De: TAF - "A Lei dos Pequenos Números"

Submetido por taf em Quinta, 2007-12-06 02:13

eu imPORTO-me


As pessoas que fazem realmente a diferença nos processos de mudança, para o bem e para o mal, representam uma percentagem ínfima da população. Os "activistas", "agitadores", "catalisadores", etc., são sempre poucos, muito poucos. Os outros seguem-nos, dão solidez às alterações. Vem isto a propósito do tom um pouco desanimado com que nos jornais se relata a festa de Terça-feira passada. Falam-me em 500 pessoas. Não sei, não as contei. É possível. Foi mais gente do que aquilo com que eu contava, e contava com pouco, porque muito não faria sentido.

Afinal o que foi aquilo? Não foi uma festa de comemoração de resultados positivos de uma hipotética revitalização do Porto (isso sim, traria multidões). Foi antes uma festa daqueles (poucos) que acreditam que essa revitalização é possível e que estão activamente a contribuir para ela. Pensemos: quantas pessoas no Porto terão perfil de "catalizador" para este efeito? Imaginemos que às tais 500 se juntam outras tantas que não quiseram ou não puderam ir às comemorações. Este número de 1000 activistas é pequeno para o Porto? A sua capacidade de induzir mudanças sociais e económicas, acendendo o rastilho, é mais do que suficiente.

Convém é que nos organizemos para tornar mais célere uma evolução positiva. Contam-me que, ao organizar esta festa, surgiram inúmeras ideias para o futuro. Pois bem: que sejam divulgadas, que sejam debatidas, que sejam seleccionadas. Logo a seguir, que sejam postas em prática. E aqui volto ao meu discurso de sempre: o trabalho voluntário é importante mas não chega para produzir algo sustentável. Tem que haver uma estrutura profissional, por mínima que seja, para que não se criem expectativas que se venham a revelar irrealistas. É missão para empreendedorismo social.


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