De: Vítor Vieira - "Ainda sobre as reflexões de TAF sobre o CH"

Submetido por taf em Quarta, 2011-10-19 23:40

Caro TAF

Se reler o que escrevi verá que não me pronunciei especificamente sobre a sua proposta - que é tão respeitável como qualquer outra. Venham elas. A seu tempo poderei apreciá-las. Apenas me preocupa, e acho que é essencial, ouvir as populações antes de qualquer outra coisa.

Contudo, contestei, e contesto, a sua afirmação de ser "quase consensual" a fusão das freguesias do CH. Se me perguntarem: "queres saltar do alto deste prédio de 30 andares para o lado da rua, ou preferes saltar para o lado do rio?" certamente escolho o rio, mas não será quase inevitável obter o mesmo resultado em qualquer dos casos? Splat! Sobre a "inevitabilidade" da diminuição de freguesias muito haverá ainda a dizer. Mas sobre a história da "régua e esquadro", e embora não me referisse especificamente a si, apenas faço notar que a ANAFRE, analisado o "Livro Verde", conclui que este diz que aqui perto, em Gaia, haveria duas freguesias que deveriam ser fundidas: Crestuma e Lever... Preciso dizer mais? Resumir as Freguesias à mera gestão administrativa do espaço urbano (ou não) é má ideia - pelo menos é o que eu penso.

Uma última nota ainda sobre o elevador da Lada: aí, de facto, lancei uma provocaçãozita... pois sei muito bem - demasiado bem, até - para que serve, ou melhor, para que serviu: para potenciar a venda (e evitar que fossem utilizados para realojar moradores carentes da zona) dos apartamentos construídos pelo CRUARB a meia-encosta (e não, não fui eu que o pus a ligar a Miragaia como está na Wikipedia...), que careciam (e carecem) de acesso adequado. Mas, porque não pareceria bem admitir que se tratava de um artifício de promotor imobiliário, na altura foi dito que era para possibilitar a ligação entre cotas, e descrito como uma "jóia brilhante" dentro da malha da estrutura similar à da Ponte... poesia pura para esconder o facto de que algo que só liga a parte de baixo à meia-encosta tem um interesse muito reduzido. Já agora: "aquilo" custou, em 1993/4, 80 mil contos, avariou logo, reabriu em 1996, e andou a funcionar intermitentemente até hoje. E assim vai continuar, porque foi mal pensado.

Abraço
V Vieira