De: Pedro Aroso - "Resposta ao Pedro Lessa"

Submetido por taf em Quarta, 2006-12-13 21:44

Caro Pedro Lessa

Sendo tu um rapaz inteligente, aquilo que escreveste nem parece teu. Vou reproduzir:
"… não vejo como uma boa notícia o novo grande prémio, por variadas razões, como por exemplo o que diz Tiago Oliveira. É surreal como uma câmara que ferozmente se apresenta contra a construção no Parque da Cidade, o coloca em estado de sítio daquela maneira, totalmente cercado. Esquece-se completamente quem vive na zona e quem usa o parque diariamente e todos os fins de semana".

  • 1. À excepção do Rui Moreira, não me lembro de ter ouvido mais nenhum morador da zona da Boavista protestar contra o Grande Prémio. E o mais engraçado é que encontrei lá quase todos os "críticos" que vivem noutras zonas da cidade, a assistirem às corridas.
  • 2. Em relação às pessoas que utilizam o parque "diariamente e todos os fins-de-semana", será que não podem abdicar dele durante um fim-de-semana, de dois em dois anos?
  • 3. Uma das críticas mais vezes repetidas pelo Xano Burmester (e outros) residia no facto daquilo ser uma corrida de "calhambeques". Confesso que não me importava nada de possuir um daqueles calhambeques, cujo valor atinge as centenas de milhares de contos. Mas, afinal, parece que a questão não tem a ver com a idade dos carros, mas sim com o facto de certas pessoas não gostarem de corridas de automóveis, quer sejam antigos ou actuais. Eu também não gosto de futebol e, no entanto, sou obrigado a gramar telejornais em que não se fala de outra coisa. E a condicionar os meus percursos quando há jogos nas Antas ou no Boavista. Também não sinto qualquer atracção por corridas de atletismo e, volta e meia, não posso sair de casa por causa das "maratonas". Poderia dar mais exemplos, mas estes são suficientes. Aceito isto com naturalidade, porque a cidade não é de ninguém e é de todos. Agora não me venham com discursos bacocos, porque não há paciência.

Pedro Aroso

PS: Mesmo com um Grande Prémio todos os anos, eu suportava perfeitamente o sacrifício de viver em Monte Carlo…