2006/01/21

De: Rui Valente - "Dois apontamentos" 

1º. Para: Alexandre Burmester

Agradeço a resposta a algumas das minhas dúvidas, mas assim mesmo, quando fiz referência à aparente alergia de alguns arquitectos pelo verde, apesar de leigo na área, continuo a pensar não ser o único cidadão português a ter essa ideia, porque a frieza imperante do cimento fala por si e não faltam exemplos disso mesmo. Também admito que na situação da "Casa da Música", não haja condições favoráveis para o plantio ao solo de arvoredo, visto suspeitar (não sei se com fundamento) existirem no subsolo correspondente ao terraço, túneis ou infraestruturas similares. De todo o modo, sendo aquele espaço tão amplo não me escandalizaria nada se fossem colocadas com algum sentido estético alguns (poucos) arbustos plantados em grandes vasos.

Além disso, há outro pormenor que me choca ainda mais, que é a pobreza franciscana no que respeita à luz artificial das zonas (suponho que administrativas) que é visível do exterior. Aquilo parece uma autêntica repartição pública à boa maneira do Estado Novo, tristonha e cinzenta! Nem nessa vertente conseguimos aprender com o que é feito na vizinha Espanha. Nunca será por falta de luz que alguém poderá justificar a invisibilidade de qualquer monumento naquele país! Eles não brincam, nem têm tiques de Tio Patinhas.

2º. Para: Teófilo M.

Meu caro, não se admire que certas pessoas continuem a sofrer de um qualquer complexo (essas sim), relativamente àqueles que, como o meu amigo e eu, não têm papas na língua para chamar os bois pelo nome.

De facto, impressiona a fiabilidade visual com que conseguem vislumbrar regalias e poderes de que não dispomos e a cegueira quase masoquista que os impede de ver a prepotência antidemocrática da capital para com o resto do país e muito em particular para com a segunda cidade que é a nossa: o Porto. Às vezes, tenho sérias dúvidas que essas pessoas vivam no mesmo espaço geográfico em que nós vivemos e que sejam de facto naturais do Porto.

Eu já vivi em Lisboa (três anos), não gostei nem muito menos me deslumbrei com a experiência, talvez por ter vivido anteriormente uns anitos em Paris, e mesmo assim continuar a preferir o Porto.

Mas, meu caro, há pessoas que ainda têm de escorregar e cair muitas vezes na estrada da vida para aprenderem a dar valor ao que está mais próximo do coração.

Rui Valente

2006/01/20

De: Alexandre Burmester - "Alergia..." 

"... só aos cegos, surdos e mudos"

Se há uma regra certa na Arquitectura e no Urbanismo, é que não deve haver nenhuma.
Errado é pensar que no desenvolvimento dos espaços, sejam eles públicos ou privados, existam fórmulas de desenho e de conceitos. Destas fórmulas está a História cheia, e dos seus consequentes erros.

Se os espaços públicos devem ou não ter árvores, depende de muita coisa. À partida sou de opinião que sim. Todas as ruas do Porto deviam ser ladeadas de árvores, quanto mais não fosse para esconder muita da má Arquitectura que tem, e das diferentes volumetrias permitidas ao longo das muitas diferentes fórmulas urbanísticas que se criaram.
Mas isto nem sempre é verdade. Em alguns terrenos, pela sua constituição, é impossível plantar, noutros por causa das infraestruturas existentes, temos que sofrer a ditadura dos serviços municipalizados. Outros casos há que por condicionantes da frente de edifícios ou de praças, não tem qualquer sentido plantar árvores. Cada caso cada sentença.

O que se passa na Casa da Música, é exemplo da frente que não necessita de qualquer árvore. A Rotunda da Boavista é que necessitava de um desenho diferente, onde os passeios se ampliassem e a circulação automóvel se fizesse no seu interior, oportunidade perdida no último arranjo que lhe fizeram.
Já a marginal de Matosinhos, também concordo que lhe falta alguma sombra, contudo haverá que esperar pela conclusão dos vários equipamentos previstos, para se poder ter uma conclusão definitiva.

Já em fase de conclusão encontra-se o Passeio das Fontainhas. O seu desenho não teve fórmulas senão a conjugação e restauro do passeio existente, com a sua adequação ao uso que ainda mantém, e à convivência com a estrutura monumentalista da Ponte do Infante. O seu desenho se teve de perder algum rigor, deveu-se sobretudo pela sua adequação às pessoas tendo o acerto das conveniências dos moradores.
Anexo umas fotos:

  

  

Não são Minimalismos, funcionalismos, barroquismos ou outros quaisquer “ismos”, com ou sem árvores, que devem compor qualquer desenho.
A cidade, as suas gentes e os seus espaços falam por si. Nós, Arquitectos, devemos saber fazer de intérpretes.

A. Burmester

Nota:
A propósito do Cegos, Surdo e Mudos, não se esqueçam que nas eleições Presidenciais o “Branco” lava mais branco.

De: Teófilo M. - "Confusões" 

O Pedro Aroso, talvez preocupado com as eleições, veio meter o Cavaco ao barulho na questão da RTPN, e ainda falar da defunta NTV, morta e enterrada bem fundo a pedido de várias famílias.

Do que eu falei foi da RTPN, que o ministro-boxeur afirmava ir ser um canal das regiões mais a Norte.

Não foi por causa dos trabalhadores, nem das penas que o governo PSD/PP tiveram dos ditos, da extinta NTV, que esta foi transformada em RTPN, pois a maioria dos seus jovens activos, eram contratados a termo ou recebiam a recibo verde, e esses foram mesmo para o olho da rua.

Também seria bom que não confundisse o produto NTV com o CNL, pois nada tinham de comum.

Do que eu falei, é da falta de um meio audio-visual a Norte, pois creio que as notícias dadas nos restantes canais se centram exclusivamente em Lisboa e limítrofes, apelidando-as na maioria das vezes como notícias de interesse nacional, para além das outras (muitas) sobre futebol.

Quanto à bacoquice e complexos de inferioridade, esteja o Pedro Aroso descansado, pois, felizmente, não fazem parte da minha modesta maneira de ser, mas também não sou cego, nem costumo comprar óculos na sede de nenhum partido, vou a oculistas de créditos firmados na praça e geralmente sou bem servido.

As rádios regionais existem e prestam um bom serviço às populações que servem, os projectos audio-visuais, por serem mais caros, terão de ter apoios em conformidade, e não havendo massa crítica necessária numa única região deverão associar-se várias para a sua constituição.

Talvez o exemplo da TVGaliza seja interessante para comparação.

Preferia que o Pedro Aroso tivesse argumentado melhor, que defendesse que a RTPN deveria dedicar-se à concorrência com a SIC-Notícias como parece pretender vir a fazer, que não existe a necessidade de um canal regional a Norte porque as televisões Nacionais existentes já dão conta do recado convenientemente, que o Norte não carece de nenhum canal de televisão para dinamizar a sua região e publicitar os seus produtos, mas não foi assim que aconteceu... com muita pena minha!

Talvez para a próxima aconteça. Seria bem melhor.

Cumprimentos
Teófilo M.

De: Rui Valente - "Alergia ao elemento natureza?" 

À falta de assunto mais aliciante (as eleições presidenciais são para mim uma futilidade), gostaria de lançar algumas questões que ando há algum tempo para fazer aos arquitectos utilizadores deste espaço, a primeira das quais é a seguinte: a componente decorativa do verde e das flores será sempre inconciliável com a objectividade de uma obra?

A Casa da Música é da autoria de um arquitecto holandês, mas mesmo assim, apesar do referido edifício se encontrar defronte ao jardim da rotunda da Boavista (Pça.Mouzinho de Albuquerque), não concordam que a implantação de algumas árvores no enorme terraço frontal de forma a não afectar a vista do interior para o jardim, só poderia enobrecer aquela obra?

Há outro caso que me choca, mas que ignoro se beneficiou ou não da intervenção de qualquer arquitecto, que é o novo passeio marítimo na orla de Matosinhos logo a norte da rotunda da "rede" e que está totalmente despido de verde, tornando-o num amplo mas tristonho corredor de cimento e alcatrão. Será que o problema está na ausência de conceitos estéticos mais abrangentes pela parte dos arquitectos, ou não têm argumentos para convencer os donos das obras da necessidade de as complementar com o elemento do verde e dos jardins? Modas à parte (que são quase sempre a ditadura do comércio sobre o gosto pessoal de cada um), haverá quem possa afirmar que uma casa muito bem decorada sem flores ou plantas produz o mesmo prazer aos olhos e à alma do que outra que as tem? Descumpem-me a convicção, mas não acredito.

Outra pergunta: esta onda de processos minimalistas e rectilínios (tipo Siza Vieira), não estará a tornar-se demasiado seguidista e a empobrecer a criatividade dos futuros arquitectos? Por muito bem concebidos que possam ser os edifícios em termos de funcionalidade, de aproveitamento da luz e dos espaços, tenho a ideia que o estilo "bunker" que está agora muito em voga não deixará marcas muito profundas no património internacional. Estou convencido que, à excepção de algumas obras famosas em que a excentricidade vingou, será da arquitectura clássica e das suas derivantes que continuará a emergir a maior expressão no património mundial.

Rui Valente

De: Pedro Aroso - "Sobre a RTPN" 

Ao post do Teófilo M., só falta acrescentar que a culpa também foi do Cavaco!
  1. Eu recordo-me perfeitamente daquilo que era a NTV (também conhecida por Ninguém Te Vê) quando apareceu: uma televisão feita por gente do Porto, que passava a maior parte do tempo a entrevistar analfabetos que vagueavam pelas ruas da cidade. Como seria de prever, faliu ao fim de pouco tempo.
  2. Para que os seus trabalhadores não fossem todos parar ao Fundo do Desemprego, o governo de Durão Barroso ordenou, e bem, que a RTP comprasse a moribunda NTV.
  3. Esquecem-se que a actual SIC Notícias era, inicialmente um canal de televisão alfacinha e... também faliu.
Aqui fica o meu conselho: não sejam bacocos e, de uma vez por todas, deixem de ter complexos de inferioridade em relação a Lisboa.

Pedro Aroso

De: Teófilo M. - "Sobre a RTPN" 

(publiquei isto no AKIAGATO)

N de NORTE
Começou por ser um projecto para o audiovisual nortenho, daí a sigla RTPN - N de NORTE.
Afirmou-se lentamente, mesmo sendo distribuída por cabo, mas pelos vistos assustou alguns políticos que pelo Norte foram aparecendo.

De Lisboa, via governo PSD/PP, veio a primeira machadada, fortemente apoiada pelos que têm medo de perder o protagonismo provinciano.

Agora, com uma maioria PS, vem a segunda... o N de NORTE, saloiamente transforma-se em N de NOTÍCIAS, como se fossem precisas mais notícias do umbigo, para além das emitidas pelos cinco canais habituais.

Cá por cima, o silêncio é incomodativo!
Será que a vergonha de ser bairrista chegou ao NORTE de PORTUGAL?

Cumprimentos
Teofilo M.

2006/01/19

De: Pedro Aroso - "Três Arquitectos Convidados" 

De acordo com uma notícia publicada no site da CMP, a Junta Metropolitana do Porto (JMP), "no seguimento da sua reunião de Dezembro, decidiu convidar três arquitectos para, num curto espaço de tempo, apresentarem ideias para a transformação da actual Estrada da Circunvalação numa via de características urbanas, totalmente integrada nos concelhos onde está inserida".

Depois de tudo o que a Helena Roseta tem dito sobre o empenhamento na defesa dos seus associados e, em particular, a sua acção na sensibilização das entidades públicas com vista ao lançamento de concursos abertos a todos os arquitectos, gostava de saber o que pensa a Ordem dos Arquitectos sobre esta decisão.

Pedro Aroso
--
Nota de TAF: Mais pormenores no JN.

De: Cristina Santos - "Segurança" 

Em relação a esta notícia do JN relativa a falta de segurança.

É preocupante a situação que se vive na Cidade, o círculo de prostituição tem se alargado de forma significativa, atingindo ruas que não tinham qualquer conotação dessa natureza.

A Rua de Cedofeita (de dia) -
Já não é necessário chegar a Carlos Alberto para assistir ao panorama, o número de profissionais aumentou e vão montando praça nas montras das melhores lojas comerciais.
É frequente assistir ao desvarios dos lojistas na tentativa de forçar estas profissionais a desamparar as lojas.
Se o aumento continuar, não tarda chegarão às imediações da Esquadra de Cedofeita…

A Rua de Alvares Cabral –
Aqui a actividade é nocturna das 24 H às 6 H da manhã.
Não seria um negócio incomodativo se a zona não fosse mista, comércio/residências.
Sendo mista os residentes não tem opção senão fechar bem as janelas e as portadas, para evitar o som do movimento e os manifestos populares que este tipo de negócio acarretam.
Mudam os quartinhos para as traseiras e já nem sequer reclamam a ocupação de soleiras uma vez que estes elementos, sendo exteriores fazem parte da via pública.
Uns culpam as «Hospedarias» outros culpam alguns proprietários, que arrendaram edifícios completos e aparentemente devolutos exclusivamente a profissionais desta área.
E enquanto se culpam uns aos outros, os cafés optam por iniciar a sua actividade de porta fechada e acesso restrito até às 7.30H, o que é um choque para os pescadores ao fim de semana e para os trabalhadores em dias normais.
Mais chocante ainda é observar que o negócio se interrompe no cruzamento com Cedofeita, para ser retomado em Sacadura Cabral, é chocante porque dá ideia que se o negócio se passar fora do alcance de visibilidade directa da esquadra tem autorização para continuar.

Por outro lado também é interessante pensar que quando nos deitamos outra cidade nasce nas mesmas ruas e nos mesmos lugares…

Cristina Santos

(um aparte: vi essas vigas multi-colores, mas pensei que se tratava de preparos para uma prova desportiva radical, se aquilo é para ficar ali representa um perigo para os nossos visitantes, veja-se que daí às janelas do prédio é um saltinho…)

De: Lino Cabral - "A regionalização já morreu!" 

O paradigma Regionalização já deu o que tinha a dar e morreu em paz no referendo. Nunca gostei dele, é um conceito de dividir, delinear zonas, poder etc. Uma trapalhada de mau gosto ao jeito do poder central. O novo paradigma deve ser a Autonomia no sentido legítimo de populações mais responsáveis pelas suas decisões e opções que melhor reconhecerem para as suas vidas, não no sentido de competir ou confrontar com quem quer que seja mas de garantir e preservar num determinado território, um "nicho" de desenvolvimento e de realização de quem lá vive.

A AMP não pode ser um fórum onde se discute os vários egoísmos autarcas num jogo de espelhos e de sacar a brasa à sua sardinha. Temos que combater esta atitude como se combate uma doença maligna. O facto de não ter balúrdios orçamentados para distribuir, contrariamente à opinião geral, pode ter um efeito benéfico na perspectiva de uma nova organização administrativa e de poder:
Lino Cabral
lino.cabral@gmail.com

De: TAF - "Nos jornais e não só" 

- Vários textos no Janeiro sobre os STCP e as novas linhas
- STCP acaba com oito linhas e cria seis novas ligações
- Lojistas pedem mais segurança em Rodrigues Sampaio
- Gaia: Reabilitação de Vila d'Este por 7,5 milhões - basta ver a fotografia para perceber que um empreendimento destes só podia dar mau resultado...
- Reportagem e foto-reportagem sobre o Hotel das Artes (via Portuense)
- Aeroporto do Porto com quase tantos viajantes como os 3 aeroportos da Galiza

De: Pedro Aroso - "Aquela Coisa" 

Para quem ainda não teve oportunidade de passar em frente ao antigo Sheraton (actual Porto Palácio), aqui vão três fotografias da "Coisa" (infelizmente não levava a objectiva mais adequada).


Por princípio, não gosto de me pronunciar antes de ver as obras acabadas, por isso vou esperar. Recordo que o projecto do hotel é da autoria de um senhor que nem sequer era arquitecto, mas sim "projectista de Arquitectura", como agora se intitulam os desenhadores.

  

Ao contrário do hotel Sheraton de Lisboa, cujo restaurante situado no último piso permite desfrutar de uma excelente vista panorâmica de toda a cidade, neste caso, o "projectista de Arquitectura" optou por localizá-lo na cave. Se não acreditam, vão lá ver. Por seu turno, o acesso ao parque de estacionamento subterrâneo era tão tenebroso, que a maior parte dos clientes optava por deixar os carros na Av. da Boavista (tenho uma vaga ideia que este problema foi resolvido uns anos mais tarde).

Pedro Aroso

De: Cristina Santos - "GAMP II" 

Vejamos se compreendi.

O Governo cria as GAMP instituições abstractas que têm como propósito representar áreas regionais. Esta decisão adia as reivindicações sobre uma regionalização efectiva.

Legitimadas as GAMP o Governo atribui verbas, que não sei, mas talvez se destinem a pagar única e exclusivamente o funcionamento humano e material da estrutura e depois disso o Governo lava daí as mãos.

Em contrapartida a GAMP pode solicitar empréstimos para a realização de projectos inter-regionais, pode apresentá-los ao Governo e reivindicar a sua aprovação.

Pode usar como afronta a necessidade de desenvolver a Grande Área Metropolitana do Porto, sob pena de prejuízo financeiro para todo o País.
Os presidentes de junta, os presidentes de Câmara e os deputados partidários podem usar da sua influência local para «influenciar» o povo a apoiar as suas iniciativas e com isto exercer ainda mais força junto do Governo Central.

A GAMP pode e tem legitimidade para fazer tudo isto, mas não faz, porque se caracteriza como uma entidade figurativa. Ou seja andamos nós a pagar a pelo menos 30 figurantes, que figuram no cenário a reboque das queixas dos presidentes das Autarquias?!

A GAMP tem as bases que precisamos e que reivindicamos, já aprovadas, já legisladas e a equipa já está basicamente constituída.

Assim sendo porque é que temos necessidade de começar tudo de novo?
Não nos agradam as figuras?

Na minha opinião pegávamos naquilo que temos, levávamos a lei à letra, uníamo-nos num pacto entre autarquias e reivindicávamos com projectos e acções concretas a Nova Regionalização.

Figuras como Rio Fernandes, Paulo Morais (sim Paulo Morais) e Rui Moreira seriam recrutados para esta difícil tarefa e depois era só cumprir a lei.

Não era mais fácil?
Afinal se começarmos tudo de novo, vamos buscar verbas onde? No apoio partidário?
Quer dizer temos lei, temos tudo e não reivindicamos nem verbas, nem procuramos apoios, nem coisa nenhuma que motive a regionalização, mas propomo-nos a começar da estaca zero, sem Lei, sem apoios, sem coisa nenhuma… posso estar a fazer figura de ignorante, mas não consigo perceber, acho que há qualquer coisa a servir de rastilho que ainda não entendi.

2006/01/18

De: José Silva - "MIT e AMP" 

1. Lino Cabral: Tem razão. Como pode ler aqui, é escandaloso que o IST queira vedar o acesso das restantes universidades ao MIT em Portugal. Mais escandaloso são os outros tráficos de influência que beneficiam Lisboa e nem sequer aparecem na comunicação social e desconhecemos.

2. Apesar do Prof. Rio Fernandes ter ligações partidárias, parece o mais independente e sensato da respectiva área política, neste momento. É imperioso fazer alguma coisa pela AMPorto. As divisões concelhias actuais estão ultrapassadas. Paulo Rangel, Rui Moreira e Rio Fernandes parecem ser assim aqueles que um dia destes irão liderar a mudança. Não concordo com o bipolar final, no entanto.

De: Lino Cabral - "Muito grave!!" 

O MIT está à porta com 50 milhões de investimento em I&D e (alguns) dos nossos governantes centrais já fazem as contas à "exclusividade" do MIT com o IST de… Lisboa. Não passa pela cabeça de ninguém tal ideia tosca e bruta. O descaramento destes pegajosos lobis não tem limite nem vergonha. Esta gente pensa que pode viver assim, sem qualquer sentido moral. É preciso estar atento a esta canalha!
(via Insurgente)

Lino Cabral
--
Nota de TAF: Aqui ficam os apontadores para o texto da notícia no Público e o áudio com a infeliz resposta de Sócrates na Renascença.

De: F. Rocha Antunes - "Azedo" 

Caro José Pulido Valente,

Estás a ficar muito azedo.

A tua reacção à coisa é espantosa. Então a arte tem de ser objectiva? E de servir para uma função imediata e banal? Onde pára a Beleza? E que raio têm os regulamentos a ver com isto? E a tua luta para que a Arquitectura dialogue com as outras formas de expressão artística, que eu sempre te admirei, onde fica?

Eu sei que achas que não é possível ganhar dinheiro meritoriamente, mas a fúria com que te atiras ao Belmiro afinal é porquê? Por ter decidido que era melhor encontrar uma escultura que melhorasse a relação daquele espaço desequilibrado? Ou o problema é ele, com o dinheiro dele, ter escolhido quem ele quis? Parece que a questão do concurso é mais importante que a existência de uma escultura.

Mas pelo menos tens aqui a reacção de um capitalista à tua provocação :-)

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
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Nota de TAF: Quando forem precisas obras de Escultura para casos destes, eu posso indicar uma escultora talentosa que conheço bem. ;-)

De: Pulido Valente - "Fotografias Av. dos Aliados" 

A propósito:
já viram que com as obras tem havido carros de um só dos dois lados da avenida e que a coisa funciona? Aqui está um facto a apoiar a minha solução de fazer circulação motorizada de um só lado. Claro que o desenho deixava de ser o que está em vias de ser classificado mas esse já não existe pelo que o IPPAR, se for sério, nunca poderá chegar ao ponto de classificar aquilo que já não existe. E se não pode tem de arquivar o processo extinguindo-o. Nesse caso abre-se uma via livre para avançar com um novo arranjo daquele espaço. Sendo assim espero que me digam que a minha solução não é a melhor e que o provem.

É costume a malta demorar tempo demais a reagir às propostas diferentes pelo que se perdem oportunidades. Querem perder esta? Acho que se a avenida está destruída se deve lutar por uma solução que recupere os desenhos a preto e branco, as arvores, os canteiros , etc., e que crie condições contemporâneas para o usufruto daquele espaço, caroço do caroço do caroço do centro.

De: Pulido Valente - "A coisa" 

O J.O.S. pergunta o que é aquilo, que se diga algo que o ajude a compreender a aparente inutilidade e o desperdício de dinheiro.

Como não sabia do que se tratava tive de esperar por ontem à noite e hoje de manhã para lá ir ver a coisa que quanto a mim é NADA.

Ou antes, é uma parolice para gastar o dinheiro que os belmiros ganham a mais connosco e assim obter reduções dos impostos à pala do mecenato!!!!

Claro que não descarto a hipótese de se fazer para ali uma outra COISA que ficasse bem e tivesse préstimo até porque seria uma hipótese (não uma certeza) para dar aquele espaço entre a avenida e a construção um sentido que agora não tem. Há arquitecto(s?) espanhol que poderia fazer coisa de jeito. Seria, no entanto, melhor que os capitalistas donos e senhores do carcanhol e das suas vontades inalienáveis tivessem tido uma diarreia mental que os levasse a fazer um concurso público com ampla divulgação e cobertura jornalística de modo que o zé pagode se interessasse pela coisa e participasse; que mais não fosse aquando da exposição dos trabalhos que fossem a concurso. Claro que teria de ser uma diarreia das muito fortes de modo que fosse possível constituir um júri isento que garantisse que o escolhido não seria aquele em que o "belmiro" pensou quando pensou, se pensou, adjudicar directamente o coisa.

Enfim, como vêem, há sempre pano para mangas quando se fala de cultura e das suas margens mesmo que fedorentas. jpv

Em tempo: gostaria de ter tido a oportunidade de pensar numa resposta a um repto destes que se destina a esconder que o edifício foi recuado para poder ser mais alto o que, pelos vistos, criou um espaço que pareceu a alguém (quem? porquê?) "precisar ali de qualquer coiso".
Desgraças do urbanismo indígena.
Mais uma acha para a discussão dos regulamentos e leis do urbanismo e da construção.
- JOS obrigado por ter perguntado -

De: JA Rio Fernandes - "GAMP" 

Sobre o histórico da (agora “Grande) Área Metropolitana do Porto” (GAMP) e os problemas que se colocam à boa gestão do território metropolitano, levantados por Cristina Santos, sugiro leitura de texto sobre a matéria a publicar pelo DN amanhã (em princípio) e artigo meu sobre o assunto, disponível no nº13 da Revista de Sociologia da Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Basicamente, três questões sobre o mau funcionamento da AMP/GAMP:
  1. Competências: são definidas imensas na lei, sem os correspondentes meios e em clara sobreposição com outros organismos públicos (veja-se o caso dos transportes, em que as competências da Área Metropolitana se confundem/sobrepõem/complementam? com as da Alta Autoridade de Transportes – eleito o responsável, que é feito da AAT? –, da Metro do Porto, da STCP, da REFER, …)
  2. Meios: não existe possibilidade de recrutar fundos (leia-se lançar taxas ou impostos); as transferências do Governo são míseras e as transferências dos municípios são mesmo ridículas (e mesmo destas a AMP decidiu em 2005 prescindir, o que diz tudo…). Em 2003 as receitas foram de €1.114.111!!!
  3. Legitimidade: como se pode pedir ao Presidente da Junta (que é, antes de mais o Presidente da Câmara do Porto) que, por exemplo, lidere um processo de coesão urbana que acentue a qualidade do lado oriental (Rio Tinto, Baguim, Alfena, S. Pedro da Cova, Jovim, Crestuma, Lever, …), quando ao fim de quatro anos ele responde perante os que o elegeram, ou seja, os que dormem na parte da grande cidade que se chama Porto?

Um apontamento sobre a proposta de fusão e a sua ligação eventual à GAMP a que se refere Cristina Santos: que o assunto vá a discussão na Assembleia (que se encontra de 3 em 3 meses para nada decidir e sei do que falo porque por aí passei 8 anos…), tudo bem; para decidir, nunca! Tal obrigaria pelo menos a um referendo e a aprovação em Assembleia de República, porque é preciso ainda compreender que a questão metropolitana é também uma questão nacional. Pois que, de facto, não se trata apenas de criar um mecanismo que resolva o problema de uma larga parte dos que dormem no Porto, Gaia, Matosinhos, Maia, Valongo e Gondomar e trabalham ou estudam ou adquirem bens e serviços noutro lado da grande cidade (e trata-se de uma questão de melhor administração de uma parte do território nacional); mas trata-se também de criar as condições para que o país se afirme como bipolar no contexto ibérico e isso é claramente matéria nacional.

Rio Fernandes

De: Cristina Santos - "Pedido de esclarecimento" 

Em relação à fusão de autarquias Porto Gaia e na qualidade de mera transeunte tenho dúvidas, que provavelmente representam as dúvidas de muitos nortenhos. Este blog que sempre primou pela informação dada ao cidadão comum, podia agora ajudar a esclarecer aqueles que como eu vêem este assunto debatido de forma pessoal, por diversos intervenientes.

Assim e dirigindo-me aos que possam estar em posição de responder, atrevo-me a colocar as seguintes questões:
É que, antes de tudo, estes órgãos empregam várias pessoas e agentes decisores, existem de forma legal, têm poderes e a sua existência é uma mais valia para a região quase equiparada a uma regionalização.

Partindo do princípio que todos os membros e deputados da Assembleia Metropolitana não tem funções abstractas, com certeza que serão as pessoas ideais para pesar os prós e os contras da fusão proposta.

Se a Lei permite que se fundam ou se dividam áreas metropolitanas mediante a decisão deste órgão, será a GAMP a entidade certa para decidir sobre a forma como vamos conseguir mobilizar investimento para a nossa área regional, se nos beneficia ou não fundir autarquias.

Estarei a fazer confusão, ou a união da força que reclamamos deveria começar por aqui. Com tantas discussões paralelas umas sobre as outras é inevitável, pelo menos para mim, não ficar confusa sobre quem tem poderes, sobre o que requeremos hoje e sobre o que inventamos amanhã. Existe um órgão com poderes, legalmente constituído, que não se pronuncia nem é chamado a pronunciar-se.

Não acho normal, pelo menos há 30 pessoas pagas para reflectir sobre estas matérias, pessoas que à partida são competentes e então qual é o resultado dos seus serviços? O arranjo da VCI?

Alguém pode apartar estes assuntos e explicar isto, ou pelo menos ter acesso ao relatório de contas e actividades da GAMP?
São vários partidos e juntas e deputados e administrativos, não pode haver por aí uma fugazinha de informação.
Se não há exige-se, temos direito a entender para que existem e o que fazem. Se tais informações não forem públicas, não se pode decidir nem ajudar o município a defender os seus, que também são os nossos, interesses.

Cristina Santos

De: TAF - "Os apontadores habituais" 

- Rui Rio distinguido pelo apoio concedido ao Grande Prémio da Boavista - Isto inspirou o terceiro tema de "A Lista d'A Baixa":
  1. Quem decidiu que se construísse a “misteriosa” estação de Metro da Avenida dos Aliados? E com que argumentos?
  2. Qual a posição de José Pedro Aguiar Branco, como jurista e Presidente da Assembleia Municipal, sobre a questão do "prémio nocturno", já que faltou à assembleia extraordinária? Terá faltado para não votar contra Rui Rio?
  3. Já se sabe quanto custou o Grande Prémio da Boavista? Quanto foi? Quando vai ser o próximo e quanto vai custar? Sempre é compatível com a eventual presença do Metro?

- Câmara em falta com a Sociedade Protectora dos Animais
- Gaia: Terreno da Seca do Bacalhau foi vendido por 28 milhões
- Gaia: "Masterplan" para o Centro Histórico
- Água para consumo na cidade do Porto é controlada todos os dias
- Centenas nas ruas a exigir o pagamento do subsídio
- Unir as duas pontas do problema - Projecto sobe à Comissão
- Cordão humano contra impasse do prémio nocturno
- Desemprego no Norte é o mais preocupante
- Porto: escola fecha por falta de funcionários

2006/01/17

De: TAF - "Outros mundos" 

- China's Real Estate Boom - No NYT
- London Planning and Development, Architecture and Urbanism Unit, Spatial Development Strategy
- New London Architecture, London Architecture Diary

De: TAF - "Nos jardins do Palácio de Cristal" 




2006/01/16

De: Pulido Valente - "Altis" 

Caro P. Lessa,
o dono do empreendimento Altis é o Sr. Fernando Martins ex-presidente do Benfica (daí o Paciência.) Em tempos comprou à CMP o terreno da Pr. da Galiza onde esteve a Cuf e onde está agora o jardim mais caro da cidade. Mais caro porque os cinco mil e tal metros quadrados desse terreno foram trocados pelos treze mil e tal onde está o Altis e porque o jardim custou também dinheiro. Só que na troca o Nuno Cardoso se esqueceu que o PDM obrigava a que o COS de 5m3/m2 fosse aplicado só nos primeiros 30 metros a contar da via de acesso pelo que foi preciso fazer a outra rua e etc. por aí fora.......

Não sei como foi possível destinar o terreno do jardim com aquela área para 12 mil e tal metros quadrados. Sei que esta barbaridade até à gente da CMP pareceu um disparate pelo que foi proposta a troca. Para compensar o Sr. Martins.

V. ainda vão votar?
Para quê? Não faz sentido; isto já está tudo TOMADO e não há espaço para mais ninguém.

De: TAF - "Apontadores de segunda-feira" 

- "TGV vai acabar por passar sede das empresas para Madrid" - Não é por aí...
- "Lisboa nunca admitiria a fusão entre Porto e Gaia" - E que tal experimentar?
- Paulo Alves recomenda atenção a um texto e fotografia que foram publicados também no Aliados

2006/01/15

De: TAF - "Domingo nos jornais" 

- Norte poderá receber nove mil milhões de euros de Bruxelas
- Campo Aberto para queixas ambientais
- Reabilitar a Baixa não é tudo
- O Público em papel também foca hoje a questão Porto+Gaia. Convém lembrar igualmente o trabalho que a CCDRN está a fazer em assuntos como a desconcentração, etc. É importante juntar esforços, aproveitando aquilo que já está pensado e sistematizado, e que eu comentei aqui.

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