeza étnica”:

«O homem, jovem, movimentava-se num desespero agitado entre um grupo de mulheres vestidas de negro que ululavam lamentos. "Perdi tudo!" "O que é que perdeu?" perguntou-lhe um repórter. "Entraram-me em casa, espatifaram tudo. Levaram o plasma, o DVD a aparelhagem..."»

Ler o resto no JN.

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2008-07-25 12:02

De: José Paulo Andrade - "Os «Eventos»"

Submetido por taf em Quinta, 2008-07-24 23:59

Caros leitores:

Os "Eventos" são uma prova de que a cidade está viva. Uma cidade sem este género de actividades é uma cidade morta e felizmente que o Porto não o parece ser.

Em relação à Bike Tour, bastava ler o JN e evitar a VCI e as artérias anunciadas com antecedência para evitar problemas. Foi o que eu e muitos outros fizeram. Por acaso, passei às 7 horas da manhã pela Ponte da Arrábida, de V.N Gaia para o Porto, e vi centenas e centenas de bicicletas estendendo-se para a VCI. Só nessa altura verifiquei a dimensão que o evento iria ter.

Já agora, parece ter passado despercebido este outro "evento" cuja inauguração foi no passado Sábado.

Umas boas férias
José Paulo Andrade

Caro Baixa do Porto

O "Baixa do Porto" tem a virtude de ser um local onde a discussão se dá sempre no sentido de convergir no benefício da cidade e dos seus habitantes. É nesta preocupação fundamental que estão unidos os seus participantes, mesmo quando existem divergências na interpretação dos problemas e nas abordagens aos mesmos. É também o apreço pela cidade que muitas vezes motiva o envolvimento intenso na discussão, que também se pretendeu anteriormente sem prejuízo do respeito mútuo dos intervenientes.

Existe um esclarecimento que me parece fundamental fazer a quem não participou no evento: o Bike Tour não foi patrocinado pela indústria chinesa de fabrico de bicicletas a troco de 15 euros. Estas foram fornecidas por uma empresa portuguesa a 60 euros (kit) o que, apenas devido a este evento, aumentou o número de bicicletas portuguesas a circular no país em 10%. Com alguma fé (2% p.e.) significa um aumento no número de ciclistas do Porto. Se aumentar 2% todos os anos... A República Popular da China é responsável por inúmeras violações dos Direitos Humanos e ao copyright mas diga-se com justiça que não arruinou o fim-de-semana dos portuenses.

O Bike Tour foi na verdade organizado por uma empresa de eventos e pelo IDT e financiado (?) por empresas de grande dimensão que para ele contribuíram infelizmente com uma enorme dose de oportunismo (não são o motivador original) e para um photo-op montado para o cruzar da Arrábida (que surpreendeu muitos participantes) - foi a criticada componente show-off. Mas porquê atravessar a Arrábida? Foi um acto simbólico com o intuito de provar que é de facto possível cruzar a cidade desde uma das suas entradas fundamentais. Se tivesse sido realizada no Pocinho ou apenas na Foz o impacto seria nulo e perdia-se ainda mais a mensagem procurada.

O Bike Tour e as Maratonas, mesmo na sua componente publicitária (bem patente até um nível quase desconfortável, admita-se), são porém eventos cujos objectivos seriam chamar atenção para os hábitos saudáveis (ninguém discordará deste aspecto). Portugal tem a maior obesidade infantil da Europa, não haverá aqui um exemplo a dar por parte da sociedade? Existe muito espaço para melhor organização mas pertencerão realmente ao restante rol absolutamente repudiável de "eventos" irrelevantes que enumera Jorge Azevedo? Quanta saúde e cidadania existirão em Francesinhas, Queimas, e Cervejas?

Se não é possível circular a pé ou de bicicleta e os transportes públicos não funcionam ou não são adequados aos hábitos e localização de um conjunto de potenciais utentes, então existirá a necessidade (responsabilidade?) por parte destes de criar uma comissão de utentes ou um movimento de cidadãos para procurar reinvindicar esta abrangência. A AM do Porto é fértil de situações exemplares neste aspecto, com resultados diversos, mas sem a resignação da população civil. Existem os moradores de Vila d'Este, o recente caso dos utentes do suburbano de Braga, ou os utentes dos STCP.

Mas a discussão recente em relação ao Bike Tour trouxe várias questões que são de certeza relevantes para a cidade e para o Baixa: terá o Porto a capacidade de acolher pelo menos 8000 (n.º máximo atingido pela iniciativa) ciclistas adicionais por dia sem necessitar de intervenção policial? Sendo a bicicleta uma ferramenta de trabalho em todo o mundo (e não apenas um veículo de lazer para levar para a marginal aos fins-de-semana) e existindo argumentos ambientais, económicos, sociais e de saúde que colocam o seu potencial ao mesmo nível do necessário automóvel individual, não será relevante equacionar uma convivência equilibrada de ambos para a Cidade do Porto? Existirá vontade política e da população para fornecer à cidade um plano de acessibilidade para velocípedes? É um desafio de planeamento tão estimulante como urgente e muitas cidades mais agressivas para o ciclista do que o Porto já iniciaram processos neste sentido.

O Porto é uma cidade cuja topografia permite circular de bicicleta? É o argumento mais usado em Portugal contra a circulação de bicicletas nas nossas cidades. Não existe nenhum estudo científico para o Porto neste sentido logo faz todo o sentido chamar o "bluff" como se poderá do mesmo modo anunciar o inverso. É verdade que o Bike Tour começou a uma cota mais alta do que a chegada, diferença essa distribuída por 12 km, várias crianças de 12 anos não tiveram dificuldades em fazer o percurso no totalidade - obviamente é um condicionamento individual. Entretanto um investigador está neste momento a procurar provar numa cidade famosa pelas suas colinas o fundamento deste argumento. É uma questão bem colocada e importante para a mudança de mentalidades e que para benefício da cidade poderá estimular um estudo interessante das condições de acessibilidade do Porto. O Porto tem uma diversidade tão grande de situações morfológicas e topográficas como de hábitos pessoais de mobilidade, haverá nesta diversidade lugar para as bicicletas?
--
Com os melhores cumprimentos,
Nuno Oliveira

De: Rui Encarnação - "Indústrias Criativas e territórios excluídos"

Submetido por taf em Quinta, 2008-07-24 17:23

Tem piada que, depois de tanta linha e tanta palavra gasta, nas discussões sobre as culturas, os grupos com 30 espectadores e quejandos, tenha pegado a moda da criação como factor de riqueza e de valorização. Será que ninguém percebeu que quando o Dr. Rio aniquilou a Culturporto no seu primeiro mandato, e quando a extinguiu no segundo, e quando reduziu a Eventos a actividade cultural da CMP, mais não fez do que dar uma machadada brutal em mais de dez anos de trabalho e investimento na criação de uma das mais rentáveis indústrias criativas, a do entretenimento? Pois bem, já o estudo da UP que a CMP encomendou aponta exactamente para aí, para a criação e inovação como principais vectores de crescimento e expansão.

Mas esta coerência do Dr. Rio, não se fica pela questão cultural e transvaza para a social. Por isto é que o Dr. Rio achou por bem decidir a demolição do Aleixo sem primeiro falar com os moradores, auscultá-los e procurar obter consensos, e até apoio, junto dos visados, e, também, sem primeiro definir para onde vão e em que condições.

Na parte do dinheirinho já deve estar tudo definido, é por concurso, coisa e tal, com regras já definidas e (até apostava) com concorrentes já bem alinhados e prontos para a corrida, isto se não acontecer mais nenhum caso La Feria ou Bolhão, atento o historial desta CMP na gestão dos concursos. Mas na parte do realojamento, temos o depois vê-se, que alguma coisa se deve arranjar!

Não discuto, para já, o modelo do apoio habitacional a prestar pela CMP, ou seja, se é bairro, se é arrendamento apoiado ou outra modalidade, mas só o cumprimento da palavra dada. A CMP quando alojou pessoas no que era seu não fez um jeito, nem deu uma esmola. Cumpriu um dever legal e constitucional com dinheiro que todos nós cedemos para isso mesmo, ou seja, para que pessoas que não possam, saibam o que é ter um mínimo de condições de vida e para que os seus filhos possam ir à escola, tomar banho, de preferência com água quente, e saibam o que é um WC. O dever não está cumprido e a palavra foi dada. E na terra onde nasci a palavra é uma escritura.

A propósito, lembrei-me de vasculhar os meus arquivos e reparei neste delicioso trecho de prosa:
“A Cidade (através dos seus gestores) tem que ir ao encontro dos territórios de exclusão, para os conhecer, para os descrever, para os diagnosticar, para os humanizar, para os encaminhar, para devolver aos seus actores um dos principais direitos que qualquer cidadão tem: o direito à cidadania. Nos territórios de exclusão, encontramos cidadãos que apresentam uma elevada incidência de comportamentos aditivos em relação às drogas, problemas de álcool, isolamento social, marginalidade, pobreza, auto-destruição, conflito com o exterior, insatisfação contínua e elevada mortalidade (Associação Norte Vida, 1999). A Câmara do Porto tem que ser o garante da infra estruturação de toda a actividade social.”

Como vêem é o Dr. Rio quem dava a solução e definia a forma de actuação em 2005. Esqueceu-se foi de ir ao encontro dos territórios antes de tomar a decisão sobre a vida dos ditos “excluídos”...
--
Nota de TAF: um esclarecimento - o estudo em causa não foi realizado pela UP mas sim por um consórcio internacional de empresas (ver página 11 do relatório), nem foi encomenda da CMP, mas sim da Fundação de Serralves (ver página 6) e de outros parceiros, incluindo a Junta Metropolitana.

De: TAF - "Indústrias Criativas"

Submetido por taf em Quarta, 2008-07-23 20:09

Flores em ferro soldado

Escultura em ferro de Ana Carvalho


Este evento, pelos vistos (ainda bem!), mereceu grande atenção. Os documentos do estudo (em PDF) podem ser obtidos aqui:

- Indústrias criativas: Porto tem tudo para ser internacionalmente competitivo - Tom Fleming
- Indústrias Criativas: Estudo internacional defende criação de Agência para o sector no Porto
- Competitividade: Norte prepara "cluster" de indústrias criativas
- CCDR-N vai lançar concurso para apoiar criação de cluster das indústrias criativas no Norte
- Porto pode sofrer de um "excesso de identidade", diz especialista em indústrias criativas
- Norte: Universidades da região devem apostar na "troca de talentos"
- “Agentes culturais devem saber explicar projectos a investidores”, defende ministro da Cultura
- É ao contrário (opinião de Vasco Campilho)
- Tom Fleming considera que o Porto tem potencial para indústrias criativas - áudio no Rádio Clube
- Área Metropolitana do Porto prepara-se para se tornar num pólo de indústrias criativas - vídeo na RTP

O programa da manhã tinha 3 partes: a apresentação do estudo, a conferência de Charles Landry, e as intervenções dos ministros. Na última, apesar de continuar na sala, eu já não estava com paciência suficiente para ouvir governantes, e por isso entretive-me a ler o estudo. :-) Quanto à conferência sobre "Creative Cities and Regions”, foi interessante mas não me trouxe nada de especialmente novo. Sublinho apenas um pensamento em particular (tradução livre): "devemos trabalhar nos limites das nossas competências, e não no centro delas - a criatividade e inovação estão cada vez mais na interligação entre áreas diferentes do conhecimento".

Quanto ao estudo. Ainda só li um documento de síntese com 40 e tal páginas (infelizmente não disponível online) e dei uma vista de olhos ao Relatório Final (que uso como base para as referências que vou fazer à frente). Pareceu-me bem quanto ao enquadramento, ao levantamento e à sistematização de sugestões de acção. Falhou um pouco, contudo, na "focagem" do plano concreto de acção. Passo a explicar.

A abordagem geral foi sensata. Viram o que se faz por esse mundo fora, falaram com os agentes locais do Porto e do Norte (lista na página 225) para identificarem o que cá já existe e para ouvirem as suas opiniões, perceberam a importância de não centrar a análise exclusivamente no Porto (embora nesse aspecto a apresentação em Serralves tenha sido menos feliz) mas ao mesmo tempo de potenciar a "marca Porto", são contra a atribuição de subsídios, assumiram a realidade urbana no terreno independentemente das divisões artificiais em concelhos demasiado pequenos, estabeleceram comparações para "benchmarking".

Propõem, com todas as cautelas para que não apareça mais uma estrutura parasita, a criação de uma "Agência para o Desenvolvimento Criativo do Norte de Portugal" (página 219) como uma parceria entre a CCRDN, Serralves, Casa da Música, Universidades, principais empresas do Sector Criativo, SRU, etc. (São parceiros a mais. Devia haver uma participação deles todos, mas de modo mais informal.) Seria uma entidade destinada a coordenar e a estimular esforços, promovendo um conjunto de programas de acção que são também apresentados (páginas 147 e seguintes). Teria uma actividade organizada em função desses programas, com início e fim definidos no tempo, em vez funcionar com base em departamentos fixos e permanentes - isso permitirá uma gestão optimizada, com recursos atribuídos em função das necessidades concretas do trabalho que estiver a ser realmente posto em prática.

Onde a coisa não corre tão bem é na quantidade/diversidade de Programas propostos. Não é que eles em geral não façam sentido. Qual é então o problema?

O problema está nos destinatários iniciais deste estudo: basicamente as pessoas/entidades que compareceram à apresentação em Serralves. Ou seja, as mesmas pessoas/entidades que até agora não encontraram soluções para o estado em que a região está e que, vendo um conjunto grande de propostas, vão inevitavelmente privilegiar aquelas que melhor compreendem numa primeira abordagem, aquelas com as quais se sentem mais "confortáveis". Moral da história: aquilo que seria realmente novo, que faria a diferença, que permitiria "dar o salto", vai ser deixado para segundo plano e, por fim, esquecido.

O que é que eu sugiro? Dos 25 programas propostos, escolher apenas 4:

  • - "Rede Criativa" - (página 162)
  • - "Comissariado Criativo" - (página 169)
  • - "Fundo de Investimento Especializado" - (página 189) - seria a referência "14.1" e não "15.1" como por gralha lá está
  • - "Auditoria Criativa" - (página 217)

Quase todos os restantes programas já deviam ser implementados, sem qualquer intervenção da Agência, pelas próprias Indústrias Criativas! É deixar o mercado funcionar. São oportunidades de negócio que podem/devem ser aproveitadas pelos agentes da região. Assim a Agência não exigiria uma estrutura pesada nem tinha o efeito perverso de fazer concorrência desleal às empresas que pretende ajudar a criar e desenvolver (o mal típico, aliás, provocado pelas universidades quando se dedicam a actividades que deviam deixar às empresas).

Em resumo: leia-se o estudo, aproveitem-se as ideias, lance-se a Agência numa versão absolutamente minimalista (com menos parceiros formais e apenas para os tais 4 programas), e vamos trabalhar! :-)

De: Jorge Azevedo - "A propósito de Eventos!"

Submetido por taf em Quarta, 2008-07-23 20:02

Eu começo a estar farto de EVENTOS! E porquê? Porque os ditos eventos ou interferem com a minha circulação, ou interferem com os meus ouvidos, ou interferem com o meu descanso! E porque raio se eu não quero participar nos eventos vêm eles "participar" comigo? Vejamos, a começar pelos mais recentes:

Festival Marés Vivas - Entre a Afurada e o Cabedelo. 3 longas noites e madrugadas, dos dias 17 (5ªfeira!), 18 e 19. Palcos montados, colunas a debitar milhares de decibéis de música, de grupos, segundo li, góticos e metálicos! Estamos a falar de ruído a sério até às 6 horas da manhã! Pareciam que estavam a tocar na sala de minha casa! E não moro nem na Afurada nem no Cabedelo!

Bike Tour - A brincadeira do costume, já bem dissecada aqui pelo Alexandre B. Inicia-se na Ponte da Arrábida, mas claro, vem desaguar à Foz!

Festival da Francesinha - Onde?... Na marginal do Porto... junto à Foz! Com muita música, muita cerveja, muita francesinha, muita gente e claro durante sete (7) dias!

As diversas Maratonas, inteiras, meias e aos quartos!

O mal amado Queimódromo - Todos os anos as cenas repetem-se: cidadãos que não conseguem descansar (quanto mais dormir) nas horas universalmente convencionadas para se descansar (24h-7h), cenas verdadeiramente chocantes e degradantes dos comas alcoólicos com os estudantes(!) a tombarem pelos cantos, cenas de violência gratuita, e música aos berros durante seis (6) dias a fio!

A Festa da Cerveja - Nas Palmeirinhas junto ao Jardim do Passeio Alegre - Com música evidentemente, e cerveja, muita cerveja, e comidas, alguma comida, e gente, muita gente! E isto durante, claro está, sete (7) longos dias!

A Festa do Artesanato - Onde? No Jardim do Passeio Alegre onde é que podia ser! Dez (10) longos dias e noites com muita música ("deixa-me cheirar teu bacalhau, oh Maria!"), muita comida, muita gente, muitos carros, muita Polícia a multar os carros, muita pancada e pouco, muito pouco ARTESANATO!

Já tenho um calendário onde vou assinalando as datas destes eventos e de todos os que forem aparecendo para que no ano seguinte eu, com o devido tempo, saia de casa e vá bater à porta de amigos, que moram longe dos eventos, e onde o IMI é mais baixo devido ao seu coeficiente de localização ser inferior, talvez porque não é considerada "zona de eventos", não sendo assim apanhado «à má fila»!

E estamos em crise! Que seria se não estivéssemos!?

Jorge Azevedo

De: Alexandre Burmester - "Aos ciclistas..."

Submetido por taf em Quarta, 2008-07-23 19:57

Caro Nuno Oliveira

Por uma questão de atenção vou tentar dar-lhe resposta aos seus comentários, mas de forma concisa.

  • - Não disse em lado nenhum que sou contra a bicicleta. Aliás sou a favor de qualquer meio de transporte que seja compatível com a vida das cidades. Nesse particular também defendo o direito a andar a pé, de skate, de quatro, e claro está também do carro e da mota. Isso inclui obviamente a necessidade de poder pará-los em sítios adequados como os “Siloautos”.
  • - Também nada tenho contra os Lisboetas, aliás nem sei onde foi buscar isso. E para mim os “Portuenses” começam lá para os lados de Viana e acabam lá para os lados de Aveiro, sem esquecer o respectivo interior.
  • - A Baixa do Porto circunscreve-se à área central da cidade, mas a sua influência é extensível a esta região, por isso este Blog parece-me ser o local certo para falar naquilo que lhe diz respeito.
  • - Como Arquitecto, defendo a pluralidade do espaço urbano, e isso tanto tem a ver com os diferentes usos, com os meios de transporte, como com os estratos sociais, económicos ou religiosos. Da mesma maneira que em nada me incomoda que habitantes do Aleixo (parte ou todos), mais os de “luxo” queiram ir para a Baixa, também nada me incomoda que levem os carros, as bicicletas, e os papagaios.
  • - Não acho que os transportes públicos sejam bons, e se não ando neles é porque não tenho tempo para longos e variados passeios. Sorte sua. Mas isso é outro assunto.
  • - Se a cidade fosse compatível nas suas cotas com passeios de bicicleta, então diga-me porque será que o passeio começou à cota 70 da Ponte da Arrábida e desceu até ao mar, e não foi ao contrário? Felizmente o Porto nem é Aveiro nem Amesterdão.

Mais uma vez refiro que nada tenho contra a organização de passeios de bicicleta, assim como maratonas ou outras, apenas entendo que não se fazem para incomodar. Estas atitudes, como a sua, são sim resultado de raivas contidas, de preconceitos e de ignorância…

Cumprimentos
Alexandre Burmester

1 - 20 / 51.
Seguinte › Fim »