De: José Ferraz Alves - "PPP – Pequenos Projectos Possíveis, caso 5"

Submetido por taf em Terça, 2009-11-17 01:09

"As parcerias na promoção do país"

  • Área de intervenção: internacionalização de empresas e exportações
  • Factor despoletador da motivação: Ineficácia e baixa rentabilidade de políticas públicas de promoção
  • Meio: Parcerias privadas
  • Objectivo: Sustentabilidade nos apoios, solidariedade e maximização recursos

Considero que esta necessidade é maior nos sectores económicos tradicionais, nomeadamente no sector têxtil, em que o problema está em não conseguir apropriar mais valor, que decorre de ter apenas competências na área produtiva e de desenvolvimento de produto. Sendo assim, depois não há valor para distribuir pelos recursos afectos à produção, sobretudo salários, tornando-se necessário desenvolver Fundos de ajustamento à globalização para apoio aos desempregados, como o de Novembro de 2009 no valor de 800 mil euros, por não se terem criado historicamente bolsas de riqueza para suportar o custo dos desqualificados.

O valor do mercado interno português, pura e simplesmente, está cada vez mais deprimido. Logo, é crucial o papel da distribuição. Estar lá, nos vários mercados, e depois saber também passar esse valor apropriado para os trabalhadores, para que haja mercado interno. Não chegam as parcerias com a Galiza, em que esta fica com a marca e a distribuição e nós fazemos tudo (investigação, design, criação, manufacturação, etc.).

Os anos têm mostrado um grande delapidar de recursos em campanhas de promoção, em eventos, em viagens. Em todo o tipo de parcerias, que só trazem "glamour" a quem as promove e frequenta. Eu sou dos que não quer estátuas na Terra, porque prefiro investir na eternidade - que vai ser mais tempo, decerto -, e em pequenos passos. Vamos partir do princípio que não há dinheiro para promover a marca Portugal Fashion. Uma sugestão, para ter maior impacto junto dos consumidores europeus, na inexistência de recursos financeiros para a cobertura financeira de outras iniciativas, em que os nomes de empresas são referidos apenas a título de exemplo e para exemplificar que é realizável:

“A SONAE Sierra lançou uma rede de lojas de sapatos, Loop. Porque não criar uma rede de lojas Portugal Fashion, com os estilistas portugueses, na rede da SONAE Sierra, que já está em tantos espaços europeus? Com o mínimo de custos na sua implementação. Desenvolva-se a marca Portugal Fashion junto dos consumidores, não junto do canal de TV. Todas as outras actividades do país agradecerão, porque os nossos produtos são excelentes, melhores que os italianos (nós nem sabemos a sorte que temos com a oferta que nos disponibilizam, não temos é dinheiro para a adquirir). E todos venderão mais valor, e seremos todos mais produtivos, da noite para o dia. Porque a produtividade é acima de tudo um conceito estatístico, se conseguido captar maior valor, automaticamente esta aumenta, sem necessidade de grande transpiração da força de trabalho.”