De: Alexandre Burmester - "Política «low cost»"

Submetido por taf em Terça, 2012-09-18 15:09

Quase que se consegue perceber o que queria dizer o nosso Vladimiro da Câmara, quando queria dizer que devíamos perder o termo "low cost" para o Turismo que se processa na cidade do Porto. Digo quase, porque o que o Sr. queria dizer é que o Turismo assim designado seria baixo e de pouca qualidade e portanto de mau nome para a cidade. Mas esta mentalidade é típica da parolice dos nossos políticos (que chamam de Metro ao Eléctrico de superfície) e principalmente de uma gente que nos governa, cidades e País, mas que vivem em gabinetes e nas tricas partidárias e não percebem nada do chamado País real.

Em primeiro lugar a companhia low cost que se sedia no Porto e que até substituiu o serviço público da TAP, nos voos internos, por acaso até é a maior e a melhor deste tipo de companhias. Só por acaso quem é estúpido, vaidoso, muito rico ou ao serviço dos outros (Estado), é que não passou nos últimos anos a viajar neste tipo de companhias, no lugar de pagar preços exorbitantes pelas companhias tradicionais.

Em segundo lugar os ditos Hostéis, Hotéis e flats que proliferam pela cidade, se alguém quiser dar-se ao trabalho de viajar pela net, pode aperceber-se que desta larga oferta - situam-se quer pela zona histórica quer muitos outros fora dela, mas no centro - a maioria corresponde a excelentes obras de recuperação de edifícios. De pouca qualidade tem muito pouco, embora pratiquem preços low cost. O mesmo poder-se-á dizer dos muitos restaurantes do centro. Infelizmente não se poderá dizer dos comerciantes, que com o apoio daquela Associação de que fazem parte e da conivência do nosso Alcaide, não há meio de se modernizarem.

Em terceiro, poderia seguir o exemplo com os bares e discotecas que preenchem a noite do Porto, atribuindo-lhe a fama da Movida, que tanto sucesso dá.

No meio disto a Câmara que não gosta do termo low cost, porque nem financia nem trata como lhe compete da limpeza e da segurança, contrata serviços de low cost, tal o estado das coisas e o serviço prestado. Ao menos e seguindo o tema da Tertúlia da “Mobilidade no Centro Histórico”, porque é que a Câmara não aproveita os trilhos que outros lhes deixaram e coloca os antigos eléctricos a circular? Fazer qualquer coisa também lhe ficava bem. Todos estes investimentos são particulares, e que mais faz a Câmara? Dificulta a vida dos munícipes, que não conseguem licenciar as obras e da qual resulta uma taxa de Licenças de Utilização que deve rondar os 10%. Pois é, deve haver cerca de 90% de estabelecimentos que vivem do turismo no Porto em situação ilegal.

Em conclusão não é o turismo que é low cost, mas sim a Câmara e infelizmente o País em que vivemos.