De: Jorge Coelho - "A agregação de freguesias do Centro Histórico"

Submetido por taf em Sexta, 2012-12-07 16:13

Perto de 200 anos nos separam da última reforma territorial, bem sei que os tempos são outros, de maior exigência, mas não concordo com este modelo de agregação de freguesias, nomeadamente no Centro Histórico do Porto. O processo está virado do avesso, devia-se começar pela regionalização do território, mas em vez disso fazem mapas nos gabinetes, que em nada servem as populações locais. Nas últimas eleições para as autárquias nenhum presidente de junta recolheu mandato popular para agregar freguesias, mas sim para servir a população do Centro Histórico, como foi o caso da nossa freguesia de São Nicolau. Fazer uma reforma que retira a identidade ao povo, o sentimento de pertença, a história e a cultura, é apunhalar a população. Reduzir freguesias do burgo portuense com base na poupança de dinheiro é falso, porque só sai dos cofres do minicipio 4% do orçamento para as 15 juntas da cidade.

A proposta que conheço para o Centro Histórico é de agregar a nossa freguesia com Sé, Vitória, Miragaia, Santo Ildefonso e Cedofeita. Ora meus amigos onde estão os critérios de agregação, a freguesia de Cedofeita tem cerca de 20 mil habitantes, ora no caso deste mapa ser aprovado ficamos com uma mega-freguesia que virá a ter cerca de 40 mil habitantes, maior do que alguns concelhos de Portugal. Na assembleia de freguesia de São Nicolau defendemos por maioria ser contra qualquer tipo de fusão e dissemos que São Nicolau precisa é de mais transferências de poderes e de verbas por parte da edilidade portuense. Com a minha humilde opinião, acho que o governo da nação não deveria fazer esta agregação de freguesias sem ver, ouvir, sentir o que o povo quer para si, pois faltando pouco tempo para as eleições autárquicas fica uma organização territorial feita à pressa (mal feita), que depois outro governo terá de corrigir. Penso que deviam ser feitas eleições nos mesmos moldes das anteriores e então depois, com estudos aprofundados e feitos junto das populações, fazer a regionalização e a respectiva agregação de freguesias.