De: Cristina Santos - "Balançar para não cair - Bom Ano!"

Submetido por taf em Segunda, 2007-12-31 16:52

Este ano foi mais para manter do que para progredir. Um ano cinzento como se previa. Nós, por cá, descemos a pique, foram imensos os que não chegaram à meta ou que simplesmente dispersaram. Basta visitar Campanhã para perceber como a crise vergou o nosso porte, talvez nem seja necessário passar por esta freguesia, as ruas estão sujas com nódoas que a antiga calçada não tinha, e o povo está marcado, com ares de quem cruzou gelo e vento frio para chegar a 2008, que não promete grandes melhoras.

O ano foi recheado de processos e quezilas, como é normal num ano de crise, começou pelo Metro, atravessou o Rivoli, o JN, os Lixeiros e culminou aos tiros na Ribeira, com uma guerra que afinal não tinha 2 lados. O que é que umas têm que ver com as outras, são tudo processos que reflectem uma crise financeira grave. Acabamos algum projecto da Porto Vivo? Julgo que não e essa era a maior expectativa.

Limitámos-nos a manter 2006 e a chegar ao fim de 2007 com algumas obras nos bairros sociais, sem as barracas do Bacelo, com a previsão de vender os terrenos já desocupados no São João de Deus (imagina-se que quem comprar ali também compre no Iraque, o cenário é idêntico), com o Edifício Transparente ocupado, se é que aquilo se pode ocupar, a casa de Manoel de Oliveira com novas obras e usos, tirámos carris, colocamos o eléctrico a funcionar calmamente, a Air Race, o Grande Prémio do Porto, um bom São João, Menezes líder da oposição, o Bolhão com novo projecto onde se prevê que as peixeiras passem a usar sapatos Prada como o Primeiro-Ministro.

E acaba assim o ano como começou, desalentado, numa crise nacional terrível, onde por mais que o Governo corra nas Praças Europeias nós não saímos do sítio. E todos vão esquecendo a regionalização, todos se vão perdendo nas suas próprias crises e aqui estamos, no mesmo mês em que 2006 terminou, o nosso avanço? Não foi nenhum, tivemos uma árvore, que bem podia ser um eucalipto, arrasta tudo o que tem em volta, mas dá pouco mais do que seca.

Um Bom ano de 2008 é o que desejo a todo o Norte, ao Porto em especial.

Bom ano Porto!