2009-07-05

De: David Afonso - "Parque Escolar: a árvore e a floresta"

Submetido por taf em Sábado, 2009-07-11 18:42

Para não confundirmos a árvore com a floresta, convém ter presente que se é verdade que o abate de árvores em meio urbano é muitas vezes inevitável, também é verdade que raramente são tidas em consideração no desenvolvimento dos projectos urbanísticos. São vistas como um adereço de paisagem e o seu abate um mero dano colateral que pode ser redimido pela plantação de novas árvores noutros locais. Ora, uma árvore numa cidade tem uma importância suplementar que ultrapassa o mero biologismo. Estas são as nossas árvores a que nos habituámos a ver a todos os dias, que nos assinalam o passar das estações, que compõem não só a paisagem que contemplamos da nossa janela como também a nossa paisagem interior. Há qualquer coisa de filisteísmo na facilidade com que descartamos as árvores do nosso habitat.

O Tiago trouxe-nos aqui o caso do Filipa de Vilhena, mas também poderíamos falar do Aurélia de Sousa ou do Carolina Michaelis. Provavelmente outros casos existirão, mas o facto de encontrarmos pelo menos três casos no Porto em que a ampliação de escolas se fez às custas das árvores permite-nos concluir que não estamos perante a excepção mas perante a regra. É evidente que a Parque Escolar – empresa coordenadora destas intervenções – não tem em consideração esta dimensão da realidade urbana. Parece-me, no entanto, que devemos integrar este “pequeno” problema do abate indiscriminado de árvores num contexto mais alargado. Tudo isto é apenas reflexo de uma mentalidade administrativamente anacrónica que centraliza, verticaliza e exclui a cidade e as suas comunidades das decisões que lhes dizem directamente respeito. É a velha tradição nacional do burocrata paternalista que não nos quer incomodar com coisas que nos ultrapassam, a nós que não possuímos carta de alforria do tecnocrata ou do político. Mais do que árvores convém discutir a floresta.

Trago comigo duas questões e gostaria de sair daqui com alguma resposta. A primeira questão prende-se com a ausência de concurso público para a concepção do projecto de arquitectura. Considero inadmissível que esta importante operação de remodelação do parque escolar seja atribuída sem qualquer critério evidente de uma forma directa a meia dúzia de gabinetes de arquitectura. Mas porquê o arquitecto A ou B em vez de C? Qual a transparência destas adjudicações directas? E como é possível que a Ordem dos Arquitectos que é capaz de armar um escarcéu por dá cá aquela palha mantenha uma postura tão discreta quanto a este assunto? Recordo que esta operação deverá se estender a 330 escolas até 2015. É muita adjudicação directa e o silêncio é ensurdecedor. A questão do concurso público não é uma questão meramente corporativa: é sobretudo uma questão de transparência, por um lado, e de instigação da criatividade, por outro lado. Numa sociedade aberta, a transparência e lisura dos procedimentos administrativos públicos devem ser cultivadas por quem de direito. Quando tal dever não é cumprido, deve a sociedade civil obrigar os poderes político e judicial a corrigir a aberração. Temos o direito saber quais os critérios que levaram à selecção de um determinado arquitecto e de um determinado projecto e temos esse direito porque as escolas fazem parte do nosso património urbano, porque as nossas crianças frequentam essas escolas e porque tudo isso é pago com o dinheiro dos nossos impostos. Por outro lado, é notório que os projectos em execução são, salvo raras excepções, medianos para não dizer medíocres. Tenho a certeza que a protecção (política?) gozada por alguns gabinetes prejudica a capacidade de inovação. Mesmo em cidades como o Porto e Lisboa, os edifícios das escolas secundárias têm uma relevância simbólica assinalável e uma presença na paisagem urbana inegável. Esta poderia ser a oportunidade de fazer um upgrade da sua qualidade estética e ambiental, mas tal só se me afiguraria possível num contexto de concurso público verdadeiramente exigente e competitivo e, acrescento, em que as propostas pudessem ser alvo do escrutínio de todos os interessados, o que englobaria necessariamente a comunidade escolar e local. E este é já o meu segundo problema.

A escola, para bem e para o mal, é um dos principais reprodutores da ordem social e todo este processo de requalificação do edificado escolar ilustra bem o processo de reprodução social. Os projectos são impostos à comunidade escolar por uma entidade mais ou menos abstracta que detém o poder para tal. Professores, pais e alunos são informados do que vai acontecer através de painéis (que nem sempre incluem 3Ds que facilitem a descodificação da informação) mas não participam no processo, reproduzindo-se em pequena escala a maneira tortuosa de fazer cidade à qual nos fomos habituando nas últimas décadas: manda quem pode, obedece quem deve! Até podemos ensinar os valores cívicos da democracia nas nossas escolas, mas não os podemos exercer porque somos esmagados pelo estado de emergência dos períodos eleitorais e pela prepotência dos técnicos. Desse modo, na escola aprendemos que a cidade é uma coisa que nos acontece e não uma coisa que fazemos. Naturalizamos a opacidade das decisões dos técnicos do urbanismo e a impotência da cidadania. Longe de mim propor a interrupção destas obras. Não me venham com o anátema de inimigo do progresso. Simplesmente, para mim progresso seria aproveitar este Programa de Modernização das Escolas do Ensino Secundário para introduzir a problemática da cidade e da cidadania nas escolas. Em vez de reproduzir os vícios da ordem instituída, a escola tem o dever de romper com estes atavismos totalitários. Os professores, os alunos, os pais e toda a comunidade escolar têm o direito de participar na concepção e desenvolvimento destes projectos. Não faria mal nenhum que um aluno ou professor ficasse a saber quanto custa construir uma escola e quanto custa a sua manutenção. Também não faria mal nenhum ao arquitecto ou ao engenheiro voltar literalmente à escola para aprender um pouco mais sobre os seus próprios projectos. Ainda faltam algumas centenas de escolas para tentarmos fazer as coisas como deve ser. Assim, talvez não consigamos salvar todas as árvores, mas a floresta ficaria bem mais respirável.

David Afonso

De: Campo Aberto - "Defendamos os Jardins do Palácio de Cristal!"

Submetido por taf em Sábado, 2009-07-11 16:41

Campo Aberto opõe-se à adulteração dos jardins e sua transformação área de negócios, e lembra que existem alternativas

A 23 de Junho de 2009, o Executivo da Câmara Municipal do Porto aprovou uma intervenção no Pavilhão Rosa Mota com os votos favoráveis do PSD, CDS e PS. A notícia seria boa se estivesse meramente em causa a recuperação do espaço para utilização em eventos de lazer, desporto e cultura abertos à população. Mas o projecto envolve, além da recuperação do Pavilhão, a construção de um novo edifício que se estende desde aquele até à Capela de Carlos Alberto.

Com esta nova construção destrói-se de forma irreversível uma parte do jardim com cinco décadas: treze árvores adultas serão derrubadas (3 Sóforas e 10 Ciprestes-de-Leyland) e 17 outras estarão em risco de sobrevivência devido às obras (sete Cedrus deodara, um Castanheiro-da-Índia, um Liquidâmbar, dois Salgueiros, um Plátano, um Pinus radiata, um Acer campestre, um Acer negundo e duas Magnólias-de-Soulange). O lago (apelidado de “charco” pelo arquitecto José Carlos Loureiro, responsável pelo projecto) será rodeado por uma construção que descaracterizará a zona, transformando uma zona verde numa muralha de betão.

Nada justifica a construção de um edifício para congressos com cerca de 2500 m2 num dos mais extraordinários jardins de que a cidade dispõe. Existem aliás a curto espaço de tempo tanto a Exponor como o Europarque, com excelentes condições para o tipo de congressos que se pretende atrair. Se a existência de boas vias de comunicação é motivo para se encerrarem urgências hospitalares, cremos que o mesmo argumento justifica a não multiplicação de equipamentos com funções semelhantes num território como o da Área Metropolitana do Porto. Em alternativa, e apenas se isso se justificar em termos de procura, a Campo Aberto sugere a construção de um edifício de raiz numa área deprimida que precise de uma âncora ser recuperada. Não seria difícil imaginar, por exemplo, a demolição do silo-auto, um verdadeiro cancro no centro da cidade, ou a reconversão de prédios devolutos na rua Mouzinho da Silveira.

De notar que o projecto camarário não poderá avançar sem uma alteração do Plano Director Municipal, visto que este consagra os jardins do Palácio de Cristal (naturalmente) como zona verde pública. Trata-se de um processo algo moroso e que obriga à realização de uma fase de participação pública. Esta determinação do PDM não é um acaso: faz todo o sentido que as zonas verdes sejam sossegadas. O que o município pretende é uma adulteração profunda da razão de ser daquele espaço, transformando um local de lazer e descanso numa área de negócios. Os portuenses não merecem semelhante dislate!

Desde que a gestão dos jardins do Palácio de Cristal foi retirada à Porto Lazer e de novo entregue ao Pelouro do Ambiente da Câmara as melhorias têm sido evidentes. Não se repetiram as podas violentas das tílias - contra as quais a Campo Aberto já se havia pronunciado -, novos arbustos e árvores têm sido plantados e criou-se um novo jardim (o Jardim das Cidades Geminadas). Com a infeliz ideia de construir um edifício em área ajardinada, a Câmara do Porto inverte a tendência de melhoria que se vinha verificando e demonstra um total desrespeito pelo património da cidade.

A Campo Aberto apela à Câmara Municipal do Porto para que tenha um pouco de bom senso e altere o seu projecto abolindo a construção de edifícios nos Jardins do Palácio de Cristal – mantendo, contudo, a renovação estrita do Pavilhão Rosa Mota. Apelamos ainda ao IGESPAR, no âmbito das suas competências, para que não aprove o projecto proposto pela autarquia e impeça assim a destruição de uma parte importante dos jardins.

Em qualquer dos casos, é imprescindível que o município seja coerente com a política de sustentabilidade a que recentemente se comprometeu, não deteriorando os espaços verdes da cidade e precedendo sempre qualquer alteração relevante de um amplo debate público.

De: JPN - "Grande Prémio Histórico do Porto no Twitter"

Submetido por taf em Sábado, 2009-07-11 16:34

O JPN vai fazer a cobertura das várias etapas do Grande Prémio Histórico do Porto (GPHP) do Circuito da Boavista no Twitter.

Será utilizada a hashtag #GPHP.

De: Correia de Araújo - "Grande dilema!"

Submetido por taf em Sábado, 2009-07-11 16:32

Mais um grande dilema para o Porto resolver. Quanto a mim há duas soluções: ou afastar as árvores ou demolir o prédio. Ainda quanto a mim, e numa lógica de pequena provocação, até já sei qual seria a solução que alguns preconizariam. Enfim, quando um "problema"(?) destes é notícia na segunda cidade do país, já se vê como as coisas estão!

Correia de Araújo

De: José Silva - "Interacção eficaz com os munícipes"

Submetido por taf em Sábado, 2009-07-11 14:51

De: Luís Gomes - "Sondagem no Porto: Remake 2"

Submetido por taf em Sábado, 2009-07-11 14:13

A nova sondagem divulgada esta sexta feira confirma a tendência de voto já anteriormente demonstrada pela sondagem da UCP. Os responsáveis socialistas estão a ver fugir o tapete, acossados por uma dura realidade: somam uma governação em declínio com uma escolha dúbia para encabeçar a sua lista à presidência. Não bastava esta conjugação de factores e, em jeito oportunista, alguns militantes tentam tirar o tapete à independente, porque perceberam que o povo não gosta de falta de coerência com aquilo que pretendem e ambicionam. Foi assim com Fernando Gomes. Perdeu porque quis mudar o trilho da sua vida politica e quando decidiu recolocar-se, os portuenses deram-lhe um rotundo Não.

De um modo geral, a questão das duplas candidaturas é de todo hipócrita. Que me recorde, todos os partidos já fizeram concorrer deputados a presidentes de Câmara em pleno exercício do mandato. Então porque pretende o PS mudar as regras do jogo? Qualquer cidadão entenderá que os partidos inclinam-se para escolher candidatos com visibilidade, por norma conferida pela exposição mediática da Assembleia. Mesmo sabendo que vai perder, o partido tem de apresentar um rosto. É o espírito de missão de um político! Como pode o PS mudar as regras a meio? O candidato perde a disputa autárquica mas sabe que permanece no Parlamento. Pode parecer desonesto, mas é assim a política e temos de aceitar que existe uma reciprocidade entre aquilo que o candidato dá ao partido e na forma como o partido retribui.

Elisa não é pioneira nem única. Na margem esquerda do Douro temos exemplo pior: Ilda Figueiredo cabeça de lista nas Europeias, em vez de ocupar o assento no PE vem fazer campanha em Gaia, com mais do mesmo. Será que esta gente não se toca?

No fim de contas tudo isto só me preocupa porque em vez de a comunicação social acompanhar as iniciativas e os debates de ideias, andam a reboque dos lideres de distritais e do fait divers, aos quais como diz o povo "puseram-se a jeito".

Um abraço,
Luís Gomes

De: Nuno Quental - "Árvores afastadas para não entrar no prédio"

Submetido por taf em Sábado, 2009-07-11 01:35

Leiam esta notícia. Por aqui se vê o urbanismo que ainda se pratica, nos dias de hoje, nesta cidade. Admito que sejam casos pontuais, mas sinceramente...

"Previsivelmente, as demais árvores que existem no mesmo passeio e no mesmo alinhamento também deverão ser afastadas. Uma coisa é certa, assegurou: aquela zona vai continuar a ter árvores."

Ou seja: vão abater dezenas de árvores e mudá-las uns metros por causa de um edifício? Mas... não teria sido mais simples obrigar desde o início o edifício a recuar?

Já agora um pequeno comentário. Teria sido interessante aproveitar esta vaga de repavimentações para repensar a largura de alguns passeios. Tenho pena que não haja este tipo de preocupações e que os nossos amigos do tráfego se preocupem apenas com a (pouca) fluidez do mesmo.

Abraços e bom fds a todos os “baixinhas”.
Nuno Quental

De: TAF - "Na semana passada..."

Submetido por admin em Sábado, 2009-07-11 00:31

... de uma das bancadas do Circuito da Boavista, sem muito para fazer...

Junto ao Castelo do Queijo


De: Carlos Manta Oliveira - "A Salvação do Bolhão"

Submetido por taf em Sexta, 2009-07-10 23:54

Queria perguntar a quem se manifesta agora pelo Bolhão, se consideram o Bolhão salvo, ou sequer melhor que há um ano atrás. Também me interrogo do que é feito de todos os animadores de rua, músicos, rufadores de bombos e outros artistas. Deixaram de ir ao Bolhão? O Bolhão já não precisa de animação? Estão resolvidos os problemas?

Pois, se calhar vamos chegar às mesmas conclusões, de que se armou um circo mediático, com a máscara de salvar o Bolhão da sua demolição, mas com outros propósitos, nomeadamente o da batalha política. Entretanto continuam os comerciantes e vendedores nas mesma agoniantes condições, mas agora sem a companhia da música e sem os holofotes para eles virados. Será que alguém pode clamar pelos louros da vitória, se os problemas continuam os mesmos?

Felizmente temos um Igespar (ou outra sigla mais correcta, já que entretanto foi mudando de nome) que protege o património edificado, mas sempre se soube que o edifício é classificado, e qualquer obra teria que passar pelo crivo desta entidade. Para quando a criação de um "Igespar" para o património arbóreo ou ambiental? Não deveriam as obras em Parques, Jardins, e outros espaços verdes ser também sujeitas ao escrutínio de uma entidade avaliadora?

Cumprimentos,
Carlos Manta Oliveira

De: TAF - "Norte"

Submetido por taf em Sexta, 2009-07-10 23:20

- Amanhã, Sábado, recomendo esta reunião da Rede Norte. 21:30, no Clube Literário do Porto. O Público também noticia: Rede Norte apresentada este Sábado: Plataforma quer movimentos cívicos a “trabalhar em rede”

- "A ETAR de Sobreiras funciona bem", garante Vice-Presidente da CMP
- A CMP aderiu ao Fundo de Investimento Imobiliário Fechado - Fundo Porto Novo - da responsabilidade do BANIF

- O Porto parece destinado a cenas tristes de agressividade e confusão. É Rui Rio contra metade da cidade e contra os media, e Elisa Ferreira contra o próprio PS local. Os defeitos de Rui Rio já são bem conhecidos; os de Elisa Ferreira estão a ser revelados agora. Quanto a mim o mal não é a "dupla candidatura", mas o "duplo problema": o facto de a candidatura estar contaminada pela colagem de/a Sócrates (faltou coragem para se apresentar desligada desse apoio pegajoso), e a falta de preparação técnica de algumas das medidas propostas para a cidade (onde aliás defende uma postura demasiado intervencionista por parte da Administração Pública), esquecendo assuntos fundamentais como a fusão de autarquias. Quem nos sobra? Eu já tinha avisado que a melhor opção era Artur Santos Silva numa candidatura supra-partidária...

De: TAF - "Interacção eficaz com os munícipes"

Submetido por taf em Sexta, 2009-07-10 19:04

Permitam-me um comentário sobre o Bloco de Esquerda e sobre a importância do debate com os munícipes: José Machado de Castro, usando este blog, tem feito mais pela credibilidade do BE junto dos portuenses do que João Teixeira Lopes em todas as campanhas eleitorais! Eu sei das diversas reuniões, iniciativas, etc., etc., promovidas pelo BE - nenhuma foi tão eficaz como esta. Mas isto sou eu, um PSD desalinhado e blogger inveterado, a falar... ;-)

De: José Machado de Castro - "Rigor, pois claro!"

Submetido por taf em Sexta, 2009-07-10 18:53

Caro Luis Filipe Pereira: é verdade que o período eleitoral faz muita gente perder a cabeça. Mas não quero (nem preciso de) mostrar "obra". O que quis salientar foi as "más companhias" (a TCN) do Executivo de Rui Rio no processo do Mercado do Bolhão. E insisto, goste-se ou não, no papel decisivo de diversas iniciativas na não destruição (até agora) do Mercado do Bolhão.

Para além da fortíssima movimentação cívica (que o presidente Rui Rio sempre quis desvalorizar), houve várias intervenções do BE (e doutras forças políticas) na Assembleia Municipal do Porto mas também no Parlamento: três iniciativas - uma pergunta (689/X/3) dirigida ao Ministro da Cultura em 15/02/08; uma Declaração Política do deputado João Semedo e um Projecto de Resolução (326/X/3) de 9 de Maio de 2008.

Registo a defesa do papel do IGESPAR no processo. E gostaria, como cidadão, de poder contar com o empenhamento do IGESPAR na salvaguarda e valorização do património. Mas infelizmente, olhando à nossa volta e vendo o estado de degradação a que chegou tanto património valioso, tenho de concluir que apenas com o IGESPAR não vamos lá. Para salvar o património, não numa perspectiva de mera conservação, mas antes valorizando-o, a participação e a mobilização das populações é absolutamente necessária.

Cumpts.
José Machado de Castro

Continuação do tema do Palácio no falascreve.

De: Luís Filipe Pereira - "Um pouco mais de rigor sff!"

Submetido por taf em Sexta, 2009-07-10 17:08

Caro José Machado de Castro

Compreendo que a campanha eleitoral está aí há porta e é preciso mostrar trabalho, mas é preciso ter um mínimo rigor nas afirmações que se produzem, sob o risco de estarmos a fugir à verdade, ou dito de uma forma mais directa, de estarmos a MENTIR! Como certamente reconhecerá e fará o favor de corrigir as suas afirmações, não foi o Bloco de Esquerda, associação ou movimento de cidadania que impediu o avanço do projecto da TCN! O que aconteceu, e que estava previsto desde o início, foi que o avanço do projecto estava dependente da aprovação do IGESPAR em virtude de o Mercado do Bolhão ser um imóvel classificado. Uma vez que o IGESPAR, após análises preliminares, ter manifestado a intenção de não aprovar o projecto e a TCN não ter mostrado abertura para que fossem introduzidas alterações determinadas pelo IGESPAR, o processo foi anulado!

Parece-me que escamotear estes factos fazendo recair sobre o IGESPAR a ideia de ser permeável a pressões externas, e incapaz de cumprir o seu mandato de ser um órgão técnico independente e credenciado para desempenhar a sua função de preservação do património, é um péssimo contributo da sua parte! E a verdade é que estas manobras eleitoralistas contribuem decisivamente para cavar um fosso cada vez maior entre eleitos e eleitores.

Cumprimentos,
Luis Filipe Pereira

A TCN e as “distracções” de Rui Rio
(ou como a cidade do Porto escapou, por pouco, a um negócio ruinoso)

Em 10 de Julho de 2008, faz agora um ano, a Câmara do Porto, através do vereador Lino Ferreira, convocou a empresa TCN (TramCronNe) para a cerimónia de assinatura dum contrato com aquela empresa e que previa a demolição do Mercado do Bolhão. É sabido que tal cerimónia não se chegou a concretizar. E ainda bem para a cidade e para os comerciantes do Bolhão.

Hoje são tornados públicos alguns contornos de outros negócios muito pouco claros em que esteve envolvida a mesma TCN, em concreto os factos já apurados pela Polícia Judiciária sobre uma parceria com o tristemente famoso Banco Insular (o tal que “ajudou” ao buraco financeiro do BPN), e em que surgiu um cheque da TCN careca (sem provisão) de 12,5 milhões de euros para pagar a aquisição de um edifício dos CTT. E este conhecimento da actuação da TCN dá bem a ideia da falta de cuidado, da negligência, da incúria e desleixo com que o Executivo de Rui Rio tratou o património da cidade, no caso o Mercado do Bolhão.

Através duma formidável máquina de propaganda foi criada uma imagem nacional de Rui Rio como um político contido nas despesas e rigoroso nas contas. Mas uma apreciação mais cuidada da gestão do Executivo de Rui Rio mostra outra realidade bem diferente, uma inquietante “distracção” pela conservação e valorização dos bens públicos culturais da cidade. Como classificar a nota de BOM (3,32 em cinco) dada pelo Vereador do Urbanismo e Mobilidade ao projecto da TCN sobre o Bolhão a que uma Comissão de Avaliação tinha atribuído a nota de Insuficiente (1,78 em 5 pontos possíveis)? É com um Executivo destes, tão negligente e descuidado, que uma cidade como a do Porto pode avançar?

Não fora o formidável movimento de cidadania, traduzido numa Petição com mais de 50.000 assinaturas, e as iniciativas do Bloco de Esquerda nos diversos órgãos políticos deliberativos, e hoje os comerciantes e vendedeiras já não exerciam a sua actividade e a cidade do Porto teria o Mercado do Bolhão completamente destruído, sem os elementos arquitectónicos, funcionais e culturais que levaram â sua classificação como imóvel de interesse público.

Uma exigência que os cidadãos fazem hoje aos governantes do país e dos municípios é o de tratarem bem o património público, preservarem e valorizarem o que é de todos. Nesta exigência, absolutamente justa, o Executivo de Rui Rio não passou. Basta de incúria e desleixo!

José Machado de Castro – deputado municipal do BE

De: Vânia Castro - "A respeito do Palácio de Cristal"

Submetido por taf em Sexta, 2009-07-10 16:29

Estou em Lisboa. Rivalidades e clubismos à parte, todos achamos que a nossa cidade é a mais bonita. Mas quando olho para Lisboa, por todo o lado, vejo árvores! Também tem graffitis, edifícios em ruínas, sujidade em algumas zonas, mas tem árvores. E esses sítios menos bonitos ou mais degradados sempre não são tão secos, tão feios, porque há verde, há vida, há pássaros, há sombras.

E é como muita tristeza minha que cada vez vejo o meu Porto mais seco, com menos árvores, menos vida. E temos alguns santuários, como o Parque da Cidade ou o Palácio de Cristal. E é por isso que as pessoas tremem, cada vez que ouvem falar em abates de árvores, ou lagos destruídos, mesmo sem conhecer muito bem os projectos.

Tenho lido que vão substituir o lago por “salas anexas” que pelos vistos ainda nem sequer têm uma finalidade definitiva. Eu pergunto: se é assim, para que as vão construir? É como o célebre Edifício Transparente... Enfim, podem ser só 4 ou 5 árvores e menos um lago, mas é como os animais em vias de extinção: são poucos e devem ser protegidos a todo o custo. Não queremos mais salas de banquetes para snobs emproados fazerem umas conferências e encher o papo com croquetes.

Por favor, deixem-nos ficar as árvores e se possível: PLANTEM-SE MAIS! POR TODO O LADO!

Cumprimentos,
Vânia Castro
Software engineer / Critical Manufacturing

De: Alexandre Burmester - "Cinza que te quero verde"

Submetido por taf em Sexta, 2009-07-10 14:06

Tem andando por aqui acesa discussão sobre as eventuais intervenções que se pretendem levar a cabo no Palácio de Cristal, Liceu Filipa de Vilhena e ainda no mercado do Bom Sucesso. Naturalmente que qualquer uma destas intervenções tem diferentes contornos e cada qual tem particularidades completamente distintas. A razão pela qual as refiro em conjunto deve-se ao facto de cada uma delas pela sua dimensão ser implicativa com a população, e ainda ao facto de qualquer uma vir finalmente resolver problemas urbanos que procuram solução há já algum tempo.

Sendo cada qual diferente haverá que olhar individualmente para as soluções que são preconizadas. Hoje pude ver a solução que aqui foi disponibilizada para o Palácio de Cristal, e confesso que não me parece mal. Naturalmente poderia ser melhor, tudo pode sempre ser melhor, mas não me parece que a ausência de meia dúzia de árvores seja tão dramática que por si inviabilize a possibilidade de recuperação do Palácio. Bem sei que o que digo é politicamente incorrecto, não se “pode” deitar árvores abaixo, não se pode maltratar os animais e também não se pode bater nas criancinhas, mas eu ainda sou do tempo que às vezes não faz mal e até se deve.

Aliás para quem defende as árvores, o que também faço, chamo a atenção das demolições na Rua Diogo Botelho junto à Católica e na via paralela onde muitas árvores foram arrancadas, e lembro mais uma vez para a Av. da Boavista cuja intervenção, julgo, a deixará “careca”.

Esta Câmara tem feito muito pouco ou quase nada, limita-se a medicar o moribundo e a vê-lo definhar, parece acordar agora em fim de mandato e vem até o Rui Rio fazer discursos regionalistas, mas custa-lhe muito (mesmo muito) aprender a abrir discussões públicas. A discussão sobre o recente traçado do Metro deveria ter dado mais frutos e fazer entender que em conjunto com a opinião pública fica mais fácil tomar decisões acertadas. Assim passa a ideia de que tudo o que a Câmara pretende fazer tem logo à sua perna um bando de gente do contra, aos quais se junta a própria oposição oficial só pelo prazer de contrariar, e tudo porque se estes projectos fossem colocados em discussão pública todos teríamos a ganhar, mesmo que no fim só se poupassem meia dúzia de árvores.

Alexandre Burmester

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2009-07-10 13:36

- A intervenção proposta para o Palácio de Cristal: alguns factos e ideias - sugestão de Armando Alves
- Projecto de mobilidade urbana nasce no Porto - depois disto, que dizer?
- Turismo do Porto e Norte fecha parceria com Galiza para alavancar Wellness - sugestão de Pedro Menezes Simões
- 35º Festival Internacional de Música de Espinho - sugestão de André Gomes: "Uma sugestão musical... tão perto do Porto"
- Pelouro da Cultura, Turismo e Lazer divulgou iniciativas para Julho

- A Loja da Reabilitação Urbana está desde 26 de Junho sediada no átrio da Porto Vivo - pelos vistos houve redução de pessoal e, provavelmente, não conseguiram manter o espaço anterior minimamente apresentável (sem graffities nem cheiro a urina nos acessos). Má notícia.

- Reabilitação urbana do Quarteirão das Cardosas em marcha - O semanário Grande Porto (aliás com muitas outras notícias relevantes para o Porto) apresenta hoje uma visão bastante diferente deste assunto.

- Elisa quer o Porto especializado nos cuidados de saúde geriátricos
- PS não acompanha Elisa Ferreira em acção de campanha no Porto

- Google Transit - tem o Metro do Porto
- Google Movies - também tem Portugal inteiro - eventuais reclamações enviem para mim ;-)

De: José Paulo Andrade - "Famous Miguel Bombarda (atrasado)"

Submetido por admin em Sexta, 2009-07-10 00:10

No passado Sábado decorreu (a meio-gás) mais uma série de inaugurações simultâneas das galerias desta rua e vizinhas. Promete-se uma reentrada em Setembro em plena força e algumas modificações.

Aqui vai o link para algumas fotos.

José Paulo Andrade

P.S. Responderei mais tarde, com mais tempo, aos comentários sobre o meu "post" referente ao Palácio de Cristal, alguns deles bastante pertinentes, outros nem tanto.

De: Assoc. Cidadãos do Porto - "Rede Norte"

Submetido por taf em Quinta, 2009-07-09 23:55

Cartaz da Rede Norte


Caros amigos

A Associação de Cidadãos do Porto, a Associação Comboios XXI e a Associação Campo Aberto (em confirmação) organizam no próximo Sábado, 11 de Julho, uma sessão pública com o objectivo de promover a criação de uma rede de cidadãos e movimentos cívicos que articule as diferentes iniciativas e as enquadre numa lógica regional.

Tendo como ponto de partida a experiência das três associações, pretende-se criar a Rede Norte, um espaço de discussão sobre a problemática económica e social no Norte, onde, numa lógica de complementaridade, se defenda, discuta e dê corpo aos diferentes anseios e expectativas em acções com impacto e dimensão equivalente à desta Região. A Rede Norte funcionará numa lógica aberta e complementar, onde cidadãos e movimentos cívicos apresentarão a suas preocupações, pretendendo-se que, através da massa crítica gerada, estas possam ser consubstanciadas em causas e intervenções comuns ao nível regional.

Contamos com a vossa presença!

Para mais informações e inscrições contacte acdporto@acdporto.org ou 936485249 (Alexandre Ferreira).

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