2007-10-21

De: TAF - "Apontadores"

Submetido por taf em Sábado, 2007-10-27 05:58

A propósito da hipotética cobertura de Cedofeita, sobre a qual se foi escrevendo, muitas vezes sem se conhecer o projecto, aproveito para reencaminhar o convite da direcção do ISCET a todos os leitores da Baixa do Porto, para a abertura solene do ano lectivo. A esse propósito, terá lugar uma palestra em que Cedofeita estará em discussão, em particular a proposta de cobertura. Óptima ocasião para a ouvirmos, em muitos casos pela primeira vez, assim como para o debate sadio com os comerciantes e responsáveis pelo projecto.

Ao mesmo tempo, decorrerá uma pequena feira/mostra de algumas actividades que decorrem na zona de Cedofeita, estando já confirmadas as presenças dos estabelecimentos: Comércio Justo, Guedes Óptica, Coisas da Rita, Muuda, Cirurgias Urbanas, Oporto Poets Hostel, Poetria, Hotel das Artes, Rota do Chá, entre outros.

Abraço,
Jorge Ricardo Pinto

--
A Direcção do ISCET tem a honra de convidar V.Exa.para assistir à Sessão Solene de abertura do ano lectivo 2007/2008, que terá lugar no auditório deste Instituto, no próximo dia 31 de Outubro, a partir das 10.30 horas, de acordo com o programa em anexo.


De: Alexandre Burmester - "Barracas"

Submetido por taf em Sexta, 2007-10-26 13:59

O Porto é constantemente pejado de barracas, acho até que tem a ver com um certo gosto muito particular pelo pic-nic e campismo. Não é só na Av. dos Aliados, na Alfândega, e na Ribeira, mas também na marginal da Foz e Matosinhos, estendendo-se principalmente pelo Parque da Cidade. Mas como no Parque da Cidade não é ”permitido construir”, estão lá plantadas regularmente sempre umas quantas barracas, a fazer companhia aos depósitos dos restos dos equipamentos dos eventos “culturais”.

Barracas

Barracas

Como se não bastasse toda esta barracada, constrói-se hoje no Parque da Cidade um equipamento desportivo parecido com mais umas barracas. Não estando contra o facto da sua construção, não vejo é o porquê da execução de uma obra com o aspecto, que evitando comentar, anexo umas imagens.

Barracas

Barracas

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Sexta, 2007-10-26 13:25

De: Luís Bonifácio - "Millennium BPI e a descentralização"

Submetido por taf em Sexta, 2007-10-26 00:04

Tudo como dantes, Quartel-General em Abrantes.

BANCO COMERCIAL PORTUGUÊS, S.A.
Sociedade Aberta
Sede: Praça D. João I, 28 – Porto
Capital Social: 3.257.400.827 Euros
Matriculada na C.R.C. do Porto sob o nº 40.043
Pessoa Colectiva nº 501 525 882

Banco BPI, S.A.
Sociedade Aberta
Sede: Rua Tenente Valadim, n.º 284, Porto
Pessoa Colectiva n.º 501.214.534
Capital Social: 760.000.000 Euro
Matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto sob o n.º 35.619

Um abraço
Luís Bonifácio

De: Manuel Moreira da Silva - "E se..."

Submetido por admin em Quinta, 2007-10-25 22:59

E se o maior banco português tivesse sede no Porto, será que isso ajudava à descentralização?

Manuel Moreira da Silva

Uma das boas coisas que o Engenheiro Guterres fez, e nunca fui seu apoiante, foi as Lojas do Cidadão. Só que volvidos já uns anos, no Porto e em Lisboa os planos de abertura ficaram a meio sem que aparentemente ninguém reclame as que, previstas, nunca mais abriram. Para o Porto, ouviu-se dizer que estava em estudo a construção de uma outra loja do cidadão no edifício construído na pedreira da Trindade. Mas também é certo que a abertura de uma outra loja do cidadão é uma perfeita incógnita, e só quem tem de ir à das Antas sabe o que passa para aguentar a sobrelotação existente, a falta de funcionários em alguns serviços (Segurança Social, CGA, etc), para além da falta de ar puro

Penso que uma boa alternativa seria aproveitar as construções existentes e abandonadas na Praça de Lisboa, pois aí poderia ser construída uma loja do Cidadão mais perto de um conceito de Hiper do Cidadão, com espaços particulares que estudada a sua adequação e comercializados poderiam suportar, pelo menos, parte dos custos de uma Loja II. Isto já para não falar que, talvez seguindo o mesmo conceito de “Hiper” do Cidadão, isto é, lojas oficiais intercaladas com espaços comerciais adequados, se pudesse aproveitar parte das instalações do moribundo Centro Comercial Brasília ou do já “enterrado” Dallas. E em todos os casos estamos a falar de centralidade, bons acessos, transportes públicos e parque de estacionamento.

Não valeria a pena levantar neste fórum o tema “Mais Lojas do Cidadão – Precisam-se”?

Cumprimentos
Jorge Oliveira e Sousa

De: Cristina Santos - "No Porto, melhor era impossível?"

Submetido por taf em Quinta, 2007-10-25 22:56

As nossas companhias não conseguiam fazer melhor, mas La Feria também não fez grande coisa, as peças ficam aquém das expectativas, pobrezinhas para tão famoso produtor e aliciante orçamento. De qualquer forma espero que não se vá embora, com ele por cá mantém-se sempre a esperança de um espectáculo de topo. Mesmo que as camionetas de estudantes, instituições, empresas com mais de 50 trabalhadores, ordens, possam sair do espectáculo defraudados, continua a ideia que o próximo espectáculo será de arromba. E entre uma ideia e outra, o Rivoli tem estado esgotado e a cidade tem recebido milhares de visitas.

Gente na Baixa é o nosso interesse supremo. Além de que se La Feria abandonasse o Rivoli, estaríamos perante um saque deliberado, seria terrível imaginar que o produtor ia embora, levava o produto de 4 meses de lotação esgotada e deixava a cidade mais uma vez enterrada na ideia da Cidade dos gebos, que não sabe o que é a cultura.

De: Pedro Bismarck - "Manual de instruções [26.27.28] - opozine"

Submetido por taf em Quinta, 2007-10-25 22:55

Se me permitem, um curto interlúdio. Aqui ficam algumas sugestões para os próximos dias. Um pouco de ar fresco! Para mais, ver opozine - o manual de instruções para a cidade!

E já agora: o que é opozine?

[O opozine mais que um guia é um manual. Um manual de instruções sobre as possibilidades infinitas de habitar a cidade e o centro. Instruções para devolver ao Porto essa relação intensa que foi perdendo com os seus habitantes. Promover uma cultura mais urbana e positiva. Resgatar a cidade como um lugar contaminante de ideias, de pessoas, de eventos e práticas culturais. Um dispositivo sensível e orgânico aberto a novas formas de utilizar e reutilizar a cidade, de forma a valorizar o seu potencial representativo e urbano. Mais do que ser apenas cenário em ruínas dos nossos hábitos, a cidade deve ser parte integrante da nossa vida. Ela é o lugar onde vivemos, o mapa onde desenhamos as nossas experiências afectivas e a sua cartografia imprecisa e surpreendente somos nós que a construímos. Por isso usem a cidade, é nossa, é vossa...]

Pedro Bismarck - [opozine - o manual de instruções para o Porto]

De: TAF - "BPI + BCP"

Submetido por taf em Quinta, 2007-10-25 16:20

- Banco BPI, S.A. informa sobre proposta do Conselho de Administração do Banco BPI de fusão do Banco Comercial Português com o Banco BPI

"O Conselho de Administração do Banco BPI, S.A. deseja realçar que a carta em apreço e a proposta que a mesma contém têm por destinatário exclusivo o Conselho de Administração Executivo do Banco Comercial Português, S.A., não constituindo uma oferta de aquisição de acções deste Banco, nem um convite à apresentação de propostas de alienação dessas mesmas acções. Nos termos da lei, a operação a que se refere essa proposta (a fusão do Banco Comercial Português, S.A. com o Banco BPI, S.A.) pressupõe, para poder ser concretizada, entre outros aspectos, que seja formado um acordo entre os órgãos de administração dos dois Bancos quanto ao projecto de fusão e, posteriormente, que esse projecto seja aprovado pelas assembleias gerais de accionistas dos mesmos Bancos."

PS: Curioso...

"Alteração da denominação do Banco BPI, SA para Banco Millennium BPI, SA"

Domain Name: MILLENNIUMBPI.COM
Registrant: Paula Coelho
Lisbon, Lisbon 1700, PT

Administrative Contact:
Coelho, Paula paulacoelho.info@gmail.com
Lisbon, Lisbon 1700, PT

Record created on 08-17-2006

De: Alexandre Burmester - "Debates?"

Submetido por taf em Quinta, 2007-10-25 15:08

O debate de ontem sobre “O futuro do Aeroporto Francisco Sá Carneiro” foi uma grande chatice.

Sobre o Aeroporto a Sr.ª Secretária de Estado disse que não podia falar porque não era da sua alçada (nem sei para que foi ao debate). Falou sobre o futuro TGV, isto é, tentou falar, mas como falou tanto, mas tanto, e tão pouco claro, na verdade não disse nada.

O Administrador da RAVE, como bom subalterno, elogiou as palavras da Secretária e realçou a sua sabedoria no assunto, e portanto pouco tinha a acrescentar. Aliás todos os estudos e informações estão no site da RAVE, que até vai agora fazer um Blog.

Restou o Professor Dr. Alberto Castro, que explicou e bem aos ilustres convivas do Estado que se os presentes não sabem é porque a informação devia ser disponibilizada e ir de encontro às populações e não ao contrário (algo que o Estado teima em não entender). E o Dr. Rui Moreira que, como não estava em sua casa, disse o que pensava e bem sobre o assunto, o que deixou a Sr.ª Secretária incomodada, até porque tinha acabado de jantar tarde, fazendo toda a gente esperar pelo evento.

Há uma impressão clara que fica destes assuntos de TGVs e Aeroportos, e essa é que estes senhores responsáveis por estas áreas não percebem patavina do assunto. Não só estes que estão agora nos cargos, como os anteriores. Na verdade não se percebem nada da matéria, e a prova disso é o resultado de anos de erros consecutivos. Da Ota nem vale a pena enumerar, e dos comboios é uma verdadeira desgraça os investimentos feitos versus os resultados.

Mas ficou registado para o futuro que o Governo, na pessoa da sua Secretária de Estado, é tão Democrático e tão preocupado com os assuntos a Norte da Capital, que vem ao Porto para um debate com os locais. Pena é que os locais são como o Povinho, e não entendem nada do assunto.

Alexandre Burmester

De: TAF - "Mais apontadores"

Submetido por taf em Quinta, 2007-10-25 14:58

- Portela + 1 e a TAP - sugestão de Rui Rodrigues - "A utilização de um aeroporto secundário, perto de Lisboa, não iria afectar o Hub que a TAP adoptou na Portela e até lhe daria vantagens competitivas, relativamente às Low Cost, que ficariam fora da Capital"

- Fusão de autarquias na Dinamarca: Uma alternativa à Regionalização em Portugal? - sugestão de José Silva

- Novo blog: Bússola vai dizer bem do Norte e da regionalização
- Mais de 200 mil utentes ainda à espera de médico de família em todo o distrito do Porto
- Metro do Porto aprovou concurso da Linha de Gondomar
- Grandes bancos espanhóis estudam entrada no BCP

De: Cristina Santos - "Apontadores"

Submetido por taf em Quinta, 2007-10-25 14:51

Lamentando mais uma vez a falta de tempo que tenho tido para participar mais nos debates de ideias, apareceu outro assunto que não posso deixar passar sem comentar.

Pasmo ao saber que a Câmara do Porto, através da Porto Vivo SRU, um ano e meio depois da publicação do PDM e da conclusão das obras da Avenida dos Aliados se lembrou de encomendar um estudo sobre a Baixa a um grupo de consultores imobiliários. Talvez tivesse sido útil fazê-lo antes de gastar dinheiro no PDM, nas obras da avenida, no eléctrico, etc., de modo a qualificar as encomendas que foram feitas (gostava de saber o que é que foi encomendado aos autores dos planos e projectos).

Agora o resultado ventilado pelos jornais e ecoado nos blogues parece indicar que vamos ter mais uma temporada de obras para promover a gentrificação de todo o centro do Porto. Digo isto apenas com base no que se pode ler das notícias onde se repetem expressões como lojas de moda, restaurantes de qualidade ou franchisings internacionais, porque apesar de ter procurado no site da SRU, no site da Câmara e no site da Consultora, não há sinal do tal estudo (dá que pensar nos condicionamentos de opinião que conseguem provocar quando se escolhe muito bem a informação que se liberta e o timing em que esta é disponibilizada, uma lição que já aprendi com o caso do Palácio do Freixo). Se este plano (a colocar em prática até 2010) for para a frente vamos ter uma Baixa com a mesma oferta que o Norte Shopping (apesar de estar referido que se vão proteger os nichos de comércio típico, para inglês ver). Com alguma visão expande-se a cobertura da rua de Cedofeita para uma proposta deste tipo, junta-se estacionamento gratuito e as hordas de consumidores que deambulam diariamente pelos centros comerciais ainda colocam a Baixa do Porto na lista. Eu ou a Câmara, um de nós perdeu o juízo.

Talvez não fosse má ideia a Câmara pensar em entregar este tipo de estudos à Universidade do Porto, ao centro de estudos da FAUP, ou fazer um concurso de ideias, como está a fazer para a marginal do Douro. Mas má ideia, para mim, é entregar assim a uma empresa deste tipo, que se especializa em valorizar ao máximo o parque imobiliário para o vender aos mais altos preços. Não é só com especulação que se faz cidade. Se este plano for para a frente (pelo menos no que se diz sobre os Aliados) acontece o inédito - Na mesma legislatura, a mesma equipa faz uma coisa e o seu contrário. Normalmente a acção desenrola-se em vários actos e é preciso esperar que mudem os eleitos para se colocar tudo em causa. Parabéns...

Gostava que o estudo fosse disponibilizado para não estar a especular com base em notícias encomendadas (estudo a que o JN teve acesso... uma bela maneira de começar a familiarizar os cidadãos com as opções que vão ser tomadas). Se alguém souber por onde anda, por favor avise aqui no blog. (também gostava de saber quanto custou, para ver quanto me custou).

Entretanto lembro que faltam poucos dias para acabar a exposição do Dali no Palácio do Freixo e que depois disso a pérola da arquitectura civil portuense vai ser entregue ao Grupo Pestana - aproveitem para ir ver, que também aqui o futuro é negro.

Manuel Moreira da Silva

PS: aviso também que na próxima sexta-feira 26 de Outubro, às 11h da manhã há no anfiteatro da Exponor, no âmbito das conferências de arquitectura da Concreta uma conferência do arquitecto Alberto Campo Baeza, seguido às 17h do portuense Adalberto Dias (autor p.e. do projecto do funicular dos Guindais) e às 18h15m do arquitecto Carlos Ferrater. Este último foi meu professor e provavelmente irá apresentar algum dos muitos projectos que faz/fez para promotores imobiliários no centro e arredores de Barcelona - vale a pena ver para perceber que a péssima qualidade dos projectos de arquitectura (alguns feitos por não arquitectos) que são regra na especulação imobiliária em Portugal, não é a única maneira de actuar.

De: António Alves - "Debates e Internet"

Submetido por taf em Quinta, 2007-10-25 01:28

Caro TAF

Eu pelo menos fiquei a saber que se vai fazer um investimento de 4700 milhões de euros construindo uma linha totalmente nova para lá fazer passar 2 (dois) comboios por hora em cada sentido. Comboios esses que à partida e à chegada a Campanhã serão obrigados a partilhar a ponte de S. João (que já está sobrecarregada) com os comboios da Linha do Norte, com a agravante dos TGV´s serem incompatíveis com a bitola (distância entre carris) lá instalada, o que obriga a uma solução técnica muito complexa com um terceiro carril ou com uma via algaliada (uma via dentro de outra). Não vai ser tão fluido como na teoria. Os debates servem para estas coisas. :-)

António Alves

De: TAF - "Que chatice, inventaram a Internet!"

Submetido por taf em Quinta, 2007-10-25 00:42

Cool Hipnoise no Porto Sounds


A vida assim deixa de ter piada. Aquele prazer de estar mais de meia hora à espera que comece o debate. O gáudio de constatar que a Secretária de Estado (Ana Paula Vitorino) foi convidada mais ou menos por engano, porque afinal a tutela do Aeroporto não compete a ela no Governo. O deleite de a ouvir discorrer interminavelmente sobre o que lhe aprouve escolher, confortavelmente apoiada num powerpoint mal concebido. O fascínio de observar um moderador (Rui Rio) que não a interrompeu porque estava a fazer o papel de "jornalista imparcial, que deixa falar as pessoas".

E depois o debate, sim, o debate! Cada um a falar para seu lado, ou porque não têm a informação toda, ou porque não a conseguem obter, ou porque ninguém lhes pergunta nada, ou porque não são eles que têm que a pedir, ou porque afinal não percebem muito do assunto, ou porque já têm muitos anos disto e daquilo. Imperdível!

A propósito, sabiam que os estudos das ligações ferroviárias estão todos disponíveis para consulta remota? Basta ver aqui como estão todos, todos, todos, não falta mesmo nada... A não ser, claro, os que são grandes demais e não dá para colocar online. Que ao que parece são quase todos. Bom sinal, devem ser de facto grandes estudos, orgulham certamente Portugal!

Agora arruinaram este património, com estas modernices da net, da banda larga e dos blogs!

Já se pode não perder tempo com debates em auditórios com o soalho a ranger (bela reabilitação). Já não há ficheiros grandes demais (também inventaram a compressão de imagens, malvados). Já se consegue ser mais sintético e rigoroso, escrevendo a opinião e publicando-a num qualquer blog (já viram, as afirmações ficam registadas, imagine-se!). Já se pode dar remotamente resposta a dúvidas que existam e, mais grave, essa resposta pode ser consultada por qualquer pessoa. Pior: e as jantaradas com o séquito? Passando a não se justificar a presença física e simultânea de tanta gente, com o argumento (consta que verdadeiro) de que acaba por ser melhor o debate remoto com as ferramentas que agora existem, o que resta?

Ai futuro negro, ai triste fado!...

De: TAF - "Mais apontadores e debate"

Submetido por taf em Quarta, 2007-10-24 19:49

De: Rui Valente - "Televisões = Centralização"

Submetido por taf em Quarta, 2007-10-24 19:30

Há muito que tenho a firme convicção que, a par e em sintonia com o Estado, um dos instrumentos com maior responsabilidade pela macrocefalia centralizadora do país na capital se deve substancialmente à acção dos orgãos de comunicação social, com destaque para a televisão, pelo forte impacto de audiências que disfruta junto do grande público.

Por razões temporais, não irei ao ponto de garantir (como já alguém disse) que a televisão elege ou derruba Chefes de Estado ou Governos, mas não hesitarei em afirmar que - num país de gente despolitizada e apática, como ainda é o nosso - pode perfeitamente manipular a opinião pública à penumbra de práticas aparentemente democráticas e até lisonjeiras. Mas, com o tempo necessário para a tarefa, não custa a crer que seria mesmo capaz de derrubar e eleger Governos. A juntar a esse poder semi-oculto, mas factual, existem outro tipo de fenómenos de carácter socioeconómico, como é o caso do futebol, que a televisão explora para manipular a população em função dos seus desígnios ou prioridades. Assim, com todo o tempo do mundo e sem oposição, vai urdindo valores, inventando intrigas, carimbando competências, levantando suspeitas, ao mesmo tempo que modela mentalidades e opiniões públicas.

Deste trabalho de formiguinha, em prol dos interesses centralistas, obviamente, não assumido, as televisões usam a clubite aguda dos portugueses para os dividir, incluindo gente da mesma cidade e região, preparando-se pacientemente para recolher os "louros" chegada a hora de "decidir" a Regionalização. Não é por acaso que este tema (o da Regionalização), sendo tão pertinente ao nível do interesse e da receptividade pública, com sucesso previsivelmente garantido, é dos raros de que as tvs lisboetas preferem abdicar. O mesmo se passa com alguns fazedores de opinião ao seu serviço, como Pacheco Pereira e Marcelo Rebelo de Sousa que fogem do assunto como o diabo da cruz...

Pelo exposto, o resultado do trabalho missionário das televisões, junto do Poder Central, à imagem da "acção psicológica" usada pelo exército na ex-guerra colonial para "amansar" os rebeldes, redundou num acentuado bairrismo das populações (no que de pior contém a nova adjectivação), gerando fissuras difíceis de sanar a curto prazo. A discussão pública sobre a Regionalização patente em alguns espaços de opinião na Web, como fóruns, blogues, etc., mostra-nos à evidência esses sintomas. Bastará pesquisarmos atentamente para percebermos que a lei "SONY", aquela que dizia "a minha televisão é maior que a tua", domina o conceito de divisão territorial de alguns supostos "regionalistas", de tal forma que, não tarda, estarão a discutir ferozmente o espaço reservado a cada membro da família dentro da sua própria casa sem opção referendária.

E é destes "regionalistas" que o Centralismo gosta.

De: Cristina Santos - "Apontadores e Avenida"

Submetido por taf em Quarta, 2007-10-24 19:16

- Metro do Porto lança concurso para construção Linha Gondomar
- Autarca do Porto quer que o Governo pague as dívidas
- Porto de Aveiro abre canal no Youtube
- Universidade do Porto: Informação e comunicação em debate
- Vigo: Presidente do Eixo Atlantico apela a consenso nacional sobre TGV
- Donos dos bares queixam-se da ASAE ao Governo
- Rio Douro é o palco eleito para o festival de rua Trip
- Aliados fora da rota das compras

Vi ontem na RTPN uma reportagem na qual a jornalista referiu que a CMP tinha em mente desenvolver um plano de «arranjo» da Avenida dos Aliados, que contemplava mais espaços verdes, mais sombra e mobiliário urbano para acomodar transeuntes. Como a referência foi leve, não tive tempo de perceber qual era o plano em questão, o que é certo é que existe e foi encomendado pela Porto Vivo à CB-Richard Ellis - A avenida

«Por encomenda da Porto Vivo - Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) e do Gabinete Comércio Vivo, a empresa CB Richard Ellis, que delineou uma estratégia para a revitalização comercial do coração da cidade a colocar em prática até 2010, aponta, num estudo a que o JN teve acesso, para a escassez de lojas e para a falta de atractividade do comércio na avenida e na Praça da Liberdade. Recomenda, também, mais sombra e canteiros numa zona acabada de recuperar. A central de camionagem na Praça de General Humberto Delgago daria lugar a uma cafetaria. O actual posto de turismo seria reconvertido numa loja jurídica, enquanto o espaço vazio no gaveto da Rua de Sá da Bandeira (nº53) com a Rua de Sampaio Bruno, poderia acolher uma loja do cidadão. A Caixa Geral de Depósitos libertaria o rés-do-chão do edifício da Praça da Liberdade (nº133-142) para acolher o Hard Rock Café e os balcões do BPI, do Finibanco (ambos nos Aliados) e do Banco Santander Totta (na Praça de Almeida Garrett) desaparecem para albergar lojas de moda e de acessórios.

Aliás, a CB Richard Ellis propõe que, na Avenida dos Aliados e na Praça da Liberdade, predominem as lojas e de moda e os restaurantes de qualidade e de franchising internacionais. Nas ruas de Sampaio Bruno e de Ramalho Ortigão, ficarão as sapatarias, lojas de vestuário e artigos para crianças. O "nicho de lojas de decoração e artigos para o lar" ficará no quarteirão da Praça de D. João I. É a proposta mais radical. Aproveitando a reconstrução do quarteirão, sugere-se que só se mantenha o Millennium BCP no Palácio Atlântico. Todos os restantes espaços deverão mudar de uso, indica o estudo. Na Rua Formosa, mantêm-se as mercearias finas, potenciando-se a criação de lojas de conveniência. Quanto aos Lóios e às ruas das Flores e de Trindade Coelho, o documento prevê a recuperação das lojas e a dinamização dos nichos comerciais existentes na área da retrosaria e da ourivesaria.»

--
Nota de TAF: pois, foi referido aqui. ;-)

De: Luís de Sousa - "Arquitectura Efémera"

Submetido por taf em Quarta, 2007-10-24 18:55

O conceito do Serpentine Gallery, para além de todas as qualidades enunciadas no post do David, ainda tem a mais-valia de se auto-sustentar uma vez que, volvidos os 3 meses de exposição no jardim da fundação, a obra de arquitectura efémera é leiloada tendo por base o seu preço de custo, o que faz com que apenas exista investimento económico, mas não prejuízo para quem promove, muito pelo contrário uma vez que o espaço funciona como cafetaria e auditório de inúmeras conferências ao longo da sua permanência. Por isso penso que se calhar, numa iniciativa deste tipo, o modelo de concurso não teria o mesmo impacto, pois o que dá notoriedade e o que torna viável a venda das estruturas é elas serem elaboradas por arquitectos internacionais que ainda não possuam obra no país (no caso específico do Serpentine, Inglaterra).

Como devem ter reparado, os projectos na sua totalidade são exercícios experimentais do ponto de visto construtivo, pelo que a sua exequibilidade está sempre associada ao prestigiado engenheiro Britânico Cecil Balmond (autor da ponte pedonal de Coimbra) da prestigiada ARUP, consultora de engenharia da maioria dos projectos elaborados pelos grandes nomes do “Star System” da arquitectura mundial.

No Porto nem isso é problema, pois temos os AFA que já demonstraram ter capacidade e determinação em desafios complexos e inovadores, e que com certeza aceitariam ser parte integrante de um projecto deste tipo. Haja um promotor interessado na iniciativa e o Porto pode passar a orgulhar-se de ter um evento de forte notoriedade internacional e que, como o David disse, afirme a cidade ainda mais como a capital portuguesa da arquitectura, demonstrando que não vive à sombra do prestígio já cada vez mais esbatido de uma ideia de escola que terminou no momento da divisão do ensino superior artístico portuense.

Cumprimentos
Luís de Sousa

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