De: Paulo Espinha - "Rui Rio é, Rui Rio está..."

Submetido por taf em Quarta, 2006-05-17 23:58

Ou o Programa para o Mandato - Mobilidade Urbana (C)

Rio é o que é. Não é efeito, nem defeito. É feitio mesmo. Logo, para mim, não é mais importante andar a bater no “ceguinho”. Pelo menos de modo gratuito.

Há uns tempos atrás, tinha escrito que agora é a sério. Estes segundos 4 anos já não têm desculpa. Para ele e para nós. E, por isso, propus que se elevasse a forma de análise e avaliação deste mandato. É isso que estou a fazer, relativamente às problemáticas em que me sinto de facto mais à vontade, pois já são mais de 15 anos a lidar com estes assuntos.

Assim, após leitura aprofundada e análise das entrelinhas do programa eleitoral de Rui Rio, enumero de seguida as linhas orientadoras e as suas “promessas” para a Mobilidade Urbana (C). Isto permitir-nos-á proceder a balanço.

VIA PÚBLICA - Modus Operandi e Zonas/Corredores Pedonais

  • acabar e respeitar o projecto proposto pela CMP para o túnel de Ceuta
  • coordenar a intervenção na via - à noite e aos fins-de-semana
  • aumentar o espaço para o peão: Baixa, Boavista, Ribeira, Batalha/S.Roque e Campo Alegre

MOBILIDADE - Mudar para a Competitividade, Atractibilidade e Qualidade de Vida

  • acabar as actuais obras do metro (Fev 2006)
  • concluir as estações do IPO e do S.João
  • assegurar que o projecto metro não tenha qualquer entrave
  • lançar a Linha Laranja de sentido Nascente / Poente – Av.Boavista
  • lançar a extensão do metro a partir do Estádio de Dragão para Gondomar
  • lançar a segunda ligação a Gaia
  • fazer evoluir o sistema intermodal - STCP, CP e MP (Nov 2005)
  • promover o transporte público junto dos grandes empregadores, envolvendo os operadores
  • promover o transporte público junto dos comerciantes
  • lançar medidas destinadas aos jovens para maior adesão ao transporte colectivo
  • alargar a rede de corredores bus
  • estudar linha circular de apoio à Baixa ligando parques, Metro, STCP, Funicular, Camélias
  • criar interfaces urbanos de rebatimento: Campanhã, Parque das Camélias, interfaces bus/metro
  • aumentar a rede de eléctricos históricos na Baixa: Restauração, Cordoaria, UP, St.António, Restauração e que poderá talvez entrar em serviço já este ano), à Praça - R. 31 de Janeiro - Sta. Catarina - R. de Ceuta - Leões
  • alargar o serviço local (STCP) para bairros com baixa acessibilidade ou distanciados da rede
  • parques periféricos de park & ride, com tarifas que combinem o estacionamento e transporte público: S.João, S.Roque ou Castelo do Queijo
  • estudar a promoção do uso da bicicleta, com a criação de uma rede de ciclovias

TRÁFEGO - Melhorar a Gestão pela Aplicação das Novas Tecnologias

  • prosseguir regulação automática da semaforização
  • experimentar a gestão automática na circulação dos corredores bus
  • fazer evoluir o regime horário para cargas/descargas
  • combater o estacionamento/paragem em segunda fila

Para já, considera-se que:

  • a) o programa indicia que Rui Rio começa a perceber que o Porto, está a ser ”ultrapassado” pelos 5 concelhos do Grande Porto – Pergunta: se o percebeu para a mobilidade, como é que não o percebeu em termos de alavancagem do investimento imobiliário (veja-se o PDM e, por exemplo, a fuga do El Corte Inglês para Gaia)?
  • b) grande parte do enunciado proposto não depende da CMP e sim das empresas de transportes – de facto Rui Rio, no actual quadro institucional, faz promessas sobre algumas competências de terceiros (podemos discutir se o actual quadro de referência é o mais adequado e de que forma, em conjunto, é possível implementar uma estratégia de mobilidade...)!
  • c) muito raro é o compromisso temporal: obras metro em Fev 2006 (não cumprido) e intermodalidade em Nov 2005 (questão que demora tempo a afinar quando a rede metro ainda está a evoluir, pelo que este compromisso não deveria ter sido posto no papel)!
  • d) algumas promessas são verdadeiras “batatas quentes”, como por exemplo, o regime horário para cargas/descargas (...)
  • e) não se vê uma referência explicita aos “arrumadores” em conjugação com a gestão do parqueamento (aliás, enquanto a Praça Velasquez está cheia de agentes policiais, a da República continua cheia de arrumadores, alternadeiras e passadores de droga)
  • f) não está explicita uma verdadeira política relativamente ao parqueamento vs objectivos de mobilidade (coroas de preço, ou como se opera por entropia sobre a actual opção veículo privado)

Estas “promessas” são as “promessas que temos”! A ver vamos...

Paulo Espinha