De: Rui Encarnação - "Debates???"

Submetido por taf em Quarta, 2007-06-27 21:23

Também não fujo à opinião geral sobre o debate na RTP, pois, na minha modestíssima opinião, apenas o Rui Moreira saiu menos mal do debate, já que esgrimiu ideias e tomou até posições!

Do Porto falou-se, pouco, de menos e mal. Mal por pouco informado e esclarecedor, mal porque se falou pela rama e sem qualquer consistência ou profundidade, Mal, infelizmente, porque o Porto está mesmo Mal! As questões difíceis, as provocações toscamente avançadas pela apresentadora colocadas ao Presidente da Câmara foram ultrapassadas sempre com as mesmas 3 respostas, e nenhuma delas com qualquer facto, conteúdo ou ideia.

Mas pior do que isso, sem que uma única alma se atravesse a confrontar, a opôr-se, a discordar! A verdade, nua e crua, é que para além da região, o Porto está um deserto de ideias, de projectos e órfão de destino. Com pouquíssimas excepções, a nossa Câmara dá exemplo disso nos sucessivos concursos de ideias que lança e que, depois, ficam-se por isso mesmo, por ideias. E mais, nunca vi antes desses concursos a CMP avançar com as suas ideias e discuti-las, debatê-las e analisar as que se lhe contraponham (talvez porque não as tenha?!).

Em parte, em grande parte, o rumo da nossa cidade ficou patente e riscado quando o Dr. Rui Rio, com clareza e de forma franca, disse que: primeiro decidia, depois explicava e a seguir fazia. Para quem não perceba, e não se aperceba, falta o espaço da discussão, da análise dos argumentos e das ideias dos outros e, especialmente, do convite ao envolvimento da cidade na sua própria vida e desenvolvimento. Eu, por mim, jamais ficarei imune e indiferente a semelhante entendimento da democracia e da gestão pública e, por isso, entendo que esse entendimento deve ter consequências, para além do que sai dos plebiscitos.

Agora, pelo que vejo, faça a CMP o que fizer, aja como agir, grande parte do nosso Porto, e das tais forças vivas, borrifa-se para isso e prefere permanecer no silêncio cómodo de quem zappeia pela televisão. E, assim, não há dinâmica, nem desenvolvimento, nem cidade que resista.

É tempo de cada qual assumir as suas responsabilidades!