De: Alexandre Burmester - "Ainda faltam 31 dias..."

Submetido por taf em Segunda, 2013-09-02 22:49

Não sei se o defeito é meu, contudo não encontro na minha memória sobre todos os presidentes de Câmara do Porto nenhum que fosse tão mau como este. Mas deve ser defeito meu porque há sempre pior. Percebo o elogio de ter feito uma gestão económica e financeira da Câmara bem feita, até porque as contas estavam mal e até porque logo à entrada criou um enorme buraco, chamado “proibição de construção no Parque da Cidade”, mas afinal não é isso o mínimo que se pode exigir em quem nos representa? Mais ainda porque, se pouco ou nada fez, em que é que havia de gastar dinheiro? No mínimo haverá que gerir o erário público. Mesmo assim há opiniões... porque quem não investe e não ajuda quem investe, nem está a criar riqueza nem a deixar que os outros o façam, logo a contribuir para a desgraça geral. O presidente da Câmara desempenha o cargo que obriga a fazer exactamente o contrário.

Quem olha para esta cidade que ao longo dos últimos anos teve a sorte de ter tido um aeroporto renovado, sediada uma companhia de aviação estrangeira que faz mais por nós que aquele buraco nacional chamado TAP e que foi responsável por nos ter colocado no mapa turístico internacional; Um enorme incremento de Hostels e de Alojamentos Locais, motivados pelo turismo, que vieram renovar muitos edifícios, sem qualquer outra ajuda da Câmara que não fosse a complicação sempre maior nos processos de licenciamento; Uma geração de empresários de restauração e de bares que conseguiu animar uma área do Porto que definhava e que hoje é a única que se encontra viva no centro, sem qualquer apoio por parte da Câmara, atrevo-me a dizer exactamente o contrário; Uma área de “Cultura” que por si é uma referência nacional e que também renovou outras áreas da cidade, seja pela Casa da Música, por Serralves ou pela Miguel Bombarda; Os eventos havidos na cidade, por escolha terceira e sem outro compromisso que não o arrasto por parte da Câmara (excepção às corridas de popós da geração vinyl).

A grande pergunta que se deve fazer, para nos situarmos na homenagem a prestar ao nosso edil, é o que fez a Câmara por tudo isto?

  • Pelo Turismo e pelos investimentos privados, porque da Câmara do Porto apenas veio recentemente arranjar algumas ruas no centro histórico, apenas complica os procedimentos e as patetices de Licenciamento;
  • Criou a SRU e bem mas, como não podia deixar de ser como tudo com o que lida, conseguiu criar uma birra com o Governo e deitar tudo a perder;
  • Pelos bares e restaurantes, dá ordens expressas de fecho e presta a ajuda do tempo burocrático de respostas que mais simplificam em falências;
  • Pelo urbanismo, este edil vai no 4º Vereador, que finalmente é perfeito – não faz nada;
  • Pelo centro não foi capaz de motivar, organizar, obrigar, os comerciantes a lutar pelas suas ruas de Santa Catarina, Sá da Bandeira, Batalha, Santo António, Firmeza, etc,... e tudo se transformou em lojas de chineses, paquistaneses e cambodjanos;
  • Pela Rotunda da Boavista, considerado um 2º centro do Porto, conseguiu espantar o Corte Inglês para Gaia com resultados à vista;
  • Consegue ter o trânsito mais tortuoso do País sem nunca ter pelo menos um prémio internacional e ainda ter a única avenida da cidade dividida em várias.

Fico por aqui que não me vou pôr a fazer o balanço destes últimos anos, o que não me compete e a lista é demasiado comprida. Agora precisava de saber nesta réstia de democracia que existe, e já que temos um dos grandes democratas sentado nesta Câmara, porque foi a pessoa que mais dialogou e soube ouvir em tantas situações que se criaram nestes anos, que raio de homenagem será para fazer quando se for embora. Cá eu sugiro uma festa popular com aquelas barracas típicas dos eventos à Câmara, com um palco em ráfia, música Pimba, cachecóis da Ferrari (que do futebol é promíscuo) e com o título “Até que enfim – vai e não voltes”.