De: Jorge Azevedo - "Qual o critério para encerrar umas ruas e outras não?"

Submetido por taf em Segunda, 2007-09-17 16:55

A propósito da badalada não autorização, por parte da CMP, via Polícia Municipal ou não, para encerrar a rua Cândido dos Reis por um dia, para aí levar a cabo uma acção de animação da autoria dum bar de nome Plano B, gostaria de dizer o seguinte:

1. Duma maneira geral sou contra o encerramento de ruas, ou quaisquer outros espaços públicos, duma cidade para levar a efeito qualquer manifestação comercial, política ou cultural que seja. Creio que há espaços, delimitados, com boas ou até melhores condições, sejam públicos ou privados, onde é possível efectuar essas manifestações (por exemplo o Palácio de Cristal).

2. Haverá no entanto excepções a considerar, como me parece ser até o caso agora badalado, pois trata-se, segundo sei, da utilização da rua pelo período de apenas um dia e de carácter bastante impulsionador para tirar a Baixa do Porto do marasmo em que se encontra há mais de 15/20 anos. Convém ainda notar que trata-se duma rua cujo encerramento não tem quaisquer repercussões no normal movimento da Baixa, pois quem conhece sabe que esta rua tem cerca de 200 metros e não é exclusiva na ligação entre a rua dos Carmelitas e a rua da Fábrica pois existem ainda as ruas Galeria de Paris, a Conde de Vizela e ainda a praça Gomes Fernandes. Portanto só uma manifesta má-fé, ou qualquer outra razão que não vislumbro, poderá ter indeferido este pedido.

3. Indo agora ao ponto que aqui me traz gostaria de perceber porque é que este mesmo critério, o da não autorização de encerramento duma rua, não é aplicado por exemplo quando uma conhecida marca de cerveja resolve fazer uma festa durante 15 dias(!) e encerra a Av. D. Carlos I ao Passeio Alegre, para aí instalar barracas de comes e bebes para uns quantos senhores facturarem umas cervejas e uns tremoços?

4. Ou porque é que a Junta de Freguesia da Foz com a benção da CMP promove a Festa do Artesanato, debaixo da capa das Festas de S.Bartolomeu, também durante 15 dias(!) encerrando e vedando o Jardim do Passeio Alegre e cobrando 3 euros para se entrar no Jardim!? Esta dita festa do artesanato, que de artesanato pouco tem, basta ver as carrinhas dos habituais feirantes ali estacionadas em tudo quanto é lado, com as também habituais barracas de comes e bebes e com o incontornável PALCO por onde passa tudo o que é bicho careta da música dita pimba, infernizando com a gritaria a vida de todos os que ali moram e não só!

5. É que se a CMP usasse o mesmo critério pelo menos poupavam-se as vergonhosas cenas que envolveram o Presidente da Junta e o seu Secretário, quando este subiu ao dito palco e incendiou a população contra as forças da autoridade que se encontravam a multar os carros que se encontravam "estacionados" em 3ª fila(!) na rua do Passeio Alegre. Se é para isto que existem as Juntas de Freguesia, para fazerem festas e arrecadarem umas gorjetas dos patrocinadores, então eu subscrevo a alteração da lei para acabar pelo menos com metade das Juntas deste País!

Jorge Azevedo