De: TAF - "O discurso de MFL"

Submetido por taf em Domingo, 2008-06-22 14:40

14:43 - Depois de algum atraso na contagem dos resultados, finalmente a respectiva divulgação e agora o discurso final. Rui Machete já preside à Mesa do Congresso.

14:44 - MFL faz os cumprimentos e agradecimentos habituais. "Ouvi com toda a atenção o que aqui se disse e tomarei em conta as vossas recomendações." (Deus a ouça, digo eu... ;-) )

14:46 - Na entrada das pessoas que estão no palco, há pouco, grandes aplausos para Pedro Passos Coelho e para Rui Rio.

14:48 - Sublinha a importância do mérito para o desenho do sistema educativo e para o funcionamento das empresas. Fala agora dos entraves à iniciativa privada, da excessiva intervenção do Estado, da burocracia, dos vários problemas do país.

14:50 - Desigualdade, empobrecimento da classe média. Fala serenamente e vai tendo algumas palmas apenas "protocolares". "O sistemático recurso às receitas fiscais atinge em cheio as empresas e os particulares." É importante a transparência, simplificação e a previsibilidade das regras fiscais. (Em linha com PPC, digo eu.)

14:55 - Refere agora os problemas da Justiça, da necessidade de modernização. Passa agora para a Saúde e para o financiamento do Sistema Nacional de Saúde para garantir o serviço à população e principalmente aos que têm dificuldades em suportar os custos. Primeiras palmas agora mais convictas quando protesta contra a redução de efectivos sem olhar às características dos profissionais em causa, por vezes no auge das carreiras.

15:00 - Mudar a política de investimentos públicos. "Precisamos realmente dos investimentos? Temos meios para os pagar?" Palmas também. (Então o TGV e Alcochete, pergunto eu?)

15:03 - O discurso vem escrito (já o tenho) e segue-o à risca.

15:05 - "Política de descentralização gradual mas sustentada", combater os desequilíbrios territoriais, aplausos convictos.

15:06 - Fala agora das regiões autónomas e contra o PS, a propósito do respectivo financiamento.

15:08 - "O poder é apenas um instrumento para realizar o bem comum". "Vamos merecer a confiança dos portugueses para mudar o país". E termina.


No Congresso do PSD

Em resumo, parece indiciar ter acolhido algumas das ideias dos militantes, em particular da candidatura de Pedro Passos Coelho e também no que diz respeito ao combate ao centralismo, mas ainda não apresenta nenhum esboço de propostas de governação. Não sendo o ideal, pode pelo menos não ser mau de todo. Em vez de se ter precipitado com propostas que ela ainda não estudou nem ponderou devidamente (ao contrário de outros, contudo, que já fizeram o "trabalho de casa"...), espera até ter preparado devidamente um programa de acção, de preferência com debate interno e abertura à sociedade civil.

Não é ela que vai entusiasmar o país, mas pode eventualmente criar algumas condições para a aplicação daquilo que Pedro Passos Coelho protagoniza. Pareceu-me também que Rui Rio está "à espreita" da sua oportunidade e que se vê como a transição "natural" após MFL, seja por ela perder em 2009, seja por mais tarde, ganhando, abdicar da liderança, considerando que terminou a sua "missão de serviço".

Pedro Passos Coelho solidificou claramente uma posição de relevo no partido, e qualquer solução de futuro terá que o ter em conta. Se souber colaborar com MFL e em paralelo, com transparência e lealdade, fizer o seu trabalho de alargamento dos horizontes do PSD, terá uma resposta eficaz para a ambição de Rui Rio (que possui uma visão claramente mais limitada, e muito egocêntrica, do que é importante para o país).

Santana Lopes saiu mal das votações, agora.

Manuela Ferreira Leite talvez ganhe as eleições em 2009, especialmente se Sócrates continuar a ajudar. Mas depois disso vai ser Rui Rio ou, espero, Pedro Passos Coelho.

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PS: Recebi entretanto mais alguns textos para publicar, mas agora estou com pressa e só mais tarde os poderei colocar online.