De: Nuno Gomes Lopes - "Resposta a Daniel Rodrigues"

Submetido por taf em Segunda, 2009-03-30 21:35

Começo por me apresentar. Nuno Gomes Lopes, licenciado em arquitetura, escritor em construção, poveiro de Varzim e funcionário da rede. Neste momento, tendo terminado o meu primeiro romance, passeio por páginas de interesse regional e procuro construir uma imagem dum Portugal menos centralizado, e dum Norte mais eficaz.

A ferrovia é o início e o fim do transporte sustentável, seja em metro de superfície, comboio suburbano, regional, inter-regional ou em Alta Velocidade, e apoquenta-me o desnorteio do país nesta questão. Tenho vindo a compilar no meu blogue o que imagino ser (até que me provem o contrário) o mais consistente arquivo de notícias relativas à ferrovia em Portugal, às quais vou juntando as minhas considerações pessoais. No últimos meses comecei a transformar estas observações em algo real, através do desenho de diagramas da rede ferroviária nacional, e ultimamente através do desenho com referência geográfica da ferrovia no Norte (o que existe e o que proponho). Parto de mapas existentes e, em formato de CAD, vou desenhando. Entretanto descobri o openstreetmap.org, que me permite desenhar as linhas com referência geográfica (mapas de satélite), o que já me fez desenhar a linha entre Lousado e Guimarães e a linha desativada entre Guimarães e Fafe, a desativada linha Póvoa de Varzim - Famalicão e a linha entre Livração e Amarante. Todos estes desenhos/diagramas verão a luz do dia proximamente.

Quando assumi estes projetos ferroviários, acabara de fechar a linha do Tua. Nos meses que se seguiram foram desativadas as Linhas do Tâmega, do Corgo, o Ramal da Figueira da Foz e o troço Guarda-Covilhã da Linha da Beira Baixa. Todas, à exceção da do Tua, foram encerradas para obras. Esperemos que assim seja.

O que me move não são estes desenvolvimentos recentes ou a futura rede de Alta Velocidade / Velocidade Elevada. O que me move é a substituição do paradigma automóvel, que tanto nos tem custado em termos sociais, ambientais e monetários, por um paradigma mais 'saudável' e bastante mais moderno: a ferrovia, disposta em rede, integrada, em bitola europeia. Assim sendo, aceito o convite de Daniel Rodrigues. Infografias e afins é comigo, amigo. Se não o Governo, façamos nós o Plano Ferroviário Nacional.

E um abraço para António Alves, que ouvi em entrevista e que é um sincero e informado defensor da ferrovia no Norte.
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Nuno Gomes Lopes

P.S. Proponho, em jeito de convite envergonhado, que se faça uma sessão (num sítio público, mas não necessariamente em sessão pública) em que eu vos possa mostrar o estado atual da minha investigação, e em que especialistas como António Alves possam falar sobre o tema. Sugiro o Porto ou outro qualquer sítio onde me possa deslocar de comboio.