De: Cristina Santos - "O Norte não pode ser um Estado?"

Submetido por taf em Quarta, 2008-05-28 19:05

Só nos últimos meses as empresas do Grande Porto vão desembolsar milhares de euros, não tenho acesso a números que permitam em rigor saber quanto, mas estou convicta que seria o suficiente para dar um abalo à região.

Só no imoral «pagamentos especial por conta», imposto que lembra a Sr.ª Manuela Ferreira Leite, senhora de facto inesquecível para esta Nação, todas as empresas emprestam ao Estado anualmente e pelo prazo de 1 e até 4 anos se não tiverem lucros, o mínimo de 1.250€, sem qualquer taxa de juro a seu favor, mas com penalização caso não cumpram. Esta módica quantia que abrange desde o pequeno negócio à grande entidade comercial, quanto totaliza só na nossa região? Quanto é que nos permitiria avançar se a investíssemos sem ter que esperar a autorização do Estado? Quantas empresas manteríamos abertas e sediadas, se estas constatassem que o pagamento deste tipo de imposto mais o IRC lhe traria o retorno merecido?

Entregar o nosso dinheiro, o que é devido agora e o que pode vir a ser devido até daqui a 4 anos, e ficarmos impavidamente à espera que quem o recebe de mão beijada faça alguma coisa por nós, é um bocadinho lerdo da nossa parte enquanto grande região industrial que já fomos. E depois aguentar ainda aqueles que entre nós se levantam para criticar o facto de reclamarmos parte daquilo que já entregámos, acusando-nos de estar sempre à espera de Lisboa e do Estado, quando o Estado é o dinheiro que lá colocamos, então é o cúmulo da letargia.

Só canalizando o imposto, que agora pagamos, directamente para a nossa região, é que podemos enfrentar a crise, e quem sabe até criar um regime especial, um plano estruturado com vista ao desenvolvimento, que se equipare a Espanha que permite a dedução do IVA em despesas de alojamento e restaurantes, que não tem pagamento especial por conta, não tem tributação autónoma, não tem derrama, permite dedução total de aquisição de ligeiros e correspondentes despesas. Se as nossas empresas se desenvolverem, os trabalhadores por conta de outrem pagam mais imposto, se as empresas fecharem ninguém paga nada.

Faça-se do Norte um Estado!