De: Luís de Sousa - "Em sintonia"

Submetido por taf em Quarta, 2006-07-26 23:00

No seguimento da visita que fiz ao site sugerido pelo Paulo Espinha, www.intelligentcites.net, e também para relembrar a vontade expressa por muitos de nós para a criação de um lobby com vista à união de esforços para um desenvolvimento sustentável da região correspondente à AMPorto, sugiro uma visita ao site de um lobby dinamarquês que nos últimos 5 anos luta para um verdadeiro desenvolvimento sustentável da zona de Copenhaga, respondendo a problemas urbanos actuais com obras de arquitectura contemporânea (e não com cristalizações museográficas da arquitectura), onde a utopia e o pragmatismo se cruzam nas respostas aos programas com que se confrontam. O grupo é composto por Promotores Imobiliários (um piscar de olho ao Francisco Rocha Antunes), por arquitectos (somos alguns aqui no blog) e um sem-número de pensadores nas mais diversas áreas do saber (o meu post é pequeno para vos enumerar a todos). Eles, "BIG", fecham agora um ciclo de 5 anos que poderá ser a charneira entre o conceptualismo e a exposição mediática que é sem dúvida o combustível de uma iniciativa destas para a aceitação do público em geral e dos políticos em particular. Agora terão as primeiras oportunidades de concretizar os seus projectos que tendem a responder aos problemas contemporâneos da luta contra a poluição, a sustentabilidade energética e hídrica dos edifícios, a minimização dos gastos de energia na climatização destes e a interacção social, com a fusão dos conceitos de habitar, trabalhar, comprar e estar.

Deixemos apenas de pensar nas cristalizações do centro histórico e em recuperações à moda da SRU, com cópias de desenho de caixilharias e aplicação de novos soalhos e vidros duplos. Deixemos para trás cópias de quiosques e candeeiros de desenho oitocentista com que nos presentearam na "contemporânea Avenida dos Aliados". Deixemos de fazer dos nossos pavimentos um mar de granito e alcatrão interminável onde os espaços verdes habitáveis (esqueçam os canteiros) bóiam pontualmente sem grande planeamento. Está na altura de nos preocuparmos com urbanismo, que é uma especialidade que infelizmente nunca teve grande intervenção na nossa cidade, assim como repensar o papel do centro histórico no desenvolvimento do Porto, se calhar manter todos os edifícios das Fontaínhas até Massarelos é um preço demasiado alto que não podemos pagar e que não nos deixará desenvolver e viver a cidade de forma fluida. A ecologia é sem dúvida o elemento da equação que frequentemente nos esquecemos de colocar no calculo das edificações e que poderá ser a chave para algumas patologias que nos assolam no presente e se poderão agravar no futuro.

O site é www.big.dk.

Cumprimentos
Luís Sousa