De: Augusto Küttner de Magalhães - "Relações Laborais, ainda!"

Submetido por taf em Sexta, 2010-05-28 23:46

O tema não se está a esgostar aqui n'A Baixa do Porto, e apesar de duas pessoas estarem a defender posições opostas e estarem totalmente de costas uma para a outra, talvez devam tentar encortar caminhos, e ambos cederem.aQuem está a defender com “unhas e dentes” os recibos verdes para tudo e mais alguma coisa, como é evidente, está unicamente a defender a entidade empregadora, dado que coloca em situação demasiado descartável = o empregado = recibo verde. Quem está obstinadamente contra a flexibilização, está a fazer exactamente o inverso, defendendo com unhas e dentes o empregado, como se estivéssemos em tempos idos, para lá da cortina de ferro, em que o que interessava era ter 0% de desemprego, mesmo que os empregados só tivessem o nome de empregados, e durante o dia estivessem a cumprir tempo para esse mesmo dia chegar ao fim. Os tempos mudaram e todos, os que são excessivos na flexibilização e os que odeiam até o termo, têm de se aproximar, consensualmente.

Emprego para a vida, com horário de entrada às 9h00 e saída às 17h00 e ir fazendo, nesse tempo definido = acabou. Recibos verdes ou algo semelhante para o empregado tudo ter que fazer, sem horário, sem direitos e unicamente com deveres = tem de acabar. No meio, facimente podemos entender que existe muito que pode e deve ser válido e conseguido. E se quem defende sempre e só os recibos verdes e até já cultiva couves para enfrentar a fome, vai para um dos extremos, dado que nem tão horrendo assim será. Quem acha que tudo que seja flexibilizar é horrendo e só faz contas ao pagamento mensal da factura da casa, do carro, etc., vai ter de pensar que o dinheiro serve para comer, vestir, mas também viver, e viver faz-se também com “ser“ e não só com “ter”. Logo todos, todos, temos de mudar de mentalidades e formas de ser e estar na vida, e tentar encontrar consensos e não ficarmos sempre na nossa razão.

Já dei aqui n'A Baixa do Porto algumas opiniões em outros textos sobre formas práticas de se ir – possivelmente – tentando resolver o problema. Cabe agora aos mais novos assumir melhor espaços e não estar de costas viradas para o futuro. Os demais na flexibilização e os de menos na mesma. A palavra é vossa. Ajudem, ajudam, e não estraguem mais, um e outro. E agora insultem-me, um e outro...

Augusto Küttner de Magalhães