De: Augusto Küttner de Magalhães - "O Imaterial Serralves e a Casa da Música"

Submetido por taf em Sexta, 2011-02-11 13:53

- O Imaterial Serralves - As novas organizações do social no século XXI

Uma, mais uma, muito interessante Conferência, 3 de Fevereiro - já regressaram em Serralves às 5ªfeiras, à noite, desta sobre O Imaterial - em que nos foi possível ouvir - e ver com muito oportunas imagens via novas tecnologias - Diogo de Vasconcelos a apresentar uma excelente panorâmica do que terá de ser o novo mundo, ou antes, como todos nos teremos de desde já - hoje - posicionar para conseguir mais produzir e menos desemprego ter, nesta nova era.

E muito passa por mudar paradigmas, apostando numa forma diferente de estar e ver este nosso mundo, "agarrando" as novas tecnologias a favor do Social. Criando redes entre comunidades, deixando de esperar que o Estado e os Grandes Privados tudo façam por nós e passando "nós" a fazer também, a sermos parte activa da solução, e não só - constante - do problema. E foi-nos apresentando situações que já estão a mover-se por esse mundo fora e não só no mundo dito mais desenvolvido, mas até com excelentes experiências no Quénia e, veja-se, em Beirute. Aprendeu-se muito com tudo o que Diogo de Vasconcelos nos quis e tão bem soube explicar, ensinar. E está agora na mão de todos e da cada um, - mas mais todos em rede - que não só os mais jovens, mas também dos que já temos cabelos brancos originados pelo andar do tempo, de fazermos tudo para sermos diferentes, para aproveitarmos esta nova vaga, para evoluirmos, e para a Europa também continuar activa. E os velhos deixarem de ser vistos - não poucas vezes assim o são! - assim o vamos sendo! - como um estorvo, mas antes como uma excelente ajuda. E todos, todos a apadrinhar a não ser mais do mesmo.

Felicitações a Serralves e ao Diogo Vasconcelos.
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- A Casa da Música em Fevereiro de 2011

Passar/estar na Casa da Música num qualquer dia da semana pela hora do almoço, nesta primeira metade de Fevereiro de 2011 em que o Sol esconde a chuva, é muito confortável, é muito agradável. Em 2011 o País Tema da Casa da Música é os Estados Unidos da América, o que nos é facilmente perceptível – se não o soubéssemos – se consultarmos as brochuras que estão à nossa disposição – gratuitamente – quer com a programação sucinta para todo o ano, quer mais detalhada ao mês, no caso Fevereiro.

E ao darmos uma volta pelos espaços abertos nos vários pisos do edifício da Casa da Música, temos/encontramo-nos com enormes janelões que nos permitem ver em todas as direcções o Porto, conforme o piso em que estivermos, com uma perspectiva muito curiosa. Um sol maravilhoso, tudo parece tão mais agradável, mais calmo. Aqui dentro não nos apercebemos das greves dos transportes públicos lá fora, que durante esta semana de Fevereiro estão a “ter” de acontecer, e também prevenidamente viemos a pé. A crise existe, a crise é Ocidental e nós mais a feitio, estamos mais em Crise mas, mesmo com esta, a Cultura é essencial, é-nos demasiado importante, e não a podemos deixar fugir. A cultura ajudará, se melhor assumida, a também fazer passar a Crise. O contrário é que nunca!

Aproveitámos e entrámos no Bar dos Artistas, no piso “0”, onde podemos ver gente de todas as idades e de variadas línguas a comer, algo rápido e barato. Podemos estar com a Cultura e tomar uma refeição sem ter de gastar o que não temos, ou não devemos gastar. O sol entra pelos vidros inclinados que estão do lado virado para a Avenida da Boavista. Entram e saem pessoas, fazem fila não longa para ir buscar a comida no self-service, trazem os seus tabuleiros, comem, falam, acabam, a maioria não se esquece de levar o tabuleiro utilizado e coloca-o no local indicado, claro que há sempre uns, poucos, que o não fazem, desleixo, má vontade, como farão em casa? Sabe-se lá, se calhar até são demasiado disciplinados, em casa, ou nem por isso! Alguns músicos falam da sua arte. Alguém tocou uma rápida e agradável música no piano que ali se encontra, mas acabou rápido. Umas senhoras, três, já de avançada idade, muito bem-dispostas a almoçar, muito agradável de as observar. Que bom ser possível que tanta gente de diversas idades, de línguas diferentes, esteja civilizadamente num mesmo bom espaço. Mais uma espreitadela ao Sol que tão bem nos aconchega entrando vidraças adentro.

Bem, há que ir embora, fica ali a Casa da Música, um local de arte, um local com arte no Porto e que, para além da Crise, económica, financeira e de tantos valores e outras tantas referências, se mantém viva, e os músicos por certo irão ensaiar para mais tarde se apresentarem fazendo boa música na Casa da Música

Augusto Küttner de Magalhães