De: Cristina Santos - "Vender enquanto vale alguma coisa"

Submetido por taf em Quarta, 2007-03-28 14:45

A população do Norte, principalmente a do interior, está trucidada pelos efeitos da injustiça. Consideram que o seu esforço merece ser recompensado, e por isso não hesitam em aplaudir «pulsos firmes», homens de coragem que se propõem restabelecer a igualdade. Quanto maiores são as carências, maiores são as reclamações de firmeza, impiedade. No início, consideravam Sócrates um homem firme, disposto a acabar com medicina sem livro de ponto, com os excessos dos professores, com os funcionários públicos. O problema foi quando o primeiro-ministro decidiu acabar com os serviços que aparentemente não compensam no Norte.

Abriu-se aí uma brecha para pedir a Regionalização. Mas essa regionalização só faz sentido se for defendida por gente de «pulso», pessoas radicais, de outra forma só haverá divisões. A imagem de Rui Rio enquadra-se nessa necessidade, pelo menos não recordo outro autarca em funções no Norte que possa iniciar essa consolidação, ou vamos iniciar o processo pela oposição? Não dá, ninguém levará a sério. Para a regionalização ser bem sucedida, Norte, Centro e Sul, a união e o consenso tem que ser gerados já. Não poderão existir mapas de discórdia que inviabilizem um possível referendo. A meu ver, Rui Rio não se recandidata, vai evoluir na sua carreira e seguir destino, mas enquanto cá está compete-lhe trabalhar a regionalização, a nós compete-nos apoiar e todos lucramos com isso. Depois disso há muitos técnicos competentes em todos os partidos para dar seguimento ao processo.

A estratégia passaria por Rui Rio através da sua imagem populista gerar a união, aproveitar os media para divulgá-la, e quer aceitemos ou não, as palavras radicais e irónicas do Presidente até chegam à comunidade de emigrantes. Podem concordar ou discordar dele, mas poucos lhe ficam indiferentes, não podemos deitar esse princípio fora, mesmo que seja partir de maus princípios. A par disso, os partidos do Norte apresentavam o seu plano, não contra Rui Rio, mas em completamento técnico e profissional, numa clara certeza das coisas e do rumo a dar a uma região.

Se assim não for e continuarmos a desperdiçar tempo, teremos uma regionalização em cima do joelho, uma divisão que vai acentuar problemas em vez de os resolver, Portugal é pequeno para ser dividido em mais do que 3 regiões e nós Porto temos que marcar já o nosso lugar. O que precisamos é de técnicos competentes e disponíveis em todos os quadrantes políticos. Não há vantagens em criticar o esforço dos nossos políticos, estejam ou não estejam em funções. É preciso compreender que todos os esforços são poucos e todos merecem ser incentivados, a luta é séria, se não for unidos pouco ou nada pudemos fazer num país em recessão. 2 ou 3 dos nossos políticos a lutar sozinhos nada podem, esbanjamos as nossas economias no mercado global, o cerco apertou é preciso reunir consenso, não é com clubes de futebol que tal acontece.