De: Luís Gomes - "Festivais do Porto"

Submetido por taf em Sábado, 2008-07-26 16:13

Gostaria apenas de fazer uma reflexão sobre os eventos músicais decorridos no Grande Porto: Marés Vivas e Super Bock Super Rock.

Em primeiro lugar, tive a oportunidade de acompanhar os dois, e desde logo foi quase tudo diferente. O SBSR foi um fiasco no primeiro dia. Apesar do mau tempo, há que dizer que o cartaz não convencia. O cabeça de cartaz "James" foi desviado para outros Festivais e a organização não os substituiu. Resultado, seriam um Xutos a fechar o Festival. Ideia peregrina da organização. Os Xutos tocam quase mês sim, mês não na zona do Porto, vão a todas as queimas das fitas, onde se dá meia dúzia de euros para os ver. Queriam estes senhores que o público desse 35 euros para ver o cartaz de Sexta? Doidos..

Assim, não admira que o público nortenho não tenha aderido em massa. No Sábado, a música foi outra. O cartaz, a meu ver, fazia muito mais sentido; se houve dia em que o cartaz seria mais homogéneo foi este sem dúvida. Por isso teve 18.000 espectadores. Porém a organização teve várias falhas, principalmente ao nível do som com Jamiroquai, e como estrela que é nem se esforçou um pouquinho mais do que o "serviço mínimo". Outra das falhas foi o corre corre com que decorreram os concertos. Parecia que tocava a sineta e terminava um após o outro, cada concerto.

Mesmo com falhas julgo que o festival no Porto teve mais gente do que o de Lisboa, o que prova que aqui também há público que corresponde em cheio, mas é criterioso e não diz "presente" só pelo nome do festival. Deve continuar a realizar no Porto uma edição anual e deixar-se de fintas aos consumidores nortenhos que afinal dão-lhe tão elevada quota de mercado para depois irem fazer Festivais para Lisboa e o Algarve. Ora como a Sagres não anda a dormir, farta-se de realizar eventos no Porto e muito bem...

Quanto ao Marés Vivas, percebi logo que iria ser um sucesso, a julgar pelas filas enormes nas bilheteiras da FNAC e afins. Não admira, primeiro o cartaz foi pensado, os alinhamentos eram homogéneos e para públicos específicos em cada um dos dias. Depois o preço: 15 euros. Não me recordo de se pagar tão pouco para ver Prodigy, James ou Peter Murphy. A organização também teve problemas em termos de acessos e filas de espera. Mas para um primeiro ano (num local magnífico com vista para a marginal do Porto) é um ensinamento para futuras edições certamente.

PS: O som foi bem audível para os moradores do Porto quase tanto como quando existem concertos no Parque da Cidade, os acessos tiveram bastante condicionados, mas como é em Gaia a brigada do reumático não têm opinião. :) Provocaçãozinha claro está.