De: TAF - "PSD"

Submetido por taf em Sexta, 2008-04-18 21:40

Menezes acabou de ter na SIC Notícias aquela que foi a sua melhor prestação televisiva de sempre, das que eu vi. Estou convencido de que ele realmente não se quer candidatar a Presidente do PSD (pelo menos agora, mais tarde nunca se sabe se muda de ideias...), pois percebeu que não iria vencer Sócrates. Por isso resolveu voltar ao conforto de Gaia e ficar a gozar o espectáculo a partir do camarote. Estava com aquela descontracção de quem já não tem nada a ver com o assunto, e quer que agora os adversários descalcem a bota.

É bom que as candidaturas alternativas apareçam e clarifiquem as diferenças entre elas e com Menezes. Não me parece razoável que se queixem de falta de tempo, seja lá qual for a data das eleições. Afinal o que é que lhes falta fazer? Se o objectivo é debater ideias e levá-las a voto, não venham com histórias de que não há tempo para organizar as tropas! Só faltava que recorressem às tácticas que tão justamente se criticavam a Menezes e ao seu grupo.

Dito isto, sem fazer nenhuma avaliação do respectivo mérito e observando apenas o modo de funcionamento do partido, julgo que só alguns nomes terão hipóteses de vencer:

  • - Marcelo Rebelo de Sousa
  • - Manuela Ferreira Leite
  • - Rui Rio
  • - o candidato apoiado por Menezes (há várias hipóteses).

Não é provável que outros candidatos consigam convencer os militantes que votam.

Ultimamente, dada a minha recente condição de militante, tenho participado nas actividades da secção do Porto. Confirmo, agora "por dentro", aquilo que já vinha observando de fora quer no PSD quer nos outros partidos. As reuniões de militantes servem geralmente para uma de duas coisas:

  • - debater questões internas ao partido, absolutamente menores e sem qualquer interesse para a cidade ou para o país;
  • - fornecer às bases "munições de combate" contra os outros partidos.

Aquilo que seria saudável em Democracia (discutir o que correu mal, o que pode ser melhorado, como se podem encontrar pontos de convergência com outros partidos e com sensibilidades extra-partidárias, etc.) é visto com estranheza. Mais do que estranheza, talvez até com surpresa! Dá ideia que é algo de que nem sequer se lembraram...

Não me parece que o "aparelho" seja um "bando de malfeitores", longe disso. Muito pelo contrário, até: a maior parte das pessoas estará genuinamente interessada em dar um contributo positivo para o desenvolvimento do país, só que escolhe meios totalmente errados. Os militantes estão imersos num ambiente de conflitualidade permanente (interna e externa), que lhes desvia a atenção daquilo que é realmente importante. É um fenómeno semelhante ao da toxicodependência (sem ironia). Por isso é que é preciso que venham muitos mais militantes novos, que venha ar puro, para mudar o ambiente. Os "drogados", libertos da sua dependência da partidarite, poderão ter uma participação política excelente.

PS: A menos que apareça alguma revelação totalmente inesperada, dos nomes que anteriormente citei o único que poderia trazer algo de simultaneamente novo e credível era, apesar de tudo, Marcelo Rebelo de Sousa. Porque não há mais ninguém...