De: Cristina Santos - "O excelente nível da discussão"

Submetido por taf em Sábado, 2006-10-21 16:46

Penso que voltamos ao nível da boa discussão, pelo menos lendo os últimos comentários concordo com todos eles, como diz Pedro Baganha generalizei na questão dos arquitectos, o que pretendia realçar é que o Loop é provavelmente um exemplo de que a arquitectura de reabilitação não é tão limitada quanto a queremos fazer parecer.

O Tiago Oliveira deixa-me mais uma vez curiosa quando diz que a Rua Mouzinho da Silveira será de difícil reabilitação, eu acho o contrário, que os edifícios de Mouzinho tem uma qualidade ímpar, a própria rua é excelente e atrás da reabilitação virá o fim da marginalidade. O facto de a maioria dos edifícios se apresentarem devolutos permite a sua rentabilização sem condicionantes, que não sejam manter aquelas belas fachadas, cheias de luz.

Quanto ao Rivoli é errado pensar que o povo não apoiou a manifestação. Apoiou e criticou Rui Rio, claro que na Blogoesfera se faz por confundir subsídios directos com indirectos a favor de outros interesses muito mal explicados. Dar o Rivoli à exploração é um subsídio altíssimo, porque se concede um espaço de renome, um espaço do povo, sem por ele pedir trespasse. É também extremamente injusto que as companhias privadas tenham que pagar pelos espaços, tenham que se reter por espaços menos conhecidos, enquanto que algumas ganham o direito de usufruir do trabalho do povo, sem terem que fazer mais do que apresentar espectáculos.

Até hoje o que sabemos do concurso foi o que Beatriz Pacheco Pereira nos disse depois de ser recebida pelo Vereador da Cultura, que não pode despender um minuto da sua atenção aos ocupantes do Rivoli.

Tal como David Afonso nunca poderei aplaudir quando o povo é humilhado da forma como os «okupas» do Rivoli foram.

E quem aplaude tais actos tenta inverter questões, tomando vantagem sobre um povo com negativa a matemática. Muito me espanta que políticos deste país que nunca usam da sua função para defender e promover o Porto, venham agora aludir que se gasta dinheiro no Rivoli sem nunca exigirem que a companhia que ganhe o concurso pague a esta Cidade o espólio e a imagem pública que este espaço tem. Querem geri-lo de forma privada, então façamos a coisa a sério: paguem esse direito, não só com espectáculos, com renda, com valor de trespasse, com tudo, vamos ver se tem lucro.

10 mil pessoas assinaram o documento para «salvar o Rivoli» por favor não façam destes 10 mil parvos.
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Cristina Santos