2009-10-04

De: Correia de Araújo - "Uma gaivota..."

Submetido por taf em Sábado, 2009-10-10 23:05

Então TAF?!... Um pouco mais de cuidado!

Olhe que aquela imagem das gaivotas num Sábado de reflexão eleitoral pode levar muitos a relembrar a emblemática melodia: uma gaivota voava, voava...
Ainda alguém se lembra de apresentar queixa junto da CNE.

Abraço,
Correia de Araújo

De: TAF - "Sábado"

Submetido por taf em Sábado, 2009-10-10 20:05

De: TAF - "Sossego. Pensar e votar."

Submetido por taf em Sábado, 2009-10-10 01:42

Foz do Douro


De: TAF - "Apontadores"

Submetido por taf em Sábado, 2009-10-10 00:41

De: Nuno Sousa - "Oportunidade perdida"

Submetido por taf em Sábado, 2009-10-10 00:32

Espero que o próximo Domingo não seja mais uma oportunidade perdida para a nossa cidade. Está na hora dos portuenses acordarem e darem o seu contributo para retirarem a cidade do marasmo em que se encontra. A cidade perde população diariamente, perde empregos, perde capacidade de reivindicação, perde atenção mediática, perde poder de influência, a cidade está a cair, está triste, está suja, está maltratada, não tem vida cultural. Eu como portuense sinto-me obrigado a votar Elisa Ferreira para tentar dar a volta a esta curva descendente em que Rui Rio nos colocou. Quero uma cidade mais limpa, mais viva, com qualidade de vida, uma cidade Europeia e cosmopolita e não uma cidade gerida como se fosse a mercearia da esquina. Quero uma cidade de cultura e não a cidade dos carros, do La Feria e dos concertos da Rádio Festival. Por tudo isto é necessário um grito de alerta aos portuenses para que acordem e dêem o seu contributo para alterar o rumo das coisas, para que possamos voltar a ter um Porto de que nos possamos orgulhar.

Nuno Sousa

De: Cristina Santos - "Equilíbrio"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 23:26

O Aleixo é recuperável, o serviço prestado em 8 anos de mandato é todo para demolir? Devemos elogiar as boas iniciativas e conservá-las, independentemente da escolha para o futuro, ou de quem venha a ser o Presidente. Perdemos todos com o extremismo político.

A cidade do Porto não é um caos, os partidos esforçam-se imenso para a ganhar, e o povo local alinha em guerrinhas de conveniência? Imagino o número de membros por este país fora que gostariam de alcançar o mérito de algum dia gerir a cidade, gerem cidades sem recursos, o Porto tem tudo, nenhum candidato nos vai salvar, nem livrar-nos da morte, os candidatos concorrem para gerir a 2ª cidade do país e receber por isso. Não é necessário destroçar ninguém, queremos é que os candidatos lutem pela cidade, as quezílias entre eles pouco devem interessar.

Só isso. Votem bem, abstenham-se, mas façam-no pensando no que consideram melhor para a cidade.

Cristina Santos

De: Alexandre Burmester - "Debates televisivos"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 21:42

Claro que interessa a performance dos candidatos nos debates televisivos, percebe-se a sua postura, a sua capacidade de argumentação e diálogo e naturalmente também fazem passar algumas das suas ideias.

No debate de ontem foi bem claro que a Elisa Ferreira alinhou a sua postura para uma atitude menos crispada, o Rui Sá fez uma postura mais oficial, e até o Teixeira Lopes mostrou-se mais credível, pior mesmo só a falta de nível do Rui Rio, que constantemente e vulgarmente se referiu à Elisa Ferreira por “ela”.

Também se percebe que a Elisa não sabe ligar com estas situações, que o Rui Sá é um prático, que o Teixeira Lopes é vaidoso, e que o Rui Rio é prepotente. E mais não acho porque não interessa a ninguém, agora se há gente que não nota nestas coisas é porque não presta atenção. Eu presto.

De: Rui Encarnação - "O que se merece"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 21:32

Li publicados os resultados das últimas sondagens que aumentam a diferença inicial entre Rio e Elisa, com admiração, mas já sem qualquer surpresa. Independentemente da apreciação que pode e deve ser feita às proposta e projectos dos opositores/candidatos do Dr. Rio à CMP, há duas outras apreciações que a antecedem: a do trabalho e obra feita; a do projecto do Dr. Rio.

Quanto à primeira, faz-se rapidamente: tinta nos bairros, Zé Malhoa, aviões, carros, barulho, grades e corridas, bairros demolidos. Falta de construção de novos bairros ou medidas alternativas de alojamento social, falta, absoluta, de apoio e investimento no desenvolvimento social dos mais desfavorecidos, destruição das redes sociais, económicas e culturais básicas e primárias da cidade (a quem só fala quando lhe é conveniente e a quem ignora quando com ele querem falar). Tratamento de trabalhadores à moda de vão de escada, tratamento de todos quantos não lhe dão assentimento à moda da capital (sem sequer os ouvir e muito menos respeitar). Investiu fortemente na estrutura da CMP, blindando-a, exibindo prémios ditos de boa gestão. Não exponenciou, por iniciativa própria da CMP, qualquer um dos equipamentos, excelentes, que herdou (Parque da Cidade, Palácio de Cristal, Ferreira Borges, etc, etc...) Não adquiriu para a CMP qualquer equipamento ou, aliás, mais-valia, que a enriqueça (ou seja, não tem obra!)

Quanto à segunda, é mais fácil a análise e apreciação: não tem. Nunca teve! Por isso, em equipa que ganha não se mexe. O Dr. Rio já percebeu que é bem vinda a sua inércia, o seu não mexer e não fazer, pois assim, quem nada faz, nada de mal ter feito é acusado :).

Por isso é que, se 49% dos que vão votar gostam de quem nada faz, é bom que nada tenham nos próximos 4 anos, a não ser aquilo em votaram. E, democraticamente, lhes desejo que tenham do Dr. Rio o tratamento que ele tão bem já dispensou a quem o não merecia no S. João de Deus (pois também desses lá os havia), o que irá dispensar aos moradores do Aleixo (indiscriminadamente, como é seu timbre), às pessoas que despediu do Rivoli, aos trabalhadores da limpeza que menosprezou e maltratou, e, também aos representantes dos outros partidos com assento no Executivo e na Assembleia Municipal, a quem reduziu à mais humilhante vulgaridade e insignificância (num exercício de prepotência e total falta dos mais elementares princípios democráticos). E também lhes desejo que não possam passar férias e fins-de-semana naquelas cidades da Europa em que a vida se projecta, um bocadinho mais além, da tacanhez, do manguito do “manga de alpaca”. Que os passem cá, a gozar o bem-estar que escolheram.

Para os outros, estou convicto que a vida continua, pois fazem por isso e por ela, com Rio ou sem ele.

De: António Alves - "Números reais aqui da terra"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 21:19

População em 31 de Dezembro de 2001: mais de 263 000 habitantes. Estimativas da populaçãao em 31 de Dezembro 2008:

Grande Porto - 1 283 446
Espinho - 29 481
Gondomar - 173 910
Maia - 140 859
Matosinhos - 169 261
Porto - 216 080
Póvoa de Varzim - 66 655
Valongo - 97 138
Vila do Conde - 77 320
Vila Nova de Gaia - 312 742

Fonte: INE

«Desde 2004, a cidade perdeu por dia à volta de 16 pessoas e ficou com menos 23.036 residentes. No total do Grande Porto, continuam a aumentar ligeiramente.»

"... deixem lá estar as pessoas entregues e subjugadas."

Se me permitem, finalmente percebo a razão que justifica a demolição do Aleixo: os grandes culpados são os taxistas que não querem cá vir. Mas a sério, fico sempre intrigada quando deparo com a ingenuidade de certas pessoas que nos acham subjugados e que Rui Rio será o grande libertador deste povo oprimido que aqui vive. Ouvir este argumento a Rui Rio até entendo porque, afinal, aquilo que ele não quer é explicar coisas tão simples como a razão porque não divulga o contrato com o BES; ou o motivo que o leva a entregar a este consórcio financeiro mais património da cidade. Não sou economista, mas sei fazer contas e leio. Aconselho a leitura de alguns artigos de opinião já publicados pelo paladino da moral anti-corrupção, Paulo Morais. A este respeito, apesar de tudo ele próprio já disse algumas coisas bem importantes:

  • 1º) troca-se o tráfico de droga pelo tráfico dos terrenos;
  • 2º) entrega-se o ouro ao bandido;
  • 3º) (mesmo discordando) entrega-se ao BES um terreno que vale 50 milhões, quando realojar os moradores custaria muito menos.

Aliás, pensemos neste terceiro ponto. O BES já anunciou que gastará 19 milhões em toda a operação. Demolir, recuperar as casas na Baixa e entregar à Câmara 302 casas (que podem ser muito bem casas existentes no mercado imobiliário que não se vendem ou que foram penhoradas pelo incumprimento dos empréstimos - de resto foi esta a razão, na minha opinião, que o fez adiar esta negociata. Quando as "Cristinas Santos" desta cidade souberem que vão ter os traficantes, criminosos e marginais do Aleixo como vizinhos vão agradecer ao Presidente Rui Rio). O terreno vale 50 milhões. Logo à partida, só o terreno cobre estas despesas e dá lucro. Depois, sem Aleixo, constrói-se um grande condomínio de luxo a 3.000 euros o metro quadrado e ganha-se mais um milhões. Grande negócio à custa da cidade. Como diz Teixeira Lopes estes são os subsidio-dependentes que me afligem, não os que recebem o rendimento mínimo.

Maria Augusta Dionísio

De: João Negreiros - "Votos"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 21:01

Já que estamos todos a fazer declarações de voto:

Rui Rio: Ainda não viu a dimensão que o Porto tem e gostava de ter. O terreiro dele está entre o Rio Douro e a Circunvalação nem mais um metro. Não posso concordar com alguém para quem as corridas da Boavista são "Cultura". Ontem no debate, as obras no Palácio foram consideradas "Investimento em Ciência". Acho inadmissível que sob a capa de "homem de princípios" se encham as empresas municipais de "cartões laranja" (como o "Deputado Voador" na "Porto Lazer" que o Tiago aqui denunciou). Também sou contra as questões as concessões a privados de tudo o que é equipamento público. Já agora: no caso do Aleixo, o que acontece se o BES roer a corda? Aconteceu isso com a TCN no Bolhão.

Elisa Ferreira: Apesar de ser do Porto é uma paraquedista. O PS tinha o dever para com o Porto de ganhar estas eleições. Não vai conseguir por culpa própria. Nunca vi Elisa Ferreira participar na vida cívica da cidade. Chamou-nos Calimeros uma vez. Durante os últimos anos escreve regularmente no JN. Raramente o fez sobre o Porto ou causas relacionadas. Vai perder, vai embora, e vamos deixar de a ver outra vez. A ela e ao PS. Não voto em fantasmas.

João Teixeira Lopes: É o exemplo do político "molusco". Já foi candidato pelo PRD, pela CDU, agora pelo BE. Não traz nada de novo a não ser um estilo de política que se limita a fazer umas acusações em voz alta e dedo em riste. Sem fundamentação nem coerência. A falta de solidez nas propostas chega a ser quase tão confrangedora como a do candidato João Pires do MRPP.

Rui Sá: Tenho a opinião que se o candidato não se apresentasse pela CDU poderia ter outros horizontes. Conhece a cidade e os dossiers e tem propostas credíveis para a solução dos problemas discutidos nos debates. Pode mostrar trabalho feito ao ter vindo a receber os munícipes e a fazer visitas-denúncia. Já mostrou que o Porto pode contar com ele quer no executivo, quer na oposição. Conta com o meu voto.

De: José Ferraz Alves - "Rio 43,2% Elisa 39,5%"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 20:56

Última sondagem (TVI), em primeira mão, a eleição continua em aberto.

José Ferraz Alves
--
Nota de TAF: texto recebido às 15:49

De: Miguel Aroso - "Políticos e politiqueiros"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 20:51

A diferença entre políticos e os politiqueiros é simples: os políticos colocam o país em 1º, 2º, 3º, 4º, 5º,... o partido em 10º e o interesse pessoal em 11º, já os politiqueiros colocam os interesses na razão inversa à dos políticos. E os candidatos políticos à Câmara Municipal do Porto são 2: os Ruis. A diferença reside só na ideologia que ficou bem patente na questão do bairro do Aleixo, o Rio pensou e elaborou uma solução sem prejuízos para a CMP, o Sá recorria ao endividamento.

Subscrevo na integra o que escreveu a Cristina Santos! E acrescento, quantas pessoas vêm viver para o Porto e não actualizam os seus dados de residência? Continuam a ir votar à terra Natal? Eu vejo hoje um Porto em que as pessoas circulam na Baixa de dia e de noite em segurança, quer pelo movimento quer pela vídeo-vigilância instalada, com iniciativa e animação. Um trabalho ao nível da coesão social fácil de criticar por ser trabalho invisível, mas fundamental na segurança da cidade (aliás, fez-me confusão a afirmação da Dr.ª Elisa Ferreira sobre trabalhar em conjunto com a administração central, depois de terem cortado os subsídios para a reinserção dos arrumadores). Um projecto que cria condições no Porto para se viver com qualidade de vida, salvaguardando os interesses do cidadãos, como o caso do Parque da Cidade (herança pesada deixada pelo Eng.º Nuno Cardoso, mas isso não interessa).

Vejo um Homem que colocou um termo à promiscuidade, como vemos em tanto lado quer sejam laranjas ou rosas (Mesquitas, Avelinos, Fátimas, Valentins, Isaltinos, Narcisos), mas que a justiça não é capaz de deitar a mão, ainda que toda a gente saiba como funcionam. O caso da Dr.ª Elisa Ferreira ter nas suas listas os promotores dos terrenos do parque é eticamente reprovável e imoral... Mas neste País de compaixão tudo se aceita, tudo se perdoa e ninguém é responsabilizado. No que diz respeito ao bairro de Aleixo, respeito os moradores e compreendo a dificuldade em aceitar a decisão da demolição das torres, mas a verdade é só uma e lanço um desafio a todos os que queiram compreender a realidade do bairro do Aleixo: vão lá à noite. Manter as torres é não ter respeito pela dignidade da vida humana!

Fica a satisfação do reconhecimento generalizado das pessoas amigas que vivem fora do Porto (de Braga a Faro, passando por Lisboa) do aumento qualitativo da cidade neste 2 mandatos. Estou convencido que Rui Rio terá uma vitória esclarecedora, reflexo do trabalho que tem produzido ao longo destes 8 anos, pelo menos assim espero.

Miguel Aroso

De: Cristina Santos - "E na Lua fala-se braille"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 20:48

Sendo a sua irmã bancária percebo a tendência, aliás os empréstimos para aquisição de casas usadas no Porto, principalmente as que necessitam de obras, são inflacionados e altamente dissuadidos pela banca interessada em recuperar crédito mal parado, das construções das vivendas nas imediações. De resto, meu caro amigo, em 19 edifícios restaurados não há um único fogo livre, nunca há. A procura excede largamente a oferta. Mais houvesse, mais se arrendavam. A cidade passa-me todos os dias pelas mãos, não vejo fogos para alugar disponíveis, o senhor vê? Portanto, não me diga que vivo na Lua António Alves, eu não vivo é dentro de um gabinete. Percebo as outras críticas que costuma elencar, esta não. Não é verdadeira, desculpe.

Cristina Santos

De: TAF - "Tenho aqui vários textos pendentes para publicação..."

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 16:38

... mas terá de ficar para mais logo, por falta de tempo agora. Calma, as eleições são só no Domingo. ;-)

PS: 20h45 - em breve mais posts, pouco a pouco

De: TAF - "Muito sucintamente"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 14:55

Rui Rio fez boa obra em alguns aspectos, mas deixou de ouvir o "feedback", isolando-se. Esqueceu os princípios de transparência que defendia no primeiro mandato e vai acumulando algumas asneiras que tenta esconder enquanto não arranja solução. Aquela citação do Dilbert que fiz no JN parece de propósito para ele:

"There's really no point in listening to other people. They're either going to be agreeing with you or saying stupid stuff"

Numa tradução livre: "Não adianta muito ouvir a opinião de outras pessoas porque, das duas uma: ou concordam connosco, ou dizem qualquer idiotice". Além disso falta-lhe a visão e a capacidade de entendimento com autarcas vizinhos para "coisas estratosféricas" como a fusão de municípios, etc., etc.

Não sou sensível ao apelo no voto útil. Útil teria eventualmente sido haver uma coligação entre os opositores ao actual Executivo, como bem propôs João Teixeira Lopes há já muito tempo. Eu voto sem fazer contas e previsões, até porque não confio em sondagens. Se as sondagens fossem realmente fiáveis, nem eram precisas eleições.

Atendendo à postura dialogante e trabalhadora, e à importância de evitar maiorias absolutas, voto Rui Sá para a Câmara. Para a Assembleia Municipal irei provavelmente votar no Bloco de Esquerda, atendendo ao trabalho desenvolvido por José Machado de Castro que, ao contrário de muitos colegas seus desse e de outros partidos, se esforçou por prestar contas aos munícipes daquilo que fez. Confesso que pouco sei do trabalho de outros eleitos para a Assembleia Municipal; em parte será culpa minha, noutra será culpa deles. Na Junta de Freguesia de Paranhos irei votar no PSD. Têm sido bastante dinâmicos e mostraram preocupações sociais que me convenceram.

De: António Alves - "No mundo da Lua"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 14:45

«Os que querem sair do Porto estão em casas degradadas, não têm hipótese de obter empréstimos para a sua compra e reparação. De resto o movimento é exactamente inverso, todos querem vir, mas há créditos para pagar onde compraram e a pouca oferta que temos inflaciona os preços. Aliás, penso que uma grande parte tem pena de ter saído do Porto, e saiu maioritariamente até 2001, ou pelos menos os censos são dessa data. E o que levou à saída foi exactamente o clima de insegurança que se sentia e as intermináveis obras.»

A minha irmã casou-se há dois anos e saiu do Porto. Foi para S. Mamede. Ela e o marido, dois portuenses. A minha irmã é de classe média – bancária – tal como o marido. Toda a gente que conheço nas mesmas circunstâncias abandona o Porto. Aliás, da minha família, que é grande e vive no Porto vai para 200 anos, poucos cá restam. Restam os mais velhos que um dia morrerão. Os meus primos, os meus irmãos, foram todos embora. Há quem viva no mundo da lua.

Da minha parte o que verifico é que as pessoas querem com urgência voltar ao Porto e o Porto ainda não tem condições para isso. Os que querem sair do Porto estão em casas degradadas, não têm hipótese de obter empréstimos para a sua compra e reparação. De resto o movimento é exactamente inverso, todos querem vir, mas há créditos para pagar onde compraram e a pouca oferta que temos inflaciona os preços. Aliás, penso que uma grande parte tem pena de ter saído do Porto, e saiu maioritariamente até 2001, ou pelos menos os censos são dessa data. E o que levou à saída foi exactamente o clima de insegurança que se sentia e as intermináveis obras.

As políticas dos 8 anos que passaram foram mais dirigidas aos pobres, à segurança, enfim, uma coisa que realmente não tem grande interesse, apoiar é as grandes empresas e grandes investidores, que depois há dividendos para isso tudo, não é verdade?

  • - Gastar dinheiro a demolir um bairro local onde, quase de forma diária, morriam pessoas com doenças infecto-contagiosas, cujos barracos onde pernoitavam eram imediatamente ocupados por outras pessoas e onde as crianças andavam descalças em cima disso, faz sentido?
  • - Para quê Ferreira Borges ocupado, esteve tantos anos restaurado e às moscas?
  • - Para quê reabilitar a Praça Lisboa se foi há tão pouco tempo reabilitada?
  • - Para quê demolir o São Vicente de Paulo se eram umas casinhas tão jeitosas em tijolo, onde o crime e a miséria desertaram a Praça da Corujeira, isto esquecendo os efeitos da Mitra, claro, mas para quê?
  • - Para que demolir o Aleixo, nem os taxistas lá querem ir, deixem lá estar as pessoas entregues e subjugadas.
  • - Para quê negociar o Parque da Cidade, vamos fazer um acordo amigável positivo, sem advogados, que isto agora voltamos ao aperto de mão.
  • - Para quê o Parque Oriental, no meio de bairros?!
  • - Para quê Oceanário, a ocupação do Transparente, as Red Bull, os carrinhos de corrida, os espectáculos sem Rui Veloso, para quê, minha gente?
  • - Para quê uma Porto Vivo, modelo usado em todo o país, deixem lá os inquilinos pobres que eles desistem e vão-se embora.
  • - Para quê uma Pousada no Freixo, deixem ruir a marina também, e já agora esqueçam Campanhã, entreguem a Rio Tinto.

Importante, meus amigos, é tentar enganar o nosso vizinho só porque temos um partido, vá lá que já poucos têm uma religião.

Cristina Santos

De: António Alves - "Pequenos comerciantes: tremei!"

Submetido por taf em Sexta, 2009-10-09 12:54

Eu, se fosse pequeno comerciante – classe que muito tem sustentado as vitórias eleitorais de Rui Rio -, não teria dormido esta noite e ainda hoje tremeria de terror. O nosso edil brindou-nos ontem com uma pérola da sua refinada ignorância: segundo ele, ironizando com “uns intelectuais que aí andam”, a teoria do “donut” não tem pés nem cabeça. O facto da cidade perder habitantes todos os dias não tem problema nenhum: afinal ainda é o grande centro de emprego (cada vez menos) onde todos os dias cerca de 1 milhão de pessoas vive. Pois, mas sem gente que cá durma todo o comércio de proximidade definhará, as ruas desertas e cheias de casas abandonadas tornam-se inseguras, a cidade fica feia e suja, sem vida. Tudo coisas que aumentarão o seu índice de rejeição e diminuirão a auto-estima dos residentes que restam. Com o tempo também os empregos diminuirão (já começaram a diminuir) porque a sua atractividade, negativamente correlacionada com o aumento do índice de rejeição, diminuirá. É um círculo vicioso principalmente numa cidade de facto que não tem um governo único que possa colmatar este problema e vive numa lógica de divisionismo e concorrência cega.

Se Rui Rio voltar a vencer, o que é muito provável, é sinal que a cidade enveredou por uma lógica suicidária e sinal de pouca saúde psicológica. O melhor será também sair. Migrar para sítios mais arejados e mais futuro. Todos temos direito a escolher aquilo que consideramos o melhor para nós e para os nossos.

Continuo abismado com as sucessivas avaliações que são feitas às performances televisivas dos nossos candidatos, que se revelaram, todos eles, bem melhores do que os que se perfilaram para a Câmara de Lisboa, pedindo respostas a questões que já estão nos seus programas de candidatura. Essas respostas existem. Não se pode estar a passar uma imagem de desleixo e de superficialidade que só existe, de facto, num dos cinco programas que foram submetidos a apreciação para a Câmara do Porto. E que ganha com esta imagem que está a ser passada de falta de profundidade. Porque se trata de uma pessoa mediana, sem rasgos, que está a procurar um nivelamento por baixo.

E porque não fazermos o trabalho de casa e ir ler esse programas? Estavam à espera de ter as respostas no circo mediático televisivo e nos tão queridos "soundbytes"? Sinceramente, a minha perplexidade ainda é maior por vinda de muitos que reflectem nos problemas da cidade. E que são muito importantes para o Porto.

O que penso: é que é bem verdade que todos temos o que nós próprios construímos. Eu vou votar na Elisa Ferreira, porque eu tenho as respostas às perguntas que formulei. E até a outras em que nunca pensei.

José Ferraz

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