De: Augusto Küttner de Magalhães - "Serralves, Católica, Público e mais""

Submetido por taf em Sexta, 2011-04-22 23:35

Serralves, Católica, Público e muitos mais e as Conferências no Porto em 2012

Se bem que nem sempre em conjunto - o tal nosso problema de não conseguirmos ser menos isolados - neste ano de 2011 e a exemplo do que já tem vindo a acontecer, Serralves a dada altura também com o Ipatimup, a Católica com o Público, o próprio Presidente da Câmara do Porto, têm sabido e muito bem organizar conferências às noites no Porto, o que é louvável, necessário, importante. Espera-se que um dia, com mais interdependência e mais sinergias, estas conferências possam ser feitas em cooperação e aqui talvez entre: Serralves, Casa da Música, Teatro S. João, Católica, Câmara do Porto, Público e Expresso. Porque não?

E talvez aproveitando Guimarães 2012 Capital Europeia da Cultura, juntar esforços - não isolados - e fazer parcerias, por forma que 2012 seja o ano de conferências no Norte. pelo Norte, com o Norte e não só no Porto, mas também no Porto e não só na Católica, na Casa da Música, em Serralves, na Biblioteca Almeida Garrett, mas antes em todos estes espaços já existentes, e todos juntos ajudando a fazer, a divulgar espaços, ideias, todos de e para todos. Sem ilhas, sem mais Serralves, ou mais Casa da Música, ou mais Católica ou mais Público ou mais Expresso, ou mais Guimarães 2012, ou mais Câmara do Porto.

Ninguém perde identidade se em dados momentos, em dados acontecimentos, em dadas alturas fizer "tudo em conjunto". Estamos muito, demasiado de costas voltadas uns para os outros. Temos muita necessidade de mostrar o nosso "eu" e existem muitos "eu´s" e o "nós" apaga-se. E de repente não pensamos que em conjunto e num mundo global será a única forma de desafiar muito melhor o futuro. Somos um país tão pequeno que se não soubermos melhor nos aproveitar em tudo, não vamos lá. Mas o inverso é tão verdadeiro: se soubermos fazer tudo em conjunto - repetindo, sem perder identidades - vamos por certo muito mais conseguir. E numa altura de grande crise que não só de dinheiros, mas também de valores trocados, de referências em choque, de educação que não só instrução um pouco desestabilizada, saber trabalhar em conjunto, saber melhor fazer e, talvez, essencialmente saber fazer diferente. Saber não fazer mais do mesmo - o mesmo que não tem resultado.

E ficará aqui e agora uma ideia a saber ser aproveitada ou por certo rejeitada, por e para quem tem conhecimentos, capacidades, técnicas, idade, vontade para juntar sinergias e apostar em conferências conjuntas, poupando espaços, poupando deslocações, poupando o pouco dinheiro que existe, mas usando as grandes capacidades e competências que temos cá dentro, e fazendo muito mais com muito menos, em espaços tão agradáveis, tão acolhedores, tão capazes que já cá temos, e que podem ser utilizados durante todo o ano com organização conjunta e mais solidária. Assim por certo ficará a ideia que pode ser menos boa, logo a não seguir, mas se tiver pés para andar será de quem souber bem fazer, dar-lhe vida em 2012, em conjunto, com pessoas muito, muito capazes que temos cá no Porto e cá no País do norte a sul. Vindo a ser feitas conferências com o mínimo de custos possível, em conjugação entre: Serralves, Casa da Música, Universidade Católica do Porto, Câmara do Porto, Público, Expresso, Capital Europeia Cultura Guimarães 2012, Município de Famalicão e mais que se juntem, com uma organização feita por quem até aqui tem tão bem sabido organizar tanto, mas isoladamente! E acrescendo a organizar malta nova, com ideias novas, se bem com cooperação de quem já coopera.

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8ºs Olhares Cruzados sobre o Porto, 19.04.2011

A última conferência (4ª) deste ciclo ocorreu em 19.04.2011, na recentemente inaugurada sede da EDP no Porto, iniciativa e conjugação entre Católica e Público, sobre o tema: POLÍTICAS DE CIDADES: O que valem o turismo e a cultura como factores de desenvolvimento?

Teresa Lehman fez um fotografia do que são hoje e se perspectivam possam ou não vir a ser amanhã as cidades na vertente do Turismo e da Cultura. Da parte tanto do Nuno de Azevedo como da Guta Moura Guedes houve uma forte e intensa atenção sobre o aspecto da Cultura - mais que sobre o Turismo, ambos como têm provas dadas nesta área foi muito interessante ouvi-los. E mais uma vez chegaremos à conclusão que a Cultura não vai ficar melhor, bem pelo contrário.

Seja pela parte mais que factual e bem sustentada por Nuno de Azevedo, que nunca tivemos uma verdadeira Política para a Cultura, quer antes do 25 de Abril por estarmos orgulhosamente sós, quer no imediato revolucionário pela trapalhada inerente, quer de seguida por nos acharmos mais que outros. E sem dúvida não temos queda para a inovação, e gostamos de copiar, e para assim o fazer deveríamos ser melhores a copiar, para não ter que competir com o original. Guta Moura Guedes começando por dizer que estava em desacordo com o pessimismo ou com a visão negativa da Cultura por parte de Nuno de Azevedo, acabou por chegar ao mesmo ponto apesar de a sua própria experiência ter muita iniciativa, não vai ser fácil mais do mesmo, de outros acontecer. Quer não só pela não iniciativa, quer pela falta de uma Política Cultural à séria, de todos os Governos e agora com o FMI a mandar a Cultura pior vai ficar.

A dado momento falou-se no aspecto de interligação entre a Casa da Música, Serralves e até Teatro S. João, e de facto deveria não se ficar apenas pela ideia, mas neste momento de agudizar da Crise seria muito importante, e cada vez mais haverá necessidade de sabermos não ficar em tudo isolados e cooperarmos, e estas três entidades culturais deveriam rapidamente fazê-lo. Por outro lado e muito bem defendido por Nuno Azevedo deveriam para toda a área metropolitana do Porto serem globalmente aproveitados os locais já existentes, essencialmente: Serralves e Casa da Música - com espaço já criado, em vez de mais - idênticos - serem criados.

Ninguém, o referiu, mas seria talvez de ser feito, em 2012, Guimarães vai ser a Capital Europeia da Cultura, e como é evidente a centralidade terá que estar em Guimarães, mas Serralves no Porto, Casa da Música no Porto, deveriam ser conjuntamente bem aproveitados. Tal como terá que ser o Aeroporto Sá Carneiro, o Porto de Leixões e também o Douro, o Minho, Trás-os-Montes, todo o Norte. Temos de nos interligar globalmente em vez de queremos ser "só nós" isolados. Muitos maestros sem ligação... (fugimos ao dialogo, queremos ser todos "maestros" queremos ser todos importantes, queremos todos mandar - algo referido por Silva Peneda na anterior conferência em 12.04.2011 e também na mesma altura por Joaquim Azevedo, que frisou com muita pertinência ao fechar a sessão que o diálogo entre todos e cada um deveria ser muito mais "nosso", que deveríamos "conversar mais, trocar mais ideias, ouvirmo-nos).

Uma apropriada moderação feita por Manuel Carvalho. Parabéns Católica, parabéns Público. Mais uma vez foram bem conseguidas estas quatros conferências de Olhares Cruzados sobre o Porto e por certo para o ano teremos mais. Até lá! Com ou sem FMI.

Augusto Küttner de Magalhães