De: Cristina Santos - "Os versos e os vices"

Submetido por taf em Sexta, 2007-05-25 09:55

Em termos de regionalização, acho muito bem que quem seja entendido debata as freguesias, as uniões a Gaia. Como entendo pouco sobre isso, limito-me a considerar que a regionalização deve obedecer ao mapa do boletim meteorológico, Norte, Centro e Sul. Uma coisa simples, dinâmica. Qualquer coisa que se limite à GAMP, não é regionalização.

As referências a Lisboa não visam a cidade, visam o aproveitamento que o Governo está a fazer da capital para obstar planos nacionais e reunir consensos, que mais uma vez pretendem o reforço dos cofres do Estado. A aproximação de António Costa ao Governo não facilita a regionalização, é o maior trunfo contra esse processo, sem regionalização não vejo solução para o Norte, se vivesse em Lisboa claro que votava PS.

Entretanto no Norte também há riqueza, pessoas que não passam qualquer dificuldade. Mas até para esses os dias são de contenção, dias de não mexer nas poupanças. Outros há, e cada vez mais, que se vêem privados do emprego, que não podem pagar as casas com um só ordenado, pessoas que procuram casas para alugar por preços inferiores à da prestação que tinham ao banco, mas não encontram. Investidores que lhes falha arrendamento nas lojas e nos prédios onde têm as suas economias, que lhes falha a venda prevista, o pagamento que iriam receber mas não recebem. Famílias onde ao fim da 2ª semana já falta comida, excesso de endividamento dirão muitos, talvez, mas a comida falha e isso é um facto.

Os cofres do Estado vão ensacando o dinheiro que necessitam, tal como os bancos, tal como os grandes credores. Todos prometem que isso dará resultados ao país, o que é certo é que se o desemprego e a insegurança continuarem, o dinheiro que agora ensacam não dará para 1/3 das despesas e penalizações sociais que aí vêm. Essa despesa, junta ao investimento milionário que o Estado pretende fazer, não deixa antever nada de bom para Portugal em especial para o interior, e na minha opinião o Porto é mais interior do que nunca.

O Estado é uma empresa, quando tem dinheiro investe nela própria, compra carros, contrata bons assessores, investe em grandes projectos, que darão um bom futuro aos seus colaboradores. O problema é que o Estado é a maior empresa e sempre que aumenta o custo dos seus serviços, impede as pequenas empresas de aumentar o que quer que seja, o Estado ganha de todos e se todos gastam mais com ele, naturalmente têm menos para gastar na economia do país. A economia está parada a dar prioridade ao Estado, que tem tão grande comitiva, que nem em 2009 vamos conseguir arrancar, mais valia pôr semáforos com tempos definidos para o avanço do Estado e a estagnação de cada um.

Nada nos impede de rir, de ser positivos, de acreditar que o plano vai resultar. Ninguém vai morrer, tudo vai continuar igual, os que vão podendo, os que não podem e o poder em si.