De: Cristina Santos - "Podem dar aqui uma ajuda, por favor?"

Submetido por taf em Quinta, 2006-09-28 11:12

Será que a reabilitação é bem encarada, ou reabilitação é Fachadismo?!

Vejam o seguinte, imaginem que pegam num edifício na Baixa do Porto. O edifício tem boas estruturas resistentes e uma caracterização interior com um valor arquitectónico / patrimonial médio.

Propõem como método de reabilitação a introdução de laje mista madeira - betão. Ou seja tratam a madeira existente, reforçam vigamentos, pregam o soalho; cravam uns pinos metálicos adequados sobre as vigas principais, estendem uma manta respirável, malha sol e betão leca 5/6 cm.

Obtêm um isolamento acústico, baixa relação peso/ resistência, resistência ao fogo, comportamento natural de materiais, adaptabilidade e baixo custo de manutenção pós reabilitação.

Estarão as entidades competentes familiarizadas com este método? Os técnicos estarão dispostos a propor esta solução e será que este método é aceite no mercado?

Será que as pessoas estão dispostas a comprar casas reabilitadas com lajes mistas, ou apenas investem no betão armado, mesmo em edifícios que não tem preparação, nem características para tal? Será que a construção nova esta tão evoluída que não há qualquer penalização no seu uso para reabilitação?

Bem, não sei, digam-me vocês se confiavam nesse método, mediante apresentação de todos os cálculos. Compravam uma casa com laje mista ou só usariam esse método na v. própria reabilitação?

Estas e outras questões são muito verdes ainda em Portugal, o próprio projectista e construtor tem receio de utilizar este método pela fraca abertura de mercado. Podíamos poupar estruturas imensas, reaproveitar um sem número de elementos característicos, agilizar, mas e o mercado? O mercado está receptivo, tem informação suficiente, pelo menos conhece?!

Numa cidade como a do Porto, húmida, condensada, será correcto impregnar o interior dos edifícios com betão armado, e por onde respira o prédio?! Será que ao utilizar este método não vamos criar um espaço condensado no rés-do-chão, um cheiro fétido… não sei, há aqui muitos técnicos, que falem da sua razão, que divulguem os seus métodos, isso é importantíssimo para a Cidade neste momento.