De: Cristina Santos - "O Loop e o menir"

Submetido por taf em Quarta, 2006-10-18 22:16

Foram 12 anos para acertar num verdadeiro conceito de reabilitação para a Baixa do Porto, o projecto Loop associa o dinamismo à história sem destoar. É simplesmente um projecto bem pensado, responde às necessidades de uma nova geração com valores sólidos que a prendem ao Porto, entusiasma a cidade e traz ar puro à área de reabilitação urbana.

Espera-se agora, que outros lhe sigam o exemplo, ou pelo menos que os mesmos repitam a experiência em outros locais da nossa Cidade. Por isso parabéns aos promotores do Loop e obrigada, a Cidade assim fica a ganhar e quando a cidade ganha todos ganhamos.

Mas nem tudo são novos conceitos, Rui Rio não muda a sua estratégia, é mais sólido que uma parede de betão, tão sólido que parece uma pedra. Podia mandar o vereador receber os manifestantes do Rivoli, tomar nota de umas quantas informações que viesse a considerar positivas e acabar com esta publicidade negativa. Prefere castigar, mostrar a força, a inflexibilidade, isso não cai bem na Cidade e nem no país.

Penso que desta vez Rui Rio sente que pode perder a luta, tem resistido ao uso da justiça e da autoridade do país quando já usou estes recursos por bem menos chinfrim, está a conter-se, tudo depende da resistência dos manifestantes, mas o rastilho é curto e se rebentar desfaz em estilhaços esta imagem de autarca menir.

Quando o povo reclama na rua deve ser ouvido, que mais não seja para ser esclarecido. Se o povo sentir que ninguém o ouve, tende a gritar cada vez mais alto e cada protesto vai reunir os membros de todos os outros protestos não atendidos. O executivo não está a medir consequências, a tendência vai ser abandonar a luta, porque de nada adianta lutar. Nem todos têm a resistência do presidente, há muita gente que tem outras lutas, não lhe resta paciência para continuar numa cidade em guerra, simplesmente procura climas mais amenos.

Pois é, já vão largos os prejuízos, esta inflexibilidade em ouvir pessoas que se manifestam e persistem na reivindicação, independentemente do motivo que as move, vai direitinha para a adenda do balanço final. Vamos tentar manter sempre a memória viva, para no devido tempo decidirmos aquilo que queremos ver nos programas eleitorais.
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Cristina Santos