2005/10/08

De: Teófilo M. - "Fui reflectir" 

É verdade, fui dar uma volta, larguei o computador e a Net e fui para a beira rio reflectir sobre o que havia de fazer uma vez que nenhum dos contendores me satisfaz integralmente.

E decidi! Foi um parto difícil, pois que a minha vontade dividia-se entre a razão e o coração.

A razão prende-se com Rui Sá, pois é conhecedor da cidade, esta precisa de quem olhe por ela, e a coesão social não ficaria melhor entregue, mas... há sempre um mas nestas questões, falta-lhe a vontade de sonhar.

Vejo o Rui Sá, como um honesto pai de família, que leva os miúdos ao jardim infantil, toma conta da sogra, telefona à mãe todos os dias, ajuda na limpeza da casa e dá uma mãozinha na cozinha e recebe as visitas com um sorriso aberto e franco, num T3 que anda a pagar aos soluços, é sócio do Círculo de Leitores e já tem aquelas obras encadernadas todas bonitas nas estantes lá de casa, com o celofane ainda a embrulhá-las por causa do pó.

No Verão, vai para o Algarve, aluga um apartamento e faz umas férias do caraças. Sonha em ter um T5, ter os filhos a viver com ele, e ter uma casita na aldeia.

O coração, esse pende para o Assis, anda agora a descobrir que o Porto é uma nação, deslumbrado vê que os bairros terão de ser arranjados, que há ruas que terão de ser rasgadas, que as praias podem ter melhor aspecto, que os galegos aqui à porta podem ser boa clientela, que vai ter de falar com as pessoas sobre o que elas pensam e do que gostariam de ter. Pensa que pode dar tudo a toda a gente e só que os amigos sejam felizes.

A mãe queixa-se que ele não lhe liga nenhuma durante os telefonemas que ele lhe faz de vez em quando, brinca com a sogra, os filhos acham-no um super-herói, e a mulher (que trabalha forte e feio a levar os miúdos à escola, limpar a casa e fazer o tacho) perdoa-o quando ele entra de rompante com um ramo de flores, ou quando a surpreende com uma ida a Serralves ou apenas a um jantar a dois.

Vive numa casa alugada, tem um carro a desfazer-se, e esfalfa-se a ver como é que com o orçamento que o patrão lhe dá consegue ter a fábrica a andar num brinquinho, e os empregados satisfeitos, trabalha até tarde para o conseguir e fala a toda a gente na busca de ideias para ampliar a fabriqueta que sonha levar a internacionalizar-se, e de vez em quando ainda arranja tempo para ler um poema, olhar para a chuva a bater na vidraça, admirar o sorriso de uma criança.

Quando tem férias, vai para a praia do Mindelo, onde tem um grupo fiel à espera que ele lhes conte as novas ideias que tem, e o que tem feito na fábrica.

De vez em quando asneira, mas os empregados, a mulher, a sogra os miúdos e os amigos, tudo lhe perdoam, pois o tempo que estão com ele é um tempo de mudança.

Bons votos...

Cumprimentos
Teofilo M.

De: TAF - "Alegações finais" 

Agora que temos finalmente sossego, resta pensar bem e votar. Apresento a seguir algumas reflexões pessoais, em forma resumida.

1) É fundamental que ninguém tenha maioria absoluta. Nenhum dos partidos/coligações apresentou um programa suficientemente bom para isso, nem existe um candidato à altura de governar bem nessa situação. Este cenário parece estar felizmente fora de causa.

2) Por razões que já expliquei, Rui Rio e João Teixeira Lopes são opções erradas.

3) O resultado ideal, nestas circunstâncias, é uma maioria absoluta PS+CDU no executivo. Isso permitiria negociar a eliminação dos maiores disparates em cada um dos programas mas, ao mesmo tempo, implantar as medidas positivas com determinação e flexibilidade suficientes.

4) Eu prefiro Rui Sá como presidente, mas não virá mal ao mundo se, no ambiente descrito em 3), o vencedor for Francisco Assis. Acredito que em qualquer caso conseguirão trabalhar bem um com o outro.

5) Estou também convencido de que, atendendo aos bons cabeças de lista do PSD e do PS à Assembleia Municipal, se irá mudar radicalmente a forma de trabalhar neste órgão autárquico. É tempo de o Porto deixar de se envergonhar dos seus representantes!

6) Acredito ainda que neste próximo mandato a participação da sociedade civil na vida da autarquia vai ser muitíssimo mais importante do que até agora. Se não for assim a cidade não avança. Basta ler A Baixa do Porto para perceber o valor das contribuições que os munícipes são capazes de dar em todas as áreas. Se fosse preciso, haveria aqui dados suficientes para fazer um programa de governação completo! :-)

De: João Castell - "Assis" 

Considero Assis como um político ambicioso e sonhador, duas qualidades que podem pular e avançar com a cidade. Confesso que o o meu voto anterior foi para Rui Rio, hoje penso que grande parte da cidade tomou em mente, que o Porto está apático. Cheio de interesses, cheio de ruas sombrias onde a hipocrisia paira em cada sombra.

Creio que chegou a hora de ver o Porto de outrora, mais frontal, mais directo. Olhando uma população democrática, a confraternizar no Porto, a dar gargalhadas espontâneas e a dizer o que pensa.

Tenho ido ao centro histórico do Porto, aos largos, praças, (incluido a da ribeira: grande sala de espectáculos democrática ao ar livre), onde paira a grande alma invicta, e hoje vejo uma certa violência, violência essa porque Rio dividiu os Portuenses! O Porto foi unido e tem vindo a perder esse cordão humano...

Com muita mágoa vejo o elitismo a chegar ao Porto, a delinquência. Veja-se as políticas da SRU, despovoar a alma do Porto, para incitar uma nova, mais moderna, com mais capital económico. Triste do Porto se ficar pingado de falsos risos e choros e tímidas manifestações de rua...

Vou votar no Assis.

Tenho assistido ao percurso e Assis e tem vindo a evoluir sobre o conhecimento sobre a cidade. A equipa parece-me coesa e de grande firmeza face aos ninhos instalados no Porto pelo PSD e PS.

Espero sinceramente que a mudança aconteça, porque a cidade vai renascer ao nível nacional.

2005/10/07

De: David Afonso - "O meu voto" 

(texto mais completo publicado no Dolo Eventual)

Num post intitulado «Próteses e Aparelhos» publicado em 14/04/2005, disse o que pensava sobre o quadro eleitoral que então se desenhava para o Porto. No essencial não mudei de opinião:
  1. Rui Rio é uma hipótese excluída;
  2. Rui Sá não fez tudo o que deveria ter feito para se demarcar de algumas decisões do executivo de que fez parte;
  3. Assis tem um problema interno com o PS Porto que pode descambar a qualquer momento;
  4. Rui Moreira perdeu aqui a oportunidade de ter avançado como independente (acho que está mais do que demonstrado que haveria espaço para uma candidatura alternativa).
A minha decepção maior foi o BE, que revelou aqui uma grande imaturidade: não se pode concorrer para uma autarquia como quem concorre para uma Associação de Estudantes. Estava disposto a confiar-lhes o meu voto. Agora não. Para encurtar e não repetir argumentos já usados: vou emprestar o meu voto ao Assis porque acredito que não poderá ser pior presidente que Rui Rio e porque é o único que apresenta um programa estruturado e uma equipa à altura. É verdade que Rui Sá é o candidato melhor preparado, mas não tem equipa à altura e a política é um desporto colectivo. Para a Assembleia Municipal, no entanto, não arranjei estômago para votar no pior PS do mundo que é o velho PS Porto que está lá bem representado. Em alternativa votarei no BE que poderá desempenhar um papel mais útil aí do que em qualquer outro orgão (e para além disso poderá começar a fazer uma longa aprendizagem que bem precisa). Junta de Freguesia: Carlos Sá, sem qualquer dúvida.

David Afonso (attalaia@gmail.com)
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Nota de TAF: Dada a extensão do texto enviado publiquei aqui apenas este excerto final. A "versão longa" (e ilustrada) está aqui - Porto: Cidade de Cultura. Recomendo a leitura.

De: TAF - "Olhar para fora do Porto" 

- A ler: Entrevista com Maria José Nogueira Pinto no PortugalDiário (várias páginas)
- As reacções à sondagem (com áudio)
- Jornal de Campanha da RR (áudio)

Desculpem, sendo o Louçã não resisto ;-) :
- Em Salvaterra de Magos: Bloco de Esquerda pode ter candidata arguida (com áudio)
- O amigo dos bandidos

De: Rui Valente - "As autárquicas no Porto" 

Caros Portuenses,

Confesso-vos que estou mesmo “farto” da incompetência dos nossos políticos. A generalização de uma opinião como esta, pode ter como consequência a injustiça para algumas excepções (que as há), mas, filtrados os excessos de pessimismo, não deixam nunca de ser excepções. Por isso, se eu fosse coerente com o meu estado de espírito, não deveria ir votar. Não deveria, mas irei votar.

As eleições camarárias, para um regionalista convicto como eu, têm um sabor especial, visto concederem ao eleitor uma oportunidade acrescida de soberania a nível local para, em última análise, poder rejeitar aquilo que não quer. Contrariamente ao acto de votar num novo candidato e que mal se conhece – por ainda não haver tempo para mostrar o que vale – a decisão de não votar em quem já se deu a conhecer, é sem dúvida muito mais segura e clarividente.

Por outras palavras, isto significa que não irei votar em Rui Rio.

Rui Rio não gosta do Porto, salta a olhos vistos. Para Rui Rio, o Porto é ele próprio. É mais do que consensual a convicção, para os portuenses, que Rui Rio não fica nada fotogénico no retrato da cidade do Porto, nem mesmo com a Torre dos Clérigos ou os barcos rabelos, como pano de fundo. O mesmo se poderia dizer, de forma ainda mais explícita, se o fundo do quadro fosse o Estádio do Dragão, mas corria o risco de tornar a minha avaliação redutora, tendo em conta as óbvias simpatias que este espécime raro de tripeiro granjeia em Lisboa…

Não gosto de Rui Rio, pela razão directa de Rui Rio não gostar do Porto. Este autarca, que alguns respeitáveis portuenses insistem estranhamente em reconhecer méritos significativos, conforma-se com o centralismo de Lisboa, o centralismo mais vergonhoso de todas as capitais europeias. Nunca me hei-de esquecer de uma das suas mais tristemente célebres frases quando disse textualmente: “não é por berrar contra Lisboa que o Porto se afirma!”. E eu pergunto-lhe agora, se foi por lhe andar a lamber os pés que o Porto ganhou alguma coisa. Pior do que isso, Rui Rio a pretexto de um conceito de civismo artificial, tudo tem feito para esterilizar o carácter lutador e reivindicativo dos tripeiros. Além do mais, a seriedade de que julga proprietário absoluto, não é em si mesma, uma garantia de capacidade governativa, mas apenas uma condição básica ao exercício do poder. A ele, falta-lhe bondade, ambição, arrojo, e doses mínimas de criatividade empreendedora.

Agora, vem o Rui Sá. Um Rui, mais Rui. Um Rui que, entre muitas coisas personifica a ambiguidade dos portuenses mas também da própria democracia. Ou seja, todos o reconhecem como competente e sério, mas por preconceitos político partidários, poucos lhe irão dar a primazia do voto. Racionalmente, quem votar em Rui Sá, sabe que vai contribuir para a manutenção de Rui Rio à frente da câmara, fragilizando a candidatura de Francisco Assis, que é quem lhe pode dar mais luta e vencê-lo.

Francisco Assis, não é do Porto, é certo, mas pode sentir mais o Porto do que o actual presidente (o que, diga-se, não é difícil). Parece igualmente sério e tem uma visão mais abrangente do poder autárquico, só lhe falta mostrar capacidades executivas. Mas merece o benefício da dúvida. Se Rui Rio, não é o PSD, Francisco Assis não é o P.S., nem é responsável pelas asneiras anteriores do seu partido. Este, é o lado obscuro e derrapante do sistema democrático, o lado que frequentemente condiciona o eleitor a dar o benefício da dúvida aos novos candidatos ao exercício do poder.

Sempre que nos enganamos, são, no mínimo, quatro anos de atraso e desperdício para a cidade e para o país.
Rui Rio fez muito pouco de bom e visível (não me refiro à patética rotunda), e consumiu-se em guerras estéreis que acabaram por ofuscar a sua apreciável limpeza nos bastidores sombrios da Câmara Municipal do Porto.

Rui Valente
ruimvalente1@sapo.pt

De: Carlos Araújo Alves - "Visões e perspectivas" 

Caro Alexandre Burmester

Ao responder-me, centrou com muita justeza o que está em jogo nas eleições autárquicas e cito:
«As questões aqui (na região Metropolitana do Porto) são outras bem diferentes (dos "vilarejos") e os horizontes possíveis obrigam a ter visões bem mais alargadas

Não poderia estar mais de acordo consigo e é exactamente por isso que não posso deixar de me indignar pelo facto de o debate estruturante para o desenvolvimento do país - o da regionalização - ter ficado, mais uma vez, por fazer nesta campanha eleitoral, apesar de haver um n.º crescente de vozes, de diversas correntes de pensamento, a sustentar que o facto de os governos do PSD e do PS terem adiado ou maltratado esse assunto é que conduziu ao colapso da nossa capacidade de iniciativa (logo produtiva) e à migração desenfreada para Lisboa. De facto, como muito bem diz, a desertificação do interior para o litoral que conhecemos entre os anos 60 e 80 foi substituída por outra, bem mais nefasta, com um único pólo de atracção.
Diante desta evidência (para mim) - a do não reordenamento administrativo do território em grandes regiões com dimensão crítica mínima - é que não faz sentido andarmos a brincar com o erário público, esbanjando-o numas eleições autárquicas para eleger quem nunca terá orçamento suficiente para mudar o que quer que seja, mesmo que possa deter uma visão bem mais alargada!

É evidente que essas visões estão sempre dependentes das perspectivas dos partidos dos candidatos, todas sem excepção mas, se em partidos parece já poucos acreditarem, resta-nos a ténue esperança de procurar acreditar em pessoas que possam vir por bem, querer servir a todos. Foi tão-só neste contexto que me atrevi a tentar dizer-lhe (e agora também ao seu irmão, Pedro, pelo que aqui escreveu) que, se bem que o PCP esteja ainda muito preso não tanto a uma ideologia, mais a uma visão leninista de a pôr em prática, o facto de acossarmos os seus filiados e apoiantes com um anti-comunismo mais não resulta que o adensar marginalizante desse acantonamento em nada contribuindo para a evolução daquele partido.

É o que sucede com Rui Sá e outrora com Ilda Figueiredo, pessoas que nos habituaram à sua competência, dedicação e profundo conhecimento dos problemas, contrastando, a olho nu, com as características dos restantes candidatos.
Recomendarei, por tudo o que disse, o voto em Rui Sá? Não, nem assim, antes ouso pedir a todos os eleitores que se envolvam, cada vez mais, em seu nome, fora de aparelhos e clientelas, na construção do nosso futuro, que exerçam quotidianamente os seus deveres de cidadania, não aguardando por umas quaisquer eleições para fruir de putativos podereszitos.

Com cumprimentos
Carlos Araújo Alves

De: Jorge Ricardo Pinto - "Porque vou votar em Assis" 

Mostrei ontem, com mais de uma dezena de razões, porque é que vou votar contra Rui Rio, mas fiquei de dizer porque escolho Francisco Assis. Então aqui vai:
  1. Porque tem uma visão regional da cidade. Só assim será possível reduzir os custos da fragmentação territorial e erguer as idiossincrasias do espaço metropolitano do Porto, que partilha usos, costumes, práticas, espaços e recursos.
  2. Porque é credível. Tenho a sorte de conhecer pessoas que muito respeito, porque são intelectualmente honestas, e que, privando com Assis assiduamente, têm dele a melhor das ideias e a maior confiança. Além disso, desempenhou sempre com distinção os lugares que ocupou, recebendo elogios dos mais diversos quadrantes políticos.
  3. Porque tem um percurso de honestidade e coragem. Quem não se recorda de Felgueiras? Afinal não foi Assis que enfrentou uma população manipuladamente agressiva e que ainda assim manteve a vontade e a coragem de enfrentar os problemas, optando pela solução mais correcta e íntegra?
  4. Porque ouve a população. Se alguma posição ficou clara na campanha foram as diferenças entre Rio e Assis, na vontade de dialogar com a população e a preocupação com a sua opinião.
  5. Porque sonha. Ora bolas! Então agora ser ambicioso para o nosso território é defeito? O que nos falta é mesmo isso, avidez de sermos maiores e atingirmos as dimensões politica, económica e social que em tempos tivemos como quando liderávamos a inovação e éramos empreendedores.
  6. Porque é um ganhador. Basta ver o seu o percurso! Foi o mais jovem candidato a ser eleito presidente da Câmara (Amarante).
  7. E, finalmente, porque é o único que poderá vencer Rui Rio, o que já seria razão suficiente.
Numa nota final sobre o debate, concordo em absoluto com o que Alexandre Burmester escreveu. Dificilmente os debates esclarecem diferenças. Ainda assim houve uma diferença claramente quantificável. Enquanto Rui Rio nervosamente baixou o nível com a referência à lota de Matosinhos, enquanto Rui Sá baixou o nível com aquela história idiota dos panfletos e enquanto Teixeira Lopes baixou o nível o tempo todo, Francisco Assis nunca fez acusações pequenas e idiotas, mantendo sempre a discussão num nível apropriado. As acusações feitas a Assis nunca são em relação às suas ideias e propostas (a não ser alguma ambição desmedida…), mas sempre relativas aos 12 anos de Gomes e Cardoso. Afinal o que está em julgamento nestas eleições? Os 4 anos de Rio ou os 12 anos anteriores em que Assis nem teve participação?

Concordo também em absoluto com o que escreveu Evaristo Oliveira. Rui Sá não só borrou a pintura toda com aquela historieta dos panfletos como a sua posição de amparo a Rui Rio, com intuitos de poder, vexou muitos militantes do seu partido (veremos se não terá consequências nos resultados de Rui Sá, em detrimento de Assis), e viciou os dados da eleição ao promover o (mau!) poder instalado. De qualquer forma estou em crer que, excluindo TAF que fundamenta com clareza a sua opção, a maior parte dos que escrevem na Baixa do Porto gabando e elegendo Rui Sá, acabarão por escolher Rui Rio na urna de voto. Ainda assim, as últimas sondagens, ainda que com resultados ligeiramente diferentes, mostram uma tendência inequívoca: há cada vez mais portuenses a votar contra Rio e a favor de Assis. Julgo que o discurso positivo, a ambição e a confiança estão a ser decisivos. Veremos se chega…

Para terminar, fica mais um painel à Rio! Neste caso, uma das muitas gafes do processo de substituição das placas toponímicas (pequenas e de difícil legibilidade), que incluíram a destruição de algumas placas antigas em azulejo, verdadeiras peças patrimoniais da cidade; a modificação do nome de alguns arruamentos sem justificação plausível, como com a Travessa dos Abraços; mas sobretudo com inúmeros erros ortográficos como no exemplo que envio em que a palavra proprietário perde o segundo R. Pequeno pormenor, bem sei, mas que somado a tudo o resto, forma um oceano de incompreensão pela possibilidade de ter que manter este Rio como presidente da minha cidade.

De: TAF - "O vídeo do debate e não só" 

Já está disponível no site da RTP o vídeo do debate de quarta feira. O site é para Internet Explorer e no meu Firefox, por exemplo, não funciona bem.

Estou curioso para verificar o que terá sido mais fiável, se as sondagens que vão sendo publicadas, se a impressão que se recolhe ao ler os blogs. ;-) Eu sei que os blogs não são uma amostra representativa da população, mas ainda assim...

Para saber os locais de voto em função do número de eleitor, procurar aqui.

De: Cristina Santos - "Rui Sá sozinho fez a oposição" 

Rui Sá foi um apoiante do executivo em funções, mas também esteve muitas vezes do lado da oposição, do lado socialista.
Propôs moções, alterações ao proposto, negociou, e por exemplo em relação à política de Paulo Morais aliviou medidas que seriam altamente penalizadoras.

O que fez a oposição Socialista? Nada versus nada.

Não melhorou nem sequer uma das propostas apresentadas, a SRU por vontade socialista ainda não existia.
Dizem que a SRU ainda não mexe, mas se por acaso conhecerem alguém, façam favor de se informar de tudo o que já foi feito, da minha parte posso garantir que mexe e já mexe bem.
Mas este assunto guardo para depois das eleições.

Depois Rui Sá quer ordem nos Bairros Sociais, realmente meteu na gaveta os exageros da CDU e quer munícipes responsabilizados, despejos quando admissíveis.
Os socialistas é que dizem que despejos nunca, mesmo que as casas tenham sido ocupadas ilegalmente. Francisco Assis ainda há pouco tempo o referiu.

Portanto o meu voto vai para a CDU, quero uma oposição capaz de complementar a obstinação pela realidade.

Quer queiram ou não Rui Rio governou a Cidade com um plano a longo prazo, claro que não serve, porque precisávamos no mínimo de 10 anos para verificar a aplicabilidade da teoria.
Quero governantes no Porto capazes de perder o poder, mas com uma visão a longo prazo. Não quero daqueles que pensam apenas no seu mandato, na obra visível que traz dividendos, extras e tudo o resto.
Prefiro alguém que diz vamos poupar agora para ter em Portugal um futuro melhor.
Rui Rio foi um exemplo disso dessa preocupação nacional, mas precisa de alguém na oposição que lhe ponha freio e que vá mais além, de que a sua visão mirrada de que uma câmara não pode ter dívidas.

Voto em Rui Sá porque independentemente de quem chegar ao poder, ele vai sempre propor alternativas, melhorias nas propostas.
Admito que se ele ganhasse as eleições, ia ser um Deus me acuda, ou então faria o que propôs no inicio da campanha convidava Assis e Rio para principais vereadores.

Mas voto nele para reforçar uma boa oposição, coisa que esta Câmara não teve porque o Vereador Rui Sá era sozinho, contra a demissão declarada da oposição socialista e contra o executivo rigoroso e pouco sensível.
Espero que Rui Sá eleja 3 Vereadores e aí sim, vamos ver o que é governar, acredito que vamos longe. Rui Sá é o único habilitado para mediar as propostas de gabinete, estudadas porque quem não conhece a cidade.

Rui Sá tem o meu voto, porque a oposição também governa.
Estes 4 anos não foram melhores porque temos umas dezenas de rapazes loucos por telemóveis e ecrans panorâmicos, pagos por todos nós, apenas para dizer não tipo boneca espanhola.

Rui Sá sozinho fez mais que uma dezena de socialistas.

Cristina Santos

De: Alexandre Burmester - "O Branco que começa a ficar sujo..." 

Por muitos debates entre os candidatos que se façam sobre o Porto, ficaremos todos a saber o mesmo, isto é – nada.

Não é nem pode ser num debate de 1 hora, nem com o formato habitual que se poderá falar sobre assuntos mais ou menos complexos e torná-los esclarecedores aos ouvintes, (apenas se largam umas “bocas”). Os debates não servem para isso, mas apenas para perceber quem melhor passa um recado, melhor fica na fotografia, e principalmente quem melhor lida com a comunicação.

Os debates não servem para explicar as ideias e os Programas de cada um, até porque pouco interessa. Todos sabemos que após eleições caem na realidade, e são apenas relembrados 4 anos depois.

Servem os debates, para quem esteja atento, deixar perceber a Dimensão, a Cultura e o Carácter dos candidatos.

E se falar nestas três qualidades em relação aos candidatos, aqui vai o que penso:

(Vou esquecer o candidato do Bloco de Esquerda, porque não acrescenta nem diminui ao debate e apenas se concentra na oposição pela oposição)


DIMENSÃO

Rui Rio – Consegue perceber que o Porto é uma cidade de Portugal, conhece Lisboa, já deve ter ido até ao Algarve passar férias, mas do que gosta mesmo é de fazer compras no Continente, e sempre que vai até Vigo sente-se no estrangeiro.

Francisco Assis – Chegou até Bruxelas e já entendeu essa dimensão chamada Europa, contudo não deixa de filtrar esta visão por quem saiu de Amarante para o mundo.

Rui Sá – Conhece o mundo a partir da Cantareira ao Freixo, e conhece tão bem, que nem chega a perceber nem as diferenças nem as soluções que se lhe deparam em frente aos olhos.


CULTURA

Rui Rio – Tem como grande ambição cultural poder fazer parte do Guiness Book, seja através de uma concentração de calhambeques antigos, seja através da reunião do maior número de Pais Natais da Cidade (O resto são intelectualóides que apenas gastam dinheiro e não dão lucro).

Francisco Assis – Já entendeu que existe Cultura e que se chama Teatro, Cinema, Literatura, Pintura, Arquitectura, e outras manifestações terminadas em “ura” mas não deixam de ser às vezes verdadeiras torturas. Mas entendeu e há-de aprender.

Rui Sá – A verdadeira cultura são as manifestações populares e se pudesse fazia o encontro mundial de grupos de S. João e de alhos porro na cidade do Porto.


CARÁCTER

Rui Rio – É quesilento, do contra, cínico, agressivo, com a mania que sabe tudo e pouco tem para aprender. Em suma representa quem melhor do que ninguém sabe gerir um conflito – provoca-o.

Francisco Assis – Tem a humildade de ouvir, e tem a vontade de aprender. Tem o bom feitio de quem acredita que está na política para servir a comunidade. (Pena é que vai servir igualmente o partido)

Rui Sá – É por natureza um homem de diálogo e simples que procura servir a sociedade, embora entenda apenas uma única linguagem.


Dos 2 candidatos com reais hipóteses de candidatura, porque o terceiro apenas servirá de charneira a um deles, parece-me não haver muita dúvida sobre qual trará mais valia ao Porto.

Há dúvidas?

A. Burmester

De: Miguel Monteiro - "O meu voto" 

Caro TAF,

Agrada-me a ideia de expor publicamente a intenção de voto. Este blog andava um pouco a chover no molhado, com muitos a querem dar recados a uns tantos. Esta é uma boa maneira de nos fazer compreender muitas das coisas que alguns dos habitues vão escrevendo.
Claro que as sondagens vão permitindo aqui e ali algumas ousadias que no caso de maior incerteza não aconteceriam. Mas cuidado que nas últimas eleições os resultados foram uma supresa.

Mas vamos ao que interessa e de Nevogilde (onde votarei no Roseira) cá vão as minhas intenções de voto (ou não voto).

Voto contra o RUI RIO, porque teve oportunidade de fazer e não soube como.

Não sabia muito bem o que fazer ao urbanismo e parou a cidade toda, não sabia como resolver a questão das infra-estruturas urbanas e parou o fornecimento de gás durante mais de um ano, não sabia o que fazer ao edifício transparente e passado quatro anos continua na mesma, não sabia como rematar o parque da cidade e continua na mesma, não sabia o que queria do PDM e pôs em vigor o de 1940, não sabia, não sabia, não sabia e não sabia e quando não sabia parava. Parava tudo, para ver se passava a saber. No entretanto a cidade parou e está agonizando por falta de se fazer ou se deixar fazer.

Mas algumas coisas quis fazer, mas infelizmente também não soube como. Um exemplo, único porque de tão alarmante é arrasador. Quis que se reabilitasse o centro. Todos de acordo, mas infelizmente não soube como. Durante quatro anos a frente dos destinos na CMP não conseguiu fazer com que a aprovação dos projectos nas suas zonas alvo passasse a ser feita com celeridade e eficiência. Como é que um jovem casal decide viver na baixa, numa casa que precise obras, se sabe que no mínimo vai estar dois ou três anos à espera da licença. Nessa altura já a criança nasceu há muito. Em Lisboa nos bairros históricos em três meses tem-se uma licença de construção nas mãos. Para tal acontecer não foi preciso nem SRU, nem lojas de reabilitação, mas unicamente saber fazer. E que simples que foi, colocaram os técnicos nos bairros, iam com os interessados ao local, definiam os parâmetros e era andar para a frente e construir com força que há gente que precisa de casa.

Também não voto no PS, porque entendo que a escolha de Francisco Assis, é quase uma renúncia à conquista da câmara. Independentemente do valor pessoal do candidato, o PS não entendeu empenhar nesta luta as suas figuras de primeira linha e com isso desconsiderou o Porto.

Gostaria de ver a frente da CMP candidatos que tivessem condições para sair desta para a Presidência da Republica, sejam eles do PS ou do PSD.

Não voto no Rui Sá porque foi a muleta do Rio durante estes quatros anos (os dois primeiros então foi alarmante) e merece ser castigado por isso.

Não voto no bloco de esquerda porque ainda não percebi muito bem o que defendem ideologicamente, para além das respostas inteligentes que vão dando às quezílias do dia a dia.

Caro TAF, como se pode verificar a escolha na eminência do voto está difícil. Um abraço,

Miguel Monteiro

De: Pedro Burmester - "Rui Sá e Rui Rio" 

Caro TAF,

Acho que não lhe fica muito bem fazer tanta campanha pelo Rui Sá. Alguém que meteu o comunismo na gaveta e só quer de facto garantir um lugar no SMAS, como disse Evaristo Oliveira, ou um pelouro qualquer.

Em termos de competência ou de ideias é igual a Rui Rio. Por isso se entenderam tão bem.

Pelo menos somos cada vez mais a achar que Rui Rio é prejudicial para o futuro da cidade do Porto. Finalmente!

Cumprimentos,
Pedro Burmester
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Nota de TAF: Tenho feito referência frequente às minhas preferências para deixar claro o meu "registo de interesses" quando me pronuncio sobre o tema, uma vez que faço também a gestão deste blog. Os leitores frequentes já conhecem as minhas opções, mas os esporádicos não vão certamente ler as mensagens mais antigas.

De: TAF - "O Porto é nosso!" 

1) O futuro do Porto vai ser decisivamente influenciado por nós. O primeiro passo é votar!

2) A meu ver o perfil do actual presidente não é adequado para o futuro da autarquia. Não se trata de saber agora se merece ou não merece continuar, o que é importante é aquilo que o Porto precisa. Rui Rio, bem nuns casos e mal noutros, esforçou-se por servir o Porto e tem certamente qualidades para dar muito mais à cidade, mas de preferência noutro enquadramento onde possa ser mais útil do que na Câmara.

3) Sejamos claros e corajosos: votemos no candidato que nos parece melhor, ou então em branco. Mas não imitemos os “políticos”, perdendo-nos com tácticas, manobras, compromissos. As eleições são para afirmarmos a nossa escolha em função dos candidatos que se quiseram propor. As convicções não dependem de números e de cenários hipotéticos, só da nossa inteligência. Os números interessam depois de votarmos.

4) A minha escolha é Rui Sá, por razões que já aqui expliquei. Mas, seja lá qual for a opção de cada um, é altura assumirmos as nossas responsabilidades e optarmos. Ficar em casa é que não!

De: TAF - "A novela das sondagens" 

- Mais uma: Assis mais perto de Rio
- E mais outra: Rui Rio a caminho da vitória
- Últimos estudos de opinião deixam sinais contraditórios

- Rui Rio: «Não acredito em sondagens!»
- Garrett acusa RTP de privilegiar Rio
- Sá reivindica esquadra em Aldoar
- Assis apela ao voto útil
- Candidato do PS renuncia após acusações de Rui Rio

- A vergonha não pode continuar! - casos reais contados por Rui Sá
- Desfavorecidos aprendem informática
- Várias iniciativas assinalam 60 anos de actividade do Cineclube do Porto
- Mistérios e votos - opinião de Manuel Correia Fernandes

2005/10/06

De: António Silva - "A propósito do debate autárquico" 

Não vou ser politicamente correcto, (e ao expor a minha opinião sei que escandalizo muitos fariseus), e digo isto porque é inacreditável que se ocupe tanto tempo a falar dos bairros sociais. Parece que o Porto se resume aos bairros sociais, tipo de habitação de que eu aliás sou contra, e pelos motivos que passo a expor:

É habitação geralmete "oferecida", e de certa maneira injusta, porque muitas pessoas de baixos rendimentos que se levantam às seis da manhã e mais cedo, para trabalhar 12 horas por dia não têm direito a uma casa, adquirindo-a com muitos sacrifícios e privações andando toda a vida a pagar essa mesma casa, e outras que nunca trabalharam, algumas por culpa própria têm direito a uma casa de mão beijada. Eu estou mais de acordo com o provérbio Chinês. Não se deve dar o peixe mas sim ensinar a pescar. São locais onde devido à sua constituição social os problemas sociais se agravam, onde é difícil cultivar bons hábitos nas crianças e adolescentes, não por culpa das pessoas mas sim pela amalgama de problemas existentes, ou seja são locais deprimidos, com alta taxa de desemprego onde a criminalidade tem um terreno fértil.

Para mim a solução não é concentrar pessoas em blocos mas sim distribuir as pessoas que mostrem que têm mérito, (e nem todas têm) pela cidade ou devido ao pequeno tamanho do Porto pelas cidades contíguas. O meu conceito para o Porto, é uma cidade com uma população equilibrada, onde exista classe média, classe com menores rendimentos e classe alta, obviamente, porque ter dinheiro obtido justamente, não só não é crime como é muito meritório. Às vezes parece que se exalta a pobreza, parece que ter dinheiro é um objectivo pouco nobre. Pretende-se reabilitar a baixa, mas para reabilitar a baixa, como em qualquer cidade europeia esta tem que ser constituida por pessoas com algum poder de compra, para manter um comércio e turismo de qualidade onde seja agradável estar. Sejamos realistas, a habitação na foz, (local para o qual eu não tenho possibilidades económicas para viver) não pode ter o mesmo valor que em gondomar, e nisso não há mal nenhum.

Os políticos em geral, são "politicamente correctos" e só falam em bairros sociais, esquecendo-se da classe média, classe com enorme dificuldade em residir no Porto. Eu não quero que o Porto tenha uma população elitista, mas também não quero que o Porto tenha uma população que viva na sua grande maioria em bairros sociais. O Porto tem que ter uma população que consiga encher Museus, casas de espectáculos, onde se gere cultura e ciência. Na actualidade o Porto é ou exclusivamente para os muito ricos ou para os muito pobres. Não é este tipo de cidade que desejo.

António Silva
aantonios@sapo.pt

De: TAF - "Últimas" 

- Sondagem TVI/DN/TSF: Empates em Lisboa, Porto e Sintra
- Empate técnico em Lisboa, Porto e Sintra (com áudio de Rio e Assis)

- Assis, o militante e a participação crime (com áudio)
- Candidato à assembleia não quis «embaraçar o PS»
- Assis diz que Rio mentiu sobre funcionário candidato do PS

- Fotos da campanha no Expresso

PS:
- RTP multada por excluir candidato no debate do Porto
- «Assis já devia saber que não minto», diz Rui Rio

De: Evaristo Oliveira - "Oportunismo e populismo, não obrigado..." 

Se bem que a minha opinião é o que é, duma coisa estou certo, com “sujeitos” como Rui Sá na CMP, seja como presidente (como pretensiosamente pretende), seja como vereador, nunca a nossa câmara passará da cepa torta.

Primeiro porque já demonstrou à saciedade o que o preocupa, um pelouro que lhe dê a continuidade na presidência dos SMAS, seja lá quem for o presidente.

Ele não o subentendeu, disse-o, ponto!

Segundo, depois de o ouvir contar aquela aparvalhada história, dos dois folhetos colocados na caixa do correio, (por acaso, hoje encontrei na minha, um do PC e outro do BE), decidido está, em quem não irei colocar de certeza o meu voto.

Já agora, por muito que respeite a opinião de quem já expressou o voto no Sr Engº, acho que estão redondamente enganados.

De, Evaristo Oliveira

De: Pedro Aroso - "O Debate na RTP1" 

Com muita pena minha, não tive oportunidade de assistir ao debate, por isso estava à espera que os "cronistas" da Baixa nos trouxessem um relato mais ou menos isento. Depois de ler os que já foram publicados, ainda não cheguei a nenhuma conclusão, porque todas as "impressões" não conseguem esconder o candidato preferencial. Gostava, por isso, de ouvir mais opiniões e, se possível, menos apaixonadas.

Pedro Aroso

PS: À hora do almoço pude assistir a uma pequena passagem do debate, em que Rui Rio denuncia haver na lista do PS um engenheiro, funcionário da CMP, que faz projectos e os aprova. É uma história parecida com a do padre que fazia os filhos e depois os baptizava… Já agora apetece-me perguntar: e quem é vai assinar os projectos do senhor Projectista de Arquitectura, candidato do PS à junta de Aldoar, caso ele seja eleito, como tudo leva a crer que venha a acontecer?
--
Nota de TAF: Caro Pedro, toda a gente tem preferências e antipatias. Não é por evitar expressá-las que o relato se torna isento, do mesmo modo que não é por exprimi-las que deixa de o ser. De qualquer modo, o vídeo deve estar prestes a aparecer aqui.

De: João Paulo Peixoto - "O exame" 

Acho que facilmente se constata que os meninos que se apresentaram ontem a exame, estiveram mais bem comportados que no debate do Hotel, embora o "puto-reguila" continue impertinente e inconsequente, em contraste com o "menino-birrento" que apesar do seu cinismo se mostrou mais comedido, e verificamos novamente que o "marrão" continua a ser o que sabe mais da matéria, enquanto que o "sonhador" deve ter tido umas explicações intensivas, pois melhorou bastante....

A quem dar a melhor nota?... eis a questão.
Sendo que com "reguilas e birrentos" é quase impossível estabelecer-se um diálogo profícuo, fica a escolha reduzida aos outros dois. Esta será a dúvida que me irá acompanhar até ao dia de fazer a cruzinha...
O ideal seria que um ex-aequo: assim, quando um estivesse para entrar na "estratosfera", haveria o outro que o ajudava a descer à terra.... mas de uma coisa estou certo - sem sonhar não sairemos nunca da paróquia, cada vez mais tristes, cabisbaixos e desolados. Honra seja feita a um tal de Henrique que nasceu ali para os lados da Ribeira e nos atirou "para esses mares nunca dantes navegados"..

Os melhores cumprimentos para todos, e por favor, votem, nem que seja apenas no menos mau - pois este acto, apesar das imperfeições, é ainda o único disponível para marcarmos as nossas posições.

JP Peixoto
aquiperto@netcabo.pt

De: Teófilo M. - "O Debate na RTP1" 

Caro TAF, mais uma publicada no Akiagato:

Nada de novo, ou melhor, nada de extraordinário.
Os comentadores perderam-se em assuntos de politiquices, deixando o que era importante - discutir ideias - por fazer, por manifesta falta de tempo.

Rui Rio, esteve mais fraco e pareceu-me cansado. Não sei se pela hora a que o programa foi para o ar, ou por ultimamente ter andado muito a pé a conhecer a cidade.
Fala na obra feita, mas quando solicitado a nomear uma única que tenha levado até ao fim, ou que tenha modificado a cidade não consegue, engasga e apenas consegue dizer que foram muitas.
Volta a mostrar uma misteriosa pasta onde diz ter casos que provam as irregularidades do PS (só do PS!), mas atira só com uma para a mesa, que não se compreende bem o que é, e que se referia a um candidato para a AM proposto nas listas do PS.
Golpe baixo, a atestar a que pontos este Rio pode ir, e que se estranha por não o ter denunciado previamente noutro debate.
Volta com os buracos tapados, com a herança recebida, e entende que a função do presidente da CMP é olhar pela cidade e nada mais.
Vendo que todos os outros o atacam por falta de visão, altera o seu discurso, para uma versão mais regionalista.
Pobre, muito pobre.

Francisco Assis, melhorou um pouco a sua postura, sabe já do que fala, pois já andou pelo Porto, embora ainda o não conheça. Reagiu bem às acusações de Rio e desvalorizou a propalada seriedade do candidato PSD/PP, dizendo que isso não era uma mais-valia, mas apenas uma obrigação. Forte e certeiro.
O seu interesse em levar os cidadãos a discutir a cidade é salutar e já mostrou que vale a pena. O fim das birras, e a congregação de vontades, é indispensável para tirar a cidade do seu marasmo.
Mais comedido nas promessas, vê-se que tem uma visão para a cidade e que aposta o seu futuro político nesta empresa. Interessante o exemplo do Metro para ilustrar os sonhos socialistas.
Esteve bem, mas ainda distante do óptimo.

Rui Sá - O mais conhecedor dos problemas da cidade, esteve ao nível que nos habituou. Não sabe para onde há-de cair, se para Rui Rio se para Francisco Assis. Faz passar bem a imagem do apaziguador, mas não tem ideias fortes para tirar a cidade do seu marasmo. Esta cidade não é só bairros sociais, é também turismo, ciência, inovação, comércio, indústria, cultura e centro de uma região.
Nessa área, pouco se ouviu falar, talvez por falta de ideias. Por vezes, deu uma ajuda a Rui Rio quando este vacilava. Não admira uma vez que este é o seu Presidente.
Ser fiel de balança, é por vezes interessante, mas faz com que os sapos que se engolem para equilibrar o peso, tenham que ser digeridos e expelidos, o que estraga um pouco o bucolismo paisagístico.
Não conseguiu fazer esquecer de que foi a muleta de Rui Rio e que pretende continuar a sê-lo.
Interessante, sem convencer.

Teixeira Lopes, o elefante numa loja de porcelanas, atira a torto e a direito, fala do que sabe e do que não sabe. Por vezes perturba Rui Rio ao lembrar-lhe coisas de que todos fogem como Satanás da cruz.
O apoio de Rui Rio ao major apito dourado, foi uma das que levou os adversários, a desvalorizar o assunto, talvez porque sabem que os partidos que os apoiam têm casos idênticos.
As propostas que apresenta, são irrealistas e desconformes com a cidade.
Nem melhora, nem piora... é assim!

Cumprimentos
Teofilo M.

De: TAF - "Revista de imprensa e blogs" 

- Rui Rio no limiar da maioria absoluta
- Rui Rio conquista a maioria absoluta
aqui exprimi as minhas dúvidas sobre a fiabilidade das sondagens no Porto, mas pode ser que assim os potenciais abstencionistas se decidam a ir votar... ;-)

- Seis mil assinaturas contra “novos” Aliados
- FAP divulga alojamentos na Internet em www.alojamento.fap.pt
- Antiga fábrica de curtumes é refúgio para sem-abrigo - o pesadelo dos requerentes (e da cidade) na CMP...

- Rio acusa candidato PS de ser alvo de queixa-crime
- Rui Rio acusa elemento da lista socialista
- Rio diz que Assis tem candidato acusado nas suas listas (com áudio)

- Rui Sá envergonhado com forma como desalojados são instalados
- Fernando Cabral quer vitória do PS
- Entrevista a Francisco Assis no PortugalDiário

Nos blogs:
- O caminho para a servidão
- E o Porto aqui tão...longe!
- Debate Porto
- Em campanha no bairro das Campinas

De: Pedro Lessa - "Indeciso ainda?" 

Estando ainda em reflexão sobre a minha intenção de voto ( se calhar lá no fundo já decidi, mas enfim, espera-se sempre por algo) tenho tentado obter argumentos que pesem na minha decisão nas opiniões dadas aqui no blog.
Confesso que ao ler algumas fico ainda mais desorientado.

Quando comentei que os textos de Cristina Santos me pareciam naifes foi no sentido de os seus argumentos, no geral, serem de aprovação do que o actual executivo fez. Indicou medidas tomadas por Rui Rio e justificou-as, parecendo-me que considerava que o actual mandato estava cumprido em relação às medidas elencadas nas ultimas eleições. Mas esquecia-se dos erros, das teimosias, da não governação, etc.. Mas afinal pensa votar em Rui Sá.

Li também que Pedro Aroso iria votar em Rui Rio, mas depois de ler este último post sobre o programa apresentado, não sei o que pensar.

Quando leio também que não se gosta do estilo mas da substância da política como Rocha Antunes afirma, questiono-me se efectivamente a política do actual presidente tem substância suficiente para ser considerada como tal.
Afirma também que existe estratégia para a Baixa mas não sei se a SRU pode ser considerada estratégia. Entendo-a como instrumento regulador. Criam-se planos e regulamentos e depois fica-se à espera que os privados façam? Fica tudo na mesma. É preciso é passar à acção, expropriar e intervir.
Considero que no caso da Baixa do Porto é preciso manifestamente muito mais. Tomemos por exemplo o caso do Chiado em Lisboa que até foi apontada como uma zona de eleição recentemente. Foi preciso acontecer a tragédia é certo (e a situação da Baixa do Porto não será uma tragédia?), mas actuou-se em conformidade e em força perante um problema concreto. E que me recorde não havia SRUs na altura.

Finalmente como já aqui referi, inclino-me para o voto no Eng. Rui Sá mas não na CDU por motivos já aqui explanados sobre a esquerda portuguesa com os quais concordo. Mas será um voto útil? Não estarei a contribuir para a continuidade do actual estado das coisas? Será que somos suficientes, meu caro TAF, para termos uma surpresa no Domingo?

Ontem só vi o fim do debate. Pela amostra parece que não perdi nada. Deu para perceber que lá estava o famoso dossier da PJ fechado a cadeado, foi apontado um exemplo mas parece que nem era um dos da PJ mas um processo interno da câmara.Enfim...
Fiquei intrigado com um aspecto. Quando confrontado com a necessidade do presidente da câmara do Porto ser um líder regional, a veemência de Rui Rio ao afirmar que a sua política é para o Porto e para os portuenses leva-me a imaginar o que Rui Rio faz nas reuniões da Junta Metropolitana, nas da Eurocidades e nas do Eixo Atlântico (que até foi presidente, penso). Se calhar foram uns bonecos sobre o melhor traçado para o circuito dos carrinhos...
Com esta postura é assustador pra mim pensar no Porto daqui a 4 anos.
Como sugere Rocha Antunes, cá estarei segunda feira para arregaçar as mangas.

Cumprimentos.
Pedro Lessa.
pedrolessa@a2mais.com
--
Nota de TAF: Caro Pedro Lessa, tal como escrevi antes, "O meu voto não tem em conta aspectos meramente tácticos, em função de sondagens ou expectativas de resultados. Voto em quem acho que devo votar, independentemente daquilo que os outros munícipes façam. Se não for assim, como poderemos saber ao certo aquilo que verdadeiramente queremos? (...) Votemos em consciência e, em função dos resultados, logo se vê como poderemos construir o futuro."

De: Cristina Santos - "O debate final" 

Rui Rio numa posição claramente social-democrata defendeu a contenção, o equilíbrio local e a estabilidade financeira.
Durante o debate assistimos a um Rui Rio ciente da sua obra e dos seus planos, mas cansado, farto de tanta luta e contestação.
Vimos também um Rui Rio sensível à importância da questão levantada por Francisco Assis, relativa ao Porto como frente de uma luta regional.
Rui Rio tem capacidade para muito mais e tem-se deixado esmorecer, Assis provocou o golpe baixo, ao exigir provas, mas a resposta directa de Rui Rio pode levantar mais uma vez questões que nos afastam do tema central, e funcionar em seu próprio prejuizo.

Francisco Assis surpreendeu pela positiva, colou-se estrategicamente aos candidatos de esquerda, fez um discurso aceitável com um à vontade que lhe é pouco habitual.
Continua a olhar para a Lua, numa posição que o partido socialista já nos habitou, que vai desde o maior reservatório de água da Europa, à maior ponte…
Com este tipo de proposta é difícil apagar as imagens bem recentes de uma Casa da Música para europeu ver e de um centro histórico para esquecer.
O fulgor da campanha demonstra apoios e financiamentos que terão que dar o seu fruto, as tais candidaturas ao quadro comunitário são uma forma de obra nova, de retribuição.
A Baixa não serve para gratificar nem recompensar ninguém, a Baixa já tem dono é de todos os Portuenses, só isso já me levanta questões suficientes para não confiar a CMP ao partido socialista, o Q.C. parece mais uma promessa para grupos financeiros que para a Cidade em si.

Rui Sá foi o Biblô da noite, a merecer o apoio dos maiores candidatos e até a originar disputa. Continua numa ética de bom senso, mais concordante com a direita, mas capaz de se entender com a esquerda caso esta suba ao poder.
Este suposto entendimento não prejudica a sua posição, porque Rui Sá é desprovido de interesses que não sejam a Cidade e o seu lugar claro.
Será sempre um candidato de equilíbrio, capaz de completar as propostas que o futuro presidente venha a apresentar, isso é que me interessa, já que não podemos ter presidentes com meio termo, já que são todos extremistas, resta Rui Sá para a estabilidade e coesão social.

João Teixeira Lopes excede-se, incomoda e não deixa que as questões relevantes sejam discutidas. Tem tempo de antena a mais, para o proveito das suas afirmações.
Atrevo-me a considerar que é um perigo eleger um vereador do BE.

Agora é tempo de decidir :

PSD - estabilidade, continuar com os pés colados no chão, sem grandes passes de mágica, uma governação localizada

PS - Ímpeto, ambição, aposta, investimento, endividamento e fachadismo, pouca acção local

CDU - Bom senso, imparcialidade, mediação de interesses.

Cristina Santos

De: José M. Varela - "Impressões do debate" 

O último debate com os candidatos à Câmara Municipal do Porto, ao contrário do que insistia a publicidade, foi tudo menos decisivo. Em grande parte por culpa dos moderadores, Judite e Sousa e José Alberto Carvalho, que o orientaram de forma péssima e completamente indigente. Os moderadores ocuparam a maior parte do tempo com “fait-divers” e assuntos completamente irrelevantes para os cidadãos do Porto, como o “caso de Aldoar” e o “caso Paulo Morais”, que nesta altura já estão perfeitamente esgotados. A insistência nestes casos mostra que os moderadores não fizeram o trabalho de casa e desconhecem completamente quais os verdadeiros problemas da nossa cidade. Fiquei com a impressão de que trataram o Porto como se fosse uma espécie de Felgueiras em ponto grande. Por outro lado, deixaram que o tempo do debate fosse praticamente monopolizado por Rio e Assis, com nítido prejuízo para os outros candidatos. Posso estar enganado, uma vez que não cronometrei o tempo, mas foi essa a impressão que ficou.

Entrando no debate propriamente dito, os candidatos pareceram apostar sobretudo numa postura mais defensiva relativamente aos debates anteriores, com alguns contra-ataques esporádicos. O debate ficou ainda marcado por mais um facto político: a inclusão na lista do PS à Assembleia Municipal de um candidato que teve responsabilidades na derrocada da Rua Alferes Malheiro (que vitimou uma criança). Esta inclusão é, a ser verdade, um facto grave que só pode ser lido como um presente envenenado de Nuno Cardoso (que foi quem elaborou a lista à Assembleia Municipal) a Francisco Assis. Dos assuntos com alguma relevância para a cidade, apenas se abordou superficialmente o PDM e os Bairros Sociais.

Analisando individualmente a prestação dos candidatos constato que:

Rui Rio esteve à vontade no debate, embora isso se deva a que os temas introduzidos eram exactamente aqueles que eram os mais convenientes. Como não se abordou nenhum tema concreto com mais profundidade e os moderadores não leram o seu programa (outra indigência desta equipa), Rui Rio não foi confrontado com nenhuma ideia, aposta ou objectivo concreto para a cidade. Limitou-se novamente a fazer o discurso da “pesada herança” socialista o que é muito pouco, no mínimo, para quem quer ser reeleito Presidente da CMP.

Francisco Assis limitou-se a repetir as generalidades que tem dito na campanha e a fazer algumas vagas promessas como o “Pólis” para os bairros. Quem conhecer o que foi a má experiência do “Pólis” (obras inacabadas ou que nunca se chegaram a fazer por falta dos financiamentos prometidos) e a situação orçamental actual do Estado, percebe que era melhor avançar com soluções mais realistas. Outro ponto em Francisco Assis fica sem resposta para dar é quando é confrontado com a herança dos 12 anos de gestão do PS na cidade. Claramente pretende que se apaguem da memória da cidade as decisões tomadas ao longo da década de 90 assim como os seus protagonistas.

João Teixeira Lopes esteve no seu estilo habitual, debitando alguns slogans e frases feitas sobre “esquerda” e “direita” mas de concreto nada. Ainda procurou lançar algumas “nuvens de fumo” para colar a CDU a um pretenso aumento exorbitante das rendas dos bairros, mas foi rapidamente calado por Rui Sá quando lhe lembrou que se houve aumentos em rendas que só pagavam € 2/mês, também houve reduções nas rendas de €300 ou €400/mês e esta alteração permitiu que houvesse uma correspondência real entre renda e rendimentos das famílias. Ficamos ainda a saber que propõe uma moratória de novas construções, o que numa cidade como o Porto é, no mínimo, uma ideia um pouco bizarra. Depois embrulhou-se numa série de contradições sobre as propostas de alteração ao PDM, mostrando um completo desconhecimento dos grandes problemas da cidade.

Rui Sá, apesar de prejudicado pelo tempo de debate, foi sem dúvida o que esteve melhor. Bom domínio dos dossiers e conhecimento profundo da cidade (reconhecido por todos os restantes candidatos), foi o único que desceu ao concreto. Puxou à discussão temas que preocupam o cidadão comum, como os transportes, as famílias que vivem em pensões ou a recuperação da Baixa. Apresentou soluções realistas para intervir nos bairros sociais e mostrou capacidade de diálogo com outros agentes e instituições que quotidianamente fazem a nossa cidade.

No conjunto deste debate, o da SIC-Notícias e o que decorreu no ISEP, Rui Sá pareceu-me o candidato mais bem preparado para protagonizar um novo ciclo na CMP, de que esta cidade necessita urgentemente.

José Manuel Varela
jmpvarela@gmail.com

De: Rui Santos - "Análise sobre o debate" 

Sou frequentador assíduo do blog, ainda que seja apenas a segunda vez que participo. Gostaria de expor a minha análise sobre o debate de ontem.

Em primeiro lugar, devo dizer que a primeira parte do debate foi lamentável. Fiquei escandalizado com o tempo gasto a debater “violência na campanha” e “Paulo Morais” e a promessa de iniciar a segunda parte com “FCP/futebol”.

Quanto à segunda parte, aí sim, o verdadeiro debate, pareceu-me que o claro ganhador foi Rui Sá. Analisando a performance de cada um dos candidatos.

Começando pelo mais fácil: o candidato do BE, João Teixeira Lopes. Para mim (já votei no BE em eleições legislativas), é a mais profunda das desilusões. Estilo arruaceiro, mentiras descaradas, não faz a mínima ideia de como se gere o que quer que seja e, como tal, incapaz de apresentar uma única ideia com pés e cabeça. Vive a política pela política, e é o torpedeiro de serviço em sucessivos exercícios de maldizer sobre tudo o que está feito... desde há quatro anos, claro. Intervenção final na linha do debate.

Quanto a Rui Rio, nada de novo em relação ao que lhe conhecemos. Estilo arrogante mas pragmático, incisivo naquilo que pretende dizer. Esteve bem ao (quase) não responder aos tiros de JTL. Perdeu inicialmente para Assis mas superiorizou-se no final. Creio que termina o debate sem ganhar nem perder para Assis, afinal o seu adversário directo. Geriu bem a relação com Rui Sá. Conseguiu fugir ao tema do futebol, trazendo a discussão para assuntos onde se dá melhor. Em termos técnicos, o melhor juntamente com Rui Sá. Intervenção final pobre.

Francisco Assis, esteve melhor do que no debate da SIC. E também me pareceu diferente. Passou a jogar pelas regras de Rui Rio: não fez uma única promessa, teceu críticas ao relacionamento estreito entre futebol e política, afirma-se tão sério quanto Rui Rio. Marca pontos ao falar na sua grande ambição vs liderança paroquial (“é isso que me diferencia do Dr. Rui Rio”), que são desperdiçados ao não explicar como se traduz na prática. Precipitou-se ao cair na ratoeira do funcionário /candidato. Esquece-se que o BE existe. Boa intervenção final.

Rui Sá foi o claro vencedor. Esmagou o adversário do “seu campeonato” combatendo a leviandade com conhecimento e rigor. E parece querer disputar os lugares cimeiros! Insistiu, e bem, na táctica do fiel da balança, não deixando de criticar a “coligação PSD/CDS” bem como os 12 anos PS. Transmitiu, com sucesso, a ideia de que muitas das coisas boas do mandato de Rui Rio tiveram o seu cunho. A intervenção final foi excelente, olhos nos nossos olhos, tendo gostado particularmente da última frase “ouse mudar”. Quase me convencia...

Não será por este debate que as candidaturas mais fortes vão “roubar” votos decisivos uma à outra, ou que alguma delas venha a conquistar uma maior fatia dos indecisos. Também não será pela prestação no debate que o BE elegerá o desejado vereador. Pelo contrário, Rui Sá vai por certo buscar alguns votos entre os indecisos PSD e/ou PS, que o poderão passar a encarar como uma terceira hipótese de governação, já que poderá ser o fiel da balança quer num executivo PSD quer num executivo PS.

Rui Santos

De: Jorge Ricardo Pinto - "As razões pelas quais..." 

".... votarei contra Rui Rio"

Antes de expor as minhas razões devo avisar que me fiz eleitor do Porto em Agosto passado, adiantando o processo de recenseamento que só se deveria processar no início de 2006. O meu intuito com o acelerar do processo reside na minha enorme vontade em votar contra Rui Rio no Porto, em vez de expressar a minha vontade eleitoral na Maia, onde resido actualmente. Fi-lo porque quero morar a partir do próximo ano num concelho onde eu não me envergonhe do autarca, e pela vontade de ajudar a cidade que me viu nascer e por quem nutro uma paixão enorme como tentei transmitir enquanto escrevi no blog Avenida dos Aliados. Aqui estão as razões que me farão votar contra Rui Rio no próximo Domingo:

1 – Nunca quis ouvir a cidade. Os debates nunca aconteceram, a apresentação pública dos projectos era feita (quando era!) na altura em que tudo estava decidido. A situação da Avenida dos Aliados é vergonhosa como tão bem tem sido aqui ilustrado (e também aqui) mas também a vergonhosa requalificação (foi?) da Avenida da Boavista, com o abate indiscriminado de árvores e aquele aspecto estilo pista de aterragem de aeroporto que serviu para as corridinhas obsessivas do senhor presidente, o grande feito de 4 anos! E a vergonhosa retirada dos carris sobre o viaduto de Solá Morales para que o intocável parque da cidade de há quatro anos receba agora mais um viaduto com linha férrea? E a questão do Bolhão?

2 – Nada fez de palpável pela dinamização de elementos fundamentais da cidade.
Nada fez pelo sozinho e abandonado edifício transparente que nos querem fazer crer que não tem utilidade, estando em frente ao mar junto a um passeio frequentado por centenas e centenas de pessoas nos meses de Verão (e já passou mais um…). Ou pelo edifício dito da Casa dos 24 ou antiga Câmara, que o falecimento de Fernando Távora apressou para memorial 4 anos depois da eleição de Rui Rio. Ou pelo edifício do Museu de Etnologia em São João Novo que estando nas mãos do IPM, mantém-se fechado. Que diligências fez a câmara? Que esforço foi feito para reanimar o Largo de São João Novo, actual parque de estacionamento… E pela ponte Dona Maria (seja de Eiffel ou de Seyrig como defende o mais recente livro sobre a ponte) que continua a apodrecer devorada pelas ervas daninhas e pela ferrugem, ela que é um dos melhores e pioneiros exemplares das grandes pontes de ferro. E o Rio Douro? Mantém-se sobretudo um esgoto, numa era do aproveitamento das frentes ribeirinhas, em que a muito falada ponte pedonal, nunca se concretizou.

3 – Nunca soube entender a importância da boa vizinhança. Porque em vez de fomentar a parceria com os concelhos limítrofes (Gaia, Gondomar, …), andou entretido a criar conflitos e a alimentar questiúnculas pessoais que ajudaram a afastar Porto e Gaia, por exemplo, e nada serviram para amenizar os problemas decorrentes da fragmentação territorial: veja-se, como um exemplo no meio de muitos, o patético caso do Parque Nascente, que não podendo ser construído no Porto porque a volumetria comercial intransigentemente defendida pelo Rui Rio para o Plano das Antas não o permitia, é construído do lado de lá da circunvalação por um presidente de câmara do seu partido (pelo menos na altura era…). Contudo, rapidamente se desvaneceram esses conflitos que opuseram autarcas vizinhos em final de mandato para eleitor ver e aplaudir, demonstrando todo o seu populismo nesta nova amizade patrocinada pelo Metro do Porto com Menezes e Valentim. A este exemplo somem-se tantos outros claramente perceptíveis através de um passeio pela Estrada da Circunvalação.

4 – Destruiu a imagem da cidade perante os seus próprios cidadãos e para o mundo, propiciando uma imagem deprimida e indigna da cidade.

Esta edilidade em vez de elevar os valores da cidade, andou preocupada em criar outdoors que correram a cidade e o país (através de publicidade na imprensa, paga com dinheiro da câmara). Exemplos:

Este painel vergonhoso humilha e destrói a imagem do Porto para os seus cidadãos e para quem nos poderia visitar.


Este painel funciona como uma metáfora, demonstrando que os interesses de Rui Rio se sobrepõem aos interesses da cidade, desvalorizando a fachada de um edifício monumental, apenas para proveito próprio.


Este destrói a paisagem urbana com a aplicação de um elemento de proporções exageradas com o único fito de vitimização perante a situação lamentável do túnel de Ceuta, em que é o principal responsável. Sobre este caso, todo ele vergonhoso e onde Rio demonstrou sempre uma atitude populista e interesseira, tendo como objectivo aparecer como salvador de um suposto problema, enfrentou alguém que, com uma postura correctíssima, soube silenciar-se sempre que Rui Rio fazia o barulho da vitimização. Como menino mimado, o actual presidente da câmara mandou colocar, às custas da edilidade, mais painéis que pretendem atacar a Ministra.

5 – Porque nunca foi criativo, nem nunca apresentou obras suas. Pelo contrário! Apresentou como suas, iniciativas de outros, nos recentes panfletos de auto promoção, entretendo-se com projectos como o da Avenida dos Aliados, perfeitamente dispensáveis dado os encargos que lhe estão associados.

6 – Nunca soube respeitar as instituições da cidade, quer grandes quer pequenas. Não vale a pena estar a insistir pormenorizadamente na questão do Futebol Clube do Porto, mas recordo, sobretudo para os que não gostam da modalidade desportiva mais mediática do planeta, que, durante este mandato, o FCP foi campeão nacional, europeu e mundial, divulgando o nome da cidade por todo o mundo. Diga-se que enquanto o Futebol Clube do Porto era recebido pelos edis de inúmeras cidades em todo o mundo, sendo tratado com a dignidade que a câmara da sua cidade nunca teve, por cá a guerra foi-se instalando. Lembro apenas que o Futebol Clube do Porto é responsável pela receita de muitos hotéis/cafés/restaurantes em toda a cidade que recebem os adeptos e as comitivas dos clubes estrangeiros que aqui se deslocam, e que por sua vez reproduzem no seu país de origem aquilo que no Porto viram, bem como representa a imagem de sucesso da cidade no exterior.

Ao mesmo tempo, o impoluto e sério Rui Rio, que aparenta a populista imagem de anti-futebol, beneficia o Boavista FC (que por acaso é o clube de eleição de Rui Rio) com a alteração final ao PDM aprovada pelo PSD.

Mas para além de uma instituição como o FCP, recordo também a indiferença da CMP perante as imensas dificuldades financeiras do Cineclube do Porto, aquele que em tempos idos foi um dois maiores da Europa e o maior da Península Ibérica. O Clube, fundado em 1927, está a enfrentar há cerca de 4 anos uma acção de despejo colocada pelos proprietários do edifício.

Diga-se que a única altura em que a câmara se preocupou com a respeitabilíssima instituição, quer pela idade quer pelo papel que já teve, resumiu-se a uma parceria que envolvia um par de filmes sobre o holocausto e, sobretudo, a… um ciclo de cinema sobre Automobilismo. Só podia! A grande obsessão do presidente!

E tantas outras instituições com história na cidade foram esquecidas pela Câmara: O Comércio do Porto, SC Salgueiros, o Bolhão…

7 – Nunca respeitou o lado oriental da cidade tendo permanentemente negligenciado o sector mais necessitado da cidade. Nestes quatro anos de Rui Rio, que atitude, que ideia, que propostas foram apresentadas em relação às ilhas do Porto? Nada! Nenhuma posição, nenhuma política para aquela que é, ao mesmo tempo, uma imagem marcante da cidade (1/3 da população do Porto vivia em ilhas no final do século XIX) e um local onde centenas e centenas de moradores do Porto, na sua maior parte idosos, vivem sem condições, onde a casa de banho é muitas vezes comum a várias habitações.

Enquanto isso, as corridas de automóveis fazem-se do outro lado da cidade e as ilhas estão escondidas no meio dos quarteirões, dominantemente do lado oriental.

8 – Nunca soube aproveitar as oportunidades. O que é feito do milhão de Américo Amorim? E do Plano de Mobilidade para a Baixa? E o que fez o grande defensor do Parque da Cidade há quatro anos, pelo Parque de São Roque (permanente sujo e maltratado!) ou pelo projecto do Parque Oriental? E o Corte Inglês?

9 – Nunca foi coerente e moveu-se por intuitos obscuros. Se por um lado tanto barulho fez com o Plano de Pormenor das Antas, por outro foram permitidas (ou ignoradas) alterações e aumentos no número de andares. E as incoerências arquitectónicas entre os projectos da Praça de Carlos Alberto e o da Avenida dos Aliados? E afinal, que papel tem tido Manuel Teixeira, antigo administrador do grupo Lusomundo (gestor para a área dos Media do Grupo Lusomundo/PT), chefe de gabinete de Rui Rio, desde Dezembro de 2003, para além da influência nítida na protecção que os media, controlados pelo grupo Lusomundo (como o JN, por exemplo), têm tido em torno do actual presidente da Câmara? É verdade que, ainda que não tenha sido eleito para o cargo pelos portuenses, ele (Manuel Teixeira) seja o verdadeiro mentor da política da CMP, sendo parte das pressões denunciadas por Paulo Morais?

10 – Nunca soube entender a cultura da cidade nem a cultura na cidade. O que foi feito pela cultura? Houve outra visão do Porto para além da economicista? Que celebrações foram realizadas aquando dos 150 anos da morte de Garrett? Que eventos com dimensão apelaram às características etnográficas e antropológicas dos portuenses? Que dinâmicas culturais foram imprimidas pela actual edilidade? Quase nada ou mesmo nenhumas.

11 – Teve sempre posições ditatoriais em postura e em acção. Quem não se lembra da medida Porto Feliz de perseguição falhada aos mendigos e pedintes? Ou da posição perante os despejos nos bairros sociais, segundo critérios de “diz que disse” ou “supõe-se que” retirando dos bairros população que perante a lei é inocente, defendendo António Oliveira Salazar como exemplo?

12 – Pelas posições populistas e interesseiras com intuito de limpar a imagem ou justificar posições discutíveis. Desconfio sempre quando o resto do país gosta do nosso presidente da câmara, em particular Lisboa (aliás, não foi num gabinete de arquitectura da capital que foi preparada a Operação Baixa?). É sinal que é proveitoso para eles, e que em termos de competitividade vão continuar a dominar. Enquanto isso o Porto e a sua Região ganham prémios de “mais pobre”, “mais analfabeta”, mais tudo o que é mau… Rui Rio vai tentando comprar amizades interesseiras, justificando os seus combates como com Laura Rodrigues (onde está ela agora?) aquando da disputa do Plano de Pormenor das Antas, com o arquitecto Pulido Valente (quem é que ele apoia agora, directa ou indirectamente?) aquando da apresentação do seu livro polémico, pouco tempo antes da bomba Paulo Morais, ou com Valentim Loureiro e Filipe Menezes graças ao Metro e à proximidade das eleições.

O texto vai longo e as razões (ainda que não as tenha exposto todas…) mais que suficientes para votar contra Rui Rio no próximo Domingo. O meu voto será em Francisco Assis, não só porque é o único que poderá derrotar Rui Rio, mas também por uma dúzia de outras razões que poderei (caso tenha tempo amanhã…) apresentar neste blog.

Jorge Ricardo Pinto

De: TAF - "Pós-debate" 

- Nada de especialmente relevante no conteúdo do debate na RTP. Quanto à forma, Rui Rio mais cansado, Assis mais animado, Teixeira Lopes o "puto reguila" habitual, Rui Sá calmo e equilibrado como o costume. Mantenho a minha opinião.

- Recebi entretanto vários comentários sobre este assunto. Mais daqui a pouco, logo que tenha oportunidade, irei colocá-los online, bem como a revista de imprensa.

2005/10/05

De: TAF - "O vinho do Douro no New York Times" 

For the Next Big Thing, Look to Portugal - (com apresentação multimédia)

De: TAF - "As sondagens" 

Nunca me guiei por sondagens para definir o meu voto. Sempre votei como me apeteceu, independentemente de "tácticas" de voto supostamente útil baseadas em pressupostos que podem estar errados. Tenho contudo alguma curiosidade científica acerca das previsões que são feitas, dos métodos usados e, posteriormente, da análise do respectivo sucesso ou insucesso.

Vem isto a propósito dos números divulgados há pouco pela RTP para o Porto, baseados em inquéritos feitos, salvo erro, a 1 e 2 de Outubro:
Dois comentários.

1) A minha percepção empírica, mesmo isolando-me das impressões recolhidas na blogosfera (que neste aspecto pode ser um mundo um pouco à parte), não bate certo com os números acima, especialmente no que diz respeito a Rui Sá (e tenho plena consciência de que a minha preferência por ele não influencia esta impressão).

2) Alguém chegou a explicar a razão por que falharam tão rotundamente as previsões das últimas autárquicas no Porto? Por que é que a surpresa foi tão grande quando Rui Rio venceu? Que eu me lembre não houve nenhuma razão extraordinária para reviravoltas de última hora, e por isso só pode ter sido uma falha no próprio processo de medição das preferências. Houve alguma explicação sólida deste fenómeno?

De: Teófilo M. - "As birras dos meninos" 

Caro TAF,
sobre a demissão do Oliveira Marques escrevi no Akiagato:

Afinal já não se demite!

Então que respeito deve merecer uma carta de demissão, se é para retirar? Então para que se demitiu inicialmente, mesmo antes de falar com quem de direito? Será esta a melhor maneira de se propagandear a sensatez, educação e firmeza de actuação?

Quanto a mim, foi apenas mais uma birra de menino mimado, que afinal agora diz que concorda com tudo o que lhe diz o ministro, os colegas e demais intervenientes do assunto.

Diz o senhor, que agora se reconfirmou a sintonia entre ele e a tutela!!!!

Então se se reconfirmou, era porque já estava confirmada e porquê então demitir-se?

São estes estranhos procedimentos, de gente que devia ter a cabeça fria, que levam a que muitas vezes os que os pretendem imitar lhes sigam as pégadas fazendo deste País um covil para os parlapatões.

Cumprimentos
Teofilo M.

De: TAF - "Hoje há debate" 

- Na RTP1, às 22:15
Nota: não deixa de ser curioso que nas duas maiores cidades os melhores candidatos não sejam dos grandes partidos, mas sim do CDS (Maria José Nogueira Pinto em Lisboa) e da CDU (Rui Sá no Porto)!

Conhecendo as personagens, nada que não se esperasse:
- Metro do Porto: Afinal, Oliveira Marques fica (com áudio)
- Oliveira Marques vai manter-se à frente da sociedade Metro do Porto
- Governo segura Oliveira Marques
- Governo segura Oliveira Marques e mexe na gestão - Episódios
- Mudança divide administradores

- Ferrovial expande para o imobiliário no Norte

De: Paulo Espinha - "O meu voto é só meu..." 

Caros Bloguistas,

Foi considerado importante por vários bloguistas que cada um de nós expressasse o seu sentido de voto. Não o vou fazer. Agora, posso dizer em quem não vou votar e porquê.
Normalmente, enquanto que os homens não sabem bem o que querem, as mulheres, pelo menos, sabem aquilo que não querem. Elas chegam à maturidade mais cedo. Não sou mulher, sou homem. Mas, apesar disso, com 42 anos e tendo vivido o que já vivi, penso também já ter chegado a um patamar de maturidade que me permite também ter a certeza daquilo que não quero.

Vou recordar uma pequena história que é do conhecimento de toda a gente. A D.Laura é uma "invenção" de Rui Rio. A propósito, ONDE ANDA A D.LAURA? Esta personagem serviu Rui Rio na questão das Antas. A propósito, O QUE É FEITO DO DINHEIRO DAS ANTAS? Por causa dessas e doutras histórias, “SÓ POR CIMA DO SEU CADÁVER É QUE O EL CORTE INGLÊS IRIA PARA A BOAVISTA”, lembram-se destas palavras...
Resultado: OS 1.500 POSTOS DE TRABALHO QUE TERIAM SIDO CRIADOS IRIAM ABSORVER MUITOS DOS DESEMPREGADOS DA D.LAURA!!! Não é extraordinária a visão estratégica de Rui Rio?

Há uma coisa que Rui Rio não percebeu. O PORTO É UMA CIDADE BURGUESA, ONDE SE FAZ DINHEIRO. ORA O PORTO NÃO ESTÁ A FAZER DINHEIRO! E Rui Rio não está a ajudar a que o Porto faça dinheiro. A cidade está triste - não faz dinheiro!
Tudo o resto é folclore.

Há mais exemplos, mas não vou transformar isto num rolo de papel higiénico.
Rui Rio é um verdadeiro crânio!! Sinto-me mesmo humilhado com tamanha inteligência!!
Duma coisa tenho a certeza: Rui Rio, ganhando, não consegue a maioria absoluta. Porquê? Porque, Rui Sá vai ser eleito. Assim, qualquer que seja o resultado de domingo, estou descansado.
Senão, mais que humilhado, ficava um destroço...

Já agora, para perceberem o que é que eu penso de tudo isto:
http://manifestofinal.blogspot.com

Tenho dito.
Paulo Espinha

2005/10/04

De: Alexandre Burmester - "Visões há muitas..." 

Pois é caro Carlos Alves, Évora é bom exemplo de uma Câmara bem gerida pelos comunistas, mas não é a única. No Alentejo há muitos exemplos de Câmaras comunistas bem geridas (quase todas). Mas convenhamos que nem estamos no Alentejo, nem a região Metropolitana do Porto se assemelha com vilarejos. As questões aqui são outras bem diferentes e os horizontes possíveis obrigam a ter visões bem mais alargadas. A prova de que não tem havido é que estamos a desertificar igual ao Alentejo, e não é só na Baixa.

Rectificando o que disse, queria lhe dizer que houve ideologias no século XX, incluindo a comunista, por isso não foram apenas as do “dá cá o meu” (ou serão todas…). Estão hoje é enterradas ou em vias de extinção (E ainda bem).

Agora que os Partidos ainda as apregoam também é um facto, e principalmente é o caso do PC. Ainda acreditam nas bruxas, nos papões e nas pides, e em caso de dúvidas e crises ainda tomam por vezes aqueles caminhos pseudo soviéticos, de cujas lembranças ainda tento apagar.

Caro amigo, não quero ideologias nem do PC nem de nenhum outro partido, quero pessoas apenas que tenham abertura para saber dar respostas não de acordo com convicções, mas com conhecimentos e com a particularidade das situações. Um Autarca deverá ser principalmente quem sabe ouvir, gerir e decidir (Fora das ideologias e fora dos aparelhos partidários). Deveria ser esta a principal razão de escolha do próximo Autarca, porque tudo o mais incluindo os Programas (para inglês ver) são adereços na paisagem eleitoral.

E é esta situação que não existe, e assim meu caro seguindo o seu raciocínio sobre votar em ideologias, não é à toa que fico em branco.

Com os cumprimentos
A. Burmester

De: Pedro Aroso - "O Programa de Rui Rio" 

Tenho que reconhecer que este programa é uma vergonha e só vem confirmar aquilo que eu já sabia: Rui Rio está muito mal acompanhado e tem sido mal aconselhado. É certo que os programas valem aquilo que valem e, no caso de Rui Rio, não me parece que a leitura deste "pesadelo" tenha qualquer influência no voto dos eleitores.

Pedro Aroso

De: TAF - "Duas notas" 

- Entrevista a Rui Sá no PortugalDiário: parte 1, parte 2 e parte 3

- Já li o programa de Rui Rio, e é o que eu receava: fraquinho, fraquinho... A "equipa de coordenadores" (Luís Valente de Oliveira, Lino Ferreira, Paulo Rangel, Rui Pedroto, Diogo Feyo) não redigiu mais do que um resumo da obra supostamente feita neste mandato, acrescido de uma série de generalidades triviais e quase consensuais. Mas o mais estranho é que não há uma hierarquização das medidas concretas a tomar: colocam-se ao mesmo nível opções estruturais com coisas como a edição de dois livros sobre cientistas... O curriculum de alguns dos autores exigia muitíssimo mais de um documento destes. Uma vergonha!
Com isto como programa e com os candidatos a vereadores que apresentou não estou a ver como é que Rui Rio, por muito competente que hipoteticamente fosse, conseguiria bons resultados. Cada vez me convenço mais a votar em Rui Sá.

De: Teófilo M. - "Ainda a segurança" 

Caro Rocha Antunes,

quando critiquei a mistura de alhos com bugalhos, fi-lo porque me dei ao trabalho de ler o programa, e verificar que se misturava com a segurança ligada aos fenómenos sociais geradores de riscos urbanos, com a da protecção do cidadão por causas que nada terão a ver com os ditos fenómenos.

Um graffiti, por si só, não ameaça ninguém, do mesmo modo que um prédio degradado ou um vidro partido o não faz, a não ser que a degradação seja extrema e a ser assim, não bastarão as reparações e pinturas das fachadas. Do mesmo modo, a vedação efectiva de prédios abandonados ou com obras paradas, dada a sua manifesta dificuldade, para não dizer impossibilidade, resolverá, quando muito, a sua utilização por franjas de excluídos para quem a autarquia ainda não tem solução, e por isso não o vai fazer com um estalar de dedos, a não ser que o Rui Rio tenha alguma poção milagrosa que eu desconheço. (deixo de lado os vidros partidos, pois a CMP não tem orçamento para tanto).

A insegurança urbana começa quando o abandono e a decrepitude se instalam sem medidas à vista, que é quase tudo o que não foi feito nos últimos anos.

A falta de policiamento, a deficiente iluminação resultante de poupanças sem sentido, ou por deficiência de equipamento, a sistemática inexistência de protecções eficazes nas muitas obras espalhadas pela cidade, a inexistência de uma política de equipamentos que se lembre dos diminuídos físicos, a ausência de estudo de materiais que hoje em dia cobrem alguns passeios da cidade e que não têm propriedades físicas que se adequem à utilização a que estão afectos, um urbanismo deficiente, o estacionamento selvagem ou em fila dupla, tripla ou pior, a inexistência de uma política séria de reinserção social, o laxismo que é evidente na administração do trânsito citadino, são mais outras tantas razões para abalarem a segurança dos cidadãos.

Destas, Rui Rio preferiu elencar para além das que eu referi, a iluminação pública, a implementação de sistemas de vídeo-vigilância (identificação a posteriori e tentativa de dissuasão) a colocar inclusivé em locais de diversão nocturna!

A segurança deve começar na prevenção, e aí eu continuo a ver muito pouco, ou melhor dizendo... quase nada.

Cumprimentos
Teofilo M.

De: João Medina - "Rui Sá e os outros" 

Numa altura em que se aproximam as eleições, não quero deixar de escrever neste blog as minhas opiniões sobre as diferentes candidaturas ao Porto:

Teixeira Lopes (BE) – O pior dos candidatos. Não tem propostas exequíveis nem faz oposição credível. Pessoalmente considero-o arrogante, petulante, demagógico, incoerente e apenas concentrado na sua auto-promoção. Com um bocadinho mais, seria o verdadeiro Alberto João Jardim do Porto. A única razão para ele ser candidato pelo BE é o facto este partido ser o único “poleiro” que lhe permite aparecer em público. A muitas milhas de distância de Sá Fernandes que o BE apresenta em Lisboa (com propostas reais e oposição real).

Rui Rio (PPD/PSD-CDS/PP) – O candidato da cidade parada. A “lógica da calculadora” em que “não se faz porque custa dinheiro”. Levada ao limite, fecha-se a Câmara porque não fazendo nada, não se gasta nada. Não posso considerar “mérito” acabar obras lançadas por outros. Sobretudo quando se tem o “demérito” de não se lançar praticamente nada para o futuro. A cultura parou. A “bandeira” da baixa está parada. Depois... as guerras serôdias (contra o estádio do dragão, contra a ministra da cultura). As incongruências (calçada em Carlos Alberto, granito nos aliados), o populismo (patrocina-se a festa da rádio festival, mas corta-se no FITEI). As polémicas do metro. As rivalidades bacocas com Menezes em prejuízo de ambas as cidades. E sobretudo a falta de ambição para o Porto como líder regional. A sua equipa não me parece coesa nem estar à altura da cidade do Porto.

Francisco Assis (PS) – O candidato do “aparelho”. Por muito que o PS se esforce, ainda vai precisar de alguns anos para limpar da cidade do Porto a imagem de obscurantismo, ligações promíscuas e interesses instalados. Por culpa própria, o PS desbaratou um certo capital de confiança que tinha adquirido na cidade nos últimos anos com o lançamento de grandes obras e grandes projectos. Assis não se livra dessa imagem, nem consegue passar outra de que precisava, de liderança, acima dos partidos.

Rui Sá (CDU) – O candidato com mais preparação. Conhece a cidade como nenhum dos outros. As propostas apresentadas são realistas e necessárias para a Cidade. Tem uma visão estratégica de diferentes aspectos, nomeadamente do Ambiente, Educação, Cultura, Habitação (interessante a entrevista no Portugaldiário. Por outro lado, estando em minoria, tem sido a oposição mais coerente e responsável que a cidade tem, funcionando muitas vezes como fiel da balança. Quer como vereador, quer anteriormente, como presidente do INEGI, reconheço-lhe competência profissional e capacidade de trabalho ao melhor nível. Não é um candidato que só aparece nos locais nas campanhas – tem estado sempre no terreno. A sua simplicidade faz com que fale com as pessoas do Porto de igual para igual. Não fossem as “fidelidades partidárias” e o "medo do papão" e eu acreditava que Rui Sá poderia (e mereceria) ser a surpresa do próximo domingo.

De: F. Rocha Antunes - "Vidros partidos" 

Caro Teófilo M.,

Ao contrário do que disse, a "a criação de uma disciplina de conservação, através da limpeza imediata de graffities, recolocação de vidros partidos, reparação e pintura de fachadas de edifícios degradados, vedação efectiva de edifícios abandonados ou com obras paradas"- tem mesmo a ver com segurança.

Como sabe, estas coisas da insegurança urbana não começam quando os meliantes assaltam alguém. Isso é um resultado de um processo longo e estudado. E, como também pode imaginar, estas coisas da segurança das cidades está a ser objecto de estudo e investigação aplicada há dezenas de anos em todo o mundo.

A recolha das experiências que deram resultados em várias situações diferentes, naquilo que se convencionou chamar de “melhores práticas”, ensinam que é fundamental para combater a progressão dos comportamentos que leva ao crime violento o exercício de uma politica de sistemática presença sempre que há sinais ou convites à pequena delinquência. Já em tempos aqui escrevi isso.

Vale a pena ver se haverá alguma razão antes de disparar.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: António Alves - "Porque voto em Francisco Assis" 

Como nota introdutória, esclareço que, ao contrário de numerosos portuenses, nas últimas eleições votei mesmo em Fernando Gomes. Julgava, e continuo a julgar, que a cidade tem para com o ex-autarca, apesar de todas as falhas por ele cometidas (quem não as comete?), uma enorme dívida de gratidão. O grande projecto estruturante desta área metropolitana, verdadeira revolução em curso - o Metro do Porto - a ele muito se deve. Tenho para mim que os portuenses fizeram a Gomes o que os judeus fizeram a Cristo: trocaram-no por Barrabás. Mas isso são águas passadas e, como dizia uma conhecida senhora, num famoso reality show, "isso para agora não interessa nada".

Ao contrário da cidade de Lisboa, onde a figura do presidente da câmara é irrelevante, porque na prática o governo central acaba sempre a funcionar como o verdadeiro executivo da cidade, no Porto esta é talvez a eleição mais importante de todas.
O presidente da Câmara do Porto terá que ser, além de autarca deste município, uma figura que, na ausência dum governo regional, seja capaz de fomentar sinergias e congregar vontades em toda a área metropolitana, e mesmo em toda a região norte, para que, perante o poder central, esta parte de Portugal imponha os seus direitos e obrigue a uma justa redistribuição dos recursos nacionais. O Norte de Portugal está em profunda crise económica e social e não pode mais ficar apático e politicamente irrelevante. É urgente vencer a anomia política dos últimos anos.
Uma visão estreita, limitada aos limites administrativos do concelho, mesquinha e quezilenta do papel do presidente da câmara, por mais quatro anos, como a que é protagonizada pelo actual detentor do cargo, será fatal para esta cidade. Será a secundarização económica e política por um largo período de tempo, se não for mesmo irreversível. Esta é uma cidade que, goste-se ou não, tem ambições que o actual edil é incapaz de perceber. Por vontade dele, ainda hoje pastariam ovelhinhas no enorme buraco baldio que eram os terrenos da antiga quinta do Bom Sucesso, antes dos contestados edifícios do centro comercial que hoje lá pontificam. Isso pode ser muito bucólico e prazenteiro para a vista, mas não cria empregos nem traz melhorias nas condições de vida das pessoas. A rejeição do El Corte Inglês, por pura birra e estupidez, foi um crime de lesa economia desta cidade. Com todas as outras birras não vale a pena perder mais tempo, tão escalpelizadas elas já foram.
Para a Câmara do Porto precisa-se duma personalidade com dimensão política e cultural capaz de prosseguir estes objectivos e não dum mero tesoureiro de associação recreativa.

Dos candidatos em liça é evidente que, pelo exposto acima, rejeito liminarmente o actual detentor do cargo. Resta-me Assis, Rui Sá e Teixeira Lopes. Comecemos pelo último: Teixeira Lopes parece-me impreparado para o cargo e o BE é um partido que não me inspira confiança. A demagogia e a desonestidade intelectual de Louçã também a mim me incomoda. Logo, jamais votaria no BE.
Passemos ao segundo: Rui Sá é um homem competente e verdadeiramente interessado no melhor para o Porto. Votaria nele sem qualquer margem para dúvidas se estivesse apenas a votar para presidente da Câmara do Porto.
Resta-me Francisco Assis. É um homem inteligente, com dimensão cultural e política para o cargo e, embora se tenha mostrado no início da pré-campanha um pouco desinformado sobre alguns problemas da cidade, parece-me o único capaz de protagonizar o projecto que eu acho essencial para esta região. Tem sido muito mal "ajudado" pelo PS Porto e pelo PS nacional, que têm cometido erros de palmatória nesta campanha, mas julgo que é o único que tem hipóteses de destronar Rui Rio. Não é o candidato ideal, é mesmo (por mim) escolhido por exclusão de partes, mas poderá vir a tornar-se o presidente ideal que o Porto, neste momento histórico, necessita. Haja esperança.

Votarei no PS para a Câmara Municipal, na CDU para a Assembleia Municipal e novamente no PS para a Junta de Lordelo do Ouro.

António Alves
portuense

De: Teófilo M. - "Finalmente apareceu" 

Ainda a digerir as 24 páginas de texto cerrado da edição mais leve. Para além de uma sensação de déjà vu, e o reclame das obras feitas, com a habitual demagogia de considerar suas todas as que acabou, aparecem parágrafos cheios de tomaram-se, demoliram-se, apostamos, iniciou-se, instalou-se, já em desenvolvimento, materializaram-se, etc., ou seja, coisa do passado, quando o que se está a pretender avaliar é o futuro.

Depois as propostas parecem mal arrumadas, ou feitas à pressão, como por exemplo na área de segurança em que uma das medidas é - a criação de uma disciplina de conservação, através da limpeza imediata de graffities, recolocação de vidros partidos, reparação e pintura de fachadas de edifícios degradados, vedação efectiva de edifícios abandonados ou com obras paradas- como se isto tivesse a ver alguma coisa com isso, ou Modernizar estruturas de negócio existentes e criar novos negócios que suportem o processo de re-habitação, são considerados objectivos essenciais. na área de dinamização da Baixa, como se a CMP pudesse intervir nessa área!

Voltam à baila os jardins e jardinzinhos e polidesportivos que tanto se criticam a terceiros, lá se fala também no relançamento do Parque Oriental, na requalificação do Jardim do Passeio Alegre (esperemos que não venha mais um minimalista destruí-lo), mas mais perigoso se me apresenta, ali junto um parágrafo que fala sobre a necessidade de pequenas feiras de artesanato, velharias, livros, produtos biológicos, etc. poderão chamar população, com interesses variados, para a vida ao ar livre e passeios pedonais, e promover o aparecimento de pequenos negócios de ocasião.

Será que a proximidade com o Passeio Alegre, não terá ver com alguma peregrina ideia de fazer daquele local uma romaria permanente?!

Aparecem as primeiras preocupações com o estado das praias e com a poluição do Douro, mas sem grandes comprometimentos para além da promoção da limpeza, e no combate à poluição em diálogo com as outras câmaras vizinhas - quando não se dialoga com o vizinho da frente, como acreditar - o que está muito longe da efectivação, e que me continua a deixar na defensiva.

Regressa a ideia do Metro na Boavista, chama-se agora ao Metro eléctrico-rápido, numa pretensa metamorfose do equipamento, defende-se encapotadamente o Metro à superfície na área do S. João, volta o Túnel de Ceuta com a proposta habitual, mas é aqui que se fazem as melhores propostas e aquelas com que todos concordaremos com mais facilidade, só não se compreendendo o motivo porque ainda não avançaram.

Finalmente sobre a cultura e turismo não se consegue sair dos lugares-comuns, e há ideias que me parecem pecar por pobres ou populistas, mas como não estão definidas, é o mesmo que criticar o nada.

Volta a falar-se nos serviços da CMP que pelos vistos ainda estão em reestruturação, ou a precisar de nova reestruturação, não percebi bem, mas para anúncio de fim-de-mandato, é confuso.

É um programa, medíocre, sem inovações ou soluções alicerçadas em bases sólidas, com um fogacho aqui e ali, mas para demorar tanto tempo, esperava melhor.

Cumprimentos
Teofilo M.
--
Nota de TAF: eu fiquei com a ideia de que este programa de Rui Rio é um programa "à socialista"... ;-)

De: Fernando Pereira - "As eleições" 

Enquanto votante em Matosinhos, não posso talvez atrever-me a entrar no debate sobre sentidos de voto e a proximidade das eleições.
No entanto, enquanto habitante desta Área Metropolitana e portuense de nascimento e de coração, não resisto a alguns comentários. Perdoem-me se for meter-me onde não devo ;-)

A minha preocupação fundamental de momento, em termos políticos, é que o nosso país precisa sobretudo de pensar clara e racionalmente sobre quais são as suas prioridades. No fundo, saber onde queremos o Estado (e as autarquias) a intervir e onde cada um de nós tem um papel mais importante a desempenhar sem esperar pela muleta do costume (eles, os políticos, de quem se diz tão mal, mas que esperamos que nos resolvam todos os problemas).

Por mim, o Estado (incluindo as autarquias) deveriam fazer 4 coisas:
  1. aquelas “pequenas coisas” de que o TAF tem falado, e que tanta falta faz resolvê-las
  2. a soberania (Defesa, Justiça, Segurança) – isto sobretudo o Governo
  3. criar regras de convivência públicas (PDM, regulamentos municipais, impostos locais, etc), fiscalizar o seu cumprimento e garantir um espaço público limpo, cuidado, seguro, enfim um local agradável para viver – isto sobretudo as autarquias
  4. desenvolver as infra-estruturas básicas que garantem o desenvolvimentos da nossa qualidade de vida individual e colectiva (exemplos: SRU, mobilidade)
Tudo o resto (rotundas, planos tecnológicos, “visão para a cidade”, “política cultural”, reforço do peso da cidade e região, relação com o futebol, etc., etc.) são para mim secundários. Só deverão ser feitos se tudo o resto já estiver feito ou em conclusão.
Em qualquer cidade, o programa de um autarca deveria ser, na minha opinião, baseado nisto.

No Porto, só há dois candidatos que se aproximam (note-se, aproximam) deste ideal: Rui Rio e (ironicamente e por razões bem diferentes) Rui Sá.
Rui Rio teve vários erros no mandato que acaba. Mas olho para as alternativas e penso que, de facto, o Porto não se pode dar ao luxo de não colher os frutos das coisas boas que foram feitas e que virão no futuro.
E que Rui Sá continue a dar o seu contributo, crítico e construtivo, que tão bem serviu o Porto nestes 4 anos.

Tenho pena é de não votar no Porto, nós por cá, em Matosinhos, é que votamos mesmo no mal menor, que não há uma única candidatura que convença.

Fernando Miguel Pereira

De: Carlos Araújo Alves - "A «Visão Pequenina»" 

Pois caro Alexandre Burmester, seguindo o seu raciocínio das ideologias do século 19, não poderá votar em nenhum, já que ideologias no século XX não houve, a não ser que se reveja na plástica massa ética duma coisa que apelidam de pragmatismo que mais nada significa a não ser o "dá cá o meu", de qualquer forma e maneira, sem olhar a meios!
Visão pequenina, mas pequenina mesmo é aquela coloca rótulos conforme a conveniência.
Atendendo à sua sensibilidade e formação aconselho, se me permite a ousadia, um passeio demorado por Évora, para fruir a obra que deixou um edil com uma ideologia que representa uma visão pequenina, no caso Abílio Fernandes.

C. Araújo Alves

De: TAF - "Na Imprensa e na net" 

NOTA: Há novamente dificuldades técnicas no Blogger ao publicar novos textos. Enquanto durar o problema, os comentários que entretanto me cheguem poderão sofrer algum atraso até entrarem online.

- A Linha do Douro
- Associação CAIS inaugura centro de dia para sem-abrigo no Porto
- A saga - nada de invulgar, também já passei por várias situações semelhantes, infelizmente. Mas não posso deixar de concordar com um comentário que deixaram neste texto, a propósito da abstenção: "Foste votar? Então não te queixes..."
- Reabilitar Ramal da Alfândega
- Grupo luta pelo regresso do comboio à Alfândega
- Governo ouve hoje Oliveira Marques
- NDMALO quer saber mais sobre projecto do Fluvial

- Candidato da CDU pede «facadinha na fidelidade» dos partidos
- Entrevistas a Assis e Rio
- Rui Rio: “É preciso combater a solidão”
- Salgueiros preocupa Assis
- Secretário-geral do PCP ficou surpreendido com festa na Baixa
- Entusiasmo com Jerónimo a pé pelo Porto
- Falta menos de uma semana para as eleições e, quando escrevo, ainda não está disponível o programa de Rui Rio...

PS:
Está finalmente disponível o programa de Rui Rio. Estive quase um quarto de hora para descarregar o ficheiro PDF de 12 MB do servidor que, pelos vistos, tem uma conectividade miserável. Só dei uma vista de olhos ainda, mas já deu para perceber que faltam pelo menos as páginas 17 e 18 do texto...
PS2: Mais recentemente apareceu uma "versão light", só texto, mas já com as páginas que faltavam na outra versão.

De: Rui Valente - "O nosso Porto" 

Caros Portuenses,

É a 1ª.vez que me lanço nesta aventura "blogueira" e por isso peço-vos que não reparem, caso o meu estilo de comunicação não corresponda aos parâmetros mais correntes. Apesar disso, tenho acompanhado com alguma regularidade a troca de mensagens dos muito participantes e a sua manifesta preocupação pelos problemas da nossa cidade, o que, diga-se é bom sinal. No mínimo, fica a convicção de que afinal não andamos todos a dormir...

Só que, desculpem-me a frontalidade, mas isto já não vai lá com conversa! A democracia, tem destas armadilhas e contradições: permite-nos o usufruto da liberdade de opinião, mas nem sempre nos garante a consequente acção.

À imagem do que acontece com o país, a nossa cidade está cada vez mais "entregue à bicharada", e o pior, é que este sistema dito democrático, não nos permite eliminar em tempo útil estes parasitas políticos que têm gravitado à volta do nosso país e da nossa cidade, com altas responsabilidades e baixas competências.
Naturalmente que, não quero correr o radicalismo de meter todos no mesmo saco, mas tenho para mim como certo, de que a seriedade da classe política não passa de uma figura de retórica.
Por isso me parece frustante, tanta conversa (e controvérsia) e nenhuma vontade de rutura face a estas regras de respeito "democrático" e à irresponsabilidade instalada.

A tragédia dos incêndios que assolam o nosso país, e que tantos danos provocam, têm apesar de tudo uma virtude: funcionam como uma espécie de ADN para servir de prova da autoria desse crime!
Para o ano, se o tempo ajudar, teremos provavelmente menos incêndios! Se assim fôr, teremos apenas de agradecer à Divina Natureza, não à acção do govêrno. Mas, se tal não suceder, se a seca se repetir e os fogos prosseguirem, como este ano, teremos mais uma prova da inutilidade dos homens que estão à frente do nosso país e, o que é mais grave, a prova de um crime de lesa pátria que convirá punir! Querem apostar como, mais uma vez, não vão ser punidos?..

Rui Valente
ravalente@sapo.pt

De: Paulo Mendes - "História de um hiato" 

Perdoará quem gastar os seus neurónios com esta (primeira) contribuição para a “Baixa” que aqui me atreva a um exercício de memória sobre a história recente do nosso burgo: ele só é motivado pelo amor ao dito - e pela lembrança, que creio socialmente útil, de que estas reflexões são obrigatórias, pelo menos uma vez de quatro em quatro anos…

Fruto de uma infeliz e objectiva conjugação de infelicidades - uma grande contestação ao governo central; um regresso sobranceiro, como “Presidente” e não como candidato, do ex-ministro Fernando Gomes; uma relação mal resolvida entre este e Nuno Cardoso, com afectos conquistados na Cidade; e, acima de tudo, uma convicção do eleitorado de que o voto útil não era necessário, tal era a certeza da eleição do candidato favorito – eis que Rio desaguou no Porto!

Ninguém ficou então mais espantado, e assustado…, do que o próprio, e isso foi evidente nos primeiros tempos de mandato.
A equipa tinha sido formada para perder e não para ganhar: e o próprio Presidente via-se investido num cargo que nunca pensou na verdade ocupar, forçado a conceber, “em andamento”, os objectivos, a estratégia e a prática!...
É fruto disso, mais do que de qualquer “mau feitio” endógeno, a sensação que a Cidade foi vivendo, na alma e no quotidiano concreto: a de ter um Presidente zangado com ela própria – dizendo mal, em vez de mobilizar; destruindo, em vez de corrigir ou de adaptar; negando primeiro, para depois analisar.
Tudo isto agravado pelas limitações de uma equipa pouco qualificada, incoerente, nada homogénea – toda ela apostada em cultivar o bom senso, a sensibilidade política, e a soma de vários estilos pessoais, segundo a mais pura lógica do elefante num loja de porcelanas.

Tivemos assim, durante quatro anos, não uma Edilidade governada, mas uma oposição no poder da Câmara.
Daí os conflitos absurdos nas mais diversas áreas – do Desporto à Cultura, do Urbanismo à área social, do combate à droga e à marginalidade ao estímulo das elites e da iniciativa empresarial – que só conduziram a uma inegável perda de auto-estima da Cidade e da Região, e a um verdadeiro hiato de afirmação e projecção para o exterior.
Assistimos, em suma, durante quatro anos, ao “desenvolvimento” de uma estratégia de oposição, não de poder..., de desagregação e de desmembramento, ao invés do espírito fazedor e construtivo que tem de presidir mesmo ao mais absurdo dos projectos!

Ora, em eleições resolvem-se problemas de política.
Daí a minha convicção profunda de que, dentro de uma semana, teremos contas feitas à moda do Porto – onde ainda contam muito os afectos, e a tolerância... – para passar o hiato à história.

Paulo Maia Mendes

2005/10/03

De: Pulido Valente - "Desenganem-se" 

Li as V. participações deste fim de semana. DESENGANEM-SE.

Seja qual for o que vier a sentar-se na cadeira quem vai orientar e dirigir a cidade - urbanismo e arquitectura - vão ser os " técnicos" que lá estão JÁ ou vão lá estar. Q.Q. dos candidatos vai continuar a fazer o mesmo que nestes últimos 4 anos: assinar de cruz o que lhe puserem debaixo do nariz e vai explicar que não é técnico.

Erro colossal.

O político tem de saber tanto quanto o técnico no que À APLICAÇÃO DA LEI DIZ RESPEITO. SE não souber os disparates e os crimes vão continuar.

O melhor seria ninguém votar para se poder começar tudo de novo.
Como não vai acontecer isso estamos lixados em q.q. caso e a cidade também. Pobre PORTO. jpv

De: Paulo Espinha - "Uma mensagem técnica..." 

Carissímos,

O motivo desta mensagem é apenas técnico e formal.
A extensão e, por consequência, o comprimento de determinadas mensagens é enorme.
Não sei se se passa o mesmo convosco. Quando, no computador, me deparo com uma mensagem excessivamente grande, começo a ler em diagonal para rapidamente chegar ao fim, tentando, como é óbvio, apanhar a essência da mensagem.
No éter, mais que um écran, é demais!! - dizem os publicitários.
Não me digam que subtituiram o papel higiénico pelo pc!! - digo eu...

Um abraço
Paulo Espinha

De: Miguel Barbot - "Rui Sá" 

Ao que parece grande parte dos eleitores mais esclarecidos estão com Rui Sá...

Em 2001, face as alternativas, estive com ele e agora também estou pelos mesmos motivos, o que é muito mau sinal.

De: L. Botelho Dias - "Hoje é o Dia Mundial da Arquitectura" 

No jornal "Público" do dia 30 de Setembro, página 61, numa notícia da autoria de Francisco Ferreira, dá-se conta que a Câmara de Barcelos (talvez a única do País) só quer projectos de Arquitectura elaborados por arquitectos.

Hoje, neste mesmo jornal, página 42, há dois artigos, um assinado por Bernardo Rodrigues, arquitecto, e outro pela presidente da Ordem dos Arquitectos, cujo tema é o Decreto 73/73, cuja intenção de revisão já foi aprovada na Assembleia da República, aguardando a sua aprovação definitiva.

Será que o Dr. Francisco Assis não tem conhecimento deste esforço para acabar com a praga dos habilidosos que se intitulam "Projectistas de Arquitectura", aparecendo nos cartazes da campanha ao lado de um indivíduo representante dessa "classe", agora candidato à presidência da Junta de Freguesia de Aldoar?

Luiz Botelho Dias

De: Cristina Santos - "Recordar 2001" 

Caro Pedro

Em primeiro lugar é natural que as promessas de 2001 sejam desconhecidas da maioria, se assim não fosse, as afirmações de Paulo Morais nunca teriam causado tanto espanto.

Em 2001 Rui Rio informou do plano para acabar com arrumadores, (na altura o candidato do BE ate dizia que Rui Rio só propunha tal medida por ter vendido a «sua alma ao Portas» - numa clara referencia à coligação), os debates eram bem interessantes nessa altura - cómicos.

No que diz respeito a corrupção e Bairros Sociais, Rui Rio dizia na campanha de 2001 que a intervir nunca o faria para libertar os tais terrenos que segundo Nuno Cardoso valiam 600€/metro quadrado, mas sim para acabar com o cemitério no São João de Deus, Rui Rio vozeirava a dizer que nunca cederia à pressão imobiliária.
Que era contra o investimento excessivo em obra nova, quando a Baixa do Porto caía em ruínas.

Ainda no que diz respeito a corrupção, a campanha de 2001 trouxe a lume o urbanismo e a própria Porto2001, se bem me lembro estes dois organismos foram deitados por terra na campanha de Rui Rio, o agora presidente disse de caras a Fernando Gomes que se ganhasse as eleições haveria um terramoto político nessa matéria.

Falava de excesso de endividamento, etc etc

As questões do parque da Cidade, que já estão ultrapassadas, na altura antes mesmo de 2001, Cutileiro discutia-as na oposição, Orlando Gaspar era contra o seu partido e faltava às reuniões sobre o assunto, Cardoso insistia em seguir com as obras antes de pareceres técnicos de impacto ambiental... Discutia-se ainda Teatros, obras nas Praças, desvios financeiros, competências do presidente da Câmara e dos responsáveis da Porto 2001.
(Rui Sá debatia-se pelos mesmo argumentos)

De qualquer maneira votei Rui Rio como única opção, na última mensagem não estava propriamente a referir-me ao programa político, na altura nem acreditava que o candidato fosse capaz de o levar avante, dado o Euro e tudo o que havia para tapar.
Votei arriscando que Rui Rio pudesse de facto marcar uma diferença, também tudo era melhor que a situação que viviamos.

Mas o que é certo é que Rui Rio prometeu algumas dessas coisas em 2001, se bem se lembra numa altura em que os candidatos, ou alguns, reclamavam junto da imprensa que Rui Rio tinha mais tempo de antena e era da oposição, não me diga Pedro que também já não se lembra disso?! Dou-lhe uma dica, tudo se passava na mesma altura em que Fernando Gomes não ia a debates.
Por saber bem o que foi prometido em 2001 é que a campanha actual de Rui Rio não satisfaz. Costumo ser a favor da estabilidade, mas esta campanha tinha que dar uma vitoria indiscutível, rigorosa, para que os próximos 4 anos fossem em Paz, dedicados ao desenvolvimento.

Se os problemas estão parcialmente resolvidos, então era justo planear uma nova fase e é aqui que Rui Rio merece uma sentença rigorosa.
Não voto no Sá para Presidente, voto na CDU para fiel de balança, espero com isso que a Cidade tenha 4 anos de calmo desenvolvimento.
É verdade pode ser uma «naifice», mas voto no Rui Sá para controlar os ímpetos mais exagerados de Rui Rio.

Espero que o meu plano não saia furado.
Cristina Santos

De: Pedro Aroso - "Eu vou votar em..." 

Acho muito saudável que as pessoas revelem publicamente a sua intenção de voto. Eu já decidi: vou votar em Rui Rio. Os motivos da minha escolha são sensivelmente os mesmos que o Francisco Rocha Antunes enunciou, por isso não vou repeti-los.

Tal como também já foi referido aqui, acho que temos todas as razões para nos congratularmos com a qualidade dos candidatos à liderança na nossa cidade. Gostava de referir que a minha opinião acerca de Francisco Assis melhorou à medida que foi decorrendo a campanha, em particular depois de conhecer a sua equipa. Acho que o esforço que fez no sentido de ouvir a voz da sociedade civil é outro aspecto que deve ser enaltecido.

Pedro Aroso

De: TAF - "O Estado e os bairros sociais" 



A propósito disto que o Francisco acabou de escrever, e que eu em grande parte subscrevo (com excepção da opção de voto, já que a minha é Rui Sá), lembro um texto que escrevi há algum tempo no blog "Aleixo": "O mal maior".

Os bairros sociais são uma das principais razões que me levam a preferir Rui Sá. Rui Rio nitidamente não tem jeito para lidar com as pessoas. Pode ter feito algum esforço (à maneira dele, mas acredito que com boa intenção) no sentido de resolver alguns problemas, mas falta uma componente indispensável: implantar as mudanças em cooperação com os próprios interessados. Francisco Assis tem uma visão demasiado "estatal" da intervenção na cidade. Rui Sá se calhar também, mas pelo menos é de todos o que mais percebe verdadeiramente o que está em causa. E, como já afirmei antes, se não votarmos em quem achamos melhor independentemente das previsões de resultados, como poderemos algum dia mudar radicalmente o estado das coisas?

De: F. Rocha Antunes - "Segunda-feira cá estaremos" 

Meus Caros,

Neste desfilar de razões para votar num dos vários candidatos a presidente da CMP têm-se lido as maiores barbaridades.

Fico sempre arrepiado com a leveza com que se fazem juízos, seja em que sentido for.

Eu concordo com as críticas ao actual Presidente quanto à falta de ambição regional, porque estávamos todos habituados a que essa ambição regional fosse protagonizada pelas enormes ambições pessoais do Dr. Fernando Gomes. Convém lembrar que nessa matéria o Eng Nuno Cardoso foi bem pior que o actual Presidente.

Eu também não gosto da relação do actual Presidente com a Metro do Porto. Talvez não seja por acaso que as duas principais razões de queixa que eu tenho do Dr. Rui Rio sejam precisamente os dois assuntos relacionados com o Metro, a Avenida da Boavista e a Avenida dos Aliados. Mas não tenho dúvidas que nos outros concelhos as coisas, nesta matéria de promiscuidade entre Metro e Câmaras, são muito piores ainda. O que não justifica nada, mas é verdade.

Agora, ler como já aqui li que o Dr. Rui Rio não tem uma estratégia para a Baixa ou que não atacou o problema dos bairros sociais só pode ser má fé de quem escreve.

O caso do Bairro de S. João de Deus, que aposto que a esmagadora maioria dos que estão neste momento a ler este texto não conhece, é o melhor exemplo disso. A estratégia de derrubar blocos habitacionais e rasgar o Bairro à cidade é a única que faz sentido. Custa a popularidade, mas os restantes concidadãos deveriam ter consciência que é da casa da maioria dos meliantes da cidade que se está a falar. Que viviam há dezenas de anos em total impunidade, que agora naturalmente se queixa. Claro que a maioria das pessoas que lá vivem não o são. Mas a maioria dos meliantes da cidade vive lá.

E não nos deixemos iludir pela contestação dos “populares”. Como eu e mais alguns dos membros deste blogue já descobrimos directamente, é gente viciada em reclamar apoios do Estado e está pronta para mudar de posição sempre que lhes pareça que vão ganhar mais alguma coisa com isso.

Tenho de confessar que os 3 candidatos a presidente de Câmara são muito acima da média nacional. Acho que o Porto fica muito a ganhar nas comparações com as outras principais cidades. Não penso que, seja qual for que venha a ser eleito, haja razões para alarme. O que importa mesmo, para além do estilo, é a política proposta. O PS tem o enorme mérito de ter uma equipa quase 100% nova e com gente qualificada. Mas as ideias são um molho de brócolos. Na parte que mais me importa, a prioridade à Baixa desaparece. Ou é anulada, pois quando se diz que a prioridade é a Baixa, a Boavista e as Antas, está-se a dizer que nenhuma é. E as ideias sobre urbanismo não diferem das do actual presidente em nada que se veja. Se tivessem uma opção mais ao estilo de Barcelona, então o caso mudava de figura.

Por isso, eu vou votar no actual Presidente. Não gosto do estilo, mas a política é mais do que estilo. É substância. Os que, como eu, embirraram com Cavaco Silva apenas por causa do estilo sabem do que estou a falar. Não vou repetir a asneira.

O controlo das contas pode não ser muito charmoso, mas neste momento da vida colectiva é razão mais do que suficiente para escolher um candidato com provas dadas nessa matéria. Ninguém é 100% puro, mas o actual presidente tem um enorme currículo nessa matéria. E quem acha, como eu, que as câmaras têm de ser, primeiro que tudo, boas gestoras do condomínio que são as cidades isso importa antes do mais. É aos cidadãos que compete criar o “glamour” que falta ao Porto. Esta mania “terceiro-mundista” que são os presidentes de câmara que vão mudar uma cidade comigo não pega. E nessa matéria de “glamour”, sejamos francos, se dependesse de algum dos 3 candidatos estávamos tramados.

E segunda-feira os que se importam com a Baixa cá estarão. Seja qual for o Presidente. Os outros, os que apenas se interessam por estes assuntos durante as campanhas eleitorais, terão desaparecido.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: Alexandre Burmester - "O Branco lava mais branco" 

Embora concorde e defenda que as eleições deviam ter muito mais a ver com as pessoas do que com as formações partidárias, já aqui o referi, e não vou uma vez mais explicar porquê, a verdade é que no actual sistema o voto em qualquer dos candidatos será e é sempre na força partidária e no aparelho que o leva ao colo. Nos compromissos, nos favores e nos boys, e em todo o sistema agregado.

Ora para conseguir votar no Eng.º Rui Sá, sendo ele o que poderia apresentar melhor programa (o que também não acho), não deixaria de estar a votar num partido político, que é o último grito da ideologia do século 19, e ainda é o partido que representa uma visão mais pequenina, tribal e caseirinha das políticas nacionais e locais.
Quero visões mais amplas porque de provincianismos já nos bastou os últimos 4 anos.

Não quero dividir o mal pelas aldeias. Para escolher quero é mais, quero pessoas capazes, quero responsabilidades, quero transparências, quero participação, quero informação. Não quero passar cheques em branco a políticos que se encobrem, que se desresponsabilizam e não decidem. Tal como está não consigo escolher entre morrer envenenado, a tiro, ou pela guilhotina. Já que é para continuar moribundo, e para fazer de conta que se arranjam curas, escolha quem acha que assim encontra solução.

Para escolher estas opções não me satisfazem. O meu “Branco” é seguramente contra este sistema. E só pelo somatório de muitos Brancos, é que se poderá provar que este Sistema não tem representação.
(E só assim é se resolverão esses e outros dos tais problemas a que referias)

A. Burmester

De: Teófilo M. - "Uma vez que..." 

...o blog de Rui Rio tem mais uma entrada, com o título
A PRIMEIRA PRIORIDADE CONTINUA A SER A "COESÃO SOCIAL"
decidi solicitar-lhe alguns números, como se poderá ver pelo texto abaixo.

Caro Dr. Rui Rio, muito se tem falado sobre o denodado combate feito pela CMP à exclusão social, mas eu gostava de ver números, pois esses são os que me interessam para poder aquilatar sobre o que se fez ou não se fez.

Como certamente o poderá fazer, pedia apenas que colocasse por aqui os seguintes números, quanto aos últimos dez anos:

1 - Nº de fogos construídos pela CMP;
2 - Nº de pessoas realojadas;
3 - Nº de bairros intervencionados/existentes/à espera de intervenção;
4 - Custos descriminados com as três acções:
5 - Custos da Porto Feliz, incluindo descriminadamente os custos de manutenção/salários e os custos dos tratamentos/intervenções;
6 - Nºs de toxicodependentes/excluídos envolvidos;
7 - Nº de situações com êxito e arrumadas;
8 - Nº de situações em tratamento;
9 - Nº de arrumadores existentes;
10- Nº de ilhas encerradas.

Cumprimentos Teofilo M.


Enviado por Teofilo M. em outubro 3, 2005 03:31 PM


Como ainda não me decidi, espero que os números cheguem a tempo para tomar uma decisão.
Já agora, alguém já tem o programa, é que no site continua sem aparecer nada.

Cumprimentos
Teofilo M.

De: Pedro Lessa - "Intenções de voto" 

Como tenho dito anteriormente, ainda espero pelo desenrolar da campanha para definir a minha intenção de voto.
Até ver, perante o desempenho dos candidatos, não tenho ainda intenção definida.
Penso também que nesta fase já nada de novo surgirá. O que, estando ainda a meio o período de campanha, é sintomático da pobreza e do deserto de ideias para a nossa cidade.

Tinha dito anteriormente também que estava curioso pela campanha. Afinal não me enganei.
Os insultos e os tabefes surgiram.É triste, ainda por cima na nossa cidade.
E ainda incentivam com as televisões para filmarem (parece que está na moda agora, fez-me lembrar o "filma, filma" no processo Casa Pia).
Aqui no blog simplesmente recusei-me a comentar para não dar importância a essas posturas.

Mas ainda em relação à minha intenção de voto, inclino-me realmente no Eng Rui Sá. De todos parece-me o mais sensato nas propostas, o mais esclarecido no discurso e, o mais importante, demonstra atenção e realismo com a cidade, o cuidado com o seu desenvolvimento e o afastamento de posturas e guerras que só resultam no prejuízo da mesma.

Penso que o problema da cidade do Porto é de facto muito grave. Esteve parada durante 4 anos em detrimento dos outros municípios.
Seria de todo o interesse que os partidos representados na Assembleia Municipal fizessem um pacto de regime ou uma aliança.
Em relação ao Eng. Rui Sá, não o estou a ver a apoiar um iniciativa deste género.
Neste mandato, quando apresentou as propostas de recomendação que diz numa reunião de câmara, para evitar o que sucedeu não teria sido conveniente tê-las comunicado ou até concertado com o PS? É que foi esse o argumento para justificar a fuga do Vereador.
Considero contudo que se optar pelo voto no Eng. Rui Sá estarei a contribuir para a reeleição do actual Presidente da Câmara.
Só vejo como inevitável o voto no Dr. Francisco Assis.
Contribuiria para a partida de um senhor que tanto mal fez à cidade (penso que já disse que não ficará como vereador).

Para finalizar, continuo a surpreender-me com os textos de Cristina Santos. São de um teor bastante "naife". Como já disse anteriormente, só não vê quem não quer. A prova são algumas razões que indica pelo seu voto em 2001. São precisamente alguma medidas tomadas já neste mandato.

Cumprimentos,
Pedro Lessa
pedrolessa@a2mais.com

De: Cristina Santos - "Se não tem soluções - não desestabilize" 

Em relação a esta notícia do DN, uma espécie de memorando da campanha de Francisco Assis.
Em primeiro lugar há que elogiar o candidato pela coragem demonstrada em visitar esta nossa pérola regional, que é o bairro São João de Deus.
Em segundo lugar cumpre perguntar ao candidato o que propõe para resolver esse grave problema social.

Tanto quanto se sabia, pelo menos até ontem, Francisco Assis admitia que a intervenção nos bairros sociais passava também pela demolição de alguns desses aglomerados urbanos.

Seria importante que o candidato alertasse os moradores e restantes cidadãos para as alternativas, para as soluções que pensa empreender caso ganhe as eleições.
Não é suficiente dizer que teria feito outro tipo de apoio aos inquilinos… outro tipo de apoio qual?
Os munícipes desses bairros ou pelo menos os 2.500 que ainda lá habitam não vão esquecer facilmente esta espécie de apoio que Assis preconizou nesta visita, é bom que o candidato tenha em conta que tudo o que disser hoje pode vir a ser «arremessado» contra si, se vier a ganhar as eleições.

Para evitar futuros mal entendidos – que tal definir umas prioridades, critérios de realojamento e despejo logo à partida?! Esclarecer as centenas que vivem em casa degradas e aguardam realojamento e definir desde já a quem vai ser dada prioridade, como vai fazer obras e redobrar a capacidade dos nossos bairros municipais…

É que se o candidato ganhar as eleições com base nestas performances ficará a braços com uma sociedade civil exigente que lhe recordará diariamente as promessas e caso não ganhe as eleições e não haja meios para comprovar estas utopias, o candidato é culpado por lançar achas para um terreno que começava a ter regras e controle.
Se não tem alternativas ou soluções palpáveis, ao menos que não venha desestabilizar.

Cristina Santos

De: Valério Filipe - "Sobre brancos e coloridos" 

Concordo com TAF quando diz que as eleições autárquicas são mais sobre pessoas e perfis do que sobre partidos.
Eu próprio, pensando assim, tenho, no entanto, grandes dificuldades em votar nos candidatos da extrema-esquerda (já é complicado deixar o meu voto na esquerda democrática). Mas como quero o melhor para a minha cidade, e como as inclinações partidárias têm relativo pouco peso nos programas apresentados vou ter que ser realista.

Mas, para além de ser realistas, nestas eleições temos de ser práticos.
E a verdade é que, se optarmos por votar em branco, ou no candidato Rui Sá, vamos ter como inevitável resultado a eleição do Ex.mo Senhor Rui Rio.

Nas últimas eleições "castiguei" Fernando Gomes não votando nele. Não aceitei o retorno do filho pródigo, isto porque nunca compreendi a sua saída para o governo central. Por tal não lhe dei o meu voto. Bem me arrependo.
Também não votei no Ex.mo Senhor Rui Rio que sempre me pareceu que não queria ser desterrado para o Porto (como se veio a confirmar).
Os votos de protesto contra Fernando Gomes e contra o governo da altura tiveram como resultado a eleição do actual presidente.

Daí a necessidade de votarmos útil. Temos de eleger o candidato que mais hipóteses tem de afastar o Ex.mo Senhor Rui Rio da Câmara. E esse candidato é Francisco Assis.

Sendo derrotado o Ex.mo Senhor Rui Rio irá embora, porque não acredito que ele aceite ficar como vereador numa cidade que, claramente, despreza.

Valério Neto Filipe
vnfilipe@gmail.com

De: Alexandre Burmester - "Votos coloridos" 

Caro Tiago,

A propósito da tua intenção de voto, e da tua manifestação contra a Brancura do meu voto,

"Posto isto, neste momento estou tentado a votar assim:
A abstenção significa para mim ausência de civismo e portanto nunca sequer a coloquei como hipótese. O voto em branco, ao contrário, revela de forma clara e inequívoca a contestação ao sistema, que se justificaria por exemplo se todos os candidatos fossem absolutamente indignos do cargo a que concorriam. Não é o caso. Concordemos ou não com eles, são pelo menos pessoas honestas." (O Victor Baía também é pessoa honesta)

Aqui vai uma sugestão, na sequência da tua lógica “colorida” de voto:
De batalha em batalha até à derrota final, nas próximas eleições poderás tentar de novo…

Um abraço
A. Burmester
--
Nota de TAF: o colorido das minhas escolhas não advém de uma "divisão do mal pelas aldeias" :-), é apenas o resultado da avaliação que fiz das candidaturas em jogo. Se só tivessem aparecido a candidatura do Victor Baía e de outra pessoa menos qualificada, as únicas opções sensatas que me restavam seriam votar no Victor Baía ou candidatar-me eu próprio. O teu voto em branco não adiantava nada, não ajuda a resolver problemas destes. ;-)

De: TAF - "Enquanto os candidatos estão na recta final..." 

- O Dia Mundial da Arquitectura
- Távora
- Prazos por cumprir na ponte D. Maria
- Ministra não confirma Pedro Burmester para director artístico da Casa da Música
- Ministra rejeita vazio de poder na Casa da Música
- 'Low-cost' Air Berlin duplica em Lisboa e Porto
- Greves e metro tiram à STCP cinco milhões de passageiros

- Entrevista a João Teixeira Lopes: parte 1, parte 2 e parte 3
- PND/PPM: Almeida Garrett defende «maior transparência»

- Resolvi organizar a minha argumentação sobre as autárquicas, explicando por que é que tenciono votar em Rui Sá, num post publicado no meu blog pessoal.

2005/10/02

De: TAF - "Abstenção e Brancos" 

O meu voto não vai ter em conta aspectos meramente tácticos, em função de sondagens ou expectativas de resultados. Voto em quem acho que devo votar, independentemente daquilo que os outros munícipes façam. Se não for assim, como poderemos saber ao certo aquilo que verdadeiramente queremos?

A abstenção significa para mim ausência de civismo e portanto nunca sequer a coloquei como hipótese. O voto em branco, ao contrário, revela de forma clara e inequívoca a contestação ao sistema, que se justificaria por exemplo se todos os candidatos fossem absolutamente indignos do cargo a que concorriam. Não é o caso. Concordemos ou não com eles, são pelo menos pessoas honestas.

Votar num partido ou num candidato não é sinónimo de concordância plena. Não é sinal de que é a opção ideal para a cidade. Quer apenas dizer que, em face das candidaturas que apareceram, não se abdica de influenciar directamente o destino da cidade através deste meio que a Democracia nos oferece. Claro que a intervenção cívica é uma alternativa igualmente a utilizar, mas porquê desperdiçar também esta oportunidade? Bons ou maus, afinal não será absolutamente indiferente qual dos candidatos irá assumir o cargo de presidente da Câmara.

De: Cristina Santos - "É difícil" 

Em 2001 votei Rui Rio, pelas seguintes razões:

Em 2005

O PSD
O PS
A CDU
O BE
Cristina Santos

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