De: Cristina Santos - "Árvores e cidadãos"

Submetido por taf em Sexta, 2006-11-24 17:59

Neste Blog sempre se deu voz à CMP ou aos cidadãos para que dissessem de sua justiça, para que defendessem as suas posições, e penso que continua disponível para isso, uma vez que é um blog livre para qualquer pessoa e para qualquer profissão.

Da minha parte encaro a participação do Vereador Lino Ferreira como a participação de mais um cidadão do Porto, interessado na Cidade. A profissão que exerce ao momento só sobressai, na medida em que beneficia a imagem dos políticos, demonstrando que muitos deles estão abertos ao diálogo, interessados em ouvir o povo e transmite um certo aconchego a todos aqueles que pensam que falar para o actual Executivo é falar para o tecto.

Não obstante, preferia a participação de um Lino Ferreira Cidadão livre, com ideias sem coacção, porque todos os políticos deviam ser livres: livres para darem opiniões, livres para comentarem, livres para contestarem. Infelizmente nem sempre pode ser assim e, não sendo possível, já é bom que Lino Ferreira tal como outros vereadores, políticos ou profissionais, retirem daqui ideias, ou conjecturem soluções que melhorem a cidadania, sem por isso serem obrigados a assumir esse facto publicamente.

Este raciocínio só para dizer que naturalmente no caso das árvores da Avenida dos Aliados todos percebem que foi uma manobra para entregar a obra rapidamente e sem levantar mais contestações. Mas em rigor o que deveríamos ter feito era comprar umas árvores em plástico, que agora serviriam de pinheiros de Natal iluminados por toda a Cidade, ou no mínimo tínhamos comprado uns vasos, ou plantado uns vidoeiros. Não sei, mas em rigor deveríamos ter assumido a problemática, explicado de forma transparente o que se passava, ou então, e se não estava em causa entregar a Avenida com umas pobres sombras, isso significa que quem escolheu o tipo de árvore escolheu mal.

Em suma ou fomos enganados ou alguém se enganou, mas engano existiu de certeza, e quem paga? E quem garante agora que as novas árvores terão folhas no Verão, quem garante que não vão existir mais erros de palmatória?

Se o povo fosse tão rigoroso como o Presidente afirma ser, a esta altura estávamos todos agarrados a esse lapso, pedíamos explicações nos jornais e cortávamos relações. Pedíamos desmentidos, temos mais provas e alegações que algum dia a CM poderá utilizar na contestação ao JN.

Que este erro da Avenida sirva de lição a Rui Rio, todos erram, raramente conseguimos ser perfeitos e rigorosos como desejaríamos, nem por isso saltamos para a punição rigorosa, tentamos perceber e esperamos a evolução face ao erro. Claro está, que se o erro se mantiver, não restará hipótese senão pagar na mesma moeda, com o mesmo rigor e a mesmíssima mesquinhez de tirar a limpo qualquer afirmação que publicamente se faça.

Quanto à TVTEL e Porto Canal estão a perder uma boa hipotese de lobby, e o que não der frutos no lugar onde foi plantado raramente pode ser exportado.:-)

Um abraço a todos e vão pensando em questões para o debate no Ateneu.

Cristina Santos