De: José Silva - "Metro de S. Paulo, Luís Costa, «Concessionismo» e Após o Império"

Submetido por taf em Segunda, 2008-03-17 13:01

Há dias ao fazer «zapping» vi uma pequena reportagem sobre o Metro de S.Paulo, no Brasil. 3 milhões de passageiros transportados por dia, nos seus 60 Km de linhas. Via-se passageiros apinhados nas estações, a disputarem lugares nas carruagens e mesmo assim estavam satisfeitos com o serviço. Reflecti. Se fisicamente, humanamente é possível pressionar o sistema para este nível de produtividade, então as críticas ao Metro do Porto, nomeadamente a sua rede, estão desde logo justificadas. Nunca vi um metro apinhado na zona do Castelo da Maia... Os nossos governantes precisam de um estágio no metro de S.Paulo...

Noutro «zapping televisivo», detectei que Luís Costa começa a actuar na RTP. Sobre os Piercings do PS, foi Renato Sampaio que respondeu. Boa! Luís Costa estilo inimigo público vai fazer danos... O senhor do PS nem isto percebe...

Cristina Santos detecta bem. O projecto do Bolhão tem características desnecessárias para um projecto de reabilitação. É um projecto comercial e não cultural, para dar lucro. Não me choca. O que choca é a necessidade de ocultar tudo isto. Será este «Concessionismo» uma opção ideológica, que também não me choca? Se o fosse deveria ter apresentado no seu programa eleitoral. Como não o fez, o motivo será outro. Depois de ser dispensado da CMPorto, Paulo Morais descobriu que na actividade camarária se financia os partidos. Deve ter chegado a esta conclusão após experiência como vereador. Se Rio suspeita que com quotas de 6 euros se «lava» dinheiro então eu também tenho o direito a suspeitar que o súbito «Concessionismo» pode servir para o financiamento partidário... Caros assessores do Dr. Rio: só é facto político aquilo que o grande público conhece, é verdade. Mas com a Blogosfera, de repente, há portuenses que não vivem em bairros sociais nem consomem lá férias... São poucos mas bons...

Na 6ª feira o Bear Stearns perdeu metade do seu valor. Nada que já não tivesse sido previsto. A crise está para continuar. O pior está para chegar. As mesmas fontes que previram os episódios actuais relatam para o final do ano problemas nos PPRs, fundos de pensões e segurança social. Quem quiser acreditar, que faça desde já as suas jogadas. Quem não quiser não se queixe depois. Já agora, quem tiver tempo, recomendo o livro «Após o Império» de Emmanuel Todd, um bestseller na Europa em 2003. Este mesmo senhor já tinha previsto o «crash» da União Soviética nos anos 70... A prospectiva é assunto fascinante. Continuemos então a prospectivar no Norteamos e Baixa do Porto.

José Silva - Norteamos
--
Nota de TAF: actualização - o Bear Stearns foi comprado pelo JPMorgan Chase por cerca de 1% (UM por cento) do seu valor há duas semanas. PS: na realidade terá sido pouco mais de 2%. A diferença não é grande...