De: Pedro Lessa - "Cobertura de Cedofeita"

Submetido por taf em Quinta, 2007-10-18 13:43

Tendo tido a oportunidade de assistir à apresentação do projecto de cobertura da Rua de Cedofeita, o que te posso dizer é o seguinte, cara Cristina.

A apresentação decorreu no âmbito de uma reunião de comerciantes, que pretendem constituir uma comissão que os represente, uma vez que a sua Associação, como todos sabem, não é deles, é da D. Laura e familiares. A dita representante da família em questão até foi convidada mas não apareceu, limitando-se a enviar o recado de que concordava com a ideia. Mas de intenções está o sítio que sabemos cheio. Pelo visto, o dinheiro Amorim nem aqui pode ser aplicado, vá lá saber-se porquê.

Quanto à proposta apresentada, ela resultou, segundo o que foi dito pelo autor, de tentar que seja o mais económica possível e, principalmente, estando apoiada na rua, seria considerada mobiliário urbano. A qual se fosse acima dos telhados teria de ser apoiada nos edifícios, que como todos sabemos é propriedade privada. Daí resultaria a trapalhada que podemos imaginar.

A minha opinião, a qual tive a oportunidade de a partilhar com os presentes, divide-se em dois aspectos. Primeiro, aquilo não é uma cobertura mas sim um coberto e como tal tentei demonstrar que, para os moradores, esta solução não seria nada agradável. Querendo vir à janela, os moradores deixam de ver a rua, apesar do coberto estar afastado das fachadas um metro. Houve, inclusive, uma intervenção de uma moradora que protestou com esta ideia, que são sempre esquecidos, dando o exemplo de quando a rua passou a pedonal, os moradores (na sua maioria idosos), não foram tidos nem achados. Exemplificou que deixaram de ter transportes à porta, por exemplo. Nem táxis nem autocarros, o que para idosos deve causar transtorno.

O segundo aspecto, perguntei eu por que motivo, sendo a intervenção considerada mobiliário urbano, haveria participação nos custos por privados, concretamente dos comerciantes. Vão estar a pagar uma coisa que não será deles, sujeita a vandalismo, sujeita à vontade da Câmara, sujeita à vontade de todos? O conceito parece-me errado à partida.

Portanto, quando sugeres que o eléctrico devia ser patrocinado pelos comerciantes, terei lido bem? Mais patrocínios por parte dos comerciantes? Não chegam os enormes prejuízos provocados pelas obras? Põe carris, tira carris, Porto 2001,obras sem prazo para serem finalizadas, etc etc? Penso que já chega. Nem todos os comerciantes são culpados de existir comércio do século passado. Alguns ainda se mexem, como é o caso desta comissão, que não desanimam e ainda têm força para se reunir e ter ideias.

Claro que lhes dei toda a força para continuarem com esta postura, limando o que tem de ser limado, naturalmente.

Cumprimentos,
Pedro Santos Lessa.
pedrolessa@a2mais.com

P.S. – Caro Tiago, já anteriormente tive a oportunidade de falar sobre o funcionamento da Loja do Munícipe. Aconteceu-lhe essa situação, agora imagine darem-lhe três versões, em três visitas à Loja, de como instruir um Processo de Licenciamento, como já a mim me aconteceu. E não adianta indignar-me, encolhem os ombros. É deseperante, já para não falar quando se espera mais de uma hora para ser atendido e vê-se os tais funcionários simpáticos, após chamarem uma senha e vendo que ninguém aparece se põem ao telefone para passar o tempo…