De: António Moreira - "Topete"

Submetido por taf em Sexta, 2009-03-20 12:15

Só mesmo a “surpresa” (foi o termo delicado que consegui encontrar) que me causou com o teor da entrada do Sr. F. Rocha Antunes para interromper a minha decisão de não mais escrever para a “Baixa do Porto” assumida há já mais de dois anos. Não que eu tenha seja o que for a obstar à sua “indignação” com o comportamento abusivo de uma percentagem significativa dos utilizadores de transportes individuais, e ao incompreensível e abominável laxismo das autoridades policiais e da câmara (desta actual e de todas as anteriores) tendo já por variadas vezes alertado para que a solução para a melhoria da mobilidade na nossa cidade passaria muito mais pelo rigor (tolerância zero) na fiscalização e repressão dos comportamentos abusivos do que na construção de viadutos, túneis e silo-auto(s), para além de ser, obviamente, muito mais económico, se bem que eventualmente tornasse mais difícil encontrar algumas soluções para as dificuldades de tesouraria de alguns partidos ou dirigentes... (mas isso já é outra história).

O que acho francamente de bradar as céus é que quem se refere a “…um pequeno troço da Rua D. Manuel II, que não tem mais de 50 metros, que fica entre o cruzamento da Rua Adolfo Casais Monteiro e o próprio Hospital que, apesar de ser evidentemente proibido, tem sempre carros ilegalmente estacionados…” não se lembre também de referir que se trata precisamente de um pequeno troço cuja largura foi reduzida para pouco mais de metade, levando a que se tivesse tornado impossível o cruzamento dos autocarros que pretendem entrar na rua D. Manuel II, vindos do Carregal (Clemente Meneres), com os autocarros (e, inúmeras vezes, até com automóveis ligeiros) que pretendam virar da Rua D. Manuel II para a rua Alberto Aires de Gouveia, precisamente no cruzamento em frente à entrada da Urgência do Hospital de S. António!

Entrada para a Urgência do Hospital de Sto. António


É esta situação, que se repete dezenas (centenas?) de vezes diariamente, que, muito mais que os tais estacionamentos que também condeno, é a efectiva e principal causa do tormento e impotência com que se assiste à forma desesperada com que as ambulâncias procuram atingir a entrada da Urgência e foi que causada, precisamente, pela teimosia do actual presidente da câmara em fazer com que, contrariando todas as opiniões sensatas, fosse colocada, precisamente nesse local, a saída do tristemente famoso “Túnel de Ceuta”.

O irónico da situação é que um dos principais argumentos aduzidos para a defesa dessa solução, não apenas pelo sr. presidente da câmara, mas também (naturalmente) pelos seus parceiros politico-partidários, que incluíam até, pasme-se, o director do referido hospital e o presidente dos Bombeiros Voluntários do Porto (quem quiser averigue quais os partidos onde militam), era a salvaguarda do acesso à Urgência que, claramente, não poderia de nenhuma outra forma ter sido mais comprometida!

Agora não me esqueci também que um dos mais acérrimos defensores desta mesma solução, aqui na “Baixa do Porto”, da solução que, à evidência mais prejudicou e prejudica, o acesso à Urgência do Hospital de S. António foi, nem mais nem menos, o Sr. F. Rocha Antunes, daí a minha “surpresa” e a razão para o título que achei apropriado a esta entrada.

Apanha-se mais depressa um coxo…
António Moreira