2010-09-26

De: Miguel Barbot - "Estou em estado de choque"

Submetido por taf em Sábado, 2010-10-02 23:31

Aldoar acordou mais pobre. Aquilo que me parecia mais uma poda selvagem em duas belíssimas árvores, relativamente jovens e aparentemente saudáveis, hoje veio a revelar-se este triste espectáculo.

Em Aldoar


Mais palavras e imagens aqui e aqui. Cada vez me convenço mais que o problema deve ser meu e que devo ter algum problema psiquiátrico por ainda me preocupar com estas coisas.
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Miguel Barbot

De: Miguel Barbot - "Braga, terra de civilização"

Submetido por taf em Sábado, 2010-10-02 23:27

Ou Portugal em contraciclo: Avançam já este mês as multas para peões infractores
Uma pérola, aqui.

«“As nossos acções de sensibilização junto dos peões não bastam. Continuamos com registos que são uma vergonha, dignos de um país de terceiro mundo e não pode ser”, afirmou José Lopes, chefe de Gabinete do GCB. No total, durante este ano e até ao mês de Agosto, registaram-se 257 atropelamentos, dos quais resultaram oito vítimas mortais.»
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Miguel Barbot

Rascunho de Ciclovias para o Porto, que fiz por cima do mapa Andante:

Mapa


... Ver o resto do texto e imagem em PDF


De: TAF - "Com algum atraso..."

Submetido por taf em Sexta, 2010-10-01 22:13

... que isto de mudar de casa para o Centro Histórico dá trabalho :-) , aqui vão algumas sugestões e, pouco a pouco, os posts pendentes.

- A importância estratégica do IRS, até no repovoamento do território, de José Ferraz Alves

- "SCUTS - Discriminação da Região - Na sequência de uma deliberação unânime, o Presidente da Junta Metropolitana do Porto enviou no passado dia 27 de Setembro uma carta ao Ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, cujo teor, pela sua importância para a região, se encontra em anexo para eventual consulta, caso seja do seu interesse. Disponibilizamos também um documento técnico que explica o regime discriminatório das isenções decretadas e que sustenta tecnicamente a carta enviada ao Sr. Ministro das Obras Públicas.", do Gabinete de Comunicação e Promoção da CMP

- "Apareceu no Facebook da Juventude Socialista do Porto a indicação de que «a JS Porto vai passar a disponibilizar as actas das reuniões da Assembleia Municipal». Fico contente, tal como ficaria contente se fosse outro partido a fazer isso, ou se a própria câmara o fizesse.", de Vítor Silva

De: TAF - "Sugestões recebidas"

Submetido por taf em Quarta, 2010-09-29 21:58

- Jantar/debate nos Maus Hábitos no dia 30 de Setembro sobre "Propriedade Intelectual - uma questão de direito", de Carla Miranda
- Petição a favor do CMIN, de Miguel Barbot

- Get Set Art Festival, 4 a 10 de Outubro, de Sandra Rego: "... pretende apresentar ao grande público a produção de jovens artistas – estudantes ou jovens profissionais – promovendo ao mesmo tempo a interacção e a troca de conhecimentos entre elementos das diferentes áreas. Workshops, instalações urbanas, projecções urbanas, intervenções urbanas, performances, exposições, conferências, concursos, publicações, festas oficiais e concertos são actividades que fazem parte da agenda do festival. Nesta 1º edição o tema High Tech / Low Cost servirá de mote a uma análise sobre a primeira década do século XXI – as transformações sociais e culturais e a democratização dos meios de comunicação e tecnológicos – não esquecendo a reflexão sobre a Cidade do Porto, dez anos após o Porto 2001."

(Aos poucos estou a recuperar a leitura em atraso dos mails...)

De: Miguel Barbot - "Do oito ao oitenta"

Submetido por taf em Quarta, 2010-09-29 21:53

Trânsito misto, civilizado, com zonas 30 Km/h (ou menos), onde peões, carros e bicicletas convivem civilizadamente, no que diz respeito a Portugal e ao Porto em particular, é algo que se encontra num campo meramente teórico e conceptual, sem qualquer ligação à realidade (ou caos) em que vivemos.

Como utilizador diário da bicicleta como principal meio de transporte, serei um cliente fiel de futuras ciclovias, caso venham a existir, em situações como a de levar o filho à escola, coisa que vai começar a acontecer nos próximos dias. Não confio minimamente num portuense ao volante quando está atrasado para o trabalho, por isso, para já, resta-me ir pelo passeio quando transportar a criança, o que é ilegal.

Enfim, as teorias modernas que dizem que não devem existir ciclovias são citadas normalmente por pessoas que não utilizam regularmente uma bicicleta no meio da cidade… do Porto (exercício pleno de adrenalina, garanto), onde não há respeito por absolutamente nada, incluindo as zonas pedonais e os limites de velocidade. Refiro também o "deixa andar" instituído, comprovado por esta notícia, onde se referem as escassas 117 multas de estacionamento diárias no Porto, a maioria das quais referentes a condutores que não pagam o aparcamento, ou seja, que apenas colocam em perigo os cofres da PSP ou PMP.

Venham as ciclovias.

Miguel Barbot

De: Vítor Silva - "Aberrações Coloridas"

Submetido por taf em Quarta, 2010-09-29 21:46

Cores berrantes


Não conheço nem percebo grande coisa de leis de urbanismo, pdms, regulamentos municipais e todas as leis (às vezes inaplicáveis como muitos profissionais referem) que regem a construção em Portugal. O que não percebo é que com tanta lei e regulamento não seja possível impedir estas aberrações coloridas. Esta em particular fica ali pertinho do Bolhão no cruzamento de Sá da Bandeira com a Rua Fernandes Tomás, mas há muitas outras aí pela cidade.

De: TAF - "Posts pendentes..."

Submetido por taf em Terça, 2010-09-28 23:07

... e falta de tempo minha para ler e tratar o mail. Fica para amanhã.

De: Plano B - "Comunicado: Festival «se esta rua fosse minha...»"

Submetido por taf em Segunda, 2010-09-27 15:39

Vimos por este meio informar o público em geral e os participantes do concurso da edição de 2010 que o festival "se esta rua fosse minha" não se irá concretizar no dia 2 de Outubro, tal como previsto. Por falta dos apoios necessários e imprescindíveis, não foram até à data reunidas as condições necessárias para a realização do projecto conforme os padrões e as expectativas que foram criadas ao longos das três edições já realizadas.

Obrigado a todos que participaram no concurso e pela carinho sempre demonstrado por este nosso projecto.

Atentamente,
O Plano B

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Nota de TAF: notícia no JPN - Festival "Se esta rua fosse minha" cancelado

De: Vítor Silva - "A irrelevância das ciclovias"

Submetido por taf em Segunda, 2010-09-27 15:27

O que é engraçado nesta questão das ciclovias é que se perguntarem aos ciclistas, aqueles que no exemplo de Alexandre Burmester "vivem nas áreas de Foz e Nevogilde e usem a bicicleta seja para ir trabalhar, seja para transportar crianças, velhos, doentes, etc", eles provavelmente acham tão pouco interessante a criação de ciclovias como o português médio "composto por cabeça tronco e rodas", aliás provavelmente vão continuar a usar a rua como usariam anteriormente.

Há cerca de um ano, num debate organizado pela Campo Aberto, das diferentes intervenções fiquei com a ideia que mais do que construir ciclovias se calhar conseguia-se incentivar mais a utilização da bicicleta usando outras estratégias, provavelmente mais baratas, como permitir, pelo menos em algumas ruas, a circulação da bicicleta em sentido contrário ao do trânsito automóvel, a criação de zonas 30 que não são assim assim tão estranhas considerando que "a velocidade média de circulação automóvel na cidade do Porto e na hora de ponta situava-se em 2003 entre 17 e 18 Km/h." (Mobilidade na Cidade do Porto - Análise das deslocações em transporte individual), e claro a instalação de locais para estacionar as bicicletas.

Finalmente, e se quisessemos gastar dinheiro, podíamos sempre implementar definitivamente o projecto da UP de dar bicicletas aos seus alunos, uma ideia que ao que julgo saber ficou a meio por falta de verbas, e aproveitar o facto de ter tantos estrangeiros que não vêm com esses preconceitos de que no Porto não se consegue andar de bicicleta para com esse exemplo motivarem outros a acompanhá-los.
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blog.osmeusapontamentos.com

Ainda a propósito desta trocas de ideias (1; 2; 3; 4; 5).

Vamos deixar-nos de fatalismos do tipo "o português é assim" e ver as coisas objectivamente: se a Holanda tem horas de ponta de bicicletas é porque seguiu políticas com tal objectivo e se Portugal tem das culturas mais auto-dependentes dentro de cidades, mesmo em prejuízo próprio, é porque houve políticas que o encorajaram, não porque o povo é incapaz de viver de outro modo.

O caso referido da Holanda, que por acaso é o exemplo o mais distante possível do politicamente correcto, não tem ciclovias como esta porque se espontaneamente começaram a criar horas de ponta mas porque desde os anos 80 existiram uma série de políticas de segurança e sensibilização rodoviária (tipo "acompanhe os seus filhos á escola de bicicleta") que nisto culminaram 30 anos depois. Pelo caminho ficou a taxação severa da presença do automóvel privado no espaço público, na sua perda de espaço em favor do peão, transporte público e bicicleta e criação de "super-ciclovias" desde os subúrbios que tanto podem ser de lazer como para chegar à escola ou trabalho (como distinguir?). É um percurso longo mas compensador para a vivência do espaço urbano.

Em Portugal a tendência foi a inversa: a construção do país com maior número de km de auto-estrada per capita acompanhou a erosão contínua da ferrovia, por via do encerramento e da desactualização, e o uso do carro cresceu sem nenhum tipo de restrição. Em pleno 2010 ainda se chama "caça à multa" a qualquer penalização por violações de regras de tráfego quando noutros países o pagamento da ocupação do espaço público por veículos privados é a norma e, naturalmente, o "roubo" de alguns centímetros ou o encerramento de uma ruela ao trânsito por cá ainda são visto como um ataque à propriedade privada (não é por acaso).

Podemos acomodar-nos ou pegar na evolução positiva que o Porto tem seguido nesta matéria nos últimos anos, num percurso também cheio de percalços e incoerências, admita-se, e levá-la mais longe: concretizar melhor a inter-modalidade dos vários transportes públicos, tolerância zero ao estacionamento ilegal e progressão no sentido de acabar com estacionamento não pago ou ilegal (ou mesmo portajar o centro e baixa no futuro, em conjunto com pedonalização progressiva de alguns espaços), articular melhor com a ferrovia (Leixões, por exemplo), eliminar totalmente o carro de espaços muito mais vocacionados (e rentáveis) para o peão, fazer campanhas eficazes em favor do transporte público (dias promocionais, passes escolares mais generosos) e criação de ciclovias que permitam cruzar a cidade rapidamente, alcançando a vocação da bicicleta como ferramenta do dia-a-dia.

Responsáveis por pelouros e pastas da mobilidade da política britânica fizeram uma visita de trabalho à Holanda sobre políticas de apoio ao peão e bicicleta, seria interessante ver representantes da vida política do Porto mostrarem iniciativa em vez de se acomodarem com o que parece regra por esse país fora. Uma conferência internacional/workshop de mobilidade do qual emergiria um documento com recomendações específicas, por exemplo.
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Nuno Oliveira

Todos temos a noção de que o Porto tem graves deficiências em tudo o que se relaciona com trânsito e transportes – e não só! -, e por certo muito do que é decidido é feito em gabinetes, com pouca aplicação prática. Com certeza que muito pouco decisor – desta nossa cidade e não só – anda a pé, passa em passadeiras, conduz o seu próprio automóvel, anda de Metro ou até anda de bicicleta! Mas temos de não optar por só encontrar o defeito em tudo o que nos rodeia, caso assim o façamos de facto não só o País como o Porto não saem do atoleiro.

Quanto ao espaço de “convívio” entre bicicletas, automóveis e peões, há conflitos, pelo que se em alguns locais – exemplo da Foz – se vai tentando algo resolver, é bom sinal. Faço notar que na curva do Monaco – Foz velha - havia grande dificuldade de o peão circular no passeio, dado que não era respeitado pelos ciclistas, logo a separação, é evidente, é necessária! É de aplaudir. De facto estamos todos a necessitar de mais civilidade, mais respeito, mais cidadania e também – evidentemente - de mais organização dos espaços desta nossa cidade, deste nosso País. Não somos burros, mas não poucas vezes somos demasiado egocentricos, logo, o que no momento nos interessa é o que mais defendemos, seja: automovel, bicicleta, autocarro, metro ou andar a pé. Talvez como exercício de cidadania, para todos e para cada um, conseguirmo-nos imaginar no lugar dos outros, a ver, o que dá! Se andamos a pé, que tal vermo-nos a andar de bicicleta, de automóvel, de autocarro, de metro, e vice-versa, alternadamente! A ver o que dá, ou nem por isso!

Augusto Küttner de Magalhães

De: Alexandre Burmester - "Mais palha"

Submetido por taf em Domingo, 2010-09-26 12:20

Não sou contra bicletas, skates, patins, trotinetes e mais afins que se destinam ao passeio. Haverá é que distinguir que enquanto o automóvel serve para muita coisa mas principalmente para o trabalho, aqui as ciclovias em questão servem para o lazer. O seu uso é essencialmente nocturno e de fim de semana. Pelos vistos está na moda andar a passear de bicicleta à noite vestidos de adolescentes e com luzinhas azuis a piscar. Esteja claro que não estou a falar de pessoas, que à semelhança de outras cidades pelo mundo, usam a bicicleta para transporte individual. Se assim fosse e tivéssemos horas de ponta como na Holanda seria o primeiro a defender a introdução de ciclovias por todo o lado (não apenas nos locais de lazer).

Agora neste caso, podemos todos nos queixar e vir para aqui fazer um discurso politicamente correcto contra os automóveis e a favor das bicicletas, mas duvido que entre as pessoas que para aqui se manifestam vivam nas áreas de Foz e Nevogilde e usem a bicicleta seja para ir trabalhar, seja para transportar crianças, velhos, doentes, etc. Servem estas ciclovias para passeio o que nada tenho contra a não ser o desenho que se lhes deu. Em particular à passagem por Cristo Rei, à sobreposição nos jardins da Pasteleira e à sua sinalização na curva de Mónaco.

Feliz ou infelizmente o Português, pelas circunstâncias do planeamento urbano e regional, é hoje composto por cabeça tronco e rodas. Os transportes públicos urbanos, os transportes ferroviários e a ausência de avião pouco servem para a eficiência do transporte. Isto é uma evidência. Outra evidência é que o desenho do sistema viário urbano tem vindo a ser feito por engenheiros de trânsito que não sabem desenhar “ruas”, e pejam as cidades com “sistemas rodoviários”. Naturalmente que neste caso há um evidente conflito com os sistemas alternativos de transporte. Farto-me aqui neste blog de reclamar desta evidência. As nossas cidades deixaram de ter ruas e passaram a ter rodovias. A introdução de transportes alternativos sejam eles quais forem tem de ser feito pelo princípio de urbanidade, isto é pela convivência e não pela exclusão. Esse não é o principio de quem desenha o espaço público para os carros, e pelos visto é o mesmo para quem o desenha para as bicicletas.

Alexandre Burmester