De: José Pedro Lima - "Pavilhões"

Submetido por taf em Quinta, 2007-04-26 22:55

Bem, eu queria mesmo era escrever sobre o metro mas esse vai ser um post mais complexo e tenho que ler mais antes de opinar. Assim, usando os sempre úteis links do blog, deparei com a (boa) notícia da requalificação do Rosa Mota. Já estive no pavilhão varias vezes como praticante, como espectador de jogos e de concertos. É quanto a mim um pavilhão fantástico e quando o FC Porto ficou sem o Américo de Sá seria uma escolha óbvia para o substituir pelo menos até à construção de um pavilhão novo. Aliás até antes disso já o FCP (basquetebol) usava esse pavilhão tendo inclusive feito lá as melhores épocas que me recordo com o pavilhão por vezes cheio a abarrotar. Até que, ainda no consulado anterior a Rui Rio, foi tomada a decisão peregrina de marcar para o Rosa Mota a Feira do Livro. Isso levou a que a equipa de basquete fosse obrigada a sair do pavilhão caso chegasse - como chegou - às finais do playoff o que contribuiu para a perca de um campeonato, na altura frente ao Estrelas da Avenida, salvo erro. Evidente que o FCP teria que jogar sempre no mesmo sitio e assim lá foi para Matosinhos.

Depois entrou Rui Rio e nunca o Porto para lá voltou, mas note-se que a escolha de outro pavilhão foi feita ainda no tempo de Fernando Gomes. Isto para dizer que sempre achei espantoso que o maior clube da cidade não usasse como casa o melhor pavilhão da cidade e um dos melhores do país. E também sempre achei inacreditável que um polidesportivo fosse ocupado durante semanas a fio por uma Feira do Livro que ainda por cima já nada de novo traz nem em preço, nem em qualidade, nem em variedade – uma visita à Fnac e estamos muito melhor servidos (mas isso é outra conversa…).

Repare-se que em vez de ir para o Rosa Mota o FCP usa:

  • - o pavilhão de Matosinhos para o basquetebol, um excelente pavilhão mas muito longe da qualidade e dimensão Rosa Mota;
  • - o pavilhão de Gondomar para o hóquei, um sítio com bastante más condições e muito pequeno
  • - o pavilhão de Santo Tirso para o andebol, tão longe que é preciso pagar portagem

Assim e mais uma vez duplicamos estruturas: em vez de utilizarmos o Rosa Mota como o nosso “Madison Square Garden” vamos fazer outro pavilhão, o Dragãozinho. A estrutura deste desapontou-me bastante quer pela ausência de uma das bancadas laterais (e não de topo) como pela sua reduzida dimensão que, se é verdade que chegará para a maioria dos jogos, será manifestamente insuficiente para os jogos mais importantes ou para qualquer competição internacional de relevo. Agora com esta remodelação do Rosa Mota pergunto-me quem lá jogará e quantas vezes encherá este pavilhão… A descoordenação e a falta de integração das nossas instituições continua a ser uma imagem de marca que nos menoriza. É pena.

Jose Pedro Lima
pclima@gmail.com