De: Luisa Moreira - "Santos Silva, a Câmara e os amigos"

Submetido por taf em Sábado, 2008-03-01 14:41

Depois de um período em que resolvi não aparecer por aqui para escrever - o que não quer dizer que não tenha lido muito do que aqui se passa - sinto-me na necessidade de fazer alguns comentários.

1.- A candidatura de Artur Santos Silva pelo PS e pelo PSD é, meu caro Tiago, impensável. Por um lado, porque os dois partidos nunca se entenderiam numa candidatura. A forma como partilham o poder depende, exactamente, de fingirem que não se entendem. Além disso, pergunto o que é que o Tiago encontra nesse senhor banqueiro. A Porto 2001? Deixe-me rir... para não ter de chorar.

2.- O Bolhão e a fixação do PS e do BE no projecto Massena, que é o princípio de todos os males. Tanta gente que anda a passar por lá... Se cada um deles gastasse lá cinco mil réis, o Bolhão estava de boa saúde. Se esquecermos o folklore niilista do Bloco Estriónico e o habitual populismo basbaque do PS de Assis, talvez nos possamos perguntar porque é que só o Partido Comunista prestou atenção ao tema e se levantou contra a composição do júri. Lembram-se?

3.- O tempo vai passando, devagarinho. Aos poucos, os mitos do Dr. Rui Rio vão-se esbatendo. É pena. Querem saber uma coisa? Na Avenida Montevideu, na esquina com a Rua do Funchal, existe uma moradia amarela, que esteve muito tempo à venda. Sabem de quem é? Do nosso astronauta portuense, do Mário dos Milhões que, ao que se sabe, tem bons amigos. Será por isso que está a fazer, nessa casa que não conseguiu vender, uma obra toda ela ilegal, sem licença, em que está a fechar janelas e a alterar fachadas? Nem é preciso dizer, mas se fosse eu a fazer uma marquise na Rua Marechal Saldanha, já teria sido visitada pelos meus ilustres colegas da fiscalização.

Assim vai o mundo, e esta nossa tristíssima cidade, que todos os dias vai sendo destruída por quem joga, na penumbra, estes jogos estranhos de poder.

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Nota de TAF: A candidatura que eu defendo é independente, o que digo é que o PS e o PSD seriam obrigados a apoiá-la. Tal como expliquei antes, o principal mérito desta opção não é até o candidato em si, mas o facto de ser ela a que melhor potencia a acção da sociedade civil.