2008-09-14

De: Luís de Sousa - "Se esta rua fosse minha"

Submetido por taf em Sábado, 2008-09-20 23:59

Ontem quem se encontrava na animada Rua Galeria de Paris viu-se privado da sua liberdade de expressão e movimentos por uma ridícula e despropositada acção da Polícia de Segurança Pública.

Não compreendo qual será a finalidade ao nível da segurança que leva os carros patrulha da PSP a forçarem a travessia de uma rua cheia de pessoas que se encontram ordeiramente numa noite de sexta-feira. Porém, para quem frequenta a dita rua, infelizmente esta atitude impositiva já vem sendo habitual. O que se passou em seguida isso sim é que foi inesperado.

Um largo contingente, em breves momentos a Polícia fechou as ruas circundantes ao trânsito automóvel, e através de vários cordões policiais dispersou a pequena multidão que se divertia naquela rua da cidade. Foi um momento triste quer pela atitude, que nos relembra que a liberdade não é um valor assim tão seguro, mas também pelos meios usados, pois penso não ser necessário o corpo de intervenção da PSP desfilar armada de shotgun por entre centenas de pessoas.

Afinal o que se pretende para a Baixa do Porto? Para quê toda esta preocupação com o património arquitectónico e com a requalificação de espaços públicos? Qual a pertinência de tentar renovar o parque habitacional e assim atrair novos habitantes para o Centro Histórico? Enquanto portuense e habitante nesta zona da cidade receio que com estes episódios seja travado um movimento de regresso ao centro e de revitalização da animação nocturna da cidade. Até porque os desacatos e zaragatas são nulos nestas noites, o que demonstra o quão saudável é o ambiente vivido. Quanto ao argumento de que com estes novos pontos de diversão nocturna se está a desenvolver um fenómeno similar ao Botellón, isso parece-me errado pois não se passa nada diferente daquilo que já acontece há anos no “Piolho”, na Ribeira e até no Molhe.

Esperemos que o que aconteceu ontem tenha sido um acto esporádico e que as autoridades locais, quer políticas, quer policiais, não importunem as pessoas, e não as privem da sua liberdade de tornar a vida na Baixa um pouco mais Bela!

Luís de Sousa

De: Alexandre Burmester - "Cheias estatísticas"

Submetido por taf em Sábado, 2008-09-20 23:56

Pretendo trazer aqui ao conhecimento geral mais um exemplo da gestão da “Coisa Pública”.

Há uns anos atrás, quando do exercício da GaiaPolis, encomendou esta um estudo sobre as cheias do rio Douro. O estudo então apresentado passou a ser usado pela Câmara de Gaia e pela APDL, como a cartilha que determina e orienta a ocupação dos espaços dos edifícios em zona ribeirinha.

Não pretendo estar a dizer mal nem do estudo nem de quem o fez, porque ainda por cima este estudo, embora tendo aplicabilidade pelas entidades antes referidas, encontra-se no segredo dos Deuses. Não o entregam nem mostram, apenas se limitam a referi-lo. Engraçado é também perceber que a Câmara do Porto não o aplica, não sei se por acharem que o estudo sendo de Gaia não interessa, se por acharem que o mesmo é completamente despropositado, ou se o rio afinal não é o mesmo em ambas as margens (Tenho a impressão que a principal razão deve ser uma combinação destas três).

Aparentemente este Estudo deve versar sobre muito assunto, infelizmente não se conhece, mas sei que em conclusão aponta uma cota de cheia do rio Douro, a que intitula de “cota estatística de provável cheia” para valores completamente imbecis. A prová-lo envio a imagem em anexo que exemplifica o que aconteceria se essa cota estatística se cumprisse. Como a imagem vale por muitas palavras, deixo ao critério dos leitores a conclusão óbvia.

Antevisão de uma cheia à cota indicada

Ou ainda mais realista

Antevisão de uma cheia à cota indicada


Não sei para que servem as marcas das cotas de cheias que povoam as duas margens do Douro dos últimos 100 anos, e que apontam em tempos idos, e sem as barragens do Douro, as maiores cheiras cerca de 3 metros abaixo, e as dos últimos anos com 6 abaixo. Mas vá-se lá saber o que faz uma “cota estatística”. (Pior mesmo seria um Tsunami ou um tremor de terra estatístico.)

Fantástico é entender que no meio desta inteligenza, o que fazem os burocratas de meia tigela que povoam as entidades que dão pareceres em projectos, e que os chumbam por falta de saídas de emergência em caso de cheias. (Ainda por cima em projectos já aprovados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil).

Eu até fiz uma proposta alternativa, mas não aceitaram…

Antevisão de uma cheia à cota indicada


Em conclusão, os investimentos que já são parcos tendem a esmorecer com estas atitudes. A paciência de quem atura estes badamecos é que não pode esmorecer porque se por um lado tem que trabalhar (alguém tem que lhes pagar o salário), por outro tem a obrigação de os ir denunciando.

Melhores dias virão. Tenho a certeza.

--
Nota de TAF: ainda bem que eu ontem já me fui preparando e fui investigar que embarcações existiam disponíveis... ;-)

De: Leonor Sottomayor - "Praça de Lisboa"

Submetido por taf em Sábado, 2008-09-20 14:51

Tendo em conta que "A Baixa do Porto" é um blog de qualidade e com larga divulgação, gostaria de saber se estão a par do desenvolvimento, ou não, das obras de reabilitação da Praça de Lisboa (em frente aos Clérigos). Já me apercebi que há vários empreendedores e lojistas que estão à espera da reabilitação desse espaço para se poderem instalar aí ou na zona circundante.

Até quando a CMP nos vai fazer esperar para dar esse impulso, anunciado há vários anos, à Baixa portuense? Estão à espera que esta fique deserta de vez? Vivo há 5 anos numa transversal à Rua de Cedofeita, posso dizer que tenho cada vez menos motivos para permanecer na Baixa. E a CMP de todas as promessas que fez para revitalização da Baixa nada tem cumprido, maioria por problemas de burocracia próprias da Câmara que se mantém na sua situação autista respondendo a perguntas de moradores e lojistas com decretos-lei...

Leonor Sottomayor

De: TAF - "Há pouco"

Submetido por taf em Sábado, 2008-09-20 00:56

Rio, visto de Gaia


De: TAF - "Porto Vivo"

Submetido por taf em Sexta, 2008-09-19 19:55

Joaquim Branco vai deixar a Presidência da Comissão Executiva da Porto Vivo, SRU.
Sempre me pareceu o melhor dos elementos da Administração.

De: TAF - "Alguns apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2008-09-19 10:47

De: Luís Filipe Pereira - "Haja rigor"

Submetido por taf em Sexta, 2008-09-19 10:05

Manuel Moreira da Silva,

Penso que estará um pouco confuso. O IGESPAR não é sociedade civil. Compreendo que tenha interesse em querer fazer passar a ideia de que esta decisão resulta da pressão que a sociedade civil fez sobre o IGESPAR. No entanto, fazer isso é (implicitamente) acusar os técnicos do IGESPAR de incompetência e permeabilidade à pressão, ignorando que o desempenho destes técnicos deve ser regido por competência técnica, e não por qualquer tipo de preconceito ideológico.

Luis Filipe Pereira

No dia em que se marca o final de um belo espectáculo de ignorância, voluntarismo e oportunismo, oportunamente corrigido por uma sociedade civil que merece o meu aplauso (e à qual muito me honra pertencer), o Vereador do Urbanismo da Câmara Municipal do Porto (pessoa certamente estimável mas a quem não posso reconhecer aptidão para o cargo) anuncia, a acreditar nas notícias, «que quer "trocar umas impressões com os comerciantes", antes de anunciar a escolha do "novo figurino", mas adiantou que a resposta pode surgir "até ao final deste mês". Para já, apenas uma garantia: "Será um figurino completamente diferente deste."»

Ou há uma grande equipa de geógrafos, sociólogos, economistas, gestores, arquitectos, engenheiros, advogados, comerciantes, etc. com os contributos da ASAE, do IPPAR, da CMP, etc. a trabalhar 24h por dia para fazer o que se devia ter feito no primeiro concurso ou, depois do que aconteceu neste caso (e poucos dias depois de suspender o concurso do Aleixo), parece que o executivo municipal ainda crê que a cidade se governa por tentativas.

Pode ser que o próximo "figurino" destas "figuras" que governam a nossa cidade acerte no alvo. Eu também jogo no EuroMilhões para ganhar.

Já não há decência. Sobra o espectáculo. Força Porto, já só falta um ano...

Cumprimentos a todos
Manuel Moreira da Silva

De: Nina Teodoro - "Teatro Seiva Trupe"

Submetido por taf em Quinta, 2008-09-18 15:10

Cartaz do espectáculo

A Seiva Trupe apresenta a peça de teatro ESTADOS ERÓTICOS IMEDIATOS DE SÖREN KIERKEGAARD, de Agustina Bessa Luís, a partir de 25 de Setembro até 31 de Outubro / 2008, no Teatro do Campo Alegre, de 3ª a sábado às 21H45 e aos domingos às 16H00.

A direcção do espectáculo é de Roberto Merino, a cenografia de Acácio Carvalho e os figurinos de Manuela Bronze. O elenco é composto por: Anabela Nóbrega, Clara Nogueira, Hugo Sousa, Isabel Nunes, Jorge Loureiro, Miguel Rosas, Paulo Calatré e Carolina Sousa, Juliana Rodrigues, Lizete Pinto, Vânia Mendes e Vera Pitrez.

Escrita em 1992, esta peça de teatro retrata um dos momentos mais marcantes na vida do filósofo dinamarquês, o seu amor, entrega e renúncia da sua amada Regina Olsen. Kierkegaard é citado como um homem extraordinário, sofrendo do mal de "ter sido um génio numa cidade de província". Nobre alma, mau cidadão, eficaz no erro e na verdade, esta é uma homenagem a Soren Kierkegaard. “Que o pano de cena lhe seja leve e as tábuas do palco não ranjam com as suas ossadas vestidas de D. João”, são os desejos de Agustina Bessa Luís quando nos introduz na sua obra.

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Seiva Trupe

De: Cristina Santos - "Rodrigues, Bolhão e Socrates"

Submetido por taf em Quinta, 2008-09-18 14:41

A Escola Secundaria Rodrigues de Freitas está notável, linda. O telhado perfeito, os pavimentos em madeira, a escadaria, as janelas, o branco e o verde das paredes revestidas, e as fotos das obras a denunciar as belas tesouras da cobertura, as antigas estruturas inigualáveis e mantidas ao pormenor, merece uma visita. Renasceu, retomou as características de espaço digno, de ensino, de cultura, de relações, as pessoas trabalham com gosto, sentem orgulho em pertencer àquele lugar, o atendimento mudou. Também mudou o executivo, a organização, há menos vagas, mas o importante é que há uma melhoria evidente nos recursos que se reflecte no comportamento dos alunos, mesmo nos mais carenciados. É uma mais valia para a nossa cidade. A ala do Conservatório merece também referência, recuperado é um prestígio.

Um edifício feito de novo não teria o mesmo impacto, a mesma beleza. Talvez se possa retirar daqui um exemplo para o Bolhão, alterar o que existe pode ser um erro colossal. Porque não dotá-lo de condições, mas manter tudo, mesmo tudo, no formato original? Não há arquitectura moderna que possa superiorizar a existente. Escadas rolantes, elevadores, experimentem subir e depois descer até ao bar da Rodrigues, só isso vale a visita.

Ainda assim, elogios a José Sócrates não posso tecer, deve-nos muito mais do que isso, esse investimento não é comparável ao que nós portuenses contribuímos para este país. As nossas esquadras parecem gabinetes de favela, devem ter piores condições que as casas dos criminosos que punem, bastava revestir paredes, pavimentos, novos telhados, para melhorar a eficiência, a produtividade, e consequentemente o gosto de residir no Porto. Ninguém trabalha satisfeito debaixo de um tecto podre, ou a calcorrear um pavimento semi-aluído. Portanto quanto a José Sócrates, vamos ser contidos, deve muito à nossa cidade, já não chega a recompensar-nos, só o caso do Metro exigia-lhe mais 10 anos de mandato.

Cristina Santos

De: TAF - "Leituras de hoje"

Submetido por taf em Quinta, 2008-09-18 09:08

De: Pedro Bragança - "Uma Entrevista..."

Submetido por taf em Quinta, 2008-09-18 08:56

...a publicar a partir de amanhã em in-ner-city.blogspot.com. Pode já ouvir-se um excerto aqui.

Entrevista a Rio Fernandes

De: Plateia - "O apoio às artes, as novas gerações e o Porto"

Submetido por taf em Quarta, 2008-09-17 23:29

As propostas da DGA, relativas ao novo "Regulamento do apoio directo às artes", revelam algumas evoluções interessantes relativamente à transparência e rigor do processo, embora consideremos que há uma série de aspectos que merecem ainda aprofundamento. Há no entanto dois aspectos substantivos que nos parecem da maior importância e de interesse para o público em geral:

- Quanto às primeiras obras: A proposta persiste em não prever uma consignação, de parte do orçamento disponível para projectos pontuais, a uma categoria de "primeiras obras". Consideramos que assim se persiste num erro crasso que afunda as novas gerações e impede a normal regeneração do tecido criativo.

- A localização fora das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto como factor de majoração: A inclusão da área metropolitana do Porto neste raciocínio parece-nos completamente ilógica por várias razões, nomeadamente:

  • - A área metropolitana do Porto faz parte da região Norte que nos últimos quatro anos, e na sequência de erros dos serviços do extinto IA durante a preparação do concurso de 2004, foi claramente discriminada pelo financiamento do Estado, que se encontra em patamares muito abaixo da média nacional (cerca de 50%).
  • - A Região Norte, onde se insere a área metropolitana do Porto, apresenta um PIB per capita de cerca de metade da média da União Europeia. Ao contrário da Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde se insere a área metropolitana de Lisboa, onde o PIB per capita é convergente com a média europeia.
  • - A área metropolitana do Porto estrutura-se à volta da cidade do Porto, onde nos últimos seis anos se assistiu a um impiedoso ataque autárquico ao serviço público na área da cultura, que levou até ao encerramento do único Teatro Municipal. Ao contrário da cidade de Lisboa, centro da sua área metropolitana, onde a autarquia nunca deixou de investir na dinamização cultural, nomeadamente através dos seus três teatros municipais.
  • - Na área metropolitana do Porto, ao contrário da de Lisboa, e na sequência do que atrás se disse, o tecido profissional está desgastado, em fuga, e sem uma indústria audiovisual que possa sustentar a sua consolidação; A indústria cinematográfica nunca passou pela cidade e as poucas empresas ligadas à produção para televisão encontram-se também numa situação de crise.

Equiparar Porto e Lisboa, para efeito desta cláusula, é um atentado à igualdade de tratamento dos cidadãos a que a Constituição da República obriga. Verdadeiramente inaceitável.

O comentário completo da PLATEIA ao regulamento em preparação pode ser consultado aqui.
Para consultar análise e gráficos relativos ao investimento nacional e por região veja Regime e Programas de Apoio às Artes.
Para consultar a análise da PLATEIA ao novo Decreto-Lei veja Sobre as alterações em preparação ao regime de financiamento da criação e produção artística.
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PLATEIA - Associação de Profissionais das Artes Cénicas
www.plateia.info | mail@plateia.info

De: TAF - "Ecos do Bolhão e não só"

Submetido por taf em Quarta, 2008-09-17 17:14

- Bolhão: Câmara do Porto anula adjudicação à TCN
- Rui Rio sofreu "a maior derrota política" do segundo mandato - Rui Sá
- Francisco Assis acusa Câmara do Porto de "falhanço clamoroso"
- Câmara do Porto teve "uma atitude inteligente"- arquitecto Joaquim Massena - "o meu projecto é que é bom, o meu projecto é que é bom..."
- Mercado do Bolhão volta à estaca zero

- TCN recusa ser "bode expiatório" do processo do Mercado do Bolhão - Vejamos: a CMP lançou o concurso de forma insensata, consciente da incerteza quanto à viabilidade do caderno de encargos, mas a TCN aceitou essa situação e concorreu, quando nada a obrigava a isso. De que se queixa agora? Espanta-se por não terem existido negociatas posteriores que distorcessem os termos iniciais do concurso, por mais absurdos que eles fossem?

- Metro do Porto: Rui Rio considera "muito grave" possível adiamento de linhas já previstas na 2ª fase
- Casa da Música: mais de 80 concertos até final do ano
- Concurso internacional distingue e-book criado na FEUP
- Energia: Projecto InovGrid pode criar casas inteligentes com investimento reduzido para o consumidor

De: Pedro Lessa - "Está-se bem na FAUP"

Submetido por taf em Quarta, 2008-09-17 14:42

Pedro Bragança,

Se leu bem o meu comentário (ou então esgotou-se na infelicidade), eu não disse que “muitos outros que vêem na FAUP uma escola de passado, ultrapassada, que vive de uma fama histórica e revivalista”. Está enganado, a adjectivação é sua, curiosamente…

O que eu quis dizer é que o processo de transformação de uma Escola em Faculdade (de Artes, claro está), geralmente resulta em prejuízo da primeira e da arte em questão (por alguma razão a ESBAP ainda é Escola). E os relatos que me vão chegando não abonam em nada a favor da segunda. E o factor da escala controlada, referida pelo Luís, é apenas um de muitos.

E já agora, na continuação do seu post, gostava de saber como se torna uma Baixa saudável sem o que afirma “Era o que faltava termos que ser as escolas, os supermercados, os centros culturais ou as superfícies atractivas”. É que na minha óptica é o que precisamente falta na Baixa, saudável ou não, digo eu.

Pedro Santos Lessa
pedrolessa@a2mais.com

De: TAF - "O que vou lendo a correr..."

Submetido por taf em Quarta, 2008-09-17 11:53

De: TAF - "Os «especialistas»"

Submetido por taf em Quarta, 2008-09-17 04:12

Mais uma nacionalização de enorme dimensão nos Estados Unidos, pelos vistos cada vez mais um país "a caminho do socialismo"... Tal como cá, quando se deixam os especialistas à solta o caso geralmente acaba mal. É que esses especialistas, apesar de serem genuinamente competentes em aspectos específicos da sua profissão, raramente têm a visão completa daquilo em que estão metidos. Ou, tendo, não são honestos.

Eu costumo usar a seguinte regra quando analiso assuntos sobre os quais preciso de formar uma opinião: se não percebo por que é que os especialistas têm eventualmente uma posição diferente da minha, e se também não percebo por que é que não posso perceber, então prefiro manter a minha opinião. Tem sido assim com os mercados financeiros (sou muito céptico quanto à sanidade mental dessa gente desde há muitos anos...), da mesma maneira que sou sempre especialmente cuidadoso quando ouço recomendações dos nossos governantes quanto às "opções estratégicas para o país", ou das "estrelas da Arquitectura" quanto aos espaços públicos, ou dos políticos sobre assuntos europeus (Tratado de Lisboa...), ou de centralistas sobre Poder Local, ou de empregados por conta de outrem sobre empreendedorismo, ou de pessoas com dificuldades de relacionamento humano sobre integração social, ou de... (Alguém falou em Ensino?... ;-) )

De: TAF - "Por falar em ..."

Submetido por taf em Quarta, 2008-09-17 00:04

Em Paranhos


...«cidade interior» (em português fica melhor ;-) )

De: Pedro Bragança - "Mobilidades"

Submetido por taf em Terça, 2008-09-16 23:34

Luís,

Haverá, de certo, um equívoco ou falha comunicacional porque não me parece que tenha existido qualquer confronto ou excesso de linguagem (se isso por casualidade acontecer um dia espero que o Tiago não publique o post). No entanto, se por algum momento se tenha sentido lesado na sua integridade aceite o meu público pedido de desculpas.

O que se passa parece-me muito simples; ao contrário do que o Pedro Lessa diz (e muitos outros que vêem na FAUP uma escola de passado, ultrapassada, que vive de uma fama histórica e revivalista) a escola de arquitectura do Porto depois de se 'deslocalizar' para o Campo Alegre – que para que todos saibam faz parte do concelho e cidade do Porto – lançou novas gerações com nomes eminentes como o arq. Nuno Brandão, a arq. Filipa Guerreiro e Tiago Correia (Atelier da Bouça), o arq. Nuno Lopes, Nuno Lacerda e muitíssimos mais.

Sobre 'Cidade e Mobilidade', estamos claramente num ponto de discórdia: Era o que faltava termos que ser as escolas, os supermercados, os centros culturais ou as superfícies atractivas obrigadas para que a Baixa se torne 'saudável'. Eu estou de acordo que a Universidade se tenha construído de um modo muitíssimo questionável ao longo do século XX, mas acho que perdeu enquanto conjunto, enquanto instituição única. Hoje em dia, diversos projectos de trabalho e investigação da UP, sejam os centros de estudos sejam propostas esporádicas, corrigem um pouco a loucura da dispersão geográfica em supostos 'Pólos Universitários'. Estes problemas da Universidade não invalidam claro que continue a ser, indubitavelmente, a melhor do país – algo sempre muito complicado de entender para quem observa de fora.

Ora, mas sem entrar em relatos privados dispensáveis, posso-vos dizer que hoje comecei o meu dia às 8 na FAUP, e através quer do 200 quer do metro consegui, por três vezes, regressar à Baixa do Porto. A última delas incluiu uma visita à nossa Soares dos Reis.

Cumprimentos
Pedro Bragança

Nota. É mesmo recomendável que se acompanhe o site Inner City porque, espero, é um projecto (da UP) que iniciará mesmo um novo ciclo na cidade.

De: Luís de Sousa - "Escola Soares dos Reis"

Submetido por taf em Terça, 2008-09-16 21:49

Quando o nível de discussão baixa o nível ao ponto de roçar o insulto pessoal é bastante triste, até porque eu com a minha intervenção nunca pretendi desvalorizar o investimento público feito no ensino, muito menos na Soares dos Reis. Talvez ter uma ideia de escola, sobre o que deve ser, como deve funcionar e onde se deve localizar seja um absurdo, afinal se o equipamento está ao nível do que existe na Europa para quê duvidar?

Uma escola de artes quanto a mim deve ter uma escala controlada, que permita uma interacção entre todos os seus actores, permitindo que se conheçam e que não sejam apenas um número como infelizmente cada vez mais acontece, e por isso apenas me questiono se o aumento das vagas de acesso não comprometerá essas valências das escolas de menor escala. Não tenho medo da mudança, aliás quem o tem normalmente não questiona e refugia-se no senso comum, imediatista e superficial. Eu congratulo o Governo pela instalação de inúmeros equipamentos informáticos e tecnológicos na nova Soares dos Reis, e não disse o contrário na minha anterior intervenção.

Por fim quanto à localização, sou crítico porque por opção vivo, estudo e trabalho no centro histórico, tenho pena de ver cada vez mais escolas a deslocalizarem-se para pontos mais periféricos, como ao longo dos anos aconteceu com várias faculdades da Universidade do Porto.

Contudo só me resta desejar a continuidade de um projecto no qual tenho orgulho de ter tido o meu lugar, onde participei activamente quer enquanto aluno quer enquanto representante dos meus Colegas.

Luís Sousa

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