2009-01-11

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Sábado, 2009-01-17 23:44

De: Pedro Lessa - "Sociedade civil"

Submetido por taf em Sábado, 2009-01-17 22:10

Caro Miguel

Mantenho tudo o que disse. Os exemplos que refere relativamente à Baixa não são da responsabilidade deste executivo. Os outros eventos que refere, e note-se que acentuo a reabilitação da Baixa (uma das grandes prioridades deste executivo, lembrem-se), em nada contribuem para esta grande prioridade. E já agora, aproveitando a onda, mais uma vez, o SeaLife em nada contribui para o desenvolvimento da cidade, a sua manutenção, o seu ordenamento, etc etc. Apenas demonstra novo-riquismo, numa cidade onde a falta de investimento é gritante em aspectos básicos para o seu desenvolvimento. Se Lisboa tem, o Porto também tem de ter. Este investimento era urgentíssimo noutras áreas muito carenciadas.

Exemplo prático: aquando do início das obras no futuro Palácio das Artes, no Largo S. Domingos, esta obra, mais uma vez, não é da responsabilidade deste executivo, no entanto lá estava toda a comandita, encabeçada pelo senhor presidente.

Assim não, só enganam quem se deixa enganar. Isto não é ser do contra, é ser realista. Espreme-se, espreme-se, e não se vê obra digna de registo. E por aqui me fico, caro Miguel.

Cumprimentos.
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

De: Manuel Leitão - "Continuação..."

Submetido por taf em Sábado, 2009-01-17 22:05

Não demorou, como era de prever. Depois das louvaminhas anteriores e à falta de argumentos, já aqui chegou mais propaganda oriunda da entourage da presidencial criatura (ainda por cima sob a “ameaça” de ad perpetuam…), classificada de “texto magnífico” pelo bloguista Miguel Aroso. Meu caro: se tem vontade e capacidade para uma resposta com conteúdo, ande da perna que até pode acontecer que eu mude de opinião. Mas, para tal, vai ter de ser com esforço de sua própria lavra, apresentando argumentos e factos e não apenas reenviando bojardas propagandísticas com que um(a) anónimo(a) quer, absurdamente, bajular RR no site da CMP. Se não, vou ter que acreditar que, para além do que já aqui denunciei, há mais coisas para descodificar no meio deste negócio – que, sinceramente espero, não seja mais uma negociata

De: Miguel Barbot - "4ª Reunião da Associação de Cidadãos do Porto"

Submetido por taf em Sábado, 2009-01-17 12:49

Cartaz da reunião da Associação de Cidadãos do Porto


No próximo dia 22 de Janeiro, 5ªfeira, pelas 21.30h, terá lugar no Clube Literário do Porto a quarta reunião da Associação de Cidadãos do Porto, que terá a seguinte agenda:

  • - Convite à mobilização para a defesa do Aeroporto
  • - Acções de defesa da Gestão Autónoma
  • - O impacto do Aeroporto na Região Norte

Inscrições: porto.agora@gmail.com
Clube Literário do Porto: Rua Nova da Alfândega, 22, 4050-430

De: Miguel Aroso - "Resposta ao Manuel Leitão"

Submetido por taf em Sábado, 2009-01-17 12:42

Em resposta aos comentários aqui publicados pelo Manuel Leitão a propósito do "Sea Life", descobri este texto magnífico, assinado por “perpetuam”:

«Dou os meus parabéns pela concretização deste projecto. Se à frente da CMP não estivesse o TOC, alguns estratosferistas diriam que este é um projecto de referência, uma "âncora" para o desenvolvimento da Cidade, um projecto marcante para a projecção do Porto no Noroeste Peninsular, quiçá na Península toda, um catalisador para a economia da Cidade e região, um marco, um benchmark, um farol, que sinaliza e ilumina um futuro melhor para os Portuenses. Mas como à frente da CMP está um contabilista que só pensa em números e que não tem uma visão estratégica para a projecção da Cidade no Mundo, quiçá na Via Láctea, este projecto, como outros, passam despercebidos nos blogs a evitar e nos jornais em declínio. Resta aos Portuenses um pequeno consolo... ver a obra. Ela vai ficando bem à vista.»

De: Jaime Veloso - "Portos"

Submetido por taf em Sexta, 2009-01-16 11:12

- Governo proíbe portos de divulgar resultados individuais de 2008

Notícia do Jornal de Negócios, que também refere apesar da proibição que os portos de Leixões, Aveiro e Sines cresceram e o porto de Sines e Lisboa diminuíram em 2008. Após a espantosa cena Alcântara - Mota/Engil percebe-se a proibição. Com o aeroporto de Lisboa passa-se o mesmo, está à quatro meses em perda de passageiros, o Porto continua a subir. O que ainda iremos assistir até Outubro, só desinformação.

Cumprimentos,
J.V.M.

Veio ontem Rui Rio anunciar o oceanário do Porto, equipamento que, aqui e noutros locais, há anos que propugno seja implantado na nossa região. Seria, pois, caso para contentamento meu e dos que entendem que os grandes equipamentos geradores de riqueza, quer económica quer educacional, devem cessar de ser implantados quase em exclusividade em Lisboa. Mas, prestando maior atenção ao acontecimento, uma série de incongruências e prejuízos, afinal, para a cidade, para a região e para o país, começam a saltar aos olhos de quem se der ao trabalho de simples comparações, não com o oceanário de Lisboa (as dimensões não são equiparáveis) mas, mais prosaicamente, com o Fluviário de Mora. Vejamos, por pontos, alguns factos:

  • 1 - o equipamento da nossa cidade, propriedade privada, está a ser implantado em valiosos terrenos camarários a troco de uma renda simbólica que a empresa alemã pagará durante uma data de anos; ao invés, em Mora, concelho perdido na imensidão do Alentejo, com menos de 7.000 habitantes, o equipamento é municipal e as suas receitas revertem a favor do próprio município;
  • 2 - as áreas cobertas respectivas são semelhantes (2.200m2 anunciados para o Porto e 2.300m2 construídos em Mora);
  • 3 - o anunciado custo no Porto é de 10 milhões de euros (dos quais é esperada um verba não revelada proveniente do QREN); em Mora foi de 6 milhões, 50% pagos pela Câmara local e os outros 50% pelo Programa Operacional da Região do Alentejo;
  • 4 - RR prevê 200.000 visitantes anuais; o fluviário, ao perfazer um ano e meio de vida, alcançou os 300.000 – números médios idênticos, portanto, se bem que um confirmado e o e outro apenas dado como “previsto”;
  • 5 - o oceanário de cá está a ser construído num terreno de grande valor imobiliário, numa zona já rica de equipamentos; o fluviário de Mora foi construído em terrenos rurais, valorizando a pequena vila (Cabeção) em que está implantado;
  • 6 - a empresa Merlin afirma que o oceanário será o 30.º da sua lavra; o fluviário de Mora é único na Europa;
  • 7 - o edifício do Porto é projectado pelo arq.º Pedro Balonas, já conhecido aqui no Porto pelo seu “mamarracho” previsto para a Praça de Lisboa, não respeitando como devia o património arquitectónico e monumental circundante, o que levou o IGESPAR a impor uma série de alterações - afinal, aliás, tudo isto parece que “vai no Batalha”, face à falência da livraria que iria ser a “âncora” do local, ou seja mais um tiro de pólvora seca de RR; o de Mora, do gabinete Promontório, ganhou inúmeros prémios nacionais e internacionais, o mais recente dos quais o de Melhor Museu Nacional de 2008, da Associação Portuguesa de Museologia.

Assim, fica mais uma vez clara a continuidade da política de entrega dos “anéis” da cidade aos privados, ficando os portuenses com os “dedos” para chuchar. A “mama”, por seu lado, fica sempre para os mesmos: a alargada rede de amizades do executivo municipal que, em vez de assumir ele próprio a construção e propriedade do equipamento e arrecadar as consequentes receitas, prefere esvaziar os cofres municipais dando fortunas em indemnizações a construtores civis (refiro-me ao caso do Parque da Cidade), valores esses que ascendem a n vezes o custo deste novo empreendimento. Dum ponto de vista mais amplo e por assim dizer nacional, ao contrário do que devia ser uma política séria de obtenção de receitas que ficassem no país para o seu próprio desenvolvimento, o saco vai ficar cheio, sim, mas para seguir para o estrangeiro no bolso da Merlin.

P.S. - Como também tenho um dedo que adivinha, vão ver que os tais 200.000 visitantes previstos para um ano de funcionamento vão estar quase atingidos até às eleições autárquicas. Pois se em Mora, no meio de nada, o conseguem, no Porto, com uma área metropolitana de quase 2 milhões de habitantes, um procura turística crescente e até público que, para ver marcospaulos ou quinsbarreiros, numa única noite de Inverno, RR enche a Avenida dos Aliados a transbordar, o êxito vai ser rotundo. Lá estará RR para o lembrar durante a campanha…

De: Miguel Aroso - "Ser do contra"

Submetido por taf em Sexta, 2009-01-16 10:48

Caro Pedro Lessa

Miguel Esteves Cardoso no livro "A Causa das Coisas" diz que o português é sempre do contra, não interessa o quê, tem é que ser do contra...

De facto, pela primeira vez, vejo vontade e algumas iniciativas na recuperação da Baixa do Porto em alguns prédios que, juntamente com o aumento da oferta da restauração, cria nas pessoas vontade de irem para lá viver. Vou todas as Quartas-feiras almoçar com o meu avô ao Romão, na Praça Carlos Alberto, e vejo as obras que se estão a fazer. Podem dizer-me que é pouco, mas já é alguma coisa. Claro que não é política de encher a vista, de permitir construção de toda e qualquer maneira noutras zonas do Porto (caso do El Corte Inglés), mas talvez, como alguns apregoam, a Elisa Ferreira volte ao estilo Fernando Gomes e volte a deixar um buraco orçamental idêntico ao herdado por este Executivo porque, isso sim, não tem qualquer importância discutir.

Quanto a iniciativas, posso mencionar várias como a Red Bull Air Race, Circuito da Boavista, o Rivoli (diria que, actualmente, serve de "espaço âncora" para os outros espaços culturais, como por exemplo a FNAC serve de loja âncora no Norteshopping), o projecto Sea Life (que ainda estou à espera que alguém critique aqui no blog) que vai abrir em Junho de 2009, entre outros, em que a CM Porto tem conseguido atrair investimento para a nossa cidade, mas provavelmente isso não interessa.

Por outro lado, se é um facto que alguns sítios fecharam, também não é menos verdade que muitos outros abriram. Ficaria preocupado, isso sim, se alguns tivessem fechado e nenhuns tivessem aberto... e ainda, por fim, deixei de sentir algo que me afastava naturalmente da Baixa, a insegurança, vejo movimento e vejo polícia por toda a parte, mas também provavelmente foram eles que se lembraram de começar a andar por aquelas zonas.

É evidente que sou suspeito porque, apesar de não ser filiado em nenhum partido, admiro o presidente da Câmara do Porto, considero-o uma pessoa séria e credível, que executa muito trabalho invisível e que por não ser populista acaba por ser criticado... mas num país onde Avelinos, Fátimas, Valentins, Mesquitas e Narcisos ganham eleições umas atrás das outras, não me admira que seja fácil ter muito pouca estima pelo Rui...

Abraço,
Miguel Aroso

De: Teófilo M. - "Olhar para a cidade"

Submetido por taf em Sexta, 2009-01-16 10:41

Com a aproximação das eleições, começam a abrir-se as escaramuças sobre os hipotéticos candidatos, começando a centrar-se a discussão sobre o que se fez e não fez, quer nos consulados passados, quer durante o presente.

Não pretendendo dar lições a ninguém, gostaria de ver aqui discutidos quais os projectos que cada um gostaria de ver implementados na sua cidade, e esperar pelos programas que se irão apresentar veiculados pelas diversas forças políticas. Há tanto por fazer nesta cidade, que não deve ser difícil elencar as necessidades básicas que ainda não estão satisfeitas. Deixo por aqui alguns tópicos que gostava de ver discutidos, sem preconceitos e sem folclore partidário a ajudar à festa.

  • - Reinserção social - que políticas a seguir?
  • - Saneamento básico - Está concluído? Teremos praias sem poluição?
  • - Segurança - Polícia e bombeiros, será que a proximidade existe?
  • - Rede de transportes - como evoluir e como optimizá-la?
  • - Comércio - como dinamizar o comércio e que política a seguir?
  • - Prédios devolutos - propostas precisam-se.
  • - Indústria - será possível a reabilitação? Especialização?
  • - Limpeza Urbana - opções a tomar para uma eficaz actuação.
  • - Saúde - Eficiência hospitalar precisa-se. E o centro materno-infantil?
  • - Ensino - Equipamento escolar como evoluir? Como distribuir?
  • - Cultura - Eventos precisam-se. Como vemos a cultura e para onde queremos que caminhe? Museus precisam-se?
  • - Associativismo - Que apoios a fornecer? Como o fomentar?
  • - Parques e jardins - São suficientes, bem cuidados e seguros?
  • - Estacionamento - Regras e normas de conduta.
  • - Património - Como preservar e aumentar?
  • - Desporto - Que fazer para a sua dinamização?
  • - O Rio - Ponto de chegada e partida. Que fazer por ele e com ele?

Muitas destas questões interpenetram-se, pelo que será difícil olhá-las isoladamente, mas que estão longe de serem pacíficas, é uma dura realidade. O Porto é tudo isto e mais ainda, por isso apareçam ideias, pode ser que alguém as aproveite.

Cumprimentos
teofilo m.

De: Vitor Silva - "Ajuste Directo"

Submetido por taf em Sexta, 2009-01-16 10:37

Via twitter e blogs fiquei a saber do site que permite consultar os projectos que foram adjudicados por ajuste directo na administração pública.
Como curiosidade aqui fica o link para os ajustes directos no Município do Porto.
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blog.osmeusapontamentos.com

De: TAF - "Posts pendentes para publicação..."

Submetido por taf em Quinta, 2009-01-15 23:56

... amanhã de manhã. Boa noite a todos.

De: TAF - "Há pouco, na Serra do Pilar"

Submetido por taf em Quarta, 2009-01-14 21:25

Na Serra do Pilar

À memória da X.


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Nota: Tenho aqui alguns posts a aguardar, mas desculpar-me-ão se os publicar apenas amanhã, quando tiver mais disposição para isso.

De: Cristina Santos - "São ópticas diferentes"

Submetido por taf em Quarta, 2009-01-14 12:22

Caro Pedro é óbvio que aceito a tua discordância, simplesmente vejo o mandato do PS nessa altura de outra forma. E acho que não o beneficia estar a alicerçar uma candidatura nessas referências e o Porto é que perde. Seria um descalabro se com tanto dinheiro recebido não tivesse havido alguma dinâmica. Dinâmica que ainda assim não me convence quanto aos resultados, de qualquer forma verbas desse tipo dificilmente vamos voltar a receber, portanto continua a não ser um bom exemplo, a menos que o PS queira dizer que se pode candidatar a grandes iniciativas como no tempo de Fernando Gomes.

Nesse sentido vai forçosamente dar como exemplo a Porto Capital da Cultura, que não tinha só como objecto a Casa da Música, mas também vários arranjos em diversas ruas centrais, para atrair pólos culturais nacionais e estrangeiros e captar para o Porto a atenção Europeia, até aqui uma ideia excepcional e uma oportunidade única. Mas ao fazer esta referência não poderá deixar de admitir que as obras foram tão mal geridas que se tornaram num empecilho ao projecto principal que as orçava. Não foram concluídas, não foram realizadas na totalidade e gastou-se muito mais do que o previsto. As que foram feitas em 7 anos já mereceram várias intervenções de reparação. E a grande oportunidade foi afinal perdida. É com estes exemplos que o PS deve avançar?

Para terminar, a meu ver o povo condenou o PS porque não percebeu se Nuno Cardoso foi entregue às feras para cumprir acordos há muitos estabelecidos encapotando a imagem de Fernando Gomes que vendo-se na iminência de ter de cumprir foi para Lisboa, ou se foram os acordos finais fruto de ideias vertiginosas de Nuno Cardoso e Fernando Gomes nada teve a ver com isso. Como não se explicaram, eram os dois socialistas levaram o chumbo.nE nos tempos que correm a insistirem nesses gloriosos tempos vão receber a mesma resposta, sabem disso porque são os mesmos, e enquanto assim for será difícil convencer o povo de que podem trazer alguma dinâmica. Dinâmica, obras intermináveis, lama, retro-escavadoras, é que ninguém quer sequer pensar nisso, julgo eu, posso obviamente estar enganada. Quanto a Elisa Ferreira concordamos, uma boa candidata, mas às ordens desta concelhia que hipótese terá?

Se enviesadamente me perguntas se estou satisfeita com Rui Rio, satisfeita não, desejo uma cidade com bares a rodear a Avenida, prédios altos na Foz e em artérias recentes, lojas de luxo ou com de qualidade mínima, e um centro histórico impecável. Isso não foi ainda conseguido. Mas prefiro Rui Rio ao PS que se tem candidatado.

Para o futuro penso que só lá vai com a regionalização, com todos os partidos a governar em conjunto, com igual respeito por um primeiro-ministro como por um governo regional. Se a regionalização não for possível, pouco se poderá esperar tanto do PS como do PSD local, e sendo mais ou menos indiferente, que façam um esforço mínimo para serem coerentes. O partidarismo é uma coisa que me chateia profundamente, daí a razão do meu comentário, porque as eleições nos moldes em que se anunciam sinceramente não me dizem nada.

Um abraço
Cristina Santos

De: Ricardo Fernandes - "Inner City"

Submetido por taf em Terça, 2009-01-13 23:53

Inner City

Venho, por este meio, convidar-vos a comparecer no evento que será a conclusão da primeira fase do projecto inner city. Não se tratará de uma conclusão, mas uma charneira para o que a segunda fase se propõe a realizar.

15 JAN 21.45H PASSOS MANUEL
Intervenção no Património Urbano
Carlos Martins, Rui Tavares, Rui Loza, moderação de Álvaro Domingues

conclusões inner city+urban fest

Os componentes do chamado património urbano são tão variados quanto interarticulares, sendo, por isso, a composição do painel de convidados tão distinto; e a respectiva produção de discussão que se possa fazer também ela capaz de cobrir esta diversidade. De cidade tem-se a mais essencial face da determinação democrática; compondo o configurado mas flexível organismo de memória. Intervenção no património urbano implica a interacção com a história, acrescento, adaptação no que se refere ao conjunto edificado, algo tão discutido nos últimos tempos tanto no seio dos agentes reabilitadores como na sociedade em geral. Neste debate pretendemos, contudo, ir muito além da mera discussão da reabilitação do edificado e do espaço público urbano, procurando por isso um alcance que contemple a intervenção urbana nas suas totais dimensões e formas. Entendemos então mais relevante discutir composições de intervenção, dinâmicas de intervenção, que se aproximem do verdadeiro léxico de que se compõem a cidade e a cultura urbana. A força das intervenções, os fluxos culturais que surgem, as mutações sobre o pulsar da cidade, abarcando tanto a produção artística como toda a dinâmica criativa e impacto nos padrões de desenvolvimento urbano, cultural, económico, formam sempre em rede importantes temáticas a discutir ao longo deste debate.

Ricardo Fernandes
in-ner-city.blogspot.com

De: Luis Filipe Pereira - "Sociedade Civil"

Submetido por taf em Terça, 2009-01-13 23:45

Boa tarde,

De facto a diferença está nesta expressão "Sociedade Civil". Há uns que acham que é competência da Câmara Municipal o início e o fim da vida política, económica, cultural e social de uma cidade. Há no entanto quem tenha uma visão diferente, e ache que a Câmara deve ter um papel de coordenação de políticas, mas deve deixar espaço para que tanto quanto possível seja a Sociedade Civil a implementar essas políticas no terreno. Um exemplo muito simples: Provas de atletismo da cidade do Porto. Será mais razoável ser o pelouro do Desporto da CMPorto a organizar esses eventos, ou uma empresa especializada? Este exemplo pode ser replicado para muitos outros domínios. Claro está que não poderá ser estendido a todas as áreas. Mas certamente obrigará a que a Câmara se concentre com as áreas estruturantes, e que pelo facto de se enquadrarem no que se define de bens (e serviços) públicos, não têm respostas satisfatórias da iniciativa e empreendedorismo da sociedade civil.

No entanto esta questão levanta 2 problemas:

  • O 1º, de cariz ideológico, tem a ver com o papel do Estado na Sociedade. Neste campo, aceito os argumentos contrários, opiniões diversas e ideologias diferentes. Aliás, acho que é um debate permanente, que se promovido com elevação e respeito só poderá trazer vantagens para todos.
  • O 2º, de cariz oportunista, tem a ver única e exclusivamente com tráfico de influências. Ou seja, quanto mais a Câmara estiver directamente envolvida em todas estas áreas, desde as provas desportivas, à programação do teatro municipal, etc, etc, etc, maior a probabilidade de ocorrerem fenómenos de tráfico de influências, jobs for the boys (ver entrevista de Daniel Bessa ao J. Negócios).

Acho sempre muito curioso o exemplo da política cultural, e a referência ao consulado de Manuela Melo. Ainda assim deixo aqui uma pergunta. Quais as diferenças concretas entre essa "época de ouro" e o momento actual?

Cumprimentos,
Luis Filipe Pereira

De: Pedro Lessa - "O que não fez a sociedade civil"

Submetido por taf em Terça, 2009-01-13 19:06

Caro Miguel Aroso

Tem razão quando afirma que a percepção de quem vem de fora é outra da que quem vive na cidade do Porto. Só podia assim ser, porque não sente no dia a dia o estado em que a cidade está, além de que vai lendo e ouvindo a propaganda do regime. Mas gostaria que me explicasse uma coisa que toma como certa: onde é que está cumprido o objectivo de recuperar a alma da Baixa portuense? E a que níveis significa isto da “alma Portuense”?

Quanto à actividade cultural, já por aqui deve ter lido que este tipo de cultura não abrange toda a sociedade portuense. Mas esta é outra discussão. Quanto à mudança rápida nos hábitos, esquece-se que esta insigne lei do tabaco também fechou alguns espaços, e alguns com alguma tradição, mas o que tem isto a ver com o presidente da Câmara?

Se não foi a sociedade civil que se mexeu, foi quem? O presidente da Câmara? Abriu os bares na Galeria de Paris? Tratou sempre com respeito os galeristas de Miguel Bombarda? Sabe, é por isso que quem vem de fora encontra a cidade diferente, porque afinal quem se mexeu foi a Câmara Municipal do Porto, a abrir bares e a convidar as pessoas a sair do Piolho…

Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

De: TAF - "Alguns apontadores e um comentário"

Submetido por taf em Terça, 2009-01-13 16:30

- TGV: Concurso para Porto-Vigo lançado no Verão
- PCP: Os terrenos do Parque da Cidade e as contrapartidas à IMOLOC
- Bloco de Esquerda acusa Câmara do Porto de enganar munícipes sobre Parque da Cidade

- O Vitor Silva entrevistou-me há dias no podcast inicial (mp3, cerca de 50 MB) de um projecto muito interessante dele, O Porto Em Conversa, em colaboração com a Bit_Rádio da Universidade Católica. Esta opção pelo podcast, além de ser útil e eficaz, permite também ao próprio entrevistado, a posteriori, perceber que falou depressa demais, que articulou mal muitas palavras, repetiu demasiado outras, etc., etc. Além de tudo o resto, é por isso também muito instrutivo. :-) Mas, mérito do Vitor, acho que consegui explicar várias das minhas ideias que resultam em grande parte destes quase 5 anos de debate aqui no blog. Aguardam-se com expectativa as próximas entrevistas.

De: Miguel Aroso - "A bonita cidade do Porto"

Submetido por taf em Terça, 2009-01-13 16:25

Boa tarde,

A propósito do post da Gabriela Rosário dos Santos, o que me ocorre é o fundamental da mensagem, ou seja, a percepção que quem vem de fora tem do Porto. Há quem reconheça mérito do Dr. Rui Rio e há quem não reconheça, mas uma coisa é certa, recuperar a alma da Baixa portuense era um dos seus grandes objectivos e está cumprido.

Tinha mesmo curiosidade em saber se há algum estudo sobre se a solução Rivoli teve impacto directo no aumento da actividade cultural da cidade noutros espaços como o Teatro Sá da Bandeira, Teatro Nacional S. João, Coliseu do Porto entre outros e na restauração em geral. Pessoalmente, 2008 penso ter sido o único ano em que vi espectáculos em todos os espaços que referi.

Não tenho, também, dúvidas nenhumas que a lei anti-tabaco (da qual sou 100% a favor) contribuiu para uma mudança rápida nos hábitos que se recuperaram como o Piolho e a rapidez com que surgiu a Rua Galeria de Paris. A Baixa do Porto tem tido uma oferta na restauração como nunca teve, além de espaços novos sempre a abrirem.

Mas, provavelmente, foi tudo acção da sociedade civil portuense... é pena que não tenha despertado e feito há mais tempo, com certeza é tudo coincidência.

Boa tarde,
Miguel Aroso

De: Pedro Lessa - "O passado"

Submetido por taf em Terça, 2009-01-13 16:23

Cristina, permite-me discordar daquilo que afirmas. O povo não se enganou e não julgou o que quer que seja do mandato de Fernando Gomes. O povo não perdoou foi a fuga que ele encetou para Lisboa. Essa é que foi a verdadeira razão da derrota que ele teve, surpreendendo toda a gente, inclusive o candidato vencedor, que como sabemos é o senhor que lá está. Quanto a Nuno Cardoso é melhor nem falar…

Se num passado recente nos podemos recordar de alguma dinâmica na nossa cidade, foi precisamente no mandato de Fernando Gomes, seja no Metro, seja por ex. na Cultura, com a sua vereadora Manuela de Melo, quando a cidade se encontrava num marasmo atroz há décadas. Também sou da opinião que não devemos enveredar pelo passadismo, mas o que Elisa Ferreira está a fazer é não renegar o passado, para avançar com o seu projecto, que é muito diferente de passadismo.

Para finalizar, a declaração de interesses: nunca votei PS, nem Fernando Gomes, nem sei se vou votar Elisa Ferreira. Votei no 1º mandato do senhor que lá está, mas no 2º já não, abri os olhos perante tanta inacção, arrogância e falta de respeito pelos portuenses, ao contrário de muita boa gente, e que ainda o defende.

Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

A questão é que Elisa Ferreira não necessita dessas referências antigas, a meu ver deve desvincular-se delas, já que a cidade pode até concordar que Fernando Gomes teve um bom contributo no Metro, mas julgou a devido tempo o seu mandato negativo. Continuar a insistir que o povo se enganou e julgou mal o mandato do PS nessa altura é quase como exigir um pedido formal de desculpas. O povo fica até sem perceber se vão candidatar-se para apagar os últimos 7 anos, ou se vão partir de 2009 para fazer algo novo. O PS perdeu já lá vai muito tempo, agora são necessárias novas propostas, novos formatos, é preciso um PS novo.

Não estive nos eventos referidos, porque não tenho tido rasgo nem tempo, mas tenho seguido Elisa Ferreira na TV e aprecio o discurso e a postura, por isso não entendo como se auto-anula para vir referir coisas antigas, ultrapassadas, desculpem, mas acho que o PS tem mais para dar se estiver nessa disposição, já cometeu este erro com Francisco Assis, e agora volta ao mesmo? Ou quer ou não quer, e assim não quer de certeza. O meu desejo é ver um PS forte a lutar pela região. Não um PS que parece um velhinho sempre a contar a mesma história.

Cristina Santos

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