2007-09-16

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Quarta, 2007-11-14 22:42

- O encerramento dos ATL das IPSS
- Causas portuenses
- Porto Lazer assegura iluminação de Natal na cidade

- Corrupción em el Ayuntamiento de Madrid - por sugestão de Manuel Moreira da Silva: "Sobre um assunto que já foi aqui exposto há algum tempo, a propósito do nosso comércio e da ASAE, veja-se um paralelo aqui ao lado."

Sugestões da Cristina Santos ("Lisboa: ordem crescente"):
- Nomeada nova administração da SRU Oriental
- SRU Oriental: Ex-presidente diz que fez primeiras denúncias em 2006
- Costa diz que CML está a colaborar com a investigação
- Sociedade de Reabilitação Urbana alvo de buscas

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Sábado, 2007-09-22 22:24

De: David Afonso - "As Jornadas Europeias do Património"

Submetido por taf em Sábado, 2007-09-22 22:10

É daquelas coisas. Andava aqui a remoer o assunto, mas fui adiando à espera de uma data mais próxima do evento, até que o PÚBLICO antecipou-se-me. Estou a falar da participação do Porto nas Jornadas Europeias do Património 2007 que decorrerão de 28 a 30 de Setembro em toda a Europa e, claro está, em todo o país. O caso é que apenas havia uma única iniciativa anunciada para o Porto. É preciso dizer, no entanto, que este evento é de grande qualidade e será uma justa homenagem a um ilustre fazedor de cidade: Marques da Silva. Deixo aqui o programa para poderem avaliar melhor o que é proposto:

TEATRO NACIONAL DE SÃO JOÃO

VISITA GUIADA AO TNSJ
28 Set. 18h30 / Público-alvo: público em geral

"O TEATRO DE SÃO JOÃO E JOSÉ MARQUES DA SILVA: INSERÇÃO URBANA, PROJECTOS E SEU DESENVOLVIMENTO"
28 Set. 19h - 23h / Público-alvo: público em geral
Conferência pelo Professor António Cardoso

"MEMÓRIA E DIFERENÇA NA RECONSTRUÇÃO DO TEATRO DE SÃO JOÃO"
29 Set. 16h / Público-alvo: público em geral
Conferência pelo arquitecto Luís Soares Carneiro

VISITA GUIADA AO TNSJ
29 Set. 17h / Público-alvo: público em geral
Com o arquitecto João Carreira

"TEATRO NACIONAL DE SÃO JOÃO, 1798-2007: ALGUMAS APROXIMAÇÕES À HISTÓRIA DE UM TEATRO NA SEGUNDA CIDADE DO REINO"
29 Set. 18h30 / Público-alvo: público em geral
Conferência pelo crítico e investigador teatral Paulo Eduardo Carvalho.

EXPOSIÇÃO DE DESENHOS DE MARQUES DA SILVA
28 e 29 Set. 14h - 19h / Público-alvo: público em geral
Organização: Teatro Nacional São João; Instituto Arquitecto José Marques da Silva

Informações e inscrições: mediante inscrição prévia. Telf. 22 340 1950/51

No entanto, uma única iniciativa, num único local e monotemática é de uma míngua aflitiva para quem até é Património da Humanidade e tudo. Temos razões para ficarmos embaraçados quando olhamos para o programa de Lisboa, mas também quando olhamos para o de Barcelos, Braga, Évora, Guimarães, Leiria, Oeiras, Resende, Santiago do Cacém, Sintra e Tomar! Afinal de contas, qual é o nosso campeonato? Entretanto, a responsável do Igespar (organismo que organiza e coordena este evento) virou-se para o providencial suspeito do costume: a CMP não respondera ao convite. Todavia, o que é verdade é que a Câmara também tem um programa para a comemoração do património (ver Agenda do site municipal). Não deslumbra, mas é um contributo que vem diversificar a oferta. Já agora, fica também aqui o programa da Câmara:

JORNADAS EUROPEIAS DO PATRIMÓNIO 2007

Visitas Guiadas - Data: De 26 a 28 de Setembro
Porto. Património na Freguesia de São Nicolau.

A abrir o programa das Jornadas Europeias do Património - 2007, o Auditório da Casa do Infante acolhe três conferências. Servem de aperitivo às visitas guiadas que decorrem nos dias seguintes. Terão por temas e oradores:

Dia 26 de Setembro
- Porto da Época Moderna - Amândio Barros, Professor Universitário
- Rua do Infante Dom Henrique - José Ferrão Afonso, Professor Universitário
- Casa do Infante - Manuel Luís Real, Director do Departamento de Arquivos da CMP
Local: Auditório da Casa do Infante, na Rua da Alfândega, 20 / Hora: 18h00

VISITAS GUIADAS NA FREGUESIA DE SÃO NICOLAU

Quinta-feira, dia 27, 15h00: Rota das Capelinhas - por Orquídea Félix
Ponto de encontro: Capela do Senhor Jesus da Ascensão/ Capela da Lada

Sexta-feira, dia 28, 15h00: Rota dos Conventos - por Manuel Graça
Ponto de encontro: Igreja de São Lourenço (Grilos)

Domingo, dia 30, 15h00:
- Rota das Obras Urbanísticas - por Susana Barros
Ponto de encontro: Largo de São Domingos
- Rota do Tempo - por Manuela Pinto da Costa
Ponto de encontro: Mercado Ferreira Borges

Para o público em geral.
Gratuito, com marcações prévias: Casa Tait, Rua de Entrequintas, 219, 4050-240 PORTO | telefone: 226057000 -Extensão 1911 | correio electrónico: dmpc@cm-porto.pt

O que se passou então aqui? Como é possível que duas entidades sustentadas pelo erário público não sejam capazes de comunicar entre si? O que haverá de tão complicado e extraordinário em conciliar agendas?! Quanto não nos custará esta brincadeira de ter duas equipas a trabalhar cada uma para seu lado? Maria Resende (Igespar) tenta desculpar-se, dizendo que a Câmara não terá enviado o seu programa dentro do prazo. Fraca desculpa é porque vem justamente do organismo que não conseguiu cumprir os prazos para enviar o programa nacional para divulgação na Europa. Como já aqui tinha dito, Portugal e a Federação Russa foram os únicos que não apresentaram a sua programação aos restantes 47 países participantes. Tenho cá para mim que estamos perante o ridículo de assistir a uma discussão de pontualidade entre dois atrasados. Vamos ver se em 2008 fazemos uma coisa em grande e mais barata? Tipo uma equipa mista CMP/Igespar? O cidadão e a sua carteira agradecem.

PS: Também reparei no anúncio de divulgação da tarde de inaugurações na Miguel Bombarda que foi publicado pela CMP/Porto Lazer. Creio que é a primeira vez que vejo a Câmara a esboçar um gesto de apoio a estes galeristas. Fica o gesto registado e aprovado. Todavia, a grande questão continua por resolver: a Rua Miguel Bombarda precisa de ser requalificada quanto antes. Já temos projecto, agora só falta que a Câmara se mexa. Por isso: Sr. Vereador, se faz favor, ponha o pé no acelerador!

David Afonso
davidafoso@quintacidade.com

De: António Alves - "Filosofia de algibeira"

Submetido por taf em Sábado, 2007-09-22 21:37

"As nossas democracias ainda têm tendência para pensar que um estúpido é provavelmente mais honesto que um homem esperto."

Bertrand Russell

O Público da passada quinta-feira teve a feliz ideia de nos lembrar esta frase do famoso filósofo britânico. A capacidade dos filósofos para condensarem numa frase toda a complexidade do mundo foi, é, e será sempre, uma coisa espantosa. Dei por mim a pensar como esta frase retrata tão bem a realidade sócio-política da nossa cidade.

Bom fim-de-semana!
António Alves

De: Pedro Lessa - "Os eléctricos"

Submetido por taf em Sábado, 2007-09-22 14:22

Como primeira impressão dos eléctricos, posso dizer-vos, porque passam mesmo à frente de minha casa, que logo de manhãzinha circulavam quase com lotação esgotada. Por serem grátis? Talvez, mas concordo com o Francisco. Este meio deveria ser totalmente grátis e funcionar no sistema de tapete rolante. Com as receitas de publicidade possiveis, com certeza que se pagaria o investimento efectuado.

Mas isto somos nós que vemos. A Câmara não. A este presidente só interessa pensar com a máquina de calcular na mão para determinados assuntos.

Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa
pedrolessa@a2mais.com

P.S. – Infelizmente as eleições na Ordem dos Arquitectos começam mal. Acabadas de formar as listas já começaram os golpes palacianos. Estas posturas e atitudes começam a ser normais no nosso país. Cada vez mais vivemos numa república de bananas. Para mais informação, basta ler o blog da lista C.

De: Emídio Gardé - "Critérios opostos..."

Submetido por taf em Sábado, 2007-09-22 14:13

Por acaso acedi a tramateurs.blog e reparo que as empresas transportadoras de Lyon e do Porto têm critérios diametralmente opostos no que diz respeito ao planeamento das suas linhas de transporte sobre pneus.

Para comprovar basta relembrar que no Porto:

  • 1. foram extintos os troleicarros (em 1997) e estes substituídos por autocarros, primeiro a diesel e agora no ecológico (!?!) GNV;
  • 2. na última grande, altamente polémica e ainda não estabilizada, alteração de carreiras, foram extintas as grandes e compridas linhas de autocarros - o 78 é o caso emblemático. Mas também acabou a 88 - "porque, como eram muito grandes, acumulavam atrasos". Agora as pessoas, que antes usavam apenas um autocarro/linha para fazer a sua viagem agora têm, no mínimo, de usar dois e fazer um trajecto bem maior. (Experimentem ir do Rodrigues Semide à Foz. Antes bastava o 78; agora há várias alternativas, todas elas bem muito mais bem elaboradas, demoradas e complicadas, que passam por transbordos no Hospital de S. João e/ou no Marquês, para autocarros e/ou para o Metro).

Em Lyon (que também tem metro!), e transcrevendo da página do link acima citado, «Une nouvelle ligne de trolleybus est en service à Lyon depuis le 14 Mai 2007. Celle-ci résulte de la conversion de la ligne 51 au trolleybus. A la rentrée elle fusionnera avec la ligne 1 pour former la ligne forte C3, évitant ainsi une rupture de charge à Laurent BONNEVAY. D'ores et déjà les trolleybus articulés souvent dans leur livrée "ligne forte" desservent cette ligne.». Ou seja, não só 'troleificam' uma linha de autocarros, como a dotam de novos veículos articulados (logo, com mais capacidade de transporte), como a unem a outra linha "para evitar roturas de carga".

Sei que cada cidade tem as suas particularidades e características. Mas é estranho que insistamos em fazer sempre o contrário do dos outros. Será que continuamos a ser os únicos com o passo certo?

Abraço,
Emídio Gardé

De: Pedro Leitão - "Antes era assim"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 22:57

Mapa antigo

- "Clicar" para ver maior

Só por curiosidade e aproveitando a ocasião do regresso dos eléctricos à Baixa, deixo este mapa da rede das linhas de eléctricos na cidade do Porto, no início do século passado. Este mapa foi retirado do livro "Manual do viajante em Portugal" de L. de Mendonça e Costa, edição de 1913.

Como informação complementar, acrescento que a população no distrito do Porto totalizava (em 1911) 679.540 habitantes. Mais: no mapa estão só parcialmente representadas as linhas que tinham como destino os arredores da cidade. Assim, além da rede da Baixa, o eléctrico chegava ainda a zonas como a Foz, Leixões, Monte dos Burgos, Ponte da Pedra, Paranhos, Águas Santas, S. Roque, Gaia (Sto Ovídio e Devesas), etc. Aproveito ainda para fazer notar que, por essa altura, a malha urbana da cidade não havia ainda sofrido as intervenções urbanísticas que, em anos seguintes, dariam origem à Avenida dos Aliados, à Rua Júlio Dinis, à Avenida Fernão de Magalhães, entre outras.

Sou apoiante da expansão da actual rede de eléctricos na cidade e penso que será uma boa forma de equacionar a construção de futuras linhas, olhando e estudado o período áureo deste tipo de transporte no Porto.

Pedro Leitão

De: José Luís Ferreira - "Um eléctrico chamado desejo..."

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 21:20

Desculpem, mas não resisto! Eu sei que começo a ser conhecido por ser um afirmado antagonista do presidente de Câmara que elegemos, e que isso acabará por diminuir aos olhos de alguns a legitimidade das minhas afirmações. Mas, a esta não resisto...

Acabo de, em pleno dia grande da semana da mobilidade, vir a pé da Cordoaria, onde trabalho, até ao Heroísmo, onde habito. Faço este percurso diariamente pelo menos uma vez para cada lado e tenho, portanto, estado à espera do famigerado eléctrico. Ao menos vai poupar-me às subidas e descidas que, se tanto contribuem para a minha forma física, vão moendo todos os dias as minhas pobres pernas, hoje um pouco menos jovens do que já foram.

A CMP, ou seria a STCP (?), tinha prometido o dito eléctrico para hoje, sexta, 21. Procurei-o de manhã e não o vi. Procurei-o à hora de almoço e ele não estava. Procurei-o ao fim da tarde e népias. Concluí que a CMP (ou seria a STCP?) tinha faltado ao prometido. Ora, quando chego aos Aliados, por volta das 19h30, reparo numa enorme feira montada na pequena rua central que dá acesso à rua de Ceuta e, como bom cidadão, aproximo-me para ver o que se passa.

Pois havia um palanque, do cimo do qual o nosso presidente da Câmara (ou seria o presidente da STCP?) perorava sobre a reabilitação da Baixa. Por detrás dele, fazendo cenário, estavam dois eléctricos parados, vazios, servindo para o que não servem, ou não servindo para o que servem. Na rua (de cujo nome agora não me lembro) que acompanha a fachada lateral do Rivoli (que Deus tem, coitadinho), estavam mais dois. Igualmente parados, pauzinho recolhido, impotentes. Desde essa rua, até à Praça D. João I, até ao cimo de Passos Manuel e para lá da Praça dos Poveiros, por Sá da Bandeira acima, centenas de carros (sexta-feira ao fim da tarde, primeira semana de aulas, blá blá) desesperavam em ordeira espera, imóveis ao crepúsculo do grande dia da mobilidade!

Pois, dir-me-ão que eu sou um exagerado, que fantasio, cheio de má vontade. O que eu posso dizer é que, se o dispositivo me entristece, já me indigna o (ab)uso da cidade que tudo isto mostra: falamos de mobilidade, anunciamos um eléctrico que nasce logo desqualificado (veículos do tempo da maria cachucha, frequência risível, poluição sonora dos teatros da cidade…), não o pomos a funcionar no dia devido, guardamo-los para um evento mediático de fim de tarde... Impedimos as pessoas concretas, que circulam realmente na cidade, sem motor ou motorista, de começar a usufruir de um bem público, entupimos o trânsito no dia da mobilidade... Como diziam (e dizem quando é preciso) os nossos vizinhos: basta ya!

P.S.: Sobre o (fragmento de) discurso que ouvi, nem comento. Atribuo tudo a pura alucinação auditiva dos meus pobres ouvidos cansados.

De: César Costa - "Ainda os eléctricos e a Baixa"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 21:14

Boa tarde.

A ideia de pôr a circular um eléctrico gratuito na Baixa do Porto merece, na minha opinião, toda a atenção. E deveria antes de mais merecer especial atenção dos comerciantes da Baixa e da sua associação.

Sendo o percurso um anel fechado, seria muito difícil encurtar o tempo de passagem, ganhando assim o eléctrico o estatuto de escada/passadeira rolante dos centro comerciais, tal como alguém que não recordo o nome (as minhas desculpas...) aqui sugeriu?
E será que, com esta frequência aumentada, não se estaria a diminuir a tentação do estacionamento indevido na via reservada, evitando ou diminuindo um eventual problema?
E será que esta hipótese de "carrosel de eléctricos" não poderia também contribuir para a melhoria da mobilidade na área em questão?
E já agora para a animação dos mesmos espaços públicos e por consequência para os privados?
E será que alguém nos STCP ou na Câmara poderá pensar nisto um pouco mais a sério, e "fazer umas contas", e dizer quanto custa efectivamente?
E será que com publicidade nos ditos, não se poderia pagar uma parte considerável dos custos de funcionamento?

Será isto tudo assim tão difícil?
Será?

Bom fim de semana a todos!
César Lima Costa

De: Alexandre Burmester - "Finalmente os Eléctricos"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 21:08

Em 1990 estive nos EUA em S. Francisco, e fiquei pasmado com a utilização dos eléctricos locais, a sua funcionalidade e as suas particularidades que o transformam numa das principais imagens de marca da cidade. Ao voltar escrevi um artigo no Jornal Público, chamando a atenção para as possibilidades de utilização dos nossos eléctricos, que se encontravam em desaparecimento, e que para além de serem um transporte limpo, era também uma imagem de marca da cidade, e que bem podia ser compatível com as zonas centrais e pedonais. Vieram em resposta os STCP, alegando que gostavam muito dos eléctricos, mas que iriam fazer um Museu.

Em 2001, quando da Capital da Cultura surgiu de novo a hipótese de utilização dos eléctricos, traçaram-se e construíram-se linhas, que infelizmente outras políticas (?) vieram como sempre dizer que estava tudo mal e até as chegaram a retirar. Hoje mudaram-se as linhas, tornou-se a fazer o que já estava pensado e feito, obviamente com as alterações que se justificam para criar mais gastos, e dar razão aos actuais argumentos em detrimento de outras cores políticas. Mas finalmente estão implantadas e vão começar a funcionar.

Muitas vezes aqui tenho dito e repetido que a implantação dos eléctricos seria uma das muitas acções que contribuirão e de que maneira para a reabilitação da Baixa. Existem actualmente diferentes pólos comerciais e de serviços, que se encontram desligados entre si. Como exemplo pode-se facilmente compreender a falta de continuidade entre a zona de Cedofeita, com Almada, e desta com Santa Catarina e Batalha. A ligação possível entre estes pontos daria a possibilidade de continuação de seus usos. O prolongamento destas com Gonçalo Cristóvão e Constituição, e daqui para o lado Oriental; ou ainda para Rua da Boavista e Rotunda. O Eléctrico, melhor do que qualquer outro transporte, estabelece uma ligação à escala e à velocidade do uso da Rua e dos espaços públicos.

Ainda bem que estão de volta, quero lá saber quanto custa a sua manutenção e o seu consumo. Seja pago ou de graça (preferencialmente pelo menos nesta fase) servirá não só os cidadãos nas suas deslocações, mas ainda como imagem da cidade do ponto de vista turístico. O Eléctrico trará uma mais-valia difícil de contabilizar, mas sem dúvida muito superior ao seu custo.

Os comerciantes, ou a D. Laura, é que não têm qualquer sentido comercial.

De: João Medina - "Eléctricos gratuitos na Baixa"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 21:03

Realmente "o povo português adora tudo o que é brinde". É pena não adorar tanto como o povo inglês, americano, ou australiano, que até já conseguiram ter um transporte semelhante gratuito, conforme apresentado aqui. E este povo adora o gratuito de tal forma, que prefere ir a um centro comercial onde não paga estacionamento, onde tudo está limpo, e onde para subir e descer andares tem escadas e tapetes rolantes. É incrível este povinho português.

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Mas já agora deixem-me anotar outro vício de pensamento. Os argumentos apresentados centram-se no eléctrico para o turista e não para o habitante (esse tal ingrato povo português). O turista é um mero visitante esporádico da cidade, para quem realmente o preço é praticamente indiferente, dentro dos limites do razoável. Outra coisa é pensá-lo também para o habitante, que vai trabalhar, estudar, fazer as suas compras à Baixa, tomar o seu café, ver o seu espectáculo. Estes serão os principais animadores da Baixa, que poderão vir a ser os principais utilizadores do eléctrico, e que poderão vir mais ou menos vezes consoante isso lhes pese na carteira.

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Uma última nota para o argumento dos custos: altos ou baixos, os custos seriam exactamente os mesmos caso o eléctrico fosse gratuito ou fosse pago. O que mudaria seria a receita. Mas a receita será sempre irrelevante, e sobre isso já foram aqui apresentadas formas de encontrar alternativas.

Artigo na Urban Land

Meus Caros

Recebi hoje o último número da revista Urban Land e o artigo de abertura tem o título deste post. Segundo a ULI, a mais importante associação privada do sector imobiliário dos EUA, já são mais de 40 as cidades que estão a implementar ou a estudar a implementação de eléctricos nos centros de cidade e o impacto que este meio de transporte tem tido onde já existe é muito positivo.

Não precisamos de ninguém de fora para nos dar razão, mas ajuda sempre saber-se que, como aliás aqui disse António Alves, esta ideia de reintroduzir eléctricos no meio das cidades está em clara expansão.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Manuel Martins - "Visão curta na Via Nun'Álvares"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 20:26

Caro T.A.F.:

O JN de hoje, na Página do Leitor, publica o texto desta msg, embora omitindo a passagem sobre o Metro de Lisboa. Se interessar inclui-la n'"A Baixa do Porto", faça o favor.

Cumprimentos amigos do
M. Gaspar Martins

Tenho seguido com interesse pelo JN a controvérsia sobre o projecto da Avenida Nun’Álvares. Não sou perito na matéria, embora, como nado e criado no burgo, sinta que poderá valorizar a minha cidade. Permitirá uma ligação, por túnel, mais desafogada à cidade vizinha de Matosinhos. Surpreende-me, contudo, ser considerada exagerada a largura da via. Ocorreu-me de imediato uma passagem da acta duma reunião da vereação ocorrida nos anos vinte do século passado onde foi aprovado o alinhamento da rua de Passos Manuel não pela parte mais larga, mas pela parte mais estreita. Se não a tivesse lido, não acreditava. Felizmente, ficou como está. Será uma fatalidade lusíada não se ver para além do presente? O Metro de Lisboa foi logo apelidado de “centímetro” por ter estações construídas de raiz só para duas carruagens. Claro que, alguns anos depois, custou uma fortuna alargá-las para as actuais oito carruagens. Há dias, foi inaugurada em Gaia uma via a que deram o pomposo nome de Avenida Agustina Bessa Luis. Só tem uma via em cada sentido e basta alguém estacionar para entupir o trânsito. Mas chama-se avenida, pois claro. (...)

De: Ana Paula Machado - "Museu Soares dos Reis"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 16:03

Caro TAF

À semelhança do que já uma vez fiz venho pedir-lhe que divulgue no blog “A Baixa do Porto” o ciclo de conferências cujo programa envio em anexo dado que se trata de um evento de entrada livre. O evento está associado à exposição “Obras primas da Cerâmica Japonesa” que está patente aqui no Museu e que ao Domingo de manhã também pode ser visitada gratuitamente, como aliás todo o Museu e as outras duas exposições temporárias.

O Museu precisa urgentemente do envolvimento dos portuenses e de que se habituem a usufruir daquilo que de melhor se produz com o dinheiro público. Mando divulgação de tudo, mas o que me parece precisar mais de divulgação são as conferências, que trazem à Cidade as pessoas mais qualificadas nestes assuntos e… ninguém os vem ouvir. Peço-lhe que divulgue como melhor entender e agradeço desde já a atenção que possa dispensar ao pedido.

Com os melhores cumprimentos
Ana Paula Machado
--
Nota de TAF: Tenho todo o gosto em divulgar aqui iniciativas do MNSR, e desde já fica o pedido para me enviar regularmente informações sobre o que se passa no Museu. Era importante, contudo, que o próprio Museu fizesse um esforço mais sistemático de promoção, começando ao menos por actualizar o seu site. Não sei quais os meios disponíveis, mas se calhar isso mesmo poderia (e deveria!) ser debatido aqui no blog. Com coordenação de esforços entre os já muitos visitantes deste espaço na net, se calhar conseguiam-se sinergias, como aqui abaixo tem sido referido noutro contexto. ;-)

De: António Alves - "Novo Veículo - Sinergias II"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 15:45

«Bombardier developed for the Wiener Linien (Austria) a low-floor vehicle which is especially suited for the historic network of Vienna's U6 line. A total of 116 vehicles with level entrances and step-less interior will soon replace the old high-floor fleet.»

F. Rocha Antunes sugere aqui que alguém investigue "um eléctrico melhor, capaz de se comportar como verdadeira plataforma rolante de pessoas dentro de um circuito fechado, de forma ecologicamente aceitável, teríamos a verdadeira sinergia entre investigação, política de cidade e mobilidade". Eu pretendo deixar uma pequena sugestão no campo, não da investigação, mas das sinergias.

Tanto a CP Porto como a Metro do Porto utilizam veículos com tecnologia Bombardier. Em Guifões temos um grande complexo ferroviário constituído pelas oficinas da EMEF e da Metro. É também neste local que, após o abandono da Amadora pela multinacional canadiana, ainda se encontram técnicos e tecnologia Bombardier. Arrisco mesmo a dizer que Guifões é hoje o mais moderno centro de tecnologia ferroviária em Portugal.

A Bombardier tem fabricado várias soluções à medida para diversas cidades por esse mundo fora de que o exemplo de Viena é um dos mais conhecidos. E quem conhece Viena sabe a excelente utilização que lá fazem dos eléctricos rápidos e modernos para potenciar e facilitar a mobilidade urbana no seu centro histórico. O Porto, utilizando a capacidade tecnológica e fabril instalada em Guifões podia também juntar-se a estas cidades líderes.

A construção de veículos ferroviários modernos pelas grandes multinacionais obedece a uma filosofia modelar, isto é, a maioria dos seus componentes, principalmente nos órgãos de comando e tracção, são idênticos em todos os vários modelos fabricados. Como tanto a CP Porto como a Metro utilizam tecnologias Bombardier, a opção por eléctricos urbanos da mesma tecnologia constituiria uma "sinergia" que poderia poupar-nos muito dinheiro. Além de que as soluções Bombardier são comprovadamente de excelente qualidade, tendo recentemente conseguido o feito inédito de vender material ferroviário à francesa SNCF que historicamente só utilizava material do gigante gaulês Alstom.

A possibilidade de poder vir a constituir-se um cluster ferroviário especializado em veículos ligeiros - metros e tramways - em Guifões é uma hipótese que deve ser encarada com seriedade. Julgo que é uma área que tem um mercado promissor, tanto em Portugal como por esse mundo fora. Se tal conjugação de circunstâncias se verificasse num local mais a sul, mais próximo da Grande Lisboa, não faltariam ministros a tecer loas a tal oportunidade. Já seria PIN.

Declaração de interesses: nada me liga à Bombardier. Tento apenas fazer uma análise objectiva da realidade e chamar a atenção para uma possibilidade que poderá ser benéfica para a cidade e região.

De: Luís de Sousa - "A Sul do Porto"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 12:20

É hoje notícia nos meios de comunicação social a decisão da Câmara de Lisboa de iniciar o processo para a organização de um concurso internacional de ideias para o planeamento e requalificação do Parque Mayer, para o qual já existe uma proposta do arquitecto Frank O. Gehry que poderia ser sem sombra de dúvidas não só um contributo importante para uma maior e melhor vivência dos Lisboetas daquele espaço, mas também uma nova atracção para potenciais visitantes da cidade, pela singularidade dos objectos arquitectónicos propostos.

Mesmo achando uma oportunidade perdida de ter uma obra deste arquitecto no nosso país, temos que nos congratular pelo facto de surgir finalmente uma mudança de postura do dirigismo local em relação à arquitectura e ao desenho urbano dos seus espaços, permitindo a livre concorrência entre arquitectos e premiando estes não pelo seu prestígio, mas pela qualidade do seu trabalho. Resta-nos esperar que este concurso não possua um regulamento que induza as propostas a serem meras operações de restauro do edificado, mas que em vez disso exaltem os Arquitectos a serem críticos, incisivos, criativos e claros locutores da contemporaneidade através do acto de projectar.

Espero que esta que me parece ser uma iniciativa positiva da Câmara de Lisboa seja seguida pela sua homóloga do Porto, onde a história recente demonstra que a abertura de concursos internacionais de arquitectura é um acto problemático que facilmente tem sido superado pela opção da encomenda a arquitectos mais, ou menos, prestigiados que por norma dão legitimidade aos autarcas para as suas intervenções urbanas.

Cumprimentos
Luís de Sousa

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 12:06

- Rui Rio não quer primeira sala de chuto no Porto
- Utentes aplaudem regresso de eléctricos à baixa do Porto
- Quando a cidade é dos cidadãos
- Câmara promove legalização de bares
- CMP felicita direcção da ANJE
- Dinheiro fez moda mudar de margem
- STCP premeia clientes fiéis
- 112 anos de história

- Ciclo de exposições no Serv’Artes
- Estúdio Latino «transformado» em Sala Houdini
- “O Dragão na Escola”

Ps. Talvez o João Medina tenha razão, além de um assunto interno do PSD, é um assunto cujo desfecho será em Lisboa e pouco ou nada interferirá com o nosso futuro. Mas podia interferir, João, imagine que Menezes era eleito e abandonava a Câmara de Gaia, talvez se abrissem outras oportunidades ou outros infortúnios. Mas isto está de facto perdido, não temos participantes a opinar sobre os danos desta candidatura na imagem do concelho vizinho, não podemos saber como se sentem os munícipes perante a hipótese de verem o seu Presidente seguir outro rumo, o que acham desta corrida de interesses. Enfim, da minha parte vou comprar o tal livro «Coragem de Mudar», não estou livre de vir a ser eleitora nesse município distante, para ser honesta só o barrismo me tem impedido.
--
Nota de TAF:

- O prazer de ir devagarinho do Carmo aos Guindais (e voltar)
- Discussão pública do projecto da Via de Nun"Álvares vai decorrer até ao final do ano

De: Luís Gomes - "Eléctrico é já hoje!"

Submetido por taf em Sexta, 2007-09-21 11:45

Desde que escrevi o meu último post, fico satisfeito por ver o assunto mais debatido e com algumas sugestões interessantes. Em relação à sua gratuitidade, (o povo português adora tudo o que é brinde e tudo o que é grátis...) não considero que isso vá acontecer. Primeiro porque os STCP e a Câmara não andam a fazer caridade dado o avultado investimento, tal como veio publicado no Primeiro de Janeiro:

"(...) a STCP investiu cerca de 700 mil euros. Porém, segundo uma fonte da empresa, o investimento total entre 1998 e 2006 no sistema de tracção eléctrica (intervenções na via, carris e aparelhos de via, catenária e obras complementares) ronda os 11 milhões de euros"

Assim sendo, quem tem passe usufrui gratuitamente do eléctrico, quem não tem, paga como que de um serviço normal se tratasse. Depois, se pensarmos numa lógica concertada de promoção turística, não faria sentido nada cobrar ao turista. Por um lado, temos o benefício de complementar o cartaz turístico, por outro ainda que menos notório, servirá para pequenas deslocações na Baixa. Mas não nos esqueçamos que há um prejuízo inerente à circulação rodoviária, pois para além de autocarros, camionetas e automóveis, vamos ter mais uns quantos eléctricos a percorrer as apertadas ruas da Baixa. Isto já para não imaginar "o filme" que vai ser quando o eléctrico começar a "empancar" o trânsito devido aos carros mal estacionados...

Apenas para vos dar um exemplo, o eléctrico turístico de Barcelona, em tudo similar ao do Porto, percorre meia dúzia de ruas, fazendo a ligação entre os autocarros turísticos e um funicular turístico. Por esses dez minutos de "passeio" pagamos 2,5€ ida e 3,70€ ida e volta.

Em Barcelona  Eléctrico

Também foi levemente tocado de novo o assunto do eléctrico na Boavista. Fazendo a ligação deste assunto com a possibilidade de existir um canal para metro na malfadada Av. Nun'Álvares, sou da opinião que deveria existir um eléctrico rápido que ligasse a Boavista à zona Ocidental da cidade passando pelas zonas residenciais e Faculdades. O investimento seria substancialmente menor, ficavam todos satisfeitos pois teriam mais um transporte público para se deslocar, e o contribuinte, esse sim ficaria muito agradecido. Um exemplo possível será o da Avenida Diagonal em Barcelona que "rasga" a cidade de uma ponta à outra, e possui no seu canal central uma linha de eléctrico rápido. A cidade tem as suas linhas de metro, e isso não a impede de ter uma linha de eléctrico certa para as especificidades de uma Avenida extensa, e com vários cruzamentos.

Por último reforçaria algumas sugestões:

  • - Já que falamos no eléctrico, entendo que muitos de nós gostariamos de ver o Museu do Autocarro, uma vez que temos modelos tão antigos que fizeram parte da nossa vida e de outros mais velhos. Alguns destes autocarros encontram-se no Museu do Carro Eléctrico literalmente encostados e a apodrecer.
  • - Seria positivo a retirada dos carris das ruas de onde não se prevê que eles voltem a circular, nomeadamente na Foz do Douro e em Nevogilde. Para além de serem desconfortáveis para os automobilistas são muito perigosos em dias de chuva.
  • - Seria simpático se os STCP decorassem como deve ser os seus eléctricos, quanto mais não seja para promover a marca Porto, coisa que eu acho que muitos responsáveis políticos ainda precisam levar umas noções de Marketing...

Afinal é de simples contributos que se faz uma participação cívica.

Luís Gomes

De: TAF - "Bom senso"

Submetido por taf em Quinta, 2007-09-20 22:41

De: TAF - "Esqueci-me de referir antes..."

Submetido por taf em Quinta, 2007-09-20 18:40
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