De: Rui Encarnação - "Red Bulles"

Submetido por taf em Quinta, 2009-12-03 23:42

A indignação do Dr. Rio é indignante. Seguindo a sua própria filosofia, eventos como estes não devem ser subsídio-dependentes, especialmente porque visam o lucro. Segundo a sua própria lógica, eventos como estes devem ser da iniciativa dos privados, sendo o retorno dos privados, ainda que reflexamente possam gerar mais valias para a comunidade em geral.

Daí que, na esteira do argumentário do Dr. Rio, e para além da colaboração que a CM possa prestar, é ao privado que cabe o direito de escolher o local que mais lhe interessa para a realização do evento, seja por lhe proporcionar mais lucro, seja por lhe dar mais visibilidade. Se para o Dr. Rio assim é, como pode ele arrogar legitimidade para censurar a opção do privado por deslocalizar o evento? Quer condicionar o seu direito ao lucro e às mais valias decorrentes da sua actividade? Como é que o Dr. Rio pode querer condicionar ao privado a escolha do parceiro – CM Porto ou CM Lisboa – para a realização do evento? Na sua própria lógica, ele, e a CMP que gere, é que não souberam ou não puderam aliciar o organizador do evento por forma a convencê-lo de que o Porto seria, para ele, a localização, mais vantajosa.

Ao contrário, se o Dr. Rio afinal pensa que a CMP tem o direito e o dever de praticar actos que dinamizam e fomentam as actividades lúdicas, e já agora as culturais, já não encontro razões para que não se oponha a semelhante mudança e muito menos, para que continue na sua dita cruzada anti subsídio-dependência. Afinal de contas, durante estes anos esteve a subsidiar os aviões e, pelos vistos, não se acautelou, pois o beneficiário do subsídio nada lhe deu em troca, a não ser o respeito pelos contratos firmados. Se vier a mudar de local, resta ao Dr. Rio fazer as contas – de que tanto gosta – entre o que gastou nos subsídios aos aviões e o retorno que gerou – quer imediato, quer nas consequências futuras do mesmo, temporalmente consideradas (por isso é que ele se preocupa e barafusta...).

E na hipótese de deslocalização deste típico evento Rial, será que o Dr. Rio não consegue pensar em mais nada onde possa gastar dinheiro, que gere dinheiro e visibilidade para cidade e que perdure um bocadinho mais de tempo? Creio que a Casa da Música e Serralves, tal como a noite de S. João, não vão mudar de sítio! Para já... Valha-nos quem possa!