De: José Pedro Ferraz - "Privatização e alargamento da rede de parcómetros"

Submetido por taf em Quarta, 2012-02-15 14:52

Um verdadeiro assalto ao bolso de quem vive e trabalha no Porto

A Câmara do Porto aprovou, na passada 3ª feira, um conjunto de alterações ao Código Regulamentar, entre as quais os termos do Cartão de Residente a ser custeados pelos moradores das zonas que serão afectadas com a privatização e expansão da rede de parcómetros no concelho. Em relação a esta matéria, damos a conhecer o seguinte:

  • Uma família que resida nas novas zonas parqueadas: - que tenha um carro e que necessite de utilizar o espaço público para estacionar, terá de pagar um total de 411€ por ano ((33x12)+15); - se tiver dois carros e necessitar do espaço público para estacionar, terá de pagar um total 918€ por ano ((33x12)+(41x12)+15+15); - se tiver três carros e necessitar do espaço público para estacionar terá de pagar 1745€ por ano ((33x12)+(41x12)+(51x12) + (15x3)).
  • No futuro os lugares de estacionamento pago na via pública aumentarão em 6.000, cerca de 260%, comparativamente com a situação actual, significando, por exemplo, que os moradores das zonas da Boavista, Campo Alegre, Covelo, Lordelo, Cedofeita, entre outras, serão forçados a ter mais este custo significativo no seu orçamento familiar, passado a ter de pagar, e não pouco, para estacionar na sua própria rua. Ou seja, objectivamente, há novos e pesados custos a serem imputados a muitos portuenses. Potencialmente, milhares de moradores serão afectados. Este aspecto é o mais gravoso destas alterações do Código Regulamentar.
  • Acrescente-se ainda um outro aspecto que não é pouco relevante, os comerciantes e trabalhadores que laborem nas novas zonas com parcómetros não têm alternativa a custear integralmente os tarifários dos parcómetros. Não há qualquer salvaguarda para aqueles que trabalham nas zonas afectadas, depreendendo-se que não terão alternativa ao custeamento integral dos tarifários dos parcómetros que, na maioria das situações, será de 1€/hora. Façam-se as contas - 9 horas por dia a multiplicar por 22 dias úteis custam 198€! Uma brutalidade!
  • Por fim, é caso para dizer que, com a imposição de custos desta dimensão, o consórcio que vier a explorar este negócio tem garantido um verdadeiro "manjar" à custa de quem vive e trabalha no Porto.

No quadro de um aumento brutal do custo de vida e retracção da economia, com o encerramento diário de empresas no concelho, a Câmara do Porto vem onerar ainda mais os parcos orçamentos de milhares de famílias e empresas. Se insistir nesta roubalheira, a Câmara do Porto contará com a firme oposição de moradores, comerciantes, empresários e de muitas forças vivas.

O Movimento "Dizemos Não a Mais Parcómetros no Porto", que entregou recentemente 7.500 assinaturas a Rui Rio contra a privatização do estacionamento na via pública, denuncia os detalhes do Cartão do Residente e torna público que irá dinamizar uma campanha de esclarecimento da população tendo por objectivo reclamar a interrupção imediata deste processo de extorsão a muitos dos que vivem e trabalham no Porto. Consulte o mapa com as zonas actualmente com parcómetros e com as zonas onde está previsto alargar o estacionamento pago, que pensamos pode ajudar à percepção exacta do impacto da privatização do estacionamento na via pública no Porto e o tarifário previsto aplicar.

Pel'O Movimento "Dizemos Não a Mais Parcómetros no Porto",
José Pedro Ferraz