De: Vítor Pereira - "Ainda a Portofobia"

Submetido por taf em Terça, 2008-05-13 15:32

Tal como António Alves relata, também eu tenho vindo a assistir, dia após dia, a uma clara discriminação, por parte da comunicação social, de todo o país (principalmente o Norte e não só o Porto) em benefício da capital. Situações como as do "super pai" ou da "floribela", dos gato ou do "velho" Herman José, passam diariamente nos serviços informativos. Ora pela imagem, ora pelo alinhamento, ora pela intervenção do(a) pivot,... Um grande exemplo disso foi não só a pouca vontade de realizar um Prós e Contras no Porto (sobre regionalização, com Rui Moreira, Belmiro de Azevedo,...), como a má postura (para não falar em arrogância, desdém ou até má educação da apresentadora, Fátima Campos Ferreira, que por acaso é nascida e criada na Maia). Mesmo a pouca informação que era veiculada a partir do Norte foi parcialmente deslocada para Lisboa, com a partição das emissões da RTPN.

A acrescer a esta discriminação informativa e social, temos a desigualdade de tratamento político. Com aeroportos faraónicos para uns e portagens para outros. Com procura de investimento em determinadas regiões e o encerramento de algumas noutras, além dos obstáculos que se criam e a falta de apoios existente quando se tenta investir fora do "círculo central". Já não chegava tudo isto e ainda temos uma justiça, desportiva, parcial, com decisões preconcebidas e que utiliza a comunicação social como veículo informativo para as suas penas. Num processo nitidamente orquestrado, em que os maestros saem completamente impunes. É preciso vir "um louco de Lisboa" afirmar que não são só estes e que estes pagam pelo que todos fazem.

Por outro lado, e respondendo a Rui Valente, é pelo facto de sermos (no Norte) bons de bola (19 dos 32 clubes das ligas profissionais encontram-se entre Valença e Coimbra) e pelo facto de gostar de futebol que temo pela imagens que possa passar do Porto. Não é pelo facto de sermos os melhores, porque isso até um cego vê. É pelo combate de bastidores, tal cavalo de Tróia, que fazem ao nosso sucesso. Há dias li um comentário, num jornal inglês, à notícia da possibilidade do FCPorto perder 6 pontos por coação, no qual o autor ponha em questão o facto de o Man Utd ter sido eliminado devido a negligência do árbitro, uma vez que foi prejudicado numa decisão com influência no resultado (teve um golo anulado, o que permitira ao Man Utd continuar em prova). É desta imagem negra que falo, não a nível nacional. Pois a nível nacional já sabemos que somos os piores, os ladrões, corruptos, preguiçosos, …, mas no fim ganhamos as taças, mesmo construindo com os poucos tostões que nos dão.

No que ao futebol e política diz respeito, considero que os clubes (via presidentes) proferem afirmações políticas consoante a sua conveniência. Mas todo aquele que procure a política através do futebol é um completo desgraçado (como bom exemplo disso temos Gilberto Madaíl, que tentou passar para a política e não vingou, arrastando-se por isso anos a fio sem obra, sem reformas, sem melhoria da FPF).

É por gostar de futebol e sentir esta fobia ao Norte, que sei que em Guimarães no domingo foi uma noite histórica, com festa de pompa. Não que a TV tenha mostrado isso ao país, pois nessa altura era mais importante a despedida do imperador Rui Costa, do que festa pelos méritos desportivamente alcançados. Foi a união que levou o Vitória a esta festa e é a união que levará a que o Porto se mantenha como a Invicta e o Norte como o bastião de Portugal.

A "guerra Norte vs Sul" não foi criada por Pinto da Costa. Ele apenas vociferou. Curioso é que os nossos políticos pretendem implantar um país de uma cidade só, contudo e após ter passado por Lisboa, verifiquei que os produtos nacionais que os lisboetas têm para vender como nacionais são o Vinho do Porto. Ai tão bem que lhes saberia conseguir levar o estádio do Dragão e o FCPorto (e mais meia dúzia de equipas nortenhas) para Lisboa. Pelo menos ficariam com um campeão e um estádio bonito (dois ou três se também o Braga e o Vitória de Guimarães acompanhassem o FCPorto).

O futebol pode dar-nos exemplos para a vida. Organizado o FCPorto vence. Organizemo-nos para vencermos as adversidades e para levarmos a nossa cidade e a nossa região aonde elas merecem, independentemente das políticas centralistas vigentes. Uma vez mais deixo o apelo: dia 24 de Maio (sábado), pelas 17h, na Avenida dos Aliados vamos unir-nos contra as portagens em volta do Porto.

Com os melhores cumprimentos,
Vítor Pereira