De: Pedro Aroso - "Paulo Morais IV"

Submetido por taf em Quinta, 2006-06-01 19:24

Caro Francisco Rocha Antunes

Diz o Pulido que "não consegue meter na cabeça a razão de ser das tuas afirmações". Provavelmente é um problema de menopausa intelectual. Eu li com atenção o teu post e posso dizer que subscrevo na íntegra a tua análise.

Destaco três passagens do teu discurso, que me parecem lapidares:

1. "O que eu disse foi que não vi o que é que o Dr. Paulo Morais fez de bem enquanto vereador do urbanismo e sei bem o que fez de mal: bloqueou de vez todos os processos que existiam e que o seu antecessor tinha prudentemente renegociado…"

2. "… o Dr. Paulo Morais não foi nenhum progresso, foi antes um retrocesso em relação ao vereador anterior".

3. "… acredita que o Arquitecto Ricardo Figueiredo seja mesmo um perigoso malfeitor que se mancomunou com os mais obscuros interesses imobiliários para financiar o partido ou a si próprio, ou seria antes alguém que, sabendo o que era importante para a cidade, teve a capacidade de reduzir o que considerou excessos anteriores mas sempre percebeu que a legitimidade da anterior câmara era igual à de que fazia parte?"

Ao contrário daquilo que se passou com o Ricardo Figueiredo, com quem me "peguei" várias vezes enquanto esteve na CMP (apesar de sermos amigos há muitos anos), o meu relacionamento com o Dr. Paulo Morais foi sempre excelente. Recordo até que o único projecto que entreguei na CMP durante a sua passagem pelo pelouro do Urbanismo, foi aprovado sem qualquer reserva ao fim de 4 meses (um verdadeiro record). No entanto, creio que a sua formação profissional o terá prejudicado no exercício daquele cargo, lesando gravemente a cidade e em particular um sector tão importante como é o da construção civil. Com efeito, a gestão urbanística não pode resumir-se à aplicação contabilística do PDM, nem ao cumprimento escrupuloso das leis. Há sempre uma componente negocial que não deve ser menosprezada, mas para a qual o Dr. Paulo Morais demonstrou uma total incapacidade, recusando sempre dialogar e rotulando de "pressão" e de "tráfico de influências" o direito legítimo que é o dos investidores exigirem que os projectos sejam apreciados dentro de prazos razoáveis.

Pedro Aroso