2012-06-24

De: Alexandre Burmester - "Pontes sobre o Douro"

Submetido por taf em Sábado, 2012-06-30 13:45

Há 6 anos, em 03/02/2006, publiquei aqui no Blog o que pensava sobre as pontes a construir entre Porto e Gaia, hoje continuo a pensar o mesmo. A proposta que foi apresentada na passada 6ª feira pela iniciativa do Dr. Luís Filipe Menezes, subscrevo-a inteiramente no conteúdo e não totalmente na forma.

No conteúdo acho indispensável pensar em pontes sobre este rio que em vez de nos unir, separa. Pontes que se estabeleçam a cotas baixas, que se destinem à simples ligação entre as margens e às suas populações. Pontes que permitam que o mesmo turismo que se estabelece pelas mesmas razões do Património, do rio, do vinho entre os dois lados destas cidades que teimam em ser duas, tenha outra continuidade que os tabuleiros da ponte D. Luís. Pontes que sejam ruas de ligação e não rodovias, transportes públicos ou outros que se servem às pessoas, pouco ou nada servem aos espaços onde se inserem. Veja-se a esse propósito o que aconteceu com o tabuleiro superior da ponte D. Luís. Se antes as estruturas urbanas dos centros de Gaia e Porto se desenvolveram por esta ligação, hoje apresenta do lado do Porto um morto vivo que é a Av. da Ponte e do lado de Gaia uma Avenida que outrora representava o seu centro e que definha à custa de uma ligação puramente ferroviária (tal qual a Rua Brito Capelo em Matosinhos).

O que precisamos é de ruas. Ruas que sirvam as pessoas que pisam o chão, seja a pé, seja de carro, seja de bicicleta. O que se torna necessário é devolver os espaços à população, sendo que estes espaços conquistam-se com a presença e a estadia no local. Continuo totalmente de acordo com os números e os gastos propostos. Não me interessa o discurso puramente economicista, da austeridade pura e dura e a consequente falta de investimento e de apostas no futuro. O argumento de que Lisboa gasta mais 100 ou 1000 vezes não serve para justificar, serve para perceber que em Lisboa existem outros horizontes que nesta nossa terrinha se perdem todos os dias. Com esta atitude nunca conseguiremos sequer reivindicar a gestão do Aeroporto, de Leixões, ou ainda andar a “pedir” que não fechem as linhas do Tua. Sejamos mais cosmopolitas e tenhamos os horizontes mais alargados. Não considero que os gastos sejam demasiados e muito menos disparatados, considero sim que seria um excelente investimento.

Quanto à forma, partilho de algumas opiniões ouvidas, ao considerar que as pontes mantêm uma presença muito forte na paisagem, em particular pelo excesso de estrutura. Nada que não se resolvesse com a introdução de mais um pilar ao rio. Mas sobre isto já me pronunciei aqui antes e apenas tem a ver com o “carinho” que os Engenheiros têm pelas “Obras de Arte”, que faz com que sempre que pensem nos vãos a vencer entre as margens do Douro, não conseguem ser simples e fazer desenhos simples. Há sempre que tirar algum recorde mundial sobre vãos e soluções...

A este propósito e após a apresentação das Pontes sobre o Douro, deitei a pensar no fim-de-semana e apresento aqui uma ideia (não mais do que isso) sobre uma travessia pedonal que unisse as duas ribeiras. Trata-se apenas de um esquisso que tem por base os seguintes conceitos:

  • 1. - Promover um percurso turístico entre as zonas históricas;
  • 2. - Diminuir custos;
  • 3. - Dar utilização à ponte para além do atravessamento;
  • 4. - Diminuir o seu impacto na paisagem.

A ponte que proponho é uma versão moderna da Ponte Vecchio, buscando na sua forma a antiga Ponte das Barcas. A implantação que proponho situa-se no enfiamento da Avenida do Infante e une ao final do Cais de Gaia, estabelecendo com a Ponte D. Luís um percurso de atravessamento:

Proposta

Esta ponte permitirá, com recurso a estruturas de pouco impacto junto às margens, a altura de 12 metros para passagem dos mesmos barcos que hoje circulam no rio. No seu desenvolvimento a ponte apresentaria uma altura de 6 metros acima do rio o que simularia as cotas das margens. Na sua parte central apresentaria uma ponte levadiça, que permitiria o acesso a barcos de maior dimensão e altura.

Proposta


A sua estrutura, a executar por tramos, basear-se-ia no apoio sobre as barcas. Esta solução permitiria a remoção da ponte em situações extremas, tais como as cheias. As barcas a serem concessionadas diminuíram os custos e trariam consigo os seus proveitos. Estas teriam diversos usos, tais como os propostos ou outros complementares. Estimo que o seu custo represente ¼ da ponte apresentada com a mesma finalidade.

Proposta
(clicar para ver maior)

Proposta
(clicar para ver maior)

A ideia que se apresenta é como disse um esquisso, sendo que considero que qualquer ponte deveria ser objecto de um Concurso Público internacional, onde se procurasse captar o melhor e maior número de participantes, para que ponte que se faça possa, dentro dos custos previstos, ser mais um ex-libris da cidade.

Alexandre Burmester

De: Manuel Magalhães - "Interrogação"

Submetido por taf em Sexta, 2012-06-29 23:37

Agora que já passaram uns anos sobre a onda desvastadora que foram as obras realizadas na cidade do Porto sob os auspícios da tristemente célebre Porto 2001 Capital da Cultura e os ânimos estão mais calmos e arrefecidos, ainda é oportuno - é sempre oportuno - realçar alguns aspectos dos referidos trabalhos realizados. Assim, entre outros, tenho-me interrogado diversas vezes sobre a finalidade e u...tilidade de uns elementos em granito, de secção triangular, que foram dispersos por uma zona da cidade nas imediações do edifício da Reitoria da Universidade do Porto e de que envio a fotografia de uma das secções!

Serão "múltiplos" de alguma escultura, implantados numa atitude de oferta e democratização cultural para o cidadão desfrutar? Será para impedir a circulação automóvel em locais onde ela já não era possível? Serão acessórios para os praticantes de "skates"? Será para o transeunte se deitar? Terá sido uma atitude "masoquista" para o cidadão tropeçar? Será para os jogadores de "brelinde"? Terá sido para onerar a obra e ter reflexo nos honorários? Terá sido colocado por engano?

Múltiplos de elemento escultórico

Manuel Magalhães

De: Pedro Figueiredo - "Menezes, o Fazedor De Pontes"

Submetido por taf em Sexta, 2012-06-29 23:09

Como em tudo o que não interessa, primeiro vem o Ditador ("A pseudo-polémica Rio - FDP") e depois logo a seguir vem Menezes para se mostrar com "mais coisas que não interessa como se não bastasse já de coisas que não interessa"... E, assim, Menezes "propõe" só para aparecer, só para se mostrar, só para que falem dele... Vem propor "Pontes". "M" - Fazedor De Pontes (M.F.D.P.) diz que custarão 50 milhões... Não se sabe se à altura serão "de escudos", de "yuans", de euros quase de certeza que não será... Mas 50 milhões: 50 milhões, como? Como 50 milhões tipo Parque Escolar, em que 50 milhões são 4 x 50 milhões?? "M" terá de esclarecer ou "M" terá de se conter nas suas pseudo-ambições...

Nesta altura, em que um presidente de Câmara não tem nem vai ter dinheiro para "Arquitecturas - Louis XIV", eu que até sou arquitecto aconselho a canalização de fundos e de esforços para "Medidas Sociais" que estanquem a tragédia que também se abate sobre Gaia e Porto. A tragédia da não-Reabilitação Humana (e do edificado). Não é com pontes que se resolve o desemprego nestas cidades, nem a miséria das pessoas que eu tenho visto a dormir na rua na Praça da República e nas arcadas perto do shopping Bom Sucesso, e ainda atrás do quarteirão do (ex-)mercado. Nem é com pontes que eu vou travar a emigração forçada dos meus colegas arquitectos que estão a saír para outros países com os seus 15 e 16 de nota final de curso na bagagem e um livro de recibos verdes deixado para trás.

No entanto, se "M" quer mesmo, mesmo, mesmo unir Porto e Gaia(?), então sim, que seja no máximo com uma passerelle exterior ao tabuleiro inferior da Ponte D. Luís, como há tempos propunha o Arq.º Manuel Correia Fernandes, pintada à cor da ponte e obviamente feita em ferro, assim sem fazer mossa à D. Luís que merece o nosso carinho. A gente faz uma colecta neste blogue e em menos de um fósforo temos 50 mil euros que servem e chegam para esta obra que liberta os turistas de uma penosa travessia da ponte de baixo. Os restantes milhões entrego-os aos pobres, aos miseráveis, aos desempregados e aos trabalhadores que bem o merecem, para gastarmos tudo "em vinho" e na economia que bem precisa...

Quanto a unir Porto e Gaia mas desta, administrativamente, sem ser por pontes, lá está outra vez "M" a mostrar-se, a atirar ideias "fáceis" para os ouvidos mais incautos e às mentes mais vazias... "Eu quero ver que equipa maravilha seja capaz - em qualquer partido - de governar em condições um imenso território da Foz ao Freixo, de Espinho a Oliveira do Douro, da Circumbálaçom até à Granja / com menos dinheiro do que ambos os municípios actualmente"... Que "M" ganhe um bocado de visão se é que a sua cegueira (esperteza) não é incurável.

De: Jorge Azevedo - "Pontes"

Submetido por taf em Sexta, 2012-06-29 23:02

Então e se for uma ponte destas? Sempre podemos desmontar quando cá vier a Sagres e depois monta-se outra vez!

Ponte

Para o Carlos Romão, na estima e admiração pelo seu contributo à defesa do Porto, do Norte e do país através de: A Cidade Surpreendente e A Cidade Deprimente.

Antes de abordar o assunto com a profundidade que ele merece, mas pela urgência de se ouvirem vozes diferentes, gostaria desde já de dar a minha opinião aos cidadãos do Porto / Gaia / Matosinhos sobre duas coisas que Filipe Menezes disse acerca do futuro do Grande Porto.

A primeira e a mais importante: a fusão de Gaia Porto e, eventualmente Matosinhos (e, porque não, Gondomar?), não deve fazer-se para sermos maiores que Lisboa e a primeira cidade do país. O ser primeiro ou maior não devia entrar na política de progresso e solidária que queremos para Portugal, nem a mim me motiva (isto não é futebol). Regiões e cidades houve e há em Portugal que proclamam querer ser as primeiras, a “mais” nisto e naquilo. Melhorar, crescer, desenvolver-se não implica ultrapassagens de ninguém. Quero para o Porto o melhor do presente e do futuro e isso não passa por ser maior do que quem quer que seja, mas antes pela qualidade de vida dos seus cidadãos, e a gestão, com a região e em coordenação com o país, do seu património e qualidades. Quem me dera que o Norte fosse o “menos” em Portugal desde que os seus habitantes tivessem uma vida cultural e economicamente rica. Parece de somenos isto, mas não é. Todos os que começaram assim acabaram como Ministros e Secretários de Estado em Lisboa despedidos e enxovalhados pelo centralismo, após traírem sem vergonha os que inicialmente neles acreditaram.

A segunda prende-se com as pontes. Ele promete 3 e um túnel. Em geral penso que qualquer ponte, a ser feita nesta altura, tem de reger-se por um principal critério que é: em que medida concorre para o desenvolvimento económico da cidade e da região. Fazer pontes sob a capa da comodidade que oferece no acesso a zonas de lazer (praias) ou que apenas incentivam o já superpovoado sector da restauração parece-me encobrir (tal como o TGV transmutado em “mercadorias” de Sines ou o novo aeroporto de Lisboa) um incentivo ao sector da construção civil, isto é, a um sector culpado do real atraso do país, quer pelo trabalho indiferenciado/escravizante que promove quer pelo lucro fácil que alimentou transferências “offshores” conhecidas. Para além disso, facilitaria ainda o assalto construtivo às poucas zonas verdes das encostas do Douro intercidades e às zonas das praias já a abarrotar, com óbvio prejuízo das populações visitantes e das que ali habitam.

De qualquer forma, uma das travessias a “construir”, o túnel entre Lavadores e a Cantareira / Passeio Alegre, seria absolutamente um crime ecológico e cultural a fazer-se. Estas zonas não necessitam de mais automóveis, mas antes de os retirar ao máximo dali. A falsa ideia democrática de dar “acesso a todos” levar-nos-ia a liquidar a própria natureza da procura, ou seja, de retirar às zonas os seus atractivos… os que restam. Tenho para mim como verdade que o habitante pobre de Gaia ou do Porto e que quer ter acesso fácil às praias e ao mar prefere de longe ver essas zonas com o mínimo de carros possível, até porque chega ali de transportes. Necessitamos de olhar para o que se constrói em termos de qualidade de vida, de elevação cultural e e de comportamento das pessoas. O nosso modelo não pode ser a desenfreada construção de equipamentos (esplanadas por exemplo) e acessos próprios às zonas que, em poucos anos, serão abandonadas por habitantes e forasteiros. Uma visão cultural e solidária tem de prevalecer sobre o despeito saloio encoberto de anticentralista e o novo-riquismo exibicionista.

Eu prefiro uma Ribeira/Barredo enfim restaurada e de vida digna para os seus habitantes que qualquer ponte mais sobre o nosso Douro… e custaria menos.

Com um abraço.
Joaquim Pinto da Silva

De: Patrícia Soares da Costa - "Rua dos Mercadores"

Submetido por taf em Sexta, 2012-06-29 22:20

Desabou esta tarde uma casa na Rua dos Mercadores, na Ribeira junto ao túnel.

Rua dos Mercadores


De: TAF - "Uma noite animada!"

Submetido por taf em Quarta, 2012-06-27 01:20

Fomos brindados há pouco, meia-noite e tal, com um inesperado momento de entretenimento popular aqui na Ribeira. Um "escalador pirata", e ao que parece incompetente e provavelmente num estado de discernimento pouco recomendável, resolveu subir a estrutura da Ponte Luíz I. Resultado: ponte fechada pela Polícia, bombeiros em acção, populares em grande animação! Um bombeiro subiu atrás dele e acabou por apanhá-lo, não sem alguma resistência que ainda atiçou mais a indignação geral: "Vai-te embora!", "Vem cá que a gente trata-te da saúde", "É de Braga e vem escalar a nossa ponte, o bandido!", "Viva o Sr. Bombeiro!", etc. Tanto assim que até um maneta, mais exaltado, quis fazer justiça pela própria (única!) mão. Bom povo do Porto! :-)

Na Ponte Luíz I  Na Ponte Luíz I

Na Ponte Luíz I  Na Ponte Luíz I


Eis também uma pequena filmagem amadora, onde o áudio é bem mais interessante que o vídeo... ;-)


Na Ponte Luíz I


De: TAF - "Pensão Monumental"

Submetido por taf em Terça, 2012-06-26 22:14

Provocar propositadamente a degradação acelerada de um edifício destes, em plena Avenida dos Aliados, é vandalismo do mais rasca.
Quem faz isto, pelos vistos, é esta gente.
Antiga Pensão Monumental

(imagem recolhida hoje, por volta das 20h30)

De: AIDH - "Convite - Conferência"

Submetido por taf em Terça, 2012-06-26 18:36

A Associação Infante D. Henrique – Associação para o Desenvolvimento do Centro Histórico do Porto está a organizar a conferência Centros Históricos – Património Edificado vs Património Vivido? - uma partilha de experiências”, a decorrer no próximo dia 7 de Julho de 2012, pelas 14:15 no Auditório do Palácio da Bolsa. Esta constituirá o segundo momento do ciclo de conferências “Refletir para Agir” a decorrer ao longo de 2012.

No primeiro momento do ciclo Refletir para Agir, debatemos a(s) identidade(s) do Centro Histórico do Porto, percebendo que nela assumem um lugar de destaque as pessoas que o povoam. No entanto, foi igualmente reconhecido que a valorização do património humano tem vindo a ser comprometida com fenómenos de especulação imobiliária cada vez mais presentes no território. Perante este contexto, temos o mote para debater qual é afinal o lugar das gentes na alma dos territórios históricos, trazendo ao Porto a experiência de outras cidades. Os nossos objectivos com esta conferência passam assim por:

  • Debater o fenómeno da gentrificação e seus impactos nos Centros Históricos das cidades.
  • Promover a partilha de experiências e boas práticas de dois centros históricos (Barcelona e Guimarães) ao nível da gestão conciliada do seu património histórico e humano.
  • Conhecer os objectivos da gestão do Centro Histórico do Porto no domínio do seu património humano.

A entrada é livre, com inscrição prévia até 3 de Julho de 2012 para geral.aidh@gmail.com ou 92-6664181.

Com os melhores cumprimentos,
Pe Agostinho Jardim Moreira
Presidente de Direcção

De: Carlos Romão - "Centralismo, a quanto obrigas..."

Submetido por taf em Terça, 2012-06-26 00:10

Quando estava em discussão a instalação do Centro Português de Fotografia, a voz de Fernando Rosas distinguiu-se entre as que se manifestaram contra a decisão daquela instituição ficar no Porto, com um argumento disparatado que ilustra bem o conceito que certas elites lisboetas têm do país. Elites apoiadas por muitos migrantes da região Norte e por inúmeros capatazes cá residentes, que disputam com afinco o el-dorado da capital, deixando tanto a maioria do povo daquela cidade à míngua como o resto do país.

Lamentava-se o historiador por ter que se deslocar ao Porto sempre que quisesse consultar o arquivo fotográfico nacional. Como se o país real, como é designado o território que fica fora do espaço compreendido entre a Praça do Comércio e a CREL, não tivesse que pedir licença a Lisboa para coisas tão comezinhas como, por exemplo, realizar um transporte de grandes dimensões entre uma metalomecânica localizada em Gaia e a Póvoa de Varzim. O resultado desta prática, que tem vindo a piorar de há trinta anos para cá, está à vista: um território desertificado, empobrecido, onde, apesar de tudo, ainda restam valores que o centralismo político-partidário continua a querer para si. Refiro-me, neste caso, outros poderiam ser citados, ao património ferroviário. Viajamos em composições que Lisboa já não quer, fecham-nos as linhas de caminho-de-ferro – o caso do Douro é um crime que lesa toda a região Norte – inundam-nos os vales com água para servir interesses corporativos que prejudicam as populações locais, como no Tua, e levam-nos agora o património histórico ferroviário para outras paragens, privando-nos da nossa própria memória.

Vem isto a propósito de uma carta aberta que recebi - já enviada por António Alves para A Baixa do Porto - assinada por um grupo de ferroviários aposentados, mas não inertes, onde constam nomes que estiveram na direcção da CP no Norte do país quando nesta região havia autonomia ferroviária, manifestando-se contra o esbulho patrimonial de relíquias ferroviárias regionais. As fotos, que estão publicadas n’A Cidade Deprimente, mostram-nos a «Andorinha», que é não apenas a mais antiga locomotiva existente em Portugal, mas também na Península Ibérica, e o belo edifício da cocheira de Nine, em Famalicão. Em Nine, como diz a carta aberta, encontram-se ainda «a carruagem A3 52, de 1a cl, construída em França pela Desouches David em 1886; o Salão-Pagador "CP 5194-8929004",reconstruido nas Of. Gerais da CRP em 1908; a locomotiva a vapor "CP 9", construída em Inglaterra em 1875, pela Beyer & Peacock; a locomotiva a vapor "CP 014", adquirida em 1890 à inglesa Beyer Peacock; e a locomotiva a vapor "CPOO2", construída na Alemanha pala SaechMaschinenfabrik, em 1881.»

Cocheira - Nine, Famalicão

Andorinha


De: Luís Gomes - "As 4 novas pontes"

Submetido por taf em Segunda, 2012-06-25 23:59

Partilho das preocupações do Paulo Espinha relativamente à prosposta de LFM para lançar novas acessibilidades entre as duas margens. Mas, objectivamente, existem alguns aspectos que me causam apreensão, desde logo:

  • 1. Porque razão o projecto não envolveu a autarquia do Porto? Foi convidada? Pronunciou-se?
  • 2. Qual é o project finance? Vamos reafectar os fundos comunitários para isto? Vamos cair no mesmo erro outra vez?
  • 3. Onde se enquadra a segunda ligação do metro para Gaia? A proposta não tinha sido encomendada a este arquitecto? Tal como o Paulo, vejo muito pouca preocupação com a preservação do património e pouco enfoque nos transportes públicos versus automóvel.
  • 4. Não vi nenhum estudo de tráfego expectável para as 3 travessias rodoviárias. E, em virtude disso, não me parece que nenhum privado queira explorar este túnel, e que os automobilistas queiram pagar uma portagem para fazer a travessia.

Certamente que estamos a falar para um projecto de concretização entre 5 a 10 anos. Contudo, e independentemente do ciclo económico, gostaria que a AMP, as câmaras e o poder central clarificassem quais são os projectos estruturantes previstos e a prioridade de cada um deles. Eu pessoalmente tenho muitas reservas, porque se ganharem os candidatos do PSD em Porto e Gaia, este projecto vai constar com certeza no programa eleitoral.

Como eleitor do Porto preferiria sobretudo que o enfoque fosse ao nível dos transportes: a) Continuar o alargamento da rede de metro sustentado em estudos de tráfego/rentabilidade; b) Racionalizar a rede de autocarros e promover vias exclusivas; c) Garantir autonomia da gestão do Aeroporto, Porto de Leixões; d) Incentivar o car sharing promovendo por exemplo uma via exclusiva na VCI / Ponte Freixo / Ponte Arrábida, para transportes públicos e veículos com 2 ou mais ocupantes. E se queremos projectos estruturantes, então pensemos na mais valia de um verdadeiro centro de congressos capaz de atrair o turismo de negócios e investigação, e em centros de negócios / parque tecnológico com condições privilegiadas e em cooperação com a Universidade do Porto.

De: António Alves - "Pontes"

Submetido por taf em Segunda, 2012-06-25 23:57

Sou totalmente contra qualquer ponte que impeça este navio de aceder à Ribeira.

Navio-escola Sagres

De: Augusto Küttner de Magalhães - "S. João na Fábrica Social"

Submetido por taf em Segunda, 2012-06-25 23:37

Mais um ano em que é possível ainda, até 30 de Junho - ver a Cascata de S. João, na Fábrica Social, Fundação Escultor José Rodrigues, no Porto. Pouco se fala destas cascatas, já com vários anos feitas por Joaquim Correia, que em 2011, ganhou o Concurso Cascatas Municipais 2011, organizado pela C. M. Porto.

A Fábrica Social fica perto de uma Escola que foi há pouco tempo excessivamente mediatizada por ter sido alvo - indevido - de uma ocupação, e posterior necessária desocupação. Estas notícias são - desnecessariamente - demasiado mediáticas! Quanto à cascata, uma vez mais está de parabéns Joaquim Correia, que só pelo que fez já ganhou, mais que não seja, a estima de quem foi lá ver. E fez uma excelente replica da Ponte Luís I, povoada por motivos alegóricos às festas de S. João. Em simultâneo e no mesmo espaço quatro cascatas feitas por alunos de escolas, que estão abertas à nossa votação, como visitantes.

No caminho para orientação perguntámos a uns jovens que estavam (vivem?) próximo, se estávamos no percurso correcto, e com um ar de não me incomodem, a resposta foi: Não faço a mínima! Talvez seja um sinal de que até os jovens devem mudar, para melhor, em tudo... até na educação base, ou não!

Espera-se que Joaquim Correia ainda durante muitos e muitos queira continuar a fazer estas Cascatas Sanjoaninas, que por certo deveriam ser expostas em local mais central, de melhor acesso, mais no "meio" da cidade, por exemplo: na Rotunda da Boavista, na Foz, na Ribeira, esperemos, um espaço mais apropriado - sem bem que nada há contra a Fábrica Social, mas não é de muito fácil acesso, e até quem está junto "não liga"! - com dúvidas, que consiga um melhor espaço... mas!

De: TAF - "Algumas sugestões recebidas"

Submetido por taf em Segunda, 2012-06-25 22:54

- Workshop: Normas urbanísticas de Angola, 2 de Julho, sugestão de Paula Morais
- Economia ganha com transporte intermodal, sugestão de Rui Rodrigues
- Uma Capicua num coreto da Foz, sugestão de André Gomes
- A Paisagem é um Ponto de Vista, FNAC de Santa Catarina, sexta-feira, 18h30 - ver aqui
- Curso de Verão - Arquitectura e Cinema, sugestão de Ana Resende
- Exposição de fotografia "À Moda do Porto - Ruelas e Bielas", a partir de 4 de Julho na Galeria do Sindicato dos Bancários do Norte, Rua Conde Vizela 145, sugestão de Jorge Viana Basto
- Página Facebook da Associação Infante D. Henrique, sugestão de Liliana Pinto

De: Paulo Espinha - "Pontes para uma Nova Cidade"

Submetido por taf em Domingo, 2012-06-24 16:24

Caros,

No quadro de mais uma manifestação do que de pior tem o Homo Sapiens – a ganância – que nos levou à presente crise financeira mundial, no quadro do fim do império branco caucasiano do hemisfério norte resultado da globalização mundial e, localmente, no quadro da utilização dos dinheiros públicos para exercer o controlo e manipulação do povo que pensa que ordena, perceber que temos que mudar leva tempo. Leva tempo aos políticos, aos engenheiros, leva tempo a todos. É a chamada inércia da aterragem. Tenho por lei: “A Mobilidade não faz Economia! É a Economia que precisa da Mobilidade!”. Isto explica porque é que ao case study italiano se juntou o português e o espanhol (vide os aeroportos…). Já chega!

Assim, em tempos que podiam ser aproveitados para potenciar uma Nova Mobilidade agora verdadeiramente sustentável, propor mais do mesmo é um erro! Não são necessárias tantas pontes entre o Porto e Gaia. A meu ver está a ser necessário, fora ligações de transportes coletivos de alta capacidade, ligar a poente da Luís I pedonalmente, com ciclovia e transportes coletivos soft as duas margens – uma ou duas ligações para modos suaves, peões e transportes coletivos à cota baixa. E devemos ter muito cuidado com aquilo que fazemos junto à Ribeira do Porto. De modo algum podemos construir algo que vá em definitivo afetar sequer a moldura em torno do vocabulário urbano da Ribeira que é único no mundo – há que chegar essa ligação o mais a poente possível, quiçá já sobre a curva, relativamente perto da Alfândega. Trazer mais para dentro é, considero, “destruir Património Mundial”. Isto tem de ser muito bem equilibrado com a maximização da própria fruição visual do seu atravessamento.

Por outro lado, Nevogilde e a Foz do Porto não precisam de ser atravessadas por tráfego de atravessamento para melhorar o valor m2 da marginal marítima de Gaia. Aliás vejam-se bem os problemas em torno das costuras da “Nun’Álvares / D. Pedro IV” vs a redução de tráfego automóvel nas Montevideu/Brasil… Compreendo perfeitamente que Gaia precisa de mais costuras ao Porto, nomeadamente da faixa marginal marítima – isso pode ser feito com uma bonita ponte para peões, para autocarros, para bicicletas e outro modos suaves apenas. Em jeito de conclusão: a necessidade de ligação sente-se, mas não devemos dar mais nada ao automóvel. Devemos fazer com que este comece realmente a pagar pelas suas externalidades e com isso melhorar ainda mais o transporte colectivo que é isso que vai apoiar as nossas cidades de futuro.

Relativamente ao preço, não tenho nada a dizer. Apenas um comentário lateral: estou também cansado de aqui ouvir dizer que como Lisboa gastou o Porto também tem direito a gastar! Não tem, nem Lisboa, nem o Porto! Não foi para isso que assassinámos o D. Carlos! Se me disserem que se propõe 4 para ficarem 2... então percebo, senão é uma aberração!

De: Augusto Küttner de Magalhães - "São João e outros"

Submetido por taf em Domingo, 2012-06-24 16:12

- Festa de S. João, ícone, ou não!

Uma certa espontaneidade, muita alegria - mesmo em tempo de tantas Crises - que se vive no Porto, antes e durante as Festas de S. João, que não só no Porto e não só com o S. João, não será uma "mostra" do que "ainda" somos, sem Fado - tristeza e saudade, Fátima, e Futebol? Sem anular para quem tanto gosta de Fado, Fátima e Futebol, não seria necessário fazer-se propagandear pelo Mundo este género de festas como ocorrem no S. João? Não dará "lá fora" outra "nossa" imagem? Não será pouco os habituais 3 F´s?

Claro que as Festas de S. João e de outros santos populares, são pouco para nos definirem como um País, com vontade de ser futuro, mas é algo a preservar, a ver, e a estar. E juntar a isto o Vinho do Porto que nesta altura faz umas festividades que não são abertas às populações, mas deviam-no ser. Juntar a isto todos os Monumentos que temos por este País fora com séculos de História. E em simultâneo, já que estamos no Porto, juntar-lhes Serralves e Casa da Música! E, porque não, aqui também o sucesso do Aeroporto Sá Carneiro, do Porto de Leixões. A nossa costa marítima, o nosso mar, que vai do Minho, até lá baixo ao Algarve. E saber que ao largo da Póvoa de Varzim temos um WindFloat que está a aproveitar a força do vento para produzir energia. Que temos nanotecnologia em Braga, que temos vários excelentes Institutos de Investigação e Formação, como o IPATIMUP no Porto. Que temos Indústrias, poucas, poucas de ponta, mas temos, como a Efacec, a Bial. E que mais desejamos ter.

Que não somos tristes como à noute como o Fado e a saudade nos dizem. Que não pensamos só em Futebóis. Que podemos ainda ter bastante população e ainda bem Católica de Roma, mas que não vivemos obcecados como parece, com: Fátima. Que não somos uns coitados de uns atrasado! Que até sabemos "querer" o futuro! Que temos turismo, mas que o vamos adaptando ao nossos dias, no Douro, no Minho, no Alentejo. Que queremos fazer melhor para nós e para lá fora projectar. Que conseguimos dar a volta na Indústria do Calçado e que somos dos melhores, em qualidade. Que estas festas sanjoaninas são bastante naturais, espontâneas, e sobretudo alegres! E nao dependem do Estado, do Governo, das Câmaras Municipais, fazem-se pela e com a população! Vive-se sem tristeza, saudade e melancolia.

O País numa Europa sem rumo pode, deve, dar exemplos pequenos, mas essenciais, nunca de nacionalismo, mas de progresso de futuro, de caminho em frente, sem estar a olhar para o retrovisor, para trás, para ontem... que não volta! Mas só deve olhar para trás, para não esquecer a História, a Memória e evitar repetir tantas vezes os erros do passado.

- Será que só em Lisboa a saúde não aperta!

De: António Alves - "Carta Aberta"

Submetido por taf em Domingo, 2012-06-24 15:57

EM DEFESA DO PATRIMÓNIO CULTURAL FERROVIÁRIO DO NORTE

Sabe que querem levar da estação de Nine (V. N. De Famalicão) o tesouro ferroviário que ali se guarda?
Este património ferroviário é único na europa!
Este património cultural ferroviário faz parte da nossa identidade!
Este património é uma base imprescindível para valorizar e fazer crescer a economia!
Este património é parte integrante da cultura e identidade do Minho, do Porto, do Douro e de Trás-os-Montes.
Impeça que o retirem do Minho!
Não permita que outros se aproveitem do seu valor!
Este património é seu há 140 anos!

Os signatários

De: Rui Encarnação - "Casmurros"

Submetido por taf em Domingo, 2012-06-24 15:47

Sem grandes preocupações de correcção literária, apesar da questão se prender com uma biblioteca, há duas acepções da casmurrice que, na verdade, se aplicam ao caso como uma luva. Numa delas é casmurro quem costuma teimar ou insistir numa ideia! Noutra é casmurro quem não mostra alegria ou tem tendência para se isolar.

Por isso, meu caro Tiago, concordo absolutamente consigo, pois se quem desocupou de baratas e de taipais a Biblioteca do Marquês (onde passei tardes e manhãs a ler... e por isso, foi pensada, construída e paga – pelos contribuintes - para ser uma pequena biblioteca e não estaleiro de apoio do que quer que seja) pertença ao grupo de ocupantes da escola da Fontinha, é efectivamente casmurro porque insiste e teima numa ideia – a de dar uso ao que é de todos em prol de todos. E não posso deixar de concordar consigo quanto à casmurrice do Presidente da CMP, pois efectivamente, nem tem alegria no que faz e na forma como olha para a Cidade (já que não a pensa) e tem a inigualável tendência para se isolar, não ouvir e não aceitar ideias e contributos daqueles que elege como seus inimigos, em função apenas do seu pseudo-ideário político-partidário e não da valia das iniciativas ou ideias.

A grande diferença entre estas casmurrices é que a primeira não tem prazo e a segunda sim. Começou no dia de umas eleições (pois até aí não conhecia o pensamento do dito Presidente sobre a Cidade, nem a sua actividade cívica enquanto tripeiro) e está para acabar.

De: TAF - "Fogo de São João"

Submetido por taf em Domingo, 2012-06-24 01:26

Fogo de artifício

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