2009-11-29

De: JA Rio Fernandes - "Aviões e carros velhos"

Submetido por taf em Sábado, 2009-12-05 21:49

Será que a Câmara do Porto trocou a perda do Red Bull Air Race por um apoio (do ICEP?) às corridas dos carros antigos?
Se não foi isto que se passou, o que leva a que tantos se indignem com a possível saída da Red Bull Air Race de Porto/Gaia e Rui Rio esteja tão calado?

Os que valorizam mais a questão do «circo» eleitoralista para as massas que inevitavelmente o Red Bull Air Race é, ou que valorizam mais a relação subsídio camarário / retorno em aumento do PIB local em vez do crónico padrão da «pirataria» lisboeta, são os mesmos que questionaram o mapa da Regionalização de 1998, votaram duplamente Não e que agora se arrependem. Confundir o acessório com o essencial leva a equívocos e oportunidades perdidas. Quantas mais serão necessárias para que certos residentes aprendam?

De: Gabriel Silva - "Boicotes"

Submetido por taf em Sexta, 2009-12-04 17:11

Leio que a Associação de Comerciantes do Porto apelou a um boicote a uns eventuais patrocinadores da Red Bull Air Race, se a mesma vier a realizar-se em Lisboa.

Curioso, pensei que tal associação deveria estar muito mais preocupada com o boicote que os clientes fazem aos estabelecimentos dos seus associados pelo facto de muitos deles encerrarem as lojas à mesma hora que os potenciais clientes saem dos seus empregos, aos fins-de-semana e feriados. Enfim, quando têm tempo para ir às compras. Isso sim, deveria ser uma preocupação. Mas cada qual escolhe os boicotes que lhe dão mais jeito.

Gabriel Silva

De: Alexandre Ferreira - "Boicote"

Submetido por taf em Sexta, 2009-12-04 17:06

Como princípio queria ressalvar que o ponto fulcral de toda a questão é o eventual patrocínio de entidades e empresas estatais para deslocalizar um acontecimento, prejudicando de forma primária e irresponsável uma cidade do seu próprio país que contribui massivamente para tais entidades, em detrimento de outra cidade do mesmo país. Noutras palavras, empresas nacionais a portarem-se como braço financeiro de Lisboa, roubando o aborrecido mas mediático "circo" ao Porto, como se a cidade estivesse em Espanha.

No meio de várias reacções, foi com misto de prazer e desagrado que observei o desenrolar da iniciativa de Nuno Camilo, conhecida como o Boicote RBAR. Observei com prazer a velocidade com que as empresas e institutos relacionados com esta notícia recuaram publicamente, descartando-se de qualquer envolvimento. Inclusive, a patética e encomendada notícia no Público reflecte a eficácia do anúncio da medida. Tal reacção demonstrou que se pretendemos combater a centralização absurda e danosa, muitas vezes não se depende de meios, mas antes de coragem em afirmar publicamente o que se diz em surdina e sobretudo não recear em tomar posições e atitudes firmes que tenham consequências. Portanto, no rácio meios / impacto / resultados, nota máxima para Nuno Camilo.

Patética, Provinciana, Primária é a reacção que observei com desagrado de algumas pessoas desta região a quem deram tempo de antena em vários locais inclusive no GP,que denegriram a iniciativa, pois são o reflexo e a causa de muitas batalhas perdidas, estas bem mais importantes, que conduziram ao menor fulgor da cidade e da Região. São pessoas a quem o horror de serem rotulados por quem está do outro lado da barricada as faz criticar violentamente qualquer posição que se tome, pois o seu conformismo, a valorização da aparência, a subjugação das suas acções à opinião de terceiros, tão típica dos provincianos, impede-as de se afirmarem de forma recta e adulta, pois a discordância, a acção, a defesa de valores e causas contra o establishment que caracteriza as sociedades democráticas e evoluídas, colide com o moralismo e a inércia que caracterizou a sociedade Portuguesa no séc. XX.

Alexandre Ferreira
ACdP

De: Victor Sousa - "S. Nicolau, uma freguesia limpa..."

Submetido por taf em Sexta, 2009-12-04 17:03

Boa tarde.

Muito se discute aqui os "Red-Bulls" da nossa indignação. Eu sugiro uma descida à terra. Fica o mote para reflectir sobre a não viabilidade de alguns projectos de cidade. Por exemplo, a limpeza desta freguesia emblemática da cidade, onde a "iniciativa privada" não terá "resultado". Explica-o o vereador da CDU na Câmara, Rui Sá, na página 22 do "Grande Porto".
--
Cumprimentos de
Victor Sousa

De: Daniel Rodrigues - "Red Bull Air Race"

Submetido por taf em Sexta, 2009-12-04 16:55

Dirigindo-me aos deputados eleitos pelo círculo eleitoral do Porto, pergunto se estão a tomar as necessárias diligências para esclarecer cabalmente a causa primária desta discussão:

«Na sexta-feira, Luís Filipe Menezes e Rui Rio afirmaram ter sabido por "fonte oficiosa" mas de "grande credibilidade" que a organização da corrida se preparava para "voar" para a capital portuguesa, por 12 milhões de euros, com patrocínios de empresas participadas pelo Estado.»

"No ano passado, a comparticipação do Estado nas despesas das cidades de Porto e Gaia foi de 500 mil euros. As Câmaras entraram com 400 mil euros cada e o resto proveio de patrocínios."

"Galp Energia e EDP afirmaram nunca ter patrocinado a prova. A TMN, que patrocinou o evento nos últimos dois anos, garantiu em declarações à Lusa, que não pretende voltar a fazê-lo."

Em particular, considerando estes três pontos da notícia do JN, gostaria que os Srs. Deputados esclarecessem as seguintes perguntas:

  • - Propôs o Estado, através dos seus institutos, câmaras, ou empresas participadas, à organização da Red Bull um "package" de 12 milhões de Euros, por contraponto ao financiamento de 1 milhão e 300 mil euros que deu em 2009?
  • - A Galp Energia e a EDP, empresas efectivamente controladas pelo Estado, afirmaram nunca ter patrocinado a prova. No entanto, terão sido contactadas por alguém do Estado no sentido de patrocinarem a corrida Red Bull no próximo ano, e colocado nesse contacto alguma referência à localização da corrida?

É importante que os deputados eleitos pelo círculo do Porto à Assembleia da Republica, independentemente da sua cor política, não poupem esforços a encontrar a resposta a estas questões, e não fiquem satisfeitos por respostas evasivas como esta: "Não tenho conhecimento de que o Estado ou algum organismo em que o Estado tenha decisão esteja envolvido na localização do evento para o próximo ano". - Se Vieira da Silva não tem conhecimento, talvez seja necessário perguntar a alguém que tenha.

PS: Caro José Ferraz Alves, sendo as suas perguntas pertinentes, apenas a segunda não me parece suscitar dúvidas - "2. A política desta organização não passa por uma rotatividade dos espaços físicos de realização dos eventos?": para o caso de Budapeste e Abu Dhabi, não. De igual modo, Barcelona recebeu a corrida nos últimos 4 anos, embora tenha sido cancelada em 2008. De igual modo, irá regressar a Perth este ano, depois de já ter recebido a corrida de 2006 a 2008. Não me parece que a rotatividade dos espaços físicos seja necessariamente uma política da organização...

Melhores cumprimentos,
Daniel Rodrigues

De: António Alves - "O melhor é ficar sentadinho à lareira"

Submetido por taf em Sexta, 2009-12-04 16:52

A mim espanta-me que pessoas que se propõem combater o centralismo não tenham sido capazes de perceber a janela de oportunidade que esta questão da Red Bull poderia representar para criar um movimento de agitação e descontentamento popular. Como pretendem mobilizar e agitar o povo? Falando-lhes sobre o QREN, sobre as disparidades do PIB, sobre a produtividade, sobre políticas de I&D, ou sobre algum modelo econométrico de desenvolvimento regional? Espanta-me também que sejam incapazes de pensar fora da caixinha partidária e superar as animosidades políticas e pessoais - sim, Cristina Santos está carregada de razão. Este combate não é nenhum romance de cavalaria medieval e muito menos um duelo de cavalheiros. Se pretendem vencer uma guerra "civilizadamente" o melhor é ficarem em casa à lareira e esperarem sentados pela regionalização. Aqui no Norte parecemos aqueles bizantinos que com os invasores à porta discutiam o sexo dos anjos. Coitados, acabaram com o imperador morto, conquistados e varridos da história.

Gostaríamos de relembrar todos os interessados que se realizará amanhã, dia 4, a Reunião Magna convocada pelo Movimento pelo Cineclube do Porto, com o intuito de discutir a presente situação desta nobre instituição e apresentar a nossa visão e projecto para a mesma. A reunião terá lugar no Palacete dos Viscondes de Balsemão (à Praça Carlos Alberto) às 18 horas.

Esperamos igualmente contar com a presença de representantes da actual Direcção do CCP, esperança que foi reforçada depois do comunicado emitido na passada quarta-feira (dia 2).

Com nossos melhores cumprimentos,
O Movimento pelo Cineclube do Porto

De: José Ferraz Alves - "Três perguntas sobre Red Bull Air Race"

Submetido por taf em Quinta, 2009-12-03 23:58

Regressado de três dias em Bruxelas em que fui acompanhando este debate, continuo com três dúvidas:

  • 1. O acordo com esta organização não previa exactamente e apenas a realização destes três eventos já passados?
  • 2. A política desta organização não passa por uma rotatividade dos espaços físicos de realização dos eventos?
  • 3. Sendo que já percebi que não é necessariamente indispensável ter-se um programa eleitoral para vencer eleições, que medidas alternativas têm os responsáveis pelo Porto e Gaia no seu plano de actividades para substituir um evento destes?

José Ferraz Alves

Edifício da Vodafone no Porto

Imagem da Revista Imobiliária


Inaugurado há pouco mais de um mês, está-me a apetecer dizer que o edifício da Vodafone, na Avenida da Boavista, é agora muito mais consensual... (desculpe a expressão, Pedro Lessa), porque, de facto, foram algumas as resistências iniciais àquele projecto, a que alguns não se coibiram mesmo de chamar "mamarracho".

Há dias, passando nos Campos Elísios, em Paris, reparei melhor no edifício da Citroën e na ruptura que ele representa em relação ao edificado da mais famosa avenida do mundo, e perguntei-me: o que seria se, entre nós, o tentassem construir em plena Avenida dos Aliados? Confesso que gosto muito mais do nosso (Vodafone) do que do deles (Citroën), embora ambos se insiram num estilo arquitectónico de choque e ruptura com o establishment. São conceitos!

Edifício da Citroën em Paris  Edifício da Citroën em Paris

Correia de Araújo

De: Rui Encarnação - "Red Bulles"

Submetido por taf em Quinta, 2009-12-03 23:42

A indignação do Dr. Rio é indignante. Seguindo a sua própria filosofia, eventos como estes não devem ser subsídio-dependentes, especialmente porque visam o lucro. Segundo a sua própria lógica, eventos como estes devem ser da iniciativa dos privados, sendo o retorno dos privados, ainda que reflexamente possam gerar mais valias para a comunidade em geral.

Daí que, na esteira do argumentário do Dr. Rio, e para além da colaboração que a CM possa prestar, é ao privado que cabe o direito de escolher o local que mais lhe interessa para a realização do evento, seja por lhe proporcionar mais lucro, seja por lhe dar mais visibilidade. Se para o Dr. Rio assim é, como pode ele arrogar legitimidade para censurar a opção do privado por deslocalizar o evento? Quer condicionar o seu direito ao lucro e às mais valias decorrentes da sua actividade? Como é que o Dr. Rio pode querer condicionar ao privado a escolha do parceiro – CM Porto ou CM Lisboa – para a realização do evento? Na sua própria lógica, ele, e a CMP que gere, é que não souberam ou não puderam aliciar o organizador do evento por forma a convencê-lo de que o Porto seria, para ele, a localização, mais vantajosa.

Ao contrário, se o Dr. Rio afinal pensa que a CMP tem o direito e o dever de praticar actos que dinamizam e fomentam as actividades lúdicas, e já agora as culturais, já não encontro razões para que não se oponha a semelhante mudança e muito menos, para que continue na sua dita cruzada anti subsídio-dependência. Afinal de contas, durante estes anos esteve a subsidiar os aviões e, pelos vistos, não se acautelou, pois o beneficiário do subsídio nada lhe deu em troca, a não ser o respeito pelos contratos firmados. Se vier a mudar de local, resta ao Dr. Rio fazer as contas – de que tanto gosta – entre o que gastou nos subsídios aos aviões e o retorno que gerou – quer imediato, quer nas consequências futuras do mesmo, temporalmente consideradas (por isso é que ele se preocupa e barafusta...).

E na hipótese de deslocalização deste típico evento Rial, será que o Dr. Rio não consegue pensar em mais nada onde possa gastar dinheiro, que gere dinheiro e visibilidade para cidade e que perdure um bocadinho mais de tempo? Creio que a Casa da Música e Serralves, tal como a noite de S. João, não vão mudar de sítio! Para já... Valha-nos quem possa!

De: Teodósio Dias - "Ainda a Regionalização, mas como Alternativa..."

Submetido por taf em Quinta, 2009-12-03 23:37

Só algumas achegas ao artigo de Pedro de Figueiredo publicado em "A Baixa do Porto" (sobretudo em dados históricos) para facilitar a compreensão da evolução do regionalismo em França.

1. Antes de serem criadas as Regiões em França - anos setenta do século XX - já os governos de De Gaulle (anos 60) tinham iniciado um processo de descentralização em França. Em França existem 22 regiões.

2. Em França existem "eleitos" - conseillers généraux - ao nível dos Départements, os nossos distritos, eleitos nominalmente e com trabalho e acção muito importantes. Em cada département existe o representante do Estado - Préfet. A nossa administração local é baseada na francesa, mas não evoluiu com o tempo. Em França o equivalente aos nossos governadores civis são funcionários do Estado e não políticos próximos do governo. Também existem eleitos ao nível regional. A Acumulação de cargos é permitida, não é estranho encontrarem-se "deputados-presiente de Câmara" num país seis vezes maior do que o nosso.

3. Os sindicatos intermunicipais franceses existem desde, pelo menos, os anos 90 e são fruto da necessidade, sobretudo, de planificação do Território ao nível local. Em França a planificação do Território é uma realidade e não está sujeita à vontade dos governos. As Comunidades Intermunicipais surgem sobretudo pela necessidade de gestão de equipamentos.

4. Hoje, fala-se na criação do Grande Paris - alargamento da cidade aos municípios da periferia.

De: António Alves - "Porque estou farto"

Submetido por taf em Quinta, 2009-12-03 23:31

Uma fonte anónima, como convém sempre nestas coisas, em declarações ao Público, numa clara manobra de chantagem patrioteira, acusa os do Porto de serem "regionalistas primários" e que "no Norte as pessoas preferem ver a prova em Espanha do que em Lisboa". Eu, "regionalista primário" e falando por mim, informo desde já a fonte sem coragem para dar a cara que prefiro mesmo ver a prova em Espanha do que em Lisboa e passo a explicar as razões da minha preferência.

Porque estou farto da sistemática discriminação; porque estou farto de ver o estado sempre a privilegiar Lisboa em relação ao resto do país; porque estou farto de ver a minha cidade a empobrecer paulatinamente, o povo da minha região sistematicamente a emigrar para a Europa, para Espanha, e agora para Angola, para fugir ao desemprego; porque estou farto da olímpica pesporrência das egoístas oligarquias lisboetas que se julgam no centro do mundo e permanecem indiferentes ao empobrecimento generalizado do resto do país sempre ávidas de açambarcarem tudo e mais alguma coisa para sustentarem o seu modo de vida; porque estou farto de uma capital drogada em "pimenta" que rouba sem pejo a família quando os aditivos lhe faltam; e ainda porque se porventura a capital do meu país fosse Madrid a minha região seria mais autónoma, mais rica e feliz como é por exemplo o caso dos nossos vizinhos galegos; e, finalmente, porque estou farto de ser governado por cobardes anónimos que num assunto desta gravidade não têm a coragem de dar a cara.

Se a prova for para Espanha vai muito bem. A Espanha merece: é um país minimamente decente.

- Petição contra a centralização

De: Cristina Santos - "Adeus Air Race"

Submetido por taf em Quinta, 2009-12-03 14:14

Red Bull Air Race


Relativamente à Red Bull Air Race, o último espectáculo foi evidente quanto ao futuro, despedi-me dele nesse Domingo, com os putos da Ribeira a mergulhar no Douro, com os Alemães e os Chineses a competir para as melhores fotografias, com os inúmeros galegos que nos acompanharam na cruzada da ponte, até à Rua do Loureiro.

Notava-se que o investimento, a promoção, já não se limitava apenas à competição, mas à venda de um entretenimento abrangente, foi o melhor espectáculo de todos. Via-se também que estavam reunidas as condições para uma renegociação severa e, possivelmente, para a oferta da proposta à Capital, que andava com uns aviões característicos a dar pequenos espectáculos.

Enquanto os putos da Ribeira mergulhavam e a malta parava na escadaria para apreciar e fotografar, lembro-me de ter comentado que os opositores, acho que foi más-línguas que chamei aos meus amigos portuenses críticos do evento, podiam ficar satisfeitos porque provavelmente não veríamos mais a Air Race no Porto, e que presumivelmente já não receberíamos telefonemas de França a dizer que o anúncio passava na TV, e que o Porto estava bonito. Agora sim, não tínhamos arcaboiço para tanto sucesso, ao menos eles iriam ficar satisfeitos, e mais satisfeitos ficarão quando em pouco tempo, com o rumo que o Norte leva, tivermos efectivamente aquela cidade negra, cheia de índios, uma cidade seca, como há anos andam a apregoar.

Podem duvidar de que tenha pensado e dito isto no último evento, é legitimo que duvidem, principalmente os críticos, porque nesta crítica e noutras nota-se perfeitamente que não estiveram lá. Mas enfim, prossigamos nesta marcha desalinhada, cegos pelo partidarismo. Quando conseguirmos fazer do Norte um deserto, atribuem-nos as enxadas para a regionalização, e nessa altura deprimidos talvez recordemos, enquanto cavamos na areia, o tempo das Air Race e do Grande Prémio como pontos a atingir num novo futuro.

Cristina Santos

De: António Alves - "Sempre do mesmo..."

Submetido por taf em Quinta, 2009-12-03 14:10

Senhor Manuel Leitão

Levar a discussão para a idoneidade da extinta ADETURN, ou para a veracidade das declarações de Rui Rio, é, à falta de argumentos válidos, uma mera tentativa de desviar as atenções. O que está em discussão não é sequer o evento Red Bull Air Race em si. O que está em discussão é o sistemático comportamento centralista em desviar tudo que seja relevante para Lisboa e a passividade bovina de muitos, e também o colaboracionismo interessado de alguns, aqui no Porto, sempre disponíveis para justificações e palavrinhas a abater.

P.S. - O resto do seu post, sendo de fôlego e argumentação de tal modo irrelevantes para o assunto em causa, não me merece mais comentários.

Cumprimentos,
A.A.

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Quinta, 2009-12-03 13:26

De: Cineclube do Porto - "Comunicado"

Submetido por taf em Quarta, 2009-12-02 15:04

A Direcção do Clube Português de Cinematografia / Cineclube do Porto, assumindo o seu reconhecido estatuto de Entidade de Interesse Público, e reconhecendo ter atravessado uma fase onde foi difícil manter o contacto com os seus associados, emite este comunicado no sentido de esclarecer sucintamente algumas questões relativas à Associação.

1. Existe, no Clube Português de Cinematografia / Cineclube do Porto, uma Direcção legítima e ainda no pleno exercício das suas funções que assume as suas responsabilidades e está disponível para encontrar junto dos seus associados as soluções que melhor sirvam os interesses do Cineclube.

2. A Direcção continua a reunir regularmente mantendo uma monitorização rigorosa e uma procura activa de soluções para regularizar o déficit humano e financeiro da Associação.

3. Está em curso a preparação da marcação de Assembleias Geral e Eleitoral a realizar nos termos estatutários.

4. Foi encontrada uma solução que permite assegurar o funcionamento da secretaria em horário devidamente publicitado.

5. A Direcção manifesta agrado com o aparecimento da Petição em seguimento ao Manifesto pelo Cineclube do Porto, na medida em que a quantidade de assinaturas reunidas representa a existência de um grupo alargado de pessoas efectivamente interessadas na actividade do Clube Português de Cinematografia / Cineclube do Porto. Na sequência desta manifestação de interesse, a Direcção gostaria de ver esse apoio traduzir-se na única forma consequente de impulsionar a actividade do Cineclube do Porto, nomeadamente através da inscrição e participação activa de novos sócios.

6. Apesar da interrupção da actividade, em Abril de 2009, por clara falta de recursos humanos e financeiros, a Direcção assegura à Comunidade e aos Associados que todo o espólio se encontra guardado e conservado em boas condições na sede da Associação.

Brígida Velhote, Presidente da Direcção
Armando Pinheiro, Presidende da Mesa da Assembleia-Geral
--
cineclubedoporto@gmail.com

1 - Interessa estarmos atentos aos modelos de Regionalização já em vigor noutros países, para nos situarmos. Em França as communes" (Municípios) unem-se em "communautées" ("regiões" / comunidades de interesses). Os Municípios ao sul de Paris, na Ile de France - zona de Versailles, formam por exemplo a comunidade des "Yvelines" (St. Quentin-en-Yvelines e outras 3 "communes"). Qual é o objectivo das "Comunidades de Interesses"? Municípios unidos para a obtenção de outra escala de planeamento inter-municipal e supra-municipal. Trata-se de planeamento de escala regional. Promovem decisões sociais e urbanas comuns:

  • Rentabilizam os usos e índices.
  • Equilibram o território, o ambiente e os transportes, sempre com uma visão comum, adequada aos vários municípios.
  • Planeiam em comum os equipamentos - os pequenos, os médios e os grandes equipamentos, evitando a sobreposição de lógicas.
  • Planeiam densidades habitacionais em conjunto, evitando a dispersão desajustada de construção pelo território.
  • Planeiam escolas e hospitais tendo em vista "rácios" por habitante e densidade. adequam assim os equipamentos ao território.

Dizer que são necessárias 3 escolas ou 300 para um território não é resultado do cumprimento de promessas eleitorais de cada município. A decisão, sendo comum e ajustada ao território e interesses comuns, determina densidades diferentes. E consensuais, claro.

2 - O estabelecimento em Portugal de "Comunidades de Interesses" seria a melhor maneira de conseguir "interesses comuns" da coisa pública e não o interessismo de cada capelinha a que nos vimos desabituando. As "Comunidades" combatem:

a) A sobreposição de redes administrativas actualmente existente. Esta sobreposição, quando desconexa, obriga a que o mesmo cidadão residente em S. Salvador do Campo, Santo Tirso vote em Santo Tirso, esteja inscrito no centro de saúde de Vizela, vá ao teatro na Casa das Artes em Famalicão, tire o BI em Vila das Aves e trabalhe em Guimarães. Para executar todas estas tarefas o cidadão gasta gasolina e polui como se não houvesse amanhã. Perde horas da sua vida em deslocações no território. Nada contra as redes e o uso em rede do Território. Tudo a favor das redes. O vale do Ave funciona em rede como hábito, modo de defesa e modo de estar. Mas não é uma rede organizada como tal. Surge avulso no território e multiplica os desperdícios. O separatismo das Trofas deste mundo é disso sinal. Multiplicação de equipamentos sem sentido para vaidade de caciques locais. A união dos Municípios como Comunidades para o planeamento social e urbano faz cada vez mais sentido. E não só para o Vale do Ave. As políticas sociais e urbanas quando feitas à escala intermunicipal e supra-municipal servem melhor as populações - são eficazes.

b) O esvaziamento administrativo e discricionário. Exemplo de não entendimento do "território - como - ele - é", é supor, por hipótese, que: ...Sendo necessário por exemplo, eliminar um centro de saúde / maternidade numa região em franca regressão populacional como Trás-os-Montes, a opção recai em Mirandela e não em Bragança. Trata-se de uma opção natural à luz do "distritismo" que desgoverna Portugal, não uma opção de eficácia territorial. Ninguém quis perceber que à luz da racionalidade territorial, até faz mais sentido Mirandela que Bragança para a manutenção dos melhores equipamentos. Mirandela é mais acessível e mais central. Bragança, a um canto, apenas é, administrativamente, a capital de Distrito. Pobre falta de visão Territorial de âmbito nacional - escala 1/100.000. Falta a visão da escala Regional. Falta a Regionalização Inteligente.

De: Manuel Leitão - "Mais do mesmo..."

Submetido por taf em Quarta, 2009-12-02 14:33

Quando não são “cobardias” são “faltas de coragem”. Vou fazer por crer que isto é apenas um “estilo” peculiar de debitar sentenças e dar mais “duas de troco” a António Alves: já que o truque para fazer passar profundos desejos (ou mesmo frustrações) por realidades passa simplesmente por clicar, vou então retribuir o conselho e o método para uso do próprio A. A., através do que poderá ele mesmo responder sobre a idoneidade dos órgãos de informação e personalidades que invoca para tentar sustentar as suas afirmações.

Relativamente à extinta ADETURN, sob o título “Adeturn, história de uma morte (tardiamente) anunciada”, poderá ler isto:

“Há histórias muito mal contadas e a da Associação para o Desenvolvimento do Turismo da Região Norte (Adeturn) é uma delas (…) Cabia a este organismo a promoção externa da região, com mais de metade do seu orçamento a ser assegurado pelo Turismo de Portugal mediante prévia contratualização por objectivos. Em Junho deste ano os associados reunidos em assembleia-geral da Adeturn aprovaram a sua dissolução e pedido de insolvência, tendo nomeada uma comissão liquidatária. Em Julho, notícias vindas a lume davam conta de um passivo de 1,2 milhões de euros, mas a notícia desta semana de um diário de economia dava conta que as dívidas já somavam 2,3 milhões de activos. Entretanto, a assembleia de credores da Adeturn foi adiada para 29 de Janeiro, isto porque ainda está a decorrer o período para a reclamação de créditos. O que, traduzido para miúdos, quer dizer que a dívida tem fortes probabilidades de crescer. À cabeça dos credores apresenta-se já o Porto Convention Bureau, exigindo o pagamento de cerca de meio milhão de euros. A história dos factos é esta, mas pelo meio há muitas outras “estórias” que cheiram realmente mal e que são caso de polícia e não de editorial. Mas o que realmente me espanta neste descalabro é que, que eu saiba, não tenha ainda sido deduzida acusações aos responsáveis por este afundanço. Não sei quem são mas tendo em conta que estão em causa dinheiros, instituições e fins públicos é o mínimo que se exige.”

Tudo isto e muito mais (e bonito…) clicando aqui. Curiosamente, é aquela mesma “defunta” que revela que:

“De carro, comboio ou avião, os turistas espanhóis "invadiram" o Porto e a região norte dinamizando o comércio e a actividade hoteleira, revelou o presidente da Adeturn, Jorge Osório. "Espanha descobriu o Norte de Portugal", acrescentou o responsável pelo turismo nortenho. De acordo com números fornecidos pela Adeturn, com os voos de baixo custo os aviões chegam ao Porto cada vez com mais espanhóis. Segundo Jorge Osório, em Julho, por via aérea, vindos de Madrid, chegaram 26 mil pessoas, de Barcelona, 20 mil e de Palma de Maiorca 10 mil.”

Ou seja, em Julho, tendo em conta apenas voos low cost e aqueles três pontos de origem, 3.000 espanhóis chegaram ao Porto, em média, por dia. Que tem de espantoso que nos dias do Red Bull também cá tenham estado alguns (e ingleses também, em grande parte presumivelmente via Ryanair), dormindo em hotéis, se o fazem durante os todos os outros 363 dias do ano? É mesmo difícil tapar o sol com peneiras… Quanto aos 137 países em todo o mundo “para onde a prova é transmitida em directo”, não vale a pensa sequer cansar-se a clicar: é mesmo mentira. Se não, diga-me em que canais de TV isso se passa e eu como o meu chapéu. Resta o “famoso” estudo da Faculdade de Economia do Porto, ao qual - tenha paciência! - nem clicando se chega: só pela boca de Rui Rio, posteriormente citado por diversos órgãos de informação. Mas se se trata de falta de habilidade minha para lá chegar, desde já muito lhe agradeço se tiver a gentileza de me informar como posso ter acesso a esse documento para a sua necessária análise.

P.S. Relativamente aos comentários de Rui Moreira sobre este tema, sendo de fôlego e argumentação diferentes, por me encontrar fora do Porto até ao final desta semana e com menos disponibilidade, procurarei opinar posteriormente.

Cumprimentos.
Manuel Leitão

De: Vítor Silva - "Representantes do Porto #2"

Submetido por taf em Quarta, 2009-12-02 14:18

Na continuação do acompanhamento da Assembleia Municipal do Porto entrevistei Artur Ribeiro do PCP. Autarca durante 22 anos em Matosinhos, participou aí em 2 conselhos municipais, fez ainda parte da Assembleia de Freguesia de S. Mamede Infesta, da Assembleia Municipal de Matosinhos e foi também Vereador.

A propósito da sua presença no 2º Conselho Municipal, de que era presidente, relembrou o caso da proposta de extinção que a Assembleia Municipal de Matosinhos votou e que foi posteriormente revogado pelo tribunal. Terá sido a primeira e única vez até hoje que um órgão municipal pôs em tribunal outro órgão com a mesma legitimidade e do mesmo município. Artur Ribeiro está agora no 3º mandato na Assembleia Municipal do Porto e em jeito de comparação entre o Porto e Matosinhos refere acima de tudo que são realidades diferentes a nível de pujança económica e que, a nível de relação com o executivo, mais do que as pessoas, a principal diferença vem de esse executivo ter ou não maioria.

- Habitação
Ainda antes de entrarmos no tema que tinha proposto, fizemos uma passagem pela questão da habitação que na opinião de Artur Ribeiro "continua a ser um dos problemas centrais do Porto". Sobre este tema e a propósito de uma das propostas do PCP para o orçamento de 2010 da CMP que é criar um conjunto de habitações para fazer face a situações de emergência, Artur Ribeiro referiu que "não faz nenhum sentido que a Câmara tenha à volta de 400 casas fechadas nos bairros, algumas por arranjar, em obras. A Câmara deve ter essas casas entregues a quem precisa delas e deve ter um conjunto de 15 ou 20 casas para situações de emergência que são temporárias."

- Azevedo
Também o estado de subdesenvolvimento da zona oriental, nomeadamente a zona para lá da Circunvalação, de Azevedo, é um tema importante para o PCP na medida em que contém algumas situações mais graves até que a própria situação da Ilha do Mesquita que Rui Rio visitou recentemente. Desta forma solicitaram um agendamento extraordinário da Assembleia Municipal para discutir esta situação. Em jeito de preparação, vão organizar na próxima sexta-feira, 4 de Dezembro, uma sessão que irá decorrer no auditório da J.F. de Campanhã com a apresentação do documentário "Os Esquecidos" de Pedro Neves (jornalista do Expresso) precisamente sobre a situação de Campanhã e Azevedo.

- Fusão de Freguesias
O tema que tinha sugerido para esta entrevista tinha sido a recuperação de uma notícia de 2006 que dava conta de que existiria algum entendimento entre o Executivo e o Governo de forma a fundir as 4 freguesias do centro histórico: Miragaia, Sé, S. Nicolau e Vitória. Apesar de considerar que "é preciso de facto uma reorganização territorial" e que "isto passa ou eventualmente pode passar pela fusão de municípios e até por municípios que se distribuem por outros", destaca principalmente que este é um assunto de algum melindre e bastante complexo que não poderá ser levado a cabo sem que haja primeiro uma grande discussão entre todos os participantes nomeadamente políticos, cidadãos, associações. "Tem de haver uma reflexão profunda sobre isto", conclui. Não identificou propriamente quais as vantagens que poderiam daí advir, mas referiu que vê com preocupação a visão puramente economicista com que este assunto é normalmente tratado, com um enfoque na redução de custos. Para Artur Ribeiro, "tem de ter outras motivações que não o poupar dinheiro". De qualquer forma não lhe parece que este seja um tema que esteja na ordem do dia.

- Representantes da Assembleia
Finalmente falámos de uma das atribuições dos deputados da Assembleia Municipal e que é fazerem parte de alguns órgãos de outras instituições da cidade, nomeadamente a representação nos conselhos gerais dos hospitais, na Associação Nacional de Municípios, comissão que faz o acompanhamento dos Centros de Saúde, comissão que dá parecer sobre o licenciamento de grandes superfícies comerciais e Conselhos Municipais do Ambiente, Educação e Segurança. A propósito da representação nos conselhos gerais dos hospitais referiu que "o problema é que eles nunca reúnem" e referiu o caso do PCP que tem assento no Hospital Maria Pia e que enviou no passado algumas cartas a solicitar esclarecimentos mas que nunca foram respondidas. No que diz respeito aos Conselhos Municipais, eles não emitem nenhum tipo de pareceres vinculativos mas, pelo que percebi, podem ser espaços de debate e principalmente troca de informações entre os responsáveis de cada uma dessas áreas. Falámos essencialmente do Conselho Municipal de Segurança que para além dos representantes da Assembleia Municipal conta ainda com a participação da Polícia Municipal, PSP, PJ, Guarda Fiscal, APDL, SEF, MP e alguns vereadores. Algo que me pareceu estranho a propósito destas reuniões (de 4 em 4 meses) é que não é produzido no final nenhum documento a relatar o que se passou. Inclusivamente, e apesar de uma proposta inicial de Artur Ribeiro, nem mesmo jornalistas têm acesso a essas reuniões. Apesar de eventualmente serem debatidos temas sensíveis relacionados com a segurança da cidade, parece-me que algo se poderia ganhar com a divulgação de alguma da informação que é aí transmitida.

Podem descarregar o programa directamente ou subscrever o podcast através deste link. Duração total – 37m30s.
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