2006-10-01

Em Detroit, nos Estados Unidos, um grupo apercebeu-se que podia facilmente chamar a atenção para os edifícios degradados que abundavam na cidade - pintando-os de laranja vivo. Das primeiras onze que foram pintadas, quatro já foram demolidas... Ler mais em Good Magazine.

G. Quintas

De: Francisco Oliveira - "Incúria"

Submetido por taf em Sexta, 2006-10-06 23:50

A propósito do post de João Medina sobre a falta das costas dos bancos de granito junto à Cadeia da Relação, lembro-me que em tempos também desapareceram todas as lages, também de granito, que encimavam o muro que rodeia a Faculdade de Economia. Aliás, algumas dessas mesmas lages eram facilmente visíveis nas entradas de algumas casas do bairro social adjacente (Bairro do Outeiro). Infelizmente roubam tudo, inclusive os suportes de alumínio que abraçam os contentores de lixo. E segundo me informaram dos serviços de limpeza da CMP quando para lá participei este roubo na rua onde resido, disseram-me que inclusivamente roubam os próprios contentores.

Roubam ou desfazem os pequenos recipientes que há pelas ruas pendurados nos candeeiros ou em pequenos suportes.

E o que se vê no comportamento das pessoas que passeiam cães para defecarem nos passeios, na maneira como depositam o lixo, mesmo onde há contentores não cheios, classifica o pouco civismo das pessoas.

Na Rua 31 de Janeiro, aquando das obras da Porto 2001, foi colocado um contentor subterrâneo em frente ao número 87. Foi incendiado por diversas vezes. Acabou por ser retirado. E nesta mesma rua já vi eu e outras pessoas ser atirado directamente da janela de um terceiro andar um saco de lixo para a rua. É fácil imaginar como o mesmo ficou.

Quero com tudo isto dizer que a maioria dos portuenses (dos portugueses) não merecem que sejam melhor tratados. E quanto aos turistas estrangeiros... é bom que saibam como nós somos. Aliás, no estrangeiro há muita gente parecida connosco. Basta ir a Paris e não ficar pelos Campos Elíseos.

Saudações para todos os portuenses
Francisco Oliveira

De: João Medina - "Por falar em incúria"

Submetido por taf em Sexta, 2006-10-06 16:53

Junto à Cadeia da Relação   Junto à Cadeia da Relação

Na praça em frente à Cadeia da Relação, as costas estão no estado que as fotografias mostram. Isto já está assim praticamente desde a inauguração da "nova" praça, por alturas do Porto 2001. Se uma situação de abandono já de si é má, a situação torna-se incompreensível tratando-se de um lugar nobre da cidade. Não creio que meia dúzia de lages de granito sejam assim tão caras que impeçam a sua reposição (até porque granito é o que não falta pela cidade). O que impede realmente a melhoria desse espaço público é a incúria e o abandono a que esta Câmara Municipal votaram a cidade e quem lá vive e trabalha.

Junto à Cadeia da Relação

(Nota: nos tempos que correm, utilizando meios informáticos e a internet, seria perfeitamente exequível a câmara ter um serviço que recebesse dos cidadãos este tipo de denúncias - ou que consultasse este blog - e que se encarregasse de lhes dar uma resposta pública e transparente).

De: José Paulo Andrade - "O lixo no Centro Histórico"

Submetido por taf em Quinta, 2006-10-05 20:32

Rua do Souto  Rua da Reboleira

Dei um passeio hoje de manhã, dia 5 de Outubro, pelas ruas da Sé. O estado de limpeza das ruas era deplorável com lixo espalhado pelo chão e amontoado dando uma enorme imagem de desmazelo. Os sinais de consumo e tráfico de droga existem em quase todas as ruas desta freguesia existindo um clima deprimente e de insegurança. Os turistas são raros e os poucos que se vislumbram olham para as ruas com desagrado visível. Este declíno parece que se acentua de semana para semana!

Por outro lado a poucas centenas de metros, na Ribeira, as ruas globalmente estão muito mais aprazíveis, embora a limpeza também esteja longe de ser perfeita. Existe um grande movimento de turistas o que dá alguma dinâmica interessante à zona vizinha do rio Douro.

A cidade do Porto para se afirmar como destino turístico e ponto de partida para exploração do Norte do país (Guimarães e Braga) e Região do Douro tem que ter o seu Centro Histórico, incluindo aquele que rodeia a sua principal igreja, limpo e apresentável todos os dias (incluindo os fins de semana e feriados)! E penso que a Câmara Municipal tem muitas responsabilidades nesta situação. O preço a pagar por esta incúria pode ser muito caro a médio e a longo prazo.

Envio como exemplo duas fotografias tiradas com 30 minutos de intervalo onde este contraste é flagrante (Rua do Souto e Rua da Reboleira).

José Paulo Andrade
Ruas do Porto

De: TAF - "Hoje"

Submetido por taf em Quarta, 2006-10-04 18:36

De: Cristina Santos - "A navalha é uma arma ou uma ferramenta?"

Submetido por taf em Quarta, 2006-10-04 11:08

Não há motivos para pôr em causa os interesses deste blog, durante 2 anos todos foram livres de expressar a sua opinião, cada um organizou a informação que obteve da forma que pretendeu, e se alguns a usaram em investimento na recuperação da cidade, então devemos estar orgulhosos da nossa função.

Se por cada post editado tivesse sido restaurado um edifício, imagine-se quantos problemas já teríamos solucionado; a Baixa do Porto nunca vincou opiniões ou decisões finais, os posts sempre foram geridos de acordo com o interesse da Cidade.

A reabilitação urbana é ao momento a nossa principal meta, por isso é o tema mais abordado, simplesmente não podemos exigir uma cidade limpa se em cada 5 prédios 1 tem as caleiras rotas, nem configurar pastelarias dignas nos fundos de um edifício podre.

A reabilitação urbana envolve negócios, vendas e promoções, envolve a correcta acção da autarquia, envolve uma população empenhada em preservar e habitar a cidade, envolve toda a problemática social, acessos, entretenimento, transportes públicos e até comércio de primeira necessidade.

Se o anúncio a um prédio pode ser sinónimo de um interesse difuso, e se a defesa de uma acção pública pode ter interesses directos, só falta dizer que todas as opiniões que se insurgem contra a autarquia são feitas por militantes da oposição. Todos queremos o desenvolvimento da cidade, à partida estamos de boa fé. Cada qual expõe o seu ponto de vista, é natural que se aproveite a experiência profissional para enriquecer o debate, por exemplo lamento não perceber nada de pastelaria, já viram o contributo que podia trazer sobre o custo que um croissant queimado acarreta na factura da EDP?!

O Público é um excelente jornal, deu-nos a oportunidade de juntar mais meios humanos a esta luta, um comerciante tradicional pode vir a ler a opinião de alguns de nós e lembrar-se que a D. Laura afinal está viva, apesar de não lhe telefonar desde a última eleição, pode reflectir sobre a cidade e principalmente sobre as queixas dos seus potenciais clientes.

A entrevista do Tiago Azevedo devia ser um motivo de orgulho para todos.

Temos finalmente oportunidade de alargar o debate aos portuenses que lêem bons jornais mas não têm acesso à Internet, temos o interesse dos media na localidade, coisa que tem sido preterida pelo nosso tradicional JN.

Enfim, temos uma oportunidade, cumpre-nos decidir se a usamos como uma arma ou como uma ferramenta.

Cristina Santos

De: Pedro Lessa - "Mea culpa"

Submetido por taf em Terça, 2006-10-03 19:16

Faço então o meu sentido mea culpa, caro Hélder. Interpretei no sentido oposto. O que é facto é que existem opiniões e mentalidades com que teremos de lidar e lutar, o que pelo visto não era o seu caso.

Por vezes torna-se necessário ilustrar as situações que, por mais insignificante que seja o exemplo, é demonstrativo do que muito erradamente se vai oferecendo ao consumidor. Por mim, como referi no meu post, aquela situação era merecedora de uma visita da Inspecção das actividades económicas e de saúde pública, porque quem vende produtos daqueles, imagine-se como será a cozinha (digo eu, posso estar enganado).

Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

De: Hélder Sousa - "Mal entendido"

Submetido por taf em Terça, 2006-10-03 18:40

Pedro Lessa

O texto despropositado era o meu e só o meu.

O exemplo da pastelaria queimada não era despropósito nenhum. Já aqui tinha referido numa das minhas participações os tristes cafés e pastelarias desta cidade – sem fotografias. E, se bem lembro, algumas pessoas reagiram bastante mal. Eu julguei que estava enganado, que por ser pessimista (por vocação) estava a exagerar e era só eu que sentia isso. Aliás, no mesmo texto também falava de coisas importantes, mas muito vagamente.

Agora o texto despropositado era o meu: se dependesse de mim, eu não o teria colocado no blogue. (Confesso que também não colocava outros, mas isso já é outra história.)

De: Pedro Lessa - "Mentalidades"

Submetido por taf em Terça, 2006-10-03 15:37

Caro FRAntunes

Eu percebi bem o que quis dizer no seu post. Tanto eu como o Francisco sabemos que existem comerciantes, ou associações entre eles, em certas zonas que já fazem esse serviço voluntário. É certo que são precisas muitas mais.

O meu desabafo foi no sentido que, precisamente por existirem esses esforços por parte de alguns comerciantes, geralmente atribuem-lhes as responsabilidades de todo o mal do comércio tradicional e por conseguinte generaliza-se.

Outro aspecto do meu desabafo refere-se também à enorme injustiça relativamente à situação de se pagarem impostos para evitar precisamente esse "serviço voluntário forçado". Os comerciantes não têm esse dever de limpar as ruas, e no entanto alguns ainda o fazem. E depois são esmagados, é o termo, com todos os impostos e obrigações para com o Estado. E o Estado é implacável com quem não cumpre (e deve-o ser). Daí eu desabafar que também devemos ser implacáveis com o Estado porque não está a cumprir (englobo neste Estado as Câmaras, claro). E no entanto gastam-se milhões em corridas de carrinhos e os serviços de limpeza com tantas dificuldades. E, para cúmulo, estes senhores ainda nos aparecem com aquele risinho cínico como se tivessem feito a obra que a cidade espera há anos.

O Francisco com certeza que tem conhecimento de todas as taxas ridículas que uma câmara obriga os comerciantes, que por exemplo vai desde a obrigação de se ter uma licença para ter música no espaço comercial, até à licença para se poder colocar na montra um cartaz a anunciar saldos. Já para nem falar no tempo perdido com a burocracia de tais actos.

Já aqui há uns tempos falei nisso, no voluntarismo de alguns comerciantes, existindo como bom exemplo a Assoc. dos Bares na Ribeira. Muitas vezes apresentam-se projectos que deviam ser pagos pela câmara e que no entanto para além de a câmara não o fazer ainda olha de lado para tais voluntarismos como ainda se dão ao luxo de torpedear qualquer iniciativa.

O panorama é muito negro, só não vê quem não quer. E o problema maior não é a Reabilitação de edifícios mas a Reabilitação de mentalidades. Situações inadmissíveis continuam a acontecer no comércio do Porto. Que melhor exemplo precisa para ilustrar a negra situação, quando o exemplo que deu (e muito bem, para mim aquela pastelaria era para fechar) é considerado aqui no blog como despropositado?

Antes das atitudes é imperioso mudar mentalidades.

Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

Com esta notícia mais parece que vai abrir uma nova secção de imobiliário, destinada a investidores, promotores, mediadores e outros agentes. (Talvez não fosse pior remeter para um canto deste blogue essa secção, disponível para profissionais.) Entretanto, na secção principal podia-se discutir o que realmente interessa. Ainda agora se começou a falar da importância (quem diria?) de reformular o comércio tradicional e a sua ‘pastelaria’.

De resto, parabéns ao Tiago pela persistência diária neste projecto, apesar da dificuldade de moderação de comentários e textos tão despropositados como este. Será importante uma nova atitude em relação à moderação do debate para rentabilizar a atenção dada pelo Público e pelo outro público, cada vez maior, a estes assuntos.

Até breve.
Hélder Sousa

De: TAF - "Notícias"

Submetido por taf em Terça, 2006-10-03 11:09

Pollen

Tenho andado um pouco afastado das lides bloguísticas porque tenho dedicado todo o meu tempo suplementar à organização deste evento: Pollen - Exposição de Artes Plásticas. De algum modo, trata-se da continuação dos meus comentários, mas por outros meios. Cansado de dar opinião, resolvi, em colaboração com a minha mulher (Adriana Floret) e com alguns amigos, ensaiar algo que tivesse alguma repercussão no terreno.

A exposição terá lugar num edifício devoluto situado na rua das Flores, 61 (ao lado do Instituto da Juventude), que possui cerca de 600 m2 repartidos por três pisos, encontrando-se em excelente estado de conservação. O proprietário cedeu-nos gratuitamente o espaço para este efeito e em troca apenas pediu três coisas: 1) manutenção das condições de higiene e segurança do edifício durante o período do empréstimo; 2) divulgação do espaço e das suas potencialidades, dado que o pretende vender (mais informações aqui); 3) e um convite para a inauguração :).

O financiamento do projecto foi conseguido através do Programa de Apoio a Projectos Pontuais do Instituto das Artes, cujos resultados podem consultar aqui e aqui (atenção que a denominação original do projecto é "Antiga Papelaria Reis", dado que seria essa a localização primitiva do evento, e a entidade proponente é "Cristóvão Neto"). Os restantes apoios não-financeiros têm várias proveniências e foram pedidos conforme as necessidades específicas do projecto. A estes também há a acrescentar o trabalho em regime de quase voluntariado da Adriana, do Cristóvão Neto e restantes artistas plásticos.

Nesta exposição colectiva de arte contemporânea participam cinco artistas portugueses: Cristóvão Neto, Gilberto Reis, Rodrigo Tavarela Peixoto, Virgínia Mota e Frederico NS; e um convidado extra, o japonês, Hideshi Ide, que vem directamente de Nagoya para expor pela primeira vez em Portugal (por feliz coincidência decorre neste momento uma exposição de bonecos tradicionais japoneses na Casa do Infante e de gravura japonesa no CRAT, ou seja, a Baixa tem um pacote completo de cultura japonesa – da tradição à contemporaneidade - para oferecer). Para ficarem a conhecer melhor os artistas convido-vos a dar um salto ao pollen2006.blogspot.com.

A inauguração será no dia 7 de Outubro (sábado) a partir das 19:00 prolongando-se até às 22:00 (pelo menos) e TODOS os participantes deste blogue, ou seja, quem o escreve e quem o lê, devem-se considerar meus convidados especiais.

Estará aberta ao público em geral a partir do dia 8 de Outubro até 4 de Novembro com o seguinte horário: 3ª a 6ª e Domingos das 13:00 às 20:00 e Sábados das 10:00 às 20:00. Não se limitem a desejar boa sorte. Apareçam!

David Afonso
attalaia@gmail.com

De: TAF - "Lisboa"

Submetido por taf em Terça, 2006-10-03 01:40

De: TAF - "Estatísticas"

Submetido por taf em Segunda, 2006-10-02 23:06

Gráfico de visitas ao blog

Nota: o programa de estatíticas usa a hora de Verão, ou seja, o dia agora para ele termina às 23:00.

De: Cristina Santos - "Comércio tradicional"

Submetido por taf em Segunda, 2006-10-02 22:46

Antes de mais, parabéns à Baixa do Porto e à Cidade, esta nova oportunidade no Público é uma conquista para todos os portuenses.

Depois, quanto ao comércio, concordo em absoluto com a opinião do Francisco Rocha Antunes, há muito a fazer.

A qualidade e o preço do produto, toda a gente sabe que em tempos de crise não se exigem descontos, mas sim aumento de qualidade, portanto o comerciante deve oferecer produtos melhores com menos margem de lucro. O que acontece é precisamente o contrário, o comerciante do Porto tem procurado reduzir na qualidade e vender o produto ao preço do ano anterior. Como resultado o cliente prefere gastar mais 10 euros numa boa peça no shopping, que 20 num farrapo.

O aumento do desemprego no Porto funciona ao contrário, quanto mais desemprego há, piores são os funcionários. Numa situação de crise as pessoas não se podem dar ao luxo de prestar mal o serviço a que se dedicam. Que culpa tem o cliente que a funcionaria da boutique seja nora do patrão e não tivesse sido colocada este ano? Com certeza que há por aí muitas pessoas que não se importam de vender dignamente sapatos, com a perspectiva da sua competência as poderem levar à gerência dessa sapataria.

A noção de equipa coesa no comércio tradicional traduz-se na união contra a queixa. O cliente queixoso é tido sempre como um caso isolado, o único que se sentiu mal atendido em toda a cidade do Porto, nunca são postos em causa os funcionários ou os produtos.

A estratégia comercial da Baixa não passa pela angariação de novos clientes, mas sim por perseverar nos mesmos de sempre. Faz-se má cara ao novo cliente, para que o antigo se sinta privilegiado; em vez de se aumentar as condições de atendimento forjam-se 2 dedos de conversa dissimulada.

Ora a culpa deste comportamento recai sobre a Srª D. Laura, que até hoje, mesmo com a indemnização das Antas, ainda não criou uma relação com comerciantes nem com consumidores. Se a Associação Comercial fizesse campanhas, em vez de fados repetitivos, a formação e informação dos comerciantes podia melhorar. Se o cliente soubesse que podia mandar um fax «construtivo» à Sr.ª D. Laura alertando para o mau funcionamento de uma determinada entidade e se nesse seguimento o comerciante fosse devidamente alertado para o interesse de corresponder ao mercado, não existiriam tais lobbys.

No entanto a Sr.ª D. Laura também não poderá fazer mais nada, há uns tempos tínhamos uma batata podre no saco, agora é tarde para salvar a semente.

Uma nova conduta comercial se levanta, que não gosta de más cantigas. Ruas como Mouzinho da Silveira, se vierem a ser reabilitadas com realismo, poderão ser palco de um novo mercado que nos trará a recompensa por estes últimos anos de reconversão. Acredito nisso, nessa nova semente, numa nova visão e tenho por certo que em 3/4 anos vamos conseguir uma boa colheita.

Cristina Santos

Ps. Em matéria de recolha de lixo, tenho a comunicar com algum atraso que desde o último post relativo à R. da Boavista, a situação foi completamente resolvida, diminuíram tambem os actos de vandalismo. No Centro Histórico é mais uma questão cívica, uma vez que os comerciantes carregam os produtos nas carrinhas e deixam deliberadamente as embalagens no chão, os residentes atiram resíduos até das janelas, portanto aqui vai ser mais difícil, a menos que tenham, como já vão tendo, cantoneiros de hora a hora.

De: F. Rocha Antunes - "Serviços comuns voluntários"

Submetido por taf em Segunda, 2006-10-02 19:09

Caro Pedro Lessa

Concordo consigo que não são apenas os comerciantes que têm culpa. E podemos fazer a distribuição das culpas sem que ninguém se fique a rir. Também concordo que o nível de limpeza das ruas deixa muito a desejar, não percebendo como pretende a Câmara cumprir a sua parte do Masterplan gerindo os serviços camarários desta forma. A questão que quis colocar foi outra, mas não me soube explicar. Vou tentar de outra forma.

A nossa noção de coisa comum é muito limitada, mesmo quando é do nosso interesse. Li algures que é do pânico de sermos tomados por lorpas, aparentemente a pior coisa que pode acontecer a um português. Mas eu não penso assim, e não tenho esse medo.

Concretizando, e utilizando o seu exemplo, há imensas coisas que podemos fazer sem esperar que alguém venha resolver por nós e estamos sempre à espera que outros o façam. Nada impede que um conjunto de comerciantes ou moradores organize ou contrate níveis adicionais de limpeza, se isso lhes for vantajoso. Pode perfeitamente exigir-se à Câmara o cumprimento dos níveis mínimos de limpeza e complementar com um esforço adicional, como aliás vários comerciantes sempre fizeram mas de forma isolada ao lavarem e varrerem a parte da rua ou do passeio em frente da sua loja.

No caso do estacionamento o exemplo é corrente: qualquer comerciante pode negociar com o parque da sua área de influência um pacote de horas que distribui aos seus clientes. Há muitas lojas a fazerem isso com sucesso.

Se bem me recordo foi o Pedro que falou aqui num caso que eu conheço bem, o Santos Design District, uma associação voluntária de alguns lojistas de equipamento para casa de uma zona específica de Lisboa que é um excelente exemplo do que eu quis dizer.

Por exemplo, custava alguma coisa aos donos do café Piolho e das restantes esplanadas à volta organizarem uma limpeza suplementar para as esplanadas depois das noites de verão? Não percebem que deixar centenas de copos de plástico vazios no chão é um problema de todos mas sobretudo um problema deles e para eles?

Há muita coisa que todos podemos fazer, e o Porto e a Baixa precisam muito que todos façamos esse esforço suplementar.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Pedro Lessa - "Estacionamento"

Submetido por taf em Segunda, 2006-10-02 17:44

Relativamente ao estacionamento na Baixa, concordo com o que Rui Moreira diz, apesar de pensar que se pode ir muito mais longe. Digo ainda que tentar proibir a circulação também não resolve o problema. Condicionar, até admito que sim, mas banir totalmente é enfiar a cabeça na areia. Temos, aliás, pequenos exemplos disso na Baixa.

Gostaria também de que as atitudes fossem outras, como diz e bem FRAntunes, mas mais uma vez vou mais longe, porque as atitudes devem vir de cima (leia-se os económicos da CMP) e tentar ser um comerciante inovador, atento aos seus clientes, com todas as condições para os receber, torna-se bastante difícil quando nas ruas a imundice é generalizada e são os próprios funcionários da catedral da limpeza a dizerem que não limpam porque são essas as suas ordens.

Já começa a saturar o argumento de que a culpa é dos comerciantes. Efectivamente, alguns vão ter de fechar as portas (penso eu), porque não conseguem mudar a sua mentalidade e postura, mas felizmente já começam a existir muitos que nunca se desculpabilizaram com os shoppings e não se revêem na Sra. D. Laura e seus compadrios.

É que eu também não acredito que um comerciante de um shopping pudesse ter à sua porta uns belos presentes caninos (e não só) durante uma semana, lixo variado pelos corredores, numa esquina uma pilha de lixo de quase um piso de altura e ter de ver os seus clientes pagarem por uma hora de estacionamento 1,20 €.

Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

De: TAF - "Leituras de hoje"

Submetido por taf em Segunda, 2006-10-02 17:17

De: Alfredo Valente - "Ainda sobre o estacionamento na Baixa..."

Submetido por taf em Segunda, 2006-10-02 15:11

A intervenção de F. Rocha Antunes (a propósito do escrito de Rui Moreira) levou-me a contar-vos uma experiência, decorrente da minha recente instalação no centro da cidade.

Para não estacionar mal o carro (até porque a Polícia Municipal está muito zelosa...) resolvi desencadear o processo de subscrição de uma avença de residente no Parque de Estacionamento da Trindade (45,00€ por mês).

Primeiro que tudo, há que actualizar a morada no Bilhete de Identidade, o que fiz. Depois, há que estar recenseado na Junta de Freguesia de Sto. Ildefonso, coisa de que também tratei.

Dados esses dois primeiros passos, há que enfrentar o Gabinete do Munícipe. Aproveitei, pois, a última quarta-feira, já que nesse dia o Gabinete funciona até às 20.00h. Funciona... é como quem diz...

Desde logo fiquei muito honrado em saber que o pedido se faz através de requerimento ao Sr. Presidente da Câmara. Isso encheu-me de orgulho, que logo deu lugar à irritação de saber que: 1 - por o carro ser da empresa, teria que levar uma declaração a atestar que sou eu que utilizo o carro; 2 - sendo o carro novo, e ainda aguardando o famoso Documento Único, a autorização de circulação emitida pelo concessionário não seria válida...

Ora bem: uma declaração que faz fé perante as autoridades (incluindo, julgo eu) a Polícia Municipal, não serve para eu PAGAR um lugar de estacionamento... Sendo assim...

Quando cheguei ao Parque fiquei esclarecido: um anúncio afixado junto à Caixa anunciava que, por motivo de entrega de umas quaisquer condecorações nos Paços do Concelho, o Parque se encontrava encerrado... Assim percebe-se que não queiram ser receptivos às avenças...

Mas se calhar sou eu que sou mal-intencionado...

De: F. Rocha Antunes - "Croissants au charbon?"

Submetido por taf em Segunda, 2006-10-02 12:11

Meus Caros

Agora que as obras estão a chegar ao fim e o turismo está a começar a aparecer, torna-se importante começar a tratar de melhorar o funcionamento da Baixa a todos os níveis.

Rui Moreira escreveu sobre a importância estratégica da gestão do estacionamento na circulação da Baixa. Não podia estar mais de acordo. Já todos sabemos que a Baixa nunca terá as condições ideais para a circulação automóvel mas é precisamente por isso que é tão importante que o comportamento de todos os que usam carros nas ruas da Baixa seja modificado e percebam que o sistema de circulação da Baixa é como o de uma velha senhora de 90 anos, em que qualquer paragem ou estacionamento indevido deixa logo marcas e piora a circulação global.

Eu gostaria de falar da importância de os comerciantes mudarem de atitude. Custa-me perceber como alguns comerciantes, os mesmos que ainda na sexta feira passada reclamavam contra os shoppings e a falta de estacionamento, dão o exemplo e estacionam as respectivas carrinhas, com o logótipo das suas lojas a não deixar dúvidas, em sítios que atravancam a circulação automóvel! Será que não entendem que deveriam ser eles a dar o exemplo? Não percebem que o interesse colectivo em cumprir as melhores regras do comércio é o que os distância de facto dos shoppings?

A questão das atitudes é central. Não há como escamotear isso. O esforço é grande mas tem de ser feito. E a qualidade dos consumidores tem de se impor também à qualidade dos comerciantes, também na Baixa.

Croissaints  Croissaints

Por exemplo, uma confeitaria da Rua dos Clérigos exibia neste sábado, no melhor lugar da sua montra, esta nova variedade de bolos, os croissants esturricados mas polvilhados de açúcar em pó. Será que não entendem que não estão apenas a prejudicar-se a si próprios mas a dar uma imagem de fraca qualidade a todo o comércio da cidade? Eu não acredito que algum comerciante pudesse ter croissants esturricados à venda num shopping bem gerido.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

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