2005/07/08

De: TAF - "Apontadores de Sexta-feira" 

- Grande Prémio do Porto – Circuito da Boavista volta a ser uma realidade
- Já se ouvem motores a roncar em todo o circuito do Grande Prémio do Porto
- Hotéis da cidade registam taxas de ocupação superiores ao normal

- Obras voltam ao túnel
- Obras junto ao túnel de Ceuta foram retomadas

- Queixas para parar Aliados
- Aliados contra as obras
- Intervenção nos Aliados dá lugar a queixa no Ministério Público

PS:
- Já há fumo no Grande Prémio da Boavista
- O problema dos Aliados no blog da Campo Aberto: um, dois e três
- e no Aliados

2005/07/07

De: Pulido Valente - "Outro processo disciplinar..." 

"... mas de sinal contrário"

Meus amigos, agradeço a solidariedade tão necessária antes que os meus fusíveis pifem de vez. Já estou a ter sinais alarmantes de exaustão (na escrita e na memória) e não quero que o inimigo vença por isso bem hajam porque me carregam, um pouco, as baterias.

Hoje sirvo outro prato com muita "graça":
há dois anos e tal fiz queixa de dois arquitectos da CMVNGaia ao Conselho de disciplina do norte que deu no esperado: arquivo. Reclamei para o Conselho de disciplina nacional que teve lá o processo mais de dezoito meses parado, apesar das minhas cartas a perguntar como estava o processo (resposta: em segredo de justiça) até que o meu advogado escreveu e lá saiu uma decisão: voltar ao princípio por erros processuais.

Pedem-me agora que aperfeiçoe (sic) a minha queixa.
Em anexo a resposta enviada por mail com pedido que me informem dentro do prazo que me deram (dez dias) se a quiserem por correio normal.

Estou sem trabalho e esgotado mas limpo de colaborações com as máfias e outras
corrupções/corrosões. Querem dar cabo de mim! Abraços zp

Processo OA contra arq. CMVNG recurso

De: TAF - "Os jornais de hoje" 

- Praticamente tudo a postos para o Grande Prémio da Boavista
- Bancadas do grande prémio em terrenos privados - Saber mais

- ETAR de Sobreiras a 100% no fim do mês
- ETAR de Sobreiras vai funcionar em pleno apenas no final de Julho
- Adicais responsabiliza Porto´2001 pelo atraso da entrega de terreno
- Empreendimento de luxo "Monchique" nasce junto ao Douro

- Câmara manda avançar obras do túnel de Ceuta
- Trabalhos no Túnel de Ceuta recomeçam hoje
- Rio manda recomeçar hoje obras junto ao túnel de Ceuta

- Museu e a arquitectura em conferência no Passos Manuel
- "Todos pela Avenida dos Aliados"
- A "calçada eslavo-portuguesa" e outros no Comércio

De: F. Rocha Antunes - "Factos" 

Meus Caros,

A questão da posição do IPPAR, que tem em António Moreira um defensor incondicional, é sempre a mesma: o que sobra em presunção e indignação fácil falta em factos objectivos e demonstráveis.

E é essa a minha crítica, desde sempre e não a reboque de nenhuma notícia, ao comportamento do IPPAR.

Os respectivos pareceres são sempre muito secretos, e os critérios que utiliza para aprovar ou chumbar intervenções em áreas de protecção sob a sua alçada não são claros.

Se o parecer expressamente aprova a saída do túnel junto ao HGSA, porque raio é que não aparece? Afinal, se está escrito não custa nada demonstrar o que se escreveu então.

É fácil ao Presidente do IPPAR dizer que a Porto 2001 tinha um estatuto especial. Mas, a não ser que exista a tal Lei que ninguém conhece, como o Tiago refere e bem, é um comportamento ilegal invocar esse estatuto.

Mas nada que não possa ser desmentido. Basta apresentarem os documentos. Eu declaro desde já que se esses documentos aparecerem, reconheço que estava mal informado e peço desculpas públicas. Se aparecerem, é claro.

Já agora, apresentem também os documentos legais que permitiram ao IPPAR aprovar a obra da Metro do Porto na Avenida dos Aliados depois de esta ter começado. Ou aqui a questão do parecer prévio já não se aplica?

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

PS – O Arq. José Pulido Valente tem uma qualidade rara em Portugal: é um homem corajoso. E a defesa que faz do modo de exercer a sua profissão, recusando a tutela dos seus próprios colegas que trabalham nas Câmaras, um exemplo que, estranhamente, tem pouquíssimos apoiantes públicos.

De: P Aroso e LB Dias - "Pulido Valente" 

O Zé Pulido Valente sabe que nós sempre o apoiámos na sua luta pela dignificação da Arquitectura e da classe dos arquitectos. Nestas circunstâncias, não podemos deixar de manifestar, uma vez mais, a nossa solidariedade e dizer-lhe que pode contar connosco para o que der e vier.

Luiz Botelho Dias
Pedro Aroso

De: Alexandre Burmester - "Pulido Valente" 

Na diversão que tem sido neste Blog, a caracterização da denominação dos pavimentos de calçada à Portuguesa ou de pedra portuguesa, ou lá do que se trate, como se disso se tratasse de uma enorme componente na resolução da futura Av. dos Aliados, surgiu um post do Arqtº Pulido Valente, dando conhecimento de que está a ser objecto de um processo disciplinar da Ordem dos Arquitectos, e que parece ter passado desapercebido.

Conhecendo minimamente o Pulido Valente, e sabendo do seu temperamento intempestivo com que muitas vezes o fará ultrapassar o normal procedimento nestas questões, em nada lhe retiro a razão. Este seu feitio que se torna totalmente compreensível, é o resultado de muitas coisas, mas principalmente pela raiva contida e pela frustração de quem dedicou a sua vida profissional à prática da Arquitectura, e ao constante atropelo e luta contra a manifesta incompetência das entidades licenciadoras, suas leis, aplicações e ainda da Ordem que devia antes de tudo manifestar-lhe maior apoio.

Mais ou menos correcto é o facto, que tem sido o Pulido um bastião da luta pela legalidade, e tem pautado a sua actuação profissional e legal, de uma forma correcta e principalmente corajosa e aberta. Parece-me de todo Kafkiano o processo da Ordem dos Arquitectos, ao instaurar este processo disciplinar, na forma que aparentemente o faz. Como será possível, o Pulido, apenas poder ter acesso ao processo de que é investigado após as respostas à "inquisição". Mas afinal que raio de procedimento "Pidesco" é este. Será este o procedimento normal da Ordem nestes processos?

Não sigo com atenção a actuação da Ordem dos Arquitectos na sua vertente disciplinar, mas francamente não tenho qualquer conhecimento das suas investigações aos profissionais que normalmente estão integrados nas entidades licenciadoras, e que daí tiram partido para arranjar trabalho e ainda dificultarem a vida aos colegas de profissão. Não vejo igualmente nenhuma investigação ou recomendação por parte da Ordem para que estes profissionais compactuem com a ilegalidade de muitas das informações que dão em processos, sejam elas pelo simples desconhecimento sejam pelo concluio com interesses superiores.

A verdade é que a Ordem dos Arquitectos tem pautado a sua actuação por tudo menos pela coragem, e a verdade é que o Arqtº Pulido Valente (com ou sem razão), tem pautado a sua actuação especialmente pela coragem.

Por isso, Pulido, com ou sem razão estou contigo.

Um abraço
Alexandre Burmester

De: TAF - "Livros de bloggers" 

Quando a informática não colabora com os bloggers, voltemo-nos para o papel... :-)



Destaque para a apresentação hoje do livro de Rui Moreira e Luís Costa pelas 19:30 na FNAC de Santa Catarina e do livro de José Pulido Valente no próximo dia 14, pelas 21:30, na FNAC do Norte Shopping.

Recomendável também o livro do Dias com Árvores.

De: Ricardo Fontes - "Para Pedro Aroso" 

1 - Já diz o ditado, quem não é filho de boa gente, não sente.
A fonte do meu post está perfeitamente identificada, e dá a impressão de não se ter dado ao trabalho de ir lá consultar.
Se reparar atentamente na construção gramatical do texto...facilmente
descobre a nacionalidade do autor.
Já agora deixo aqui a identificação de 3 dos intervenientes:
http://portugraal.blogspot.com/
http://2depaus.blogspot.com/
http://rcruz.no.sapo.pt/

E mesmo que a origem fosse brasileira, seria na mesma a melhor explicação sobre a calçada portuguesa que encontrei de um modo suscinto.
Por isso não entendo a sua insinuação sobre a origem da fonte.

2 - Relativamente as imagens que chama a atenção, conheço-as essoalmente e não vejo a vantagem em traze-las aqui ao blog.

Pois na minha humilde opinião e numa fase de deficite publico o investimento deve canalizar-se prioritáriamente para o investimento em intraestruturas ineixistentes ou a renovação de infraestruturas caducas, que não é o caso da Avenida, pois os arruamentos nessa Praça estão em bem melhor estado de conservação de por exemplo na Rua de Bonjardim (paralela a Praça), esses sim caducos em grande parte.

E sinceramente estou farto de ver milhões de euros investidos e continuar a assistir a morte anunciada da cidade.

3 - A idade costuma trazer sabedoria, mas nalguns casos são sinais do tempo...

Cordiais cumprimentos
Ricardo Fontes

De: António Moreira - "Respondendo à vez (3)" 

Caro Tiago

Deixei, propositadamente, para o fim este ponto:

"2) As demissões: parece-me que isto e isto é claro e razoavelmente consensual. Ou não? Lembro que agora finalmente todas as partes reconheceram que não cumpriram a Lei. Devia haver consequências para TODOS."

Não, meu caro Tiago, aqui é que bate o ponto.
Não é claro nem é consensual, nem é também verdade (que eu saiba) que "agora finalmente todas as partes reconheceram que não cumpriram a Lei"

Mas esclareço:

Por um mero e feliz acaso, ontem, cerca das 22.30, aterrei no canal ARtv e deparei com a transmissão da gravação da audição, na Comissão de Poder Local, Ambiente e Ordenamento do Território , a Rui Rio, sobre o caso do prolongamento do Túnel de Ceuta, que decorreu no passado dia 28 de Junho e que terá estado na origem da tal notícia do Comércio, que terá dado, aqui e noutros "blogs", origem a esta onda de indignações e pedidos de demissões.

Infelizmente não apanhei a audição da Ministra da Cultura, estando já, na altura, a decorrer a intervenção de abertura (acho eu) do presidente da CMP.

Então, dizia eu, deparei com a imagem do Dr. Rui Rio que descrevia, de forma acalorada e pitoresca, com todos os pormenores cénicos, a intervenção do presidente do IPPAR, João Rodeia, no debate promovido pela OA no MNSR ("à minha porta não"), bem como a, consequente, reacção acalorada dos indignados portuenses!!!!!!!
Mudo de espanto (vocês sabem bem porquê), fiquei colado a esse canal até cerca das 2 horas da manhã de hoje.
Assisti ao resto do "número" apresentado pelo Dr. Rui Rio, às perguntas colocadas por diversos dos deputados da nação que compunham a referida comissão e às "respostas" do senhor presidente da CMP.
Do que assisti (e espero que outros daqui tenham assistido) apenas posso referir que não tiro, nem uma vírgula, e ainda reforço, todos os qualificativos que tenho usado, quanto às qualidades políticas, humanas, éticas e morais desse senhor que, actualmente (e, se calhar por muito mais tempo L) desempenha as funções de presidente da Câmara Municipal do Porto.

Uma vergonha para cidade mas, principalmente, uma vergonha para quem o elegeu.

Seguidamente assisti à audição do presidente do IPPAR, Arq. João Rodeia.
Na linha do verificado quando do, referido, debate no MNSR, João Rodeia foi sério, claro e objectivo, apresentando uma postura digna, em claro contraste com a postura arrogante e achincalhadora, evidenciada pelo presidente da CMP.
A sua intervenção de abertura foi suficientemente abrangente e esclarecedora, pelo que poucas foram as perguntas que, no final, foram colocadas pelos deputados, e, a essas poucas, soube responder com clareza.
Deixou clara a forma como foi aprovado expressamente (e não apenas tacitamente) o conjunto de soluções apresentadas pela sociedade Porto 2001 para o "jardim do Carregal" e que incluíam, naturalmente, a saída do Túnel na localização actual, desmontando a teoria agora "badalada" da "Deferimento da saída do túnel junto ao hospital ignora... o túnel ".
Deixou claro que a Sociedade Porto 2001 disponha de um estatuto especial que dispensava a necessidade de parecer prévio do IPPAR, entre outras obrigações (assim como se passou, por exemplo, com a EXPO98), que lhe era conferido por legislação específica, e não pelo IPPAR, conforme vi escrito num comentário publicado aqui n"A Baixa", mas que, apesar disso, houve sempre uma colaboração estreita entre essa Sociedade Porto2001 e o IPPAR, tendo sido possível corrigir muitas das situações com as quais o IPPAR não estava de acordo, ou seja uma situação exactamente simétrica daquela que a actual CMP e os seus apoiantes, tem tentado passar.
Curioso ainda foi ver salientar, por João Rodeia (que, relembre-se, não estava no IPPAR à data dos factos), que o projecto apresentado, pela Porto2001, para a zona do "Jardim do Carregal" (o tal que incluía esta saída do túnel) ter sido o único que não mereceu qualquer reparo ou pedido de alteração da parte do IPPAR, tendo sido "aprovado" na exacta forma em que foi apresentado.

Seguidamente iria ser efectuada a audição ao presidente do GOP mas, dado o avanço da noite, não pude continuar a assistir.

Resumindo, com base numa notícia do "Comércio do Porto", assinada por Ana Cristina Gomes, e que é (em meu entender), UMA VERGONHA (que me perdoe o Rogério Gomes), foram publicados os mais diversos comentários, neste e noutros "blogs", que vão da simples "gracinha" à maior vociferação indignada e consequentes pedidos de demissão a "torto e a direito".

Ou seja continua-se a bater na tecla da "repartição de culpas" (apesar de já por duas vezes os tribunais terem deixado claro onde estão as responsabilidades), aceitando-se, primeiro, que são de igual importância as falhas (que também as há) do IPPAR e as culpas, muitíssimo graves, da CMP, e, seguidamente, vá de desancar o IPPAR, a pretexto de pretensamente serem intocáveis, por não serem eleitos, desviando-se assim (intencionalmente ou não) a atenção dos reais culpados, neste caso clara e (quase) exclusivamente o Presidente da CMP, com a desculpa que o seu julgamento será (bem ou mal) feito nas próximas eleições.

Isto até poderá estar muito bem para quem acredita nas virtualidades do nosso sistema "democrático", mas, para quem está farto de ver os soberanos eleitores a eleger Jardins, Valentins, Isaltinos e Avelinos, (e, já agora, Ruis) convenhamos que é fraco consolo.

Quem tenha quaisquer dúvidas quanto ao que acima afirmo poderá e deverá solicitar à Assembleia da República a transcrição das audições da referida Comissão Parlamentar (ou mesmo a cedência do vídeo).
Não tenho dúvidas que, seja quem for, que tenha visto, ou venha a ver, a gravação das audições que referi, não poderá senão partilhar a mesma indignação que eu senti.

Não posso terminar sem salientar o que me pareceu o baixíssimo nível de preparação (e não só) evidenciado pelos deputados da nação constituintes da referida comissão, que, acredito, não será muito diferente da geral, pelo que apenas me resta apenas uma satisfação, independentemente dos seus partidos (ou outros que fossem), nenhum destes deputados me representa (gostaria que outros "independentes" pudessem afirmar o mesmo)

Cumprimentos
António Moreira
--
Nota de TAF: Caro António Moreira

2005/07/06

De: TAF - "O Blogger não colabora..." 

Hoje tenho tida imensa dificuldade em publicar comentários no blog.
Para já aqui fica o aplauso para uma iniciativa do Blasfémias:
- Café Blasfémias

- Três bairros sociais do Porto ainda sem nenhuma casa vendida
- 72 habitações alienadas por 1,5 milhões até Junho

- Providência cautelar do MC impõe à Câmara a "efectiva paragem das obras" no túnel - ver também os outros apontadores que estão nesta notícia.
- Ministério da Cultura avança com providência cautelar para paralisar a obra em definitivo
- IPPAR pede ao tribunal para travar obras do túnel
- GOP admite selar a obra e impedir a circulação na zona

- Antiga IMOLOC notifica Câmara do Porto
- «Invictos» dá lugar a um hotel

- Assembleia aprova venda de imóvel ao Millennium BCP - «“o Millennium foi o único considerado com condições para adquirir o terreno”, informou a directora municipal, por via de o “acesso do imóvel municipal ter sido concebido sob um dos edifícios que se pretende alterar”, refere-se na proposta. Os 1398 metros quadrados da parcela foram avaliados em 726 780 euros, a pagar pelo Millennium à câmara. (...) Acrescente-se que a parcela alienada consiste na parte interior do quarteirão, com um portão para um beco, que por sua vez liga à Rua Sá da Bandeira.»
Gostava de saber:
  1. quais os critérios para avaliar o terreno naquele montante;
  2. se a autarquia não estará a fazer especulação imobiliária pura e simples, dada a natureza e a localização do terreno, encravado no meio do quarteirão, mas que é necessário para viabilizar um projecto do BCP;
  3. se, caso os mesmos critérios de avaliação sejam aplicados para outros casos, haverá alguém interessado em fazer promoção imobiliária na Baixa por estes valores;
  4. se os critérios forem diferentes, com que direito se estabelecem regras diferentes consoante o comprador.

De: David Afonso - "Carolina Michaëlis" 

O dr. Rui Rio é capaz de ser o único autarca deste país que pede ao governo que lhe encerre uma escola do seu concelho. Na Assembleia Municipal terá assumido de uma forma clara (ao menos isso) que prefere que o Conservatório de Música seja instalado no edifício do Carolina Michaëlis, dado que este deverá ser absorvido pelo Rodrigues de Freitas.

É este o conceito de cultura deste moderníssimo autarca: privilegiar o enquadramento cenográfico da mais idiota das obras feitas no Porto nos últimos tempos, que não passa de uma jóia muito cara nos dedos de uma cidade que não tem onde cair morta; ou então perder tempo e dinheiro numa efémera corrida de velharias de coleccionadores embevecidos! Quanto a coisas menores, como o Conservatório e a Escola, a solução de recurso para honrar promessas não cumpridas é a de encerrar a escola mais à mão para lá instalar [mal] o Conservatório! Ninguém mais parece interessado nesta solução para além do próprio Presidente da Câmara do Porto, os principais implicados neste processo não a querem: os alunos e respectivos encarregados de educação e docentes do Conservatório, do Carolina e do Rodrigues. O próprio Ministério da Educação já resolveu adiar o encerramento da escola para poder avaliar melhor a situação. Entretanto, o dr. Rui Rio anuncia, com aquela modéstia que lhe é tão própria, que resolveu mais um problema, esquecendo-se que está prestes a criar outro.

Convém recordar aqui que no centro do Porto já se encerraram várias unidades de ensino público (ainda há pouco tempo foi a vez do Rainha Santa) e que neste momento está a decorrer um processo de reabilitação da baixa, dirigido pela SRU Porto Vivo, que deverá levar ao repovoamento da mesma. Nessa altura, os jovens portuenses poderão ter de procurar os concelhos vizinhos que mantêm e aumentam a oferta de ensino público. Esta «deslocalização» do ensino público só favorece o ensino privado, de qualidade desigual e fora do alcance da bolsa das famílias.

Uma última palavra para a comunidade educativa do Carolina Michaëlis: parte da responsabilidade da actual situação deve ser imputada à própria escola que não soube readaptar-se às novas exigências. Os alunos existem - e os colégios privados e externatos de vão-de-escada cheios estão aí para o provar - o que falta é capacidade de os captar e fixar no ensino público. Recomendo que ponham os olhos em casos como o da João Gonçalves Zarco, em Matosinhos, que não ficou à espera do pior e lançou o Programa Pós-Zarco em parceria com a Univ. de Santiago de Compostela de modo a captar os alunos interessados em estudar medicina em Espanha. Ainda há muito a fazer neste campo das parcerias entre o ensino secundário e o universitário ou até profissional.
Mexam-se!

PS: Já agora: gostava de saber qual a posição do dr. Francisco Assis e do PS sobre este problema.

David Afonso
attalaia@gmail.com

De: P Aroso e LB Dias - "Calçada à Portuguesa" 

Não sei onde é que o Ricardo Fontes foi buscar o texto que "explica" o que é a "Calçada à Portuguesa", mas tudo indica que se trata de uma fonte brasileira.
Para desfazer qualquer equívoco, recomendamos uma visita a este link, da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, referente ao
"Inventário do Património Arquitectónico do Pelourinho de Idanha-a-Velha".

Observem atentamente as duas primeiras fotografias.

Luiz Botelho Dias
Pedro Aroso

De: Cristina Santos - "A que custo?" 

É bom ficarmos todos esclarecidos sobre basalto e a calçada à Portuguesa.
O projecto poderia ter previsto a recuperação ou reposicionamento da calçada existente ou o seu alargamento no caso dos passeios, não porque a calçada seja património, mas porque faz parte da nossa memória, do nosso capital pessoal enquanto usufrutuários da cidade.

Uma razão ainda mais flagrante seria manter a calçada, para evitar cenários como os da Rua 31 de Janeiro, que deitam por terra a auto estima de qualquer portuense...

Mas na verdade a decisão é difícil –a calçada deveria ser mantida, dado que o material que a substitui é horrível, mas se isso implicar mais um ano de atrofiações e problemas?
A calçada deve ser mantida, mas como e a que custo, se tudo já foi iniciado?
Que soluções se propõem? Que projectos alternativos já foram apresentados?
E se as obras pararem quais são as consequências, em quanto tempo se estudava um projecto alternativo?
Como se faz o retorno se no centro da antiga praça já nada existe, bem como nos passeios superiores?

Nestas situações deveria existir uma lei que permitisse que autarcas e gestores deste tipo de processos fossem responsabilizados pessoalmente e obrigados a indemnizar os municípios por erros cometidos, mas sem problemas para a população, é que um embargo ao projecto anunciado tem consequências gravíssimas.

O que é mais grave, é estarmos permanentemente reféns de um só projecto, de uma só proposta, não foram ainda apresentadas alternativas estratégicas, exceptuando esboços e empenhos de alguns particulares, como foi o caso do Arq. Pulido Valente, da parte dos responsáveis ou candidatos a isso ainda não existiram alternativas.

Por isso é que muitas vezes o povo recua nas suas lutas- é que escolher entre a certeza da remoção da Calçada e certeza nenhuma... é uma decisão difícil.

Cristina Santos

PS. Fique bem claro que desconheço as intenções do repto de Pedro Aroso e dos restantes ilustres participantes relativamente à indicação da idade... como se vê é uma coisa de homens, tendencialmente masculina... e portanto insondável, meus caros, insondável.
Mas é de louvar ter entre os nossos participantes e leitores um blogista com 76 anos, a sua experiência poderá ser útil, muito útil aliás nas nossas discussões.

De: António Moreira - "Respondendo à Vez (2)" 

Caro Tiago

1) "Eléctrico" vs. "metro":

Penso que a análise da largura dos trilhos e das composições, fundamentalmente quando é isso que determina a sua inserção na cidade*, e, por maioria de razão, no canal central da Av. da Boavista que temos vindo a discutir, não pode, nem deve, ser neglicenciada.

(* e não a forma como coabite com o restante trânsito o que se decide, simplesmente, por via administrativa).

Como essa foi, e está novamente a ser, a estratégia da MP e da CMP para tentar desvalorizar (e ridicularizar) a alternativa "eléctrico rápido", alinhar nesse "coro" resulta, objectivamente, no reforço da posição da MP e CMP para a "Linha da Boavista"

3) "... Os problemas internos dos SMAS são isso mesmo: problemas internos dos SMAS…."
Claramente estamos perante situações que ultrapassam o mero estatuto de problemas internos dos SMAS, sendo, isso sim, extremamente reveladores da forma como é feita política na nossa cidade (e que bom seria se fosse apenas na nossa) e da forma como as forças políticas usam e abusam das empresas e serviços públicos, para os seus jogos mesquinhos.

Estou, naturalmente, de acordo, que o Tiago não possa comentar tudo o que se passa na cidade e, como ele, também espero que "Se forem caso de polícia, a polícia que os trate…"

(Continua, com o ponto 2 ...se me deixarem)

Cumprimentos
António Moreira

De: Miguel Barbot - "Uma calçada eslavo-portuguesa" 

A passear na marginal de Lagos

- Pai, esta é que é a calçada portuguesa?
- É sim, bonita não? E repara como a estão a arranjar bem.
- Mas porque lhe chamam calçada portuguesa?
- Porque é uma arte portuguesa. E sabes, este empedrado tem muitos motivos, cada um repres…
- Mas porque lhe chamam assim?
- Mas estava justamente a explicar-te isso! Porque é algo que nós portugueses sabemos fazer assim … esta é ainda das coisas que sabemos fazer bem, diria.
- Mas pai, então porque só ali estão aqueles senhores louros a arranjá-la?

Retirado do BLOG "Apenas mais um"

De: António Moreira - "Respondendo à Vez (1)" 

Cara Cristina Santos

Não pude responder-lhe mais cedo, mas, felizmente, as questões por si colocadas foram já esclarecidas, de forma soberba, pelo seu homónimo Raul Santos, pelo que me vou limitar a mais algumas considerações sobre o tema:

Não é indiferente, muito menos preferível, pagar "em géneros" em vez de pagar "a dinheiro",

Primeiro porque o valor dos géneros utilizados para efectuar essa substituição (sejam terrenos ou direitos de construção, p. ex.) é "manipulável" e, por isso sujeito a instrumentalizações ou, pelo menos a interpretações.

Segundo porque, ao contrário do carácter "abstracto" do "dinheiro", os géneros assumem, na maioria dos casos, um carácter bem concreto e, por vezes, extremamente condicionador se não insubstituível, como é, claramente, este caso ao utilizar como moeda de troca o terreno que estava destinado à construção do Conservatório de Música.

O que nos leva ao segundo, e mais importante, aspecto.

O projecto "Casa da Música" não contemplava apenas a construção de um novo edifício que, pela sua qualidade arquitectónica, se transformasse num novo "ex-libris" da cidade e que, ao mesmo tempo, desempenhasse as funções de "casa de espectáculos".

Era, para além disso e fundamentalmente um projecto CULTURAL na área da Música com objectivos concretos e bem definidos (e que pena não vir aí o Pedro Burmester ajudar-me…)

Ora é esse projecto, de que fazia parte, naturalmente, a construção do Conservatório de Música junto à Casa da Música, que Rui Rio, com esta maravilhosa "solução", compromete ainda mais e, se calhar, de forma definitiva.

Cara Cristina a cidade não é, não pode ser, apenas uma coutada para interesses imobiliários nem uma montra do que melhor se faz em arquitectura, a cidade é acima de tudo VIDA, a vida de PESSOAS, pessoas que nascem e morrem, mas se sucedem, havendo contudo uma constante ligação entre as pessoas que se sucedem e entre estas e o espaço que vão sucessivamente ocupando, essa ligação é que é CULTURA.

Cumprimentos
António Moreira

De: Ricardo Fontes - "Calçada Portuguesa..." 

"... na Av. dos Aliados"

Desculpem alguns intervenientes da calçada portuguesa.

1 - Antes de alguém criticar ou aplaudir a Calçada portuguesa devia saber sobre o que vai falar.
Como esta foi a exposição mais suscinta e elucidativa sobre o que é a calçada portuguesa aqui a deixo.
O link de onde foi extraido o seguinte post:
http://odegrau.blogs.sapo.pt/arquivo/555460.html

Calçada "à portuguesa"

Todos já ouviram falar nela, mas sabem mesmo o que é??

A expressão calçada "à portuguesa" têm a ver com a forma de aparelhamento das pedras entre si: as pedras são de forma irregular, com dimensões variáveis na ordem dos 5cm de aresta. Este tipo de emparelhamento também é chamado a malhete. Por norma, a calçada "à portuguesa" é executada em vidraço, uma espécie de calcário, daí que também se diga calçada de vidraço à portuguesa.

Esta calçada está em vias de extinção: por norma o aparelhamento contemporâneo das pedras é feito a "cubos" ou quadrado. Claro está que o efeito estético da coisa é completamente diferente....

...Prestem especial atenção à calçada "à portuguesa" executada nos Açores, pois a lógica é inversa à continental, sendo a base da calçada executada em basalto negro, com desenhos a branco --> é linda!

Posted by virtoarch at março 31, 2005 11:51 AM


2 - O que está em causa em minha opinião na Av. dos Aliados não é se colocam as pedras "a cubos" ou "à portuguesa" ou "à Sisa Vieira".

Estão em causa outras duas situações:

1º Dinheiro - Custo do arranjo da praça, daria provavelmente para consertar muitos passeios desta cidade e até mesmo completar ruas que não possuem passeios. (Deixarei aqui em breve um post a elucidar esta situação).

Convencido que a praça ficará bonita, mas também ficaram bonitos os Estadios de Futubol, quando os meus filhos não teem um hostipal pediatrico digno de esse nome, e o também ficou bonito o Edificio Transparente que ninguem sabe para que serve quando existem centros de
saude instalados em edificios de 3 andares sem elevador.

É uma questão de prioridades de investimento publico !!!

2º O tipo de material que está a ser utilizado, já muito bem referido neste blog que origina o efeito ilha termica.

Será uma praça bonita para circular, mas não para vive-la, à imagem da nossa cidade.

Cumprimentos
Ricardo Fontes

De: David Afonso - "Do Bom e do Óptimo" 

O propósito dos quarteirões-piloto parece-me ser excelente. Revela, à partida, uma cautela e espírito experimental muito raro entre nós. Mas se «o óptimo é inimigo do bom», como afirma, talvez tivesse sido mais adequada a opção por um número mais restrito de quarteirões, dado que o propósito seria apenas o de «afinar e testar a lei que a [à SRU] regula». Neste caso, foi-se um bocado longe demais. Mas isto nem é o que mais me preocupa. Quando afirmo que a relação entre o Masterplan (ou Contrato de Cidade, como já sugeri) e os quarteirões-piloto não é muito clara, é porque, na minha opinião, o Masterplan deveria ser precedido de um relatório que avaliasse o ponto da situação e que nos elucidasse sobre o que se aprendeu com esses testes e em que medida essa aprendizagem foi integrada. Actualmente, a sensação que fica, é a de que os quarteirões-piloto foram iniciativas levadas a cabo à margem do Masterplan.

Quanto ao caso das intervenções avulso levadas a cabo pela própria SRU, queria lembrar apenas 3 pontos:
Não vejam estes comentários como um mero bota-abaixo. Apesar de tudo, tenho confiança de que vamos conseguir mudar a Baixa. Mas nestas coisas não devemos ficar pelas meias tintas. Devemos exigir o óptimo para atingirmos o bom.

David Afonso
attalaia@gmail.com

2005/07/05

De: Alexandre Burmester - "Esclarecimentos" 

1. Para ajuda e esclarecimento, existe a calçada de "Pedra Portuguesa", cuja imagem se ilustra, e com o historial que abaixo se transcreve:

"A chamada "pedra portuguesa", conforme a conhecemos, em calcita branca e basalto negro, foi empregada pela primeira vez em Lisboa no ano de 1842, por presidiários, então chamados "grilhetas". A iniciativa partiu do Governador de Armas do Castelo de S. Jorge, Tenente-general Eusébio Cândido Furtado. O desenho foi uma aplicação simples, tipo zig-zag. Para a época foi uma obra de certa forma insólita que motivou versos satíricos dos cronistas portugueses e levou o escritor Almeida Garret a mencioná-la no romance O Arco de Sant'Anna.

O sucesso foi tanto que proporcionou ao Tenente-general novas verbas para pavimentar toda a área do Rossio - seguramente a região mais conhecida, mais central de Lisboa - numa extensão de 8.712 metros quadrados. Logo, a pavimentação se espalhou por toda a cidade e pelo país. As jazidas estavam disponíveis na periferia da capital portuguesa.

A preferência pelas pedras confere uma espécie de actualização ao uso comum, até pouco antes, de seixos nos átrios das casas, dos conventos e palácios. E encontra amparo erudito nos registros de mosaicos romanos, descobertos e identificados nos albores do século XIX, nomeadamente em Conímbriga..."


(Fonte: http://mosaicosdobrasil.tripod.com/id4.html)

E a Calçada Portuguesa, cuja descrição é correctamente feita pelo Pedro Aroso e Luis Botelho.

Agora confesso não entender em que é menos Portuguesa, e ainda por cima "Pimba".


2. Não entendi o comentário do Matteo, quanto à intervenção dos Arquitectos no túnel de Ceuta, ou não percebeu sobre o que escrevi, ou acha que é uma profissão a mais (?), ou será que prefere os Doutores a fazer Arquitectura, e nós os Arquitectos a fazer Cirurgia (?), e já agora os Engenheiros a fazer o quê ? Calçadas?

Alexandre Burmester (Já agora a minha idade 48 anos (?) - Isto está a ficar um pouco confuso.

De: Manuela DL Ramos - "...vira o disco..." 

"... e toca o mesmo..."

Então afinal a "calçada portuguesa" não é a "calçada portuguesa"? E anda tanta gente enganada! Que pena só nos esclarecerem agora! Até porque já aqui se falou deste assunto!
(Assegurar a defesa e a valorização da calçada de vidraço à portuguesa)

Mas é mesmo assim? Quem disse? Elucidem-nos melhor por favor. Uma pequena fonte ou referência bibliográfica não custa nada... No fundo os senhores é que são os especialistas.
Mas por favor, poupem-nos afirmações do género da que proferiram. Afirmar que os desenhos dos passeios da Av. dos Aliados são "pimba" é tão "científico" como dizer que a "talha dourada" é "pirosa" ou que qualquer outra expressão erudita ou popular de uma época é "foleira", só porque não se coaduna com o gosto subjectivo.


Para ajudar à discussão envio estas ligações:
Calçada calcária
Calceteiros e Poesia
Mosaico nas calçadas de pedras portuguesas
Calçada à Portuguesa
Ver também O último verão

Cordialmente Manuela D.L. Ramos

De: F. Rocha Antunes - "Ignorância?" 

Caro Pedro Aroso,

Não percebi o teu comentário. Estavas a querer dizer que calçada de vidraço não é portuguesa? Ou que por ser do Sul já não é portuguesa? Ou que só o que é oriundo daqui é que não é pimba? Por esse andar, arranquemos as palmeiras do Passeio Alegre? E o jacarandá do Largo do Viriato? E como justificaremos essa mania de ter árvores de origem japonesa, as japoneiras?

Só uma curiosidade. E o galo de Barcelos? Passa a ornamento regional ou é pimba? Ou deverá ser redesenhado pelos Grandes Mestres e ser promovido a decantador oficial do Vinho do Douro?

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário
(não percebi porquê, mas declaro também a idade: 42 anos)

De: Matteo Tiepolo - "Queda de um mito:..." 

"... a calçada à portuguesa"


Que pena!!!! Eu pensava que a calçada à portuguesa seria a peculiar combinação de cubos de calcário e basalto com desenhos, porque vi esta combinação principalmente em Portugal. A pavimentação com cubos ou paralelos, de granito já a encontrei em todos lados, banalizando-a completamente.
Provavelmente é do meu ser Pimba mas a primeira obra prima de pavimentação que logo me lembro é bicolor (Piazza del Campidoglio a Roma)

Fonte: http://members.xoom.virgilio.it/_XOOM/Farf/piazzacamp.JPG

Tentei evitar, ma mais de 20 anos de profissão empurram-me a responder ao post de Alexandre acerca da intervenção dos “arquitectos” no caso do túnel de Ceuta: è verdade que a empreitada do túnel de Ceuta não tive a intervenção de nenhum arquitecto, e correu esplendidamente (os meus parabéns a que projectou e executou o túnel abaixo de uma cidade tão degradada sem o menor problema).
Depois foi decidido, e bem, de passar abaixo da entrada das consultas externas do HGSA com uma obra simples, mas entraram no assuntos os arquitectos do projectista, da CMP do IPPAR (todos os vários presidentes são arquitectos!!!), da Ordem dos Arquitectos, etc. A situação agora é complexa mas, para nossa boa sorte, a solução será encontrada entre um Doutor em Economia e uma Doutora em Letras.

Matteo Tiepolo (49 anos, não percebo a importância mas ....)

De: TAF - "Coisas da Câmara" 

1) O PDM
From: Gabinete Munícipe CMP
Date: Jul 5, 2005 10:18 AM
Subject: Re: PDM

Estimado Munícipe,

Relativamente ao e-mail que enviou para o Gabinete do Munícipe, venho informá-lo de que o mesmo foi reencaminhado para a Divisão Municipal de Estudos e Planeamento Urbanístico e para o Gabinete de Comunicação, no sentido de se pronunciarem sobre o assunto.

Com os melhores cumprimentos,
Gabinete do Munícipe
Serviço de Apoio ao Atendimento


2) O Grande Prémio
- as expectativas são grandes:

De: P Aroso e LB Dias- "Alto e pára o baile!" 

Nos últimos tempos temos assistido a um autêntico festival de ignorância! Será que ninguém sabe o que é a "calçada à portuguesa"? Pois bem, perguntem ao Tino de Rans! Embora seja pouco mais do que analfabeto, sabe muito bem distinguir um pavimento em basalto e calcário (importados do Sul do país), da verdadeira calçada à portuguesa, composta basicamente por sobras de granito. E não nos venham dizer que aquela bacoquice que existia na Av. dos Aliados, era uma obra prima. Chega de cultura Pimba!

Luiz Botelho Dias* (76 anos)
Pedro Aroso* (52 anos)
*arquitectos

De: Pulido Valente - "1ª audição..." 

"... no processo disciplinar na OA por queixa da CMP"

Exmos. Senhores, De há um ano para cá tenho recebido várias cartas registadas pedindo-me para informar «em que se baseia para, no âmbito do projecto da rotunda da Boavista, dizer que "O vereador e todas as chefias da área dos licenciamentos e urbanismo são incompetentes e não cumprem com a lei"».
Fui respondendo dizendo que não foi no "âmbito...etc., etc." mas num fax ao presidente da CMP ao qual, para ilustrar aquelas afirmações, anexava uma memória descritiva e justificativa rebatendo, sem referir aqueles termos acima reproduzidos, ponto por ponto informação e respectivos despachos sem pés nem cabeça. Essa m.d.j. nunca foi objecto de qualquer reparo no processo que está hoje concluído com a aprovação dos meus pontos de vista quatro anos após os 23 dias que a CMP tinha para se pronunciar.

Com data de 22-02-05 recebi mais uma carta do Conselho Regional de Disciplina marcando uma audiência para hoje às 14,30h para: repete a ladaínha "dizer em que se baseia....". Cheguei em cima da hora e fui pouco depois recebido pelas Senhoras Dr.ª Helena Almeida assessora da direcção e arq.ª Marla Ribeiro relatora.

Comecei por estranhar que não me tivesse sido facultado o processo para poder responder (já que ia ser ouvido deveria haver perguntas) ao que me respondeu a Sr.ª Dr.ª que o CND não deixa que o processo seja facultado até àquele momento em que ia ser ouvido.

Perguntei se a Sr.ª Dr.ª considerava o procedimento correcto ao que ela se furtou de responder acobertando-se com a "autoridade" do CDN. Estaria ali para cumprir ordens foi a minha conclusão.

Acontece que uma das minhas lutas consiste em exigir dos profissionais responsabilidade ética e deontológica de modo a não serem instrumentos de seja qual for a "autoridade".
Por isso, por verificar que até ali na O.A. a dignidade pessoal não sobreleva à subserviência criando pessoas sem personalidade, ideias e ética próprias fiquei nervosíssimo.Mais uma vez verifiquei que as pessoas que ali estavam não podiam exercer as funções que lhes tinham siso confiadas correctamente pois que estava ali perante dois executantes de um procedimento que já estava em marcha sem que eu tivesse sido devidamente metido dentro dele.Verifiquei também que essas pessoas não tinham a menor vontade de realizar um trabalho ética e deontologicamente correcto pois estavam dispostas a participar num procedimento irregular.

Esta conclusão confirmou-se quando perguntei qual seria, então, (já que não me tinha sido facultado o processo até ali) o desenrolar do procedimento e me foi respondido que depois de ser ouvido seria feita a acusação.....

Não quis ouvir mais. Telefonei ao meu advogado que me disse que se eu vou ser acusado, diga o que disser, faça o que fizer na audiência, que espere pela acusação e não faça nada na audição.

Foi o que fiz.
Vim para o atelier, a setecentos e cinquenta metros, fazer esta acta para que conste.

José Pulido Valente

Post scriptum: como anda a OA!!!!!!!! é tudo mole, viscoso, sem ar, bafiento, bolorento, ......podre. Que rica classe a dos arquitectos se é com estas direcções e conselhos disciplinares que se contenta.
Seria conveniente que estudassem o Código do Procedimento Administrativo, a constituição e as demais leis que podem interessar.
Não! Não sou indiferente. Não quero pactuar por comodismo, preguiça ou cobardia. Não quero ser indigno.
--
Nota de TAF: O contexto aqui, aqui e aqui.

De: Raul Santos - "A solução menos má..." 

"... nunca é a melhor"

Cara Cristina,

Entendamo-nos. Estou completamente de acordo consigo quando diz que será preferível pagar eventuais indemnizações em géneros do que fazê-lo por numerário dos cofres camarários.

No entanto, esta é apenas a solução menos má, e nunca a preferível. E é a menos má, somente porque poucas alternativas restavam (como bem refere) devido aos condicionalismos da questão. Condicionalismos criados por más decisões de gestão (nomeadamente nos prazos de entrega acordados por Nuno Cardoso e Rui Rio) e que, por isso, não deveria ser nunca motivo de orgulho para um responsável autárquico.

É que, como em tudo na vida, há uma leitura política a ser feita deste processo, e parece-me ser exactamente isso que está a desvalorizar.

A questão central é que o Dr. Rui Rio acabou por recorrer exactamente ao mesmo tipo de expediente que o Eng. Nuno Cardoso utilizou, por exemplo, no caso do Parque da Cidade, situação tantas vezes criticada pelo actual presidente da CMP.

Basicamente, o Dr. Rui Rio trocou os valores da indemnização por terrenos e projectos alterados de acordo com a vontade do promotor imobiliário. Só que, por acaso, estes terrenos não se encontram em espaços verdes, apenas “eliminam” um espaço cultural – o futuro núcleo musical Conservatório / Casa da Música. E, afinal de contas, não é a Cultura um valor tão meritório de defesa como o Ambiente?

Assim, quem mais perde com este projecto é a cidade, que desta forma vê esfumar-se a oportunidade de criar um núcleo musical de excelência, que potencialmente poderia até ser factor de projecção internacional do Porto.

Por outro lado, há que ter em atenção um outro pormenor. O projecto agora apresentado, o tal constituído por dois volumes unidos por uma pala no rés-do-chão, só foi desenhado porque se criou um movimento de contestação à solução anterior – um só bloco espelhado a toda a largura da nova rua nas traseiras da Casa da Música – e o próprio BPN percebeu os danos que a sua imagem poderia vir a sofrer, acabando por mostrar abertura para alterar o projecto. Porque a Câmara liderada pelo Dr. Rui Rio havia já emitido a licença para aquele verdadeiro mamarracho (veja os recortes do dia aqui da Baixa) sem se ter dado ao trabalho de tentar uma outra solução urbanística junto da ADICAIS.

Ou seja, a solução que o Dr. Rui Rio agora tanto se orgulha, só existe porque a opinião da população foi mais tida em conta por uma entidade privada e do que pelos seus legítimos representantes, o executivo da Câmara Municipal do Porto.

PS: Não é irónico que, quase 4 anos depois de Rui Rio ter feito campanha contra as construções junto ao Parque da Cidade, os terrenos onde esses terríveis atentados ao Ambiente seriam implantados sejam agora utilizados pela autarquia por si liderada para instalar o paddock técnico de uma prova automobilística?

Raul Santos

De: Cristina Santos - "O ponto que mais nos convém" 

Caro Raul Santos

O senhor tem talento para rodopiar os meus posts, começa por fazer-se desentendido quanto ao sentido das afirmações, remata admitindo algumas questões, que assim passam para um plano minimizado.

O post versava questões, em função da personalização que A. Moreira fez do seu comentário, por esse motivo convidei o autor a reflectir sobre estes aspectos:
Quem leiloou e licenciou o projecto (o inicial Sr. Raul), quem acordou os prazos e em função de quê.
Motivos pelos quais não foi possível entregar os terrenos nas datas acordadas, períodos onde o atraso das obras da Casa da Música foi mais relevante e discussão de opção de pagamento em géneros ou em dinheiro, sendo a indemnização uma demanda.
Após isso avaliar as consequências em termos das instalações do conservatório e transformação do Carolina.

Mas também podemos começar pela discussão em termos históricos.
Nesse caso nenhum dos interlocutores agiu bem, só os privados.
Posso de facto estar a incorrer em erro e nesse caso peço-lhe o favor de me corrigir, do que me lembro os pormenores são mais ou menos estes:
Não vou comentar este enquadramento histórico, muito menos em termos políticos, mas não se percebe a opinião de A.Moreira, se a indemnização teria de ser feita porque não em géneros (950m2), afinal porque razão o problema não foi resolvido da melhor forma, qual era a alternativa, existia alternativa????
O problema existia ou não? Foi resolvido mal ou bem?
Foi só isso que não entendi e que podíamos discutir por forma a precaver outras situações idênticas.

M. cumprimentos
Cristina Santos

De: Teófilo M. - "Bicicletas!" 

Li e reli o artigo, e tentei dar largas à imaginação sobre o que levará Rui Rio a pegar em ideias louváveis (promover o transporte em bicicleta) em desastres reais (desaparecimento das bicicletas por seis meses mediante um cheque, ou como alternativa alienar um passaporte, ou o NFC + carta de condução !!!).

Se a meritória ideia de levar os portuenses a abandonar a 'carripana' e utilizar a bicicleta é de aplaudir, já os moldes em que a mesma é requisitada, para além de ser disparatada e burocrática, não servirá certamente a população que não seja possuidora de um título de condução ou, em sua substituição, um passaporte!

Não seria mais prático copiar o sistema de Aveiro, em que as bicicletas estão à disposição dos utentes da mesma maneira que os carrinhos de compras estão à disposição dos utentes nos supermercados?

Não seria lógico que as bicicletas pudessem apenas ser utilizadas durante um período curto (1 dia), e que o referido 'chip' permitisse sancionar os eventuais 'arrecadadores' de bicicletas?

É que ao preço que as bicicletas estão, 125 € é até um preço aceitável para ficar com uma bicicleta da CMP definitivamente, tendo em conta que se forem 'espertos', até mudam de equipamento de seis em seis meses....

Creio que esta será apenas mais uma demonstração de que como se faz uma boa ideia passar à categoria dos disparates, graças à intervenção da 'burocracite'.

Cumprimentos

Teofilo M.
--
Nota de TAF: Não me parece que roubar uma bicicleta usada gastando 125 euros seja especialmente tentador tendo em conta os preços que se conseguem nos hipermercados.
--
PS2: Caro TAF,
Quando referi que não são caras por 125 €, estava a pensar nas novas que lá foram colocadas e não nas que ficarão a envelhecer, pois imagino que as bicicletas que a CMP põe à disposição serão de construção robusta, logo de qualidade superior às 'pechinchas' adquiridas nos super e hipermercados, que entregam a alma ao 'criador' ao fim de meia-dúzia de pedaladas mais valentes ;-), mas admito que me possa enganar... oxalá que sim!
Cumprimentos
Teófilo M.

De: TAF - "Apontadores" 

- Projecto Pedalar incentiva os portuenses a andar de bicicleta - "A decoração das 150 bicicletas (...) alude a quatro temas diferentes (...), as da Baixa têm camélias e a calçada portuguesa como elementos centrais" - oh ironia fina! ;-)
- A «Pedalar» é que a gente se entende...

- Tribunal espera pelo PDM para evitar demolir shopping - Estão inventados os PDMs retroactivos!
- Provedor analisa obras nos Aliados
- Rui Rio ouvido sobre os Aliados
- IPPAR equaciona tomar posse administrativa do túnel de Ceuta

- "Vende-se"
- A Baixa no Comércio

Apresentações de livros:

2005/07/04

De: Raul Santos - "Debatamos então..." 

"... os pontos de vista..."

Parece-me que me cabe outra vez fazer de advogado do diabo e elucidar a Sra. Cristina Santos quanto às suas dúvidas que, ao contrário das posições defendidas por António Moreira, não serão certamente em nada deturpadas por partidarismos.

Então, respondamos à sua primeira dúvida: “Quem autorizou ou legalizou o projecto da Adicais?”. Bem, apesar do projecto ainda não ter sido sancionado pelo executivo municipal, o autor moral da sua autorização é o Dr. Rui Rio. Não me diga que não o viu apresentar o projecto em conferência de imprensa, orgulhoso em ter mais um problema solucionado?

Segunda questão: “Quando foi aprovado esse projecto?”. Pois, como disse antes, o projecto não foi ainda aprovado, porque está dependente da aprovação do executivo municipal da cedência da parcela de terreno no quarteirão que estava destinado à construção do novo edifício para o Conservatório.

“Quem se opôs à execução desse mesmo projecto?”. Bem, até agora ninguém, mas um chumbo da vereação PS e CDU àquela cedência de terrenos, sem o qual o projecto não poderá avançar nestes moldes, seria por certo um caso de oposição ao mesmo.

“A Construção iria afectar a integração da Casa da Música?” Pessoalmente, pelos esboços apresentados, o mais recente projecto não me parece afectar minimamente a integração da Casa da Música. Até porque o projecto da Casa sempre previu o remate urbanístico daquele quarteirão. Mas esta é só a minha opinião…

Pois bem, cara Cristina Santos, se ainda não percebeu, explico-lhe mais claramente: o projecto que a Adicais construir será sempre o projecto que a Câmara deixe que se leve a cabo. Seja o que há dias foi publicamente apresentado ou o tal do bloco maciço do BPN com/sem buraco para o janelão.

Porque o projecto inicial, aquele que a Câmara (na altura presidida por Nuno Cardoso) impunha ao vencedor do leilão de venda do lote, previa 3 ou 4 prédios não uniformizados, ligados apenas pela cave, com altura não superior a 4/5 andares, e destinado essencialmente a habitação e comércio no rés-do-chão (se calhar, algum previa escritórios, mas não me parece).

Vai-me dizer, e com razão, que as sucessivas alterações de projecto foram motivadas pela necessidade da autarquia tentar minimizar eventuais indemnizações por incumprimento das datas de entrega do terreno. Mas não se esqueça que essa responsabilidade é igualmente do actual executivo, que também não conseguiu cumprir com as datas por si estabelecidas no acordo com a ADICAIS para a prorrogação da entrega do terreno até Março de 2003.

Raul Santos

De: Alexandre Burmester - "Recordes no Porto" 

Com estes novos conceitos "Culturais" para o Porto. Proponho que na continuidade do programa da Boavista se faça mais uns recordes para o Guiness:
Ou....aceitam-se sugestões ;-)

A. Burmester
--
Nota de TAF: Para juntar a esta festa surrealista, talvez 1500 bombeiros vestidos de Pai Natal chantagista a circularem em carros antigos pelo Túnel de Ceuta, comandados pelo próprio presidente da câmara... ;-)

De: Cristina Santos - "Qual era o ponto de vista?" 

Caro António Moreira

Como sabe o interesse deste Blog é o debate sério da Cidade.
Compreendo e respeito que o Senhor Moreira gostasse de ver na Blogosfera locais apropriados para a posição e anúncio de partidos.
Como refere o SEDE é um desse locais, em que se pode atacar e nunca gloriar as boas acções da oposição, são Blogs com um efeito específico, centrado e limitado a certas conveniências dos partidarismos.

Mas é precisamente nesse ponto que a Baixa se destingue.
Aqui vão se referindo os partidos enquanto promotores de iniciativas, que uns consideram válidas e outros não.
A máxima tem sido procura do consenso e da mais valia na diversidade de opiniões, venham elas de que quadrante vierem.

E é exactamente nessa procura de debate de pontos de vista, que me permito a dirigir-lhe duas ou três questões, para o prosseguimento.
Não existindo consenso, permitia-se a construção ou tentava-se a negociação?
Tentando a negociação e sendo a indemnização uma obrigação prévia, considera que deveria ser liquidada em géneros ou em dinheiro?

Desculpe, mas sinceramente não percebi o seu ponto de vista nesta matéria, mas é uma questão importante para debate, aliás podemos partir desta discussão para lançar sugestões para a resolução de casos semelhantes como o do Parque da Cidade.

Cristina Santos

De: F. Rocha Antunes - "Óculos" 

Caro António Moreira,

Uma vez mais você não consegue admitir o simples facto de nem toda a gente usar óculos partidários. A sua insistência em “ler” tudo através de óculos desses não lhe permite conviver com o facto que há concidadãos seus que não se revêem na lógica dos partidos que existem?

Como o Tiago disse e bem, aqui só há posições individuais. Tão diversas como as pessoas que aqui participam. O que por vezes acontece é que há assuntos em que o número de pessoas que comungam duma mesma opinião é maior. Mais nada.

Não há um estilo, nem um autor, nem uma posição da Baixa. No dia que houvesse eu, por exemplo, desertava imediatamente.

O que há é cidadãos que trazem aqui o que os preocupa. Chama-se a isso um exercício de cidadania. E aos partidos resta dizer o que alguém disse: habituem-se!

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: TAF - "Caro A.M." 

Comentários telegráficos.

1) "Eléctrico" vs. "metro": a definição que eu tenho estado a usar, e que me parece a mais razoável para que nos entendamos, é a de que "metro" é quando existe um canal exclusivo e "eléctrico" quando esse canal é partilhado com outros veículos (privados ou não). Dentro de cada uma destas opções podemos escolher muitos tipos de veículo, mais largo ou mais estreito.

2) As demissões: parece-me que isto e isto é claro e razoavelmente consensual. Ou não? Lembro que agora finalmente todas as partes reconheceram que não cumpriram a Lei. Devia haver consequências para TODOS.

3) Não me sinto obrigado a comentar tudo o que acontece na cidade. Mesmo que quisesse não teria tempo... Os problemas internos dos SMAS são isso mesmo: problemas internos dos SMAS. Se forem caso de polícia, a polícia que os trate. Prefiro não perder tempo com isto e com tão pequena política. Isto é alguma mudança no blog? Tem alguma coisa a ver com eleições? Mudou algo no conteúdo ou na forma do que eu escrevo aqui?
Mas isto sou apenas eu, uma voz entre muitas n'A Baixa do Porto.

De: António Moreira - "Lido no site do..." 

"..., perdão da CMP"

"Construção no terreno das traseiras da Casa da Música: mais um problema solucionado"

O resumo desta notícia, que, estrategicamente, passa despercebido no texto, é este:
"A solução agora encontrada implicou a cedência do terreno à ADICAIS, por parte da autarquia, no qual chegou a estar prevista a construção do Conservatório."


Ou seja, para impedir a construção de um "mamarracho" ao pé da Casa da Música, em vez de pagar uma "pipa de massa" (NOSSA) à ADICAIS, o que seria péssima propaganda eleitoral (independentemente das culpas e sua repartição), o Sr. Dr. Rui Rio, prefere pagar "em géneros", ou seja, oferece à ADICAIS um outro terreno (NOSSO) cujo valor será, pelo menos, equivalente ao da indemnização a que a empresa teria direito, comprometendo assim a construção do Conservatório que esteve prevista para o referido espaço (num processo também ele muito pouco claro).

Resumindo, em vez de pagar em dinheiro (que parecia mal) Rui Rio pretende pagar mais mas "em géneros" e transformar tal facto em propaganda eleitoral, apresentando-o como uma vitória e "mais um problema finalmente resolvido".

Naturalmente que "conta com o «bom senso» da Oposição para, em sede de Executivo, viabilizar a proposta" e, estou convencido, o vereador Rui Sá, não hesitará em demonstrar o necessário "bom senso", principalmente numa altura em que "cá se fazem, cá se pagam".

Estou curioso para ver, por um lado, o comportamento dos vereadores do PS (atenção aos telemóveis) por outro os comentários dos habituais comentadores (cada vez mais :-)) independentes nest"A Baixa do Porto"

PS: Algumas dúvidas e pequenas questões (sem cinismo):

Eléctricos rápidos vs Metro:

Penso ter já lido (aqui ?) que, para além da diferença de circular em canal dedicado ou não, haveria também diferença na "via" e, consequentemente, na largura (45 cm ?) das composições?

Estarei enganado? (a diferença representaria cerca de 450 árvores não sacrificadas).

Parecer "esquece" o Túnel:

Então agora deram em "bater em latas" e exigir demissões, como se tivessem descoberto recentemente que o parecer do IPPAR não referia a saída do túnel mas sim (e bem) ao pacote de soluções de mobilidade para esta zona, conforme aliás, já discutimos aqui em 13-04-05 e que, agora, fingimos (?) ter esquecido?

Lembro algo que escrevi então:
"…Apresenta o FRA uma cópia de um parecer do IPPAR, solicitado pela CMP, ao tempo de Fernando Gomes, no qual o IPPAR entende ser de considerar uma solução alternativa à saída do túnel, na qual as ilhargas do HNSA deveriam, tanto quanto possível, ser libertadas de quaisquer situação de vizinhança de estruturas viárias de grande circulação.
Esse parecer inicial, já conhecido, refere-se naturalmente à primeira alternativa de saída (próximo da Morgue) e foi já esclarecido que a solução seguinte, com saída próximo das consultas externas (e não da urgência como se tem tentado fazer passar) foi acompanhada pelo IPPAR, não tendo merecido qualquer parecer negativo do IPPAR e fazendo parte do pacote de soluções de mobilidade, proposta para a área e que recebeu aprovação do IPPAR."


Denúncia nos SMAS

Não sei se o Sr. Eng. Rangel é militante ou simpatizante do PS, o que li é que quanto a factos e actuações, que lhe pareceram menos correctos, nos SMAS, apresentou as suas suspeitas (fundadas ou não) à Polícia Judiciária a qual terá entendido que deveriam ser investigadas.

Quem fez esta denúncia não se escondeu no anonimato, como é habitual, mas assumiu a responsabilidade pela denúncia, assim como o ónus do "odioso" por ter "chibado" os seus pares, o que, numa sociedade com as características da nossa, é "obra".

Ora eu pensava que esse comportamento, que a mim parece exemplar em termos de cidadania, seria elogiado aqui n"A Baixa", pelos vistos estava enganado….

Mas mais assuntos haveria a analisar, nomeadamente quanto aos critérios relativos às mentiras e omissões vindas de Fernando Gomes e/ou Rui Rio e, mesmo nestas, quanto ao tema a que respeitam (Metro, Túnel, Aliados, etc.)

Será que algo está a mudar por aqui?
Será que ainda vai mudar mais com o aproximar de eleições?

Sinceramente espero que não.
Para isso espero que (seguindo o exemplo do Sede) alguém avance rapidamente com um PeSeDe...

Cumprimentos
António Moreira

De: F. Rocha Antunes - "Esclarecimentos" 

Meu Caro David Afonso,

Como ainda não fui de férias, tenho continuado a participar neste esforço do Tiago de discutirmos a Baixa. Mas confesso que preciso de férias, para recuperar o ânimo. Entretanto…

Eu publiquei o meu post sobre o Masterplan (o nome ficou) mais tarde do que queria e hesitei em publicá-lo por precisamente por isso. Achei que apesar de tudo valia a pena. Eu tenho responsabilidades numa agremiação que tem por objectivo estudar estas coisas do imobiliário, o Urban Land Institute (www.uli.org) . Nesse contexto, organizámos uma sessão de trabalho em que juntámos 15 pessoas ligadas à promoção imobiliária para discutir abertamente o Plano Estratégico de Revitalização da Baixa Portuense. Essa sessão de trabalho, por questões de agenda, realizou-se mais tarde do que estava previsto, uma vez que a maioria dos participantes veio expressamente de Lisboa. Como já o ano passado realizámos um primeiro evento, em que trouxemos cá colegas nossos ingleses que vieram partilhar a sua experiência em reabilitação, mantivemos o mesmo, apesar de ser fora do prazo de discussão pública. A ideia é fazer uma reunião regular, anual, para partilhar o ponto de vista dos promotores imobiliários que são membros da ULI com a própria SRU.

Quanto às conclusões que tirámos, as principais são as que constam no dito post: é fundamental enveredar pelas melhores práticas de mercado aberto que se conhecem, atrair os prestadores qualificados de informação sobre o mercado imobiliário de forma a atrair os investidores institucionais portugueses e estrangeiros e assegurar que os restantes membros da administração pública também actuam de forma convergente com o Masterplan. São as parcerias público-públicas, como agora se chama, ou fazer com que todos remem para o mesmo lado, em português mais prosaico. O essencial, quanto a nós, é apostar na componente imaterial, na eliminação dos pesadíssimos custos de contexto de investir profissionalmente no Porto.

Quanto às suas perplexidades sobre os quarteirões piloto e a eventual desarticulação com o Masterplan não as entendo: tanto quanto me recordo, disse-nos em tempos que tinha, por via familiar, conhecimento detalhado do processo de Carlos Alberto. Sabe como eu que a definição dos quarteirões piloto, como aliás o próprio nome indica, foi feita muito antes do Masterplan estar pronto, precisamente com o objectivo de, através do conhecimento da aplicação de casos concretos, a SRU pudesse afinar e testar a Lei que a regula. Como estará de acordo, também aqui o óptimo é inimigo do bom.

Por último, a CMP do Porto realizou o seu capital na SRU através da entrega de um conjunto de imóveis avulsos. É essa a explicação do prédio da Rua das Flores e de muitos outros em que vão ser reabilitados pela SRU enquanto proprietária, dando o exemplo de reabilitação de imóveis na Baixa, a ideia central de tudo isto. O que seria se a própria SRU não desse o exemplo? Além do mais, permite conhecer directamente as dificuldades de gestão e licenciamento de uma obra no Porto. Se me pergunta se acho que se devia ter feito assim, também tenho as minhas dúvidas. Mas foi a fórmula encontrada pela CMP para realizar a sua parte do capital social da SRU.

Francisco Rocha Antunes
Promotor imobiliário

De: David Afonso - "Masterplan, Túnel e Fusões" 

Bom dia! Tenho andado por aí (como diria o outro), tendo por isso perdido o rasto deste blog, mas após interregno estival estou de volta. É com muita satisfação que constato que a energia de TAF não esmoreceu e que este fórum continua activo e estimulante. Gostaria de deixar aqui algumas observações sobre alguns tópicos já aqui discutidos. Espero que não venham já fora do tempo.

1. Por falar em fora do tempo, parece-me que a tentativa de F. Rocha Antunes de despertar o debate sobre o Masterplan peca por tardia. Como alguém aqui disse «Há um tempo para discutir e há um tempo para decidir», e o período de discussão do Masterplan já terminou. Pela minha parte fiz chegar as minhas dúvidas e sugestões à própria SRU, para além de as ter publicado neste espaço. Mas, sendo o Masterplan um documento que, por definição, é inacabado talvez não seja má ideia o ir revisitando de vez em quando. Aguardo que F. Rocha Antunes num futuro próximo aprofunde alguns dos pontos da sua apreciação, até porque desconfio que a sua opinião sobre este ponto revelar-se-á interessante para todos. Contudo, é minha convicção de que o Masterplan não devia, neste momento, ser o centro das nossas atenções. Creio que o sucesso ou insucesso da Porto Vivo decorrerá da maneira de como se implantarão de inicio as medidas destinadas a reabilitar a baixa. Tenho muita curiosidade acerca da intervenção da SRU nos Quarteirões-Piloto (cuja relação com o Masterplan, não é de todo óbvia). Gostaria de saber qual tem sido a receptividade dos proprietários e dos investidores, gostaria de saber quais as medidas concretas previstas para os actuais inquilinos, gostaria de saber se a proposta do plano estratégico para o Carlos Alberto se mantém ou se sofreu alterações, gostaria de saber mais sobre o que se passa com o quarteirão do Infante, etc... Enfim, gostaria que a cidade tivesse a oportunidade de acompanhar de mais perto todo este processo. Às vezes, não compreendo o que a Porto Vivo anda a fazer. Reparem bem: elabora-se um plano sobre a totalidade da Baixa e estabelece-se que a reabilitação será da competência dos proprietários e/ou privados e que esta será feita à escala do quarteirão e não edifício a edifício. Ora, o que faz a SRU? Adquire alguns prédios à Câmara e reabilita ela própria esses mesmos prédios! Para quem não está a par que dê uma voltinha pela Rua das Flores ou que leia o [dispendioso] infomail da autarquia Porto Sempre.

2. O Túnel de Ceuta parece se encontrar – literalmente – num beco sem saída. A responsabilidade deve ser assacada a todas as partes intervenientes. Triste consolo, este de a incompetência ser tão democraticamente distribuída entre nós. O confronto em curso, digno de uma comédia de bonifrates, já raia o patológico. Ninguém fica bem neste retracto, nem sequer aqueles que estão por vir (Assis inevitavelmente será também chamuscado por esta história). Porém, o dr. Rui Rio tem revelado uma vocação pirómana que tanto me surpreende como me preocupa. O populismo é muito difícil de cavalgar e muitas das vezes tem consequências incontroláveis. Existem sintomas de que o descontentamento popular – justificado mas manipulado e atiçado pelo sr. Presidente – poderá descambar. A propósito da infame episódio dos montes de entulho à porta do museu, li um artigo de opinião no Público que sugeria apenas isto: que se despejasse toda aquela terra para dentro do museu! Um dia destes alguns populares tentaram agredir técnicos do IPPAR que se refugiaram no Hospital. Caramba! Porto não é Bogotá! Agora tropecei noutra infâmia: cartazes do PNR com o sugestivo título «Basta de Conversa!», passando de seguida a exigir em nome dos portuenses a conclusão do túnel «dentro do prazo previsto». Os lacraus agitam-se debaixo das pedras. Estes episódios, entre outros, deveriam fazer o dr. Rui Rio reflectir sobre o seu comportamento e sobre a responsabilidade do cargo que ocupa. É que dificilmente isto aconteceria com qualquer outro presidente de qualquer outra autarquia! O confronto aberto e estéril entre instituições é um sinal de fraqueza da democracia, mas também, e ao mesmo tempo, causa desse mesmo enfraquecimento. O melhor é dar ouvidos a Marques Mendes e mudar de vida.

3. A discussão em torno da problemática da fusão de concelhos que aqui teve lugar foi muito interessante. Quem conhece o mapa administrativo do país no Antigo Regime, reconhecerá o grande avanço que representou o século XIX neste campo. Somos herdeiros dessa tentativa de ordenar racionalmente os poderes locais. Desde de então pouco mudou. Como é natural, as cidades do século XXI são bem diferentes das que assistiram ao desenho oitocentista dos concelhos e freguesias. É inevitável: mais tarde ou mais cedo o poder local terá de ser repensado e os limites dos concelhos redesenhados. Embora do ponto de vista académico seja um tema cativante, não me parece urgente a discussão da fusão Porto-Gaia. O grande problema do poder local não está na dimensão dos concelhos e das freguesias, mas no actual sistema de gestão autárquico. Enquanto não se reformularem as regras, os partidos vão continuar dependentes dos autarcas e estes dos empreiteiros e de outros interesses individuais. Há que limitar a duração dos mandatos, repensar o financiamento das autarquias, reforçar o poder das assembleias municipais e abrir as portas aos verdadeiros independentes. As autarquias têm de deixar de ser uma coutada partidária. Não é por acaso que as Áreas Metropolitanas entre nós tenham um poder limitado e que esse limite seja exactamente aquele que lhe é imposto pelos seus próprios membros, ou seja, as Câmaras Municipais. Não é por acaso que não encontramos nem um autarca cuja opinião seja favorável à alteração do presente quadro. Aliás, nenhum autarca admite sequer discutir o tema, como se a história para eles tivesse acabado com as lutas liberais de oitocentos...

2005/07/03

De: Teófilo M. - "Programa do próximo executivo" 

Algumas ideias para o próximo executivo.

- Preservar e dinamizar os jardins e parques do Porto levando a efeito espectáculos em que serão intervenientes privilegiados as associações culturais da cidade e seus arredores;

- Cuidar e preservar a fauna e flora dos ditos parques, nomeadamente as do Parque da cidade que são alvo de visitas dos 'amigos do alheio' por falta de vigilância cuidada e permanente;

- Preservar o rio Douro e seus afluentes permitindo assim que o rio sirva e dignifique a cidade que embeleza e não seja apenas a fossa onde todos arremessam muito do lixo que produzem;

- Fomentar a formação dos comerciantes da Baixa ensinando-lhes que o lucro não provêm da grande diferença verificada entre o preço de compra e o preço de venda, mas da grande quantidade de objectos vendidos, e que para isso é necessário acabar com a incertitude dos contratos a termo e apostar na formação dos vendedores, nomeadamente no que respeita ao mercado em que operam e à afabilidade e disponibilidade com que tratam os clientes;

- Revitalizar o fluxo dos transportes públicos, optando por pequeno e rápido em oposição ao grande e lento, pois o Porto é uma cidade de ruas estreitas e tortuosas e não de grandes vias de comunicação;

- Dinamizar o transporte fluvial, pois a amenidade do clima permite que a sua utilização se verifique durante todo o ano, e as populações ribeirinhas muito agradeceriam a tal projecto;

- Apostar fortemente no transporte público em detrimento do privado, dinamizando a criação de parques de estacionamento periféricos de baixo custo e tendencialmente grátis, e parques urbanos preferencialmente dedicados a moradores sem instalações de recolha de viatura nos edifícios em que habitam ou na sua área de influência, e com custos mais baixos para operadores de distribuição de materiais e mão-de-obra em períodos de curta duração.

- Convencer os comerciantes e entidades de serviços (médicos, advogados, laboratórios de análises, notários, etc.) a suportar parte dos custos dos parques através de vales de desconto nos ditos parques, que distribuirão aos seus clientes, criando assim um circuito de compensação para aqueles que só através do transporte próprio possam deslocar-se à Baixa ou aos centros de forte densidade de trânsito;

- Apostar nos horários diferenciados de modo a tentar eliminar os períodos chamados de 'ponta' que trazem um acréscima elevado no que respeita a poluição, desgaste inútil de combustível, puras perdas de tempo e a consequente quebra de equilíbrio emocional nos 'apanhados na ratoeira';

- Fomentar o aparecimento de mais obras de arte, árvores, pequenos espaços de lazer/lúdicos pela cidade, embelezando-a, e levando a que os seus habitantes a usufruam em vez de a abandonar à marginalidade;

- Investir em equipamentos que possam servir simultaneamente para estudo e diversão/animação - aquário, zoológico, museus (e o de etnologia fechado há tanto tempo), teatros de bolso - para que a população se fixe e evolua aprendendo sem dar por isso;

- Adequar a velha cidade e todos os espaços públicos, aos cidadãos diminuídos fisicamente de modo a que também eles se possam movimentar livre e independentemente tendo cuidado de não fazer rampas de acesso só acessíveis a ginastas profissionais ou a ases do equilibismo;

- Para já, e por hoje vão estas, mas há mais...

Cumprimentos
Teófilo M.
pilotxxl@netcabo.pt

De: TAF - "O fim de semana ocupado..." 

... com trabalho ainda não me deixou tempo para ler decentemente os jornais e colocar aqui a selecção habitual de apontadores. Para já fica apenas uma citação do texto de Luís Costa no Público de hoje, que se poderia perfeitamente aplicar a este triste caso:
"Se eu estivesse no lugar de Francisco Assis, arrepiava caminho e candidatava-me como independente. Sempre era mais seguro." ;-)

Aproveito para lembrar que o que distingue "metro" de "eléctrico" é o facto de haver ou não um canal exclusivo para o veículo, e não o veículo em si. Não haverá ninguém com juízo?

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