De: Frederico Torre - "Moral Hazard e o Pai Estado"

Submetido por taf em Quarta, 2010-02-24 14:51

Caro José Ferraz Alves:

A ver se eu percebo... "Não deveriam ter sido os Bancos a receber a capitalização dos fundos, mas directamente os incumpridores, de forma a injectar os meios no ponto onde escasseavam."

Então uma pessoa pede um empréstimo ao banco para comprar uma casa aparentemente acima das sua possibilidades, não consegue cumprir com o contrato que assinou (sim, bem sei que os Bancos tambem têm a sua responsabilidade) e em troca recebe dinheiro do Estado para pagar essa casa? Estou a ver que o que vale mesmo a pena então é ser incumpridor e ficar a dever o máximo de dinheiro possível, que depois quem acaba por pagar a conta é o Pai Estado, ie, todos nós.

Concordo consigo que o que é preciso fazer é baixar o IRS. Já não sei se concordamos relativamente ao resto... Eu proponho baixá-lo a TODA a população, rica ou pobre. E baixar o IRC. E baixar o IVA. Claro que para isso é preciso reduzir o tamanho do Estado ao seu papel de regulador (e este poder, quando bem utilizado, é mais que suficiente para garantir o correcto funcionamento do sistema!), de garante de segurança e da lei, de estabilidade e justiça social (desemprego, pensões, desencapacitados, doença), de corrector de desigualdades sociais (através do igual acesso a oportunidades, isto é, educação). Acabar com a mentalidade de que é papel do Estado proteger-nos do mal do mundo. Incentivar as pessoas e correr riscos e desenvolver projectos. E, acima de tudo, criar em todos a noção de responsabilidade, para consigo e para com aqueles à sua volta!

E deixar cada um, através do seu rendimento disponível, decidir o que fazer com a riqueza por si criada. E deixar para a iniciativa privada o que é da iniciativa privada - canais de televisão (RTP), bancos (CGD), companhias de telefones (PT), companhias petrolíferas (GALP), aeroportos (ANA), companhias aéreas (TAP), e a lista continua. Talvez assim evitemos casos como os últimos que temos visto...

Ensinaram-me em pequenino... O Poder corrompe, o Poder absoluto corrompe absolutamente. E esse Polvo que é o Estado Português (e repare que digo Estado e não Governo), que a todos controla, influencia, ameaça, está cada dia mais perto do último caso! Esperemos que isto não termine mal.

Frederico Torre